sexta-feira, 27 de agosto de 2010

14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH

Maneiras criativas de manter as crianças desatentas com TDAH e dificuldades de aprendizagem focalizadas e engajadas na classe e em casa. Os editores de ADDitude.

Provavelmente você notou que uma criança com TDAH pode focalizar intencionalmente em certas atividades (o que se denomina hiperfocalização) – jogar videogueimes, por exemplo. Mas quando o assunto é trabalho escolar, ela tem muita dificuldade de se manter atenta.
Os pesquisadores reconhecem que o TDAH não prejudica a capacidade de prestar atenção, mas sim a habilidade de controlar no que se presta atenção. A medicação pode fazer muito para ajudar as crianças a se concentrar, mas os portadores de TDAH podem se beneficiar das estratégias listadas aqui.

Em classe

Sente os portadores de TDAH longe de distrações, tais como portas, janelas, e áreas de muito movimento. Ponha colegas bem comportados ao redor deles. Arrume a mobília da classe de modo que você possa circular livremente e tenha acesso a todos os estudantes – seus movimentos manterão o interesse deles e lhe permitirão redirecionar um aluno cuja atenção se perdeu.
• Torne as aulas interessantes, alegres, enigmáticas. Apague as luzes e use lanternas para iluminar objetos ou palavras no quadro negro. Convide um visitante de surpresa. Desenhe figuras gozadas para ilustrar os pontos chave, e convide alunos ao quadro negro para fazer o mesmo. Sempre que for possível, planeje as aulas a respeito de acontecimentos recentes ou tópicos de interesse dos estudantes. Mantenha a atenção deles com resultados de futebol e outras estatísticas durante as aulas de matemática.
• Varie os métodos de ensino. Limite a quantidade de tempo em que você fala aos estudantes enquanto eles escutam. Faça-os cantar as tabuadas, marque com batidas as sílabas das palavras, ou faça perguntas para que os colegas deles respondam.

Em casa

• Dê a medicação corretamente. Se a sua criança toma medicações para TDAH, tenha certeza de que ela toma a medicação corretamente e na dosagem certa. Quando associados a técnicas comportamentais, estimulantes e outras drogas para o TDAH podem melhorar dramaticamente a habilidade de focalização da criança.
• Torne o aprendizado uma coisa ativa. Encoraje sua criança a se envolver completamente em sua tarefa de casa. Faça com que ela sublinhe o material de leitura com lápis coloridos ou desenhe cartões para ilustrar as palavras do vocabulário. Quando ela estiver trabalhando com problemas de matemática, deixe que ela use grãos de milho ou pipocas para fazer os cálculos.
• Ensine a automonitorização. Ajude sua criança a se tornar consciente das coisas que a tornam distraída. Com tempo e prática, ela saberá o que é estar distraída, e reconhecerá quando sua atenção estiver se desviando. Os portadores de TDAH se beneficiam de afirmações positivas, tais como “Vou prestar atenção no meu trabalho” . Ensine sua criança a repetir isso para se encorajar e se manter ativa.
• Realize jogos de prender a atenção. Muitos jogos clássicos infantis, incluindo “Simon Says” e dança de cadeiras, requerem atenção e boa capacidade de escutar. Num jogo chamado “ Champion Distractor” , um jogador se focaliza no término de uma tarefa, enquanto o outro tenta distraí-lo. Para vencer o jogo, o jogador precisa ser um bom distraidor, e ser capaz de evitar ser distraído.
• Gaste mais tempo fora. Estudos recentes ligam o tempo gasto fora, especialmente em ambientes naturais, com melhora da concentração. Tente caminhar ou dirigir por caminhos "verdes" até a escola, e dê à sua criança tempo para brincar fora de casa antes de ela sentar-se para fazer as tarefas de casa.
Este artigo foi traduzido do número Outono/2009 de ADDitude magazine.

13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?

Dificilmente. Todos nós sabemos como algumas crianças se tornam muito malcomportadas em função do modo pelo qual foram criadas. A educação dada pelos pais ou por aqueles que criaram a criança, sem sombra de dúvida, tem papel crucial na forma como ela se comporta.
Mas isso não é o mesmo que sofrer de TDAH. Uma coisa é ser mal-educada, não saber comportar-se em determinadas situações; outra bem diferente é ter um transtorno bem específico que é motivo de pesquisa em todo o mundo. Só confunde uma coisa com outra quem realmente não sabe nada sobre o TDAH.
Ao contrário do que se pensa (e dizem alguns profissionais, infelizmente, com pouco conhecimento acerca do assunto), o diagnóstico do TDAH, quando feito de forma correta e obedecendo a critérios bem objetivos, é extremamente confiável.
O quadro descrito é o mesmo desde o século XIX (por incrível que pareça!), apesar de mudarem os nomes, o que é aceito como sintomas e as causas suspeitadas. Além disso, os sintomas são os mesmos em diferentes culturas, como foi demonstrado num estudo com crianças da América do Sul, da China, do Japão, da Europa e da Índia. Podem existir culturas mais diferentes? E que tal os sintomas serem os mesmos há mais de um século, apesar de terem existido tantas mudanças na forma de criar os filhos, no sistema educacional e na vida em geral? E, mesmo assim, os sintomas descritos naquela época eram praticamente os mesmos. Não, definitivamente o TDAH não é secundário ao modo pelo qual as crianças são criadas. No Mundo da Lua pg. 47

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