sábado, 3 de setembro de 2011

134- Minha luta com a disgrafia

Postado por Rancher John para Dificuldades de Aprendizagem e TDAH, em julho 22, 2011.

Estava em um chat e falei que tinha disgrafia. Uma pessoa pediu que eu explicasse melhor o que eu tinha sofrido, porque ela tinha uma criança com isso e queria saber o que poderia ter de enfrentar.
Vou contar minha história, mas penso que ela estaria interessada em ouvir o que vocês também estão passando. Gostaria de saber se sou uma aberração ou se a coisa é assim mesmo.
Lutei com o TDAH e a disgrafia em toda minha vida. Não fui diagnosticado até a idade de 42 anos, agora estou com 51. Depois do meu diagnóstico as peças finalmente começaram a se encaixar. Cresci em um tempo em que esses tipos de coisas eram tidos como problemas de comportamento. Eu não tive nenhuma ajuda especial dos meus professores. Também não tive nenhuma ajuda dos meus pais, para as minhas tarefas de casa. Eu me sentia como se fosse visto como defeituoso.
Agora as coisas são diferentes e as crianças não precisam sofrer como eu sofri.
Desde o início, minha escrita a mão era horrivelmente caótica, e ainda é. Atualmente eu só digito, e a escrita ainda é caótica. Não consegui melhorá-la, mesmo tentando com afinco. Para tornar as coisas piores, meu pai tinha uma escrita a mão impecável, e também era uma imaculada raridade. Desistiram de mim. Se você está aqui provavelmente é porque não está desistindo do seu filho ou de você mesmo.
Mesmo sabendo, agora, com o que estou lutando, isso ainda incomoda muito. Às vezes, isso pode ser divertido. Minha disgrafia afeta tanto minha escrita quanto minha fala. Sempre que tenho de escrever um d ou um b, tenho de parar e pensar de que lado fica a barriguinha. Geralmente acabo ficando com algo que lembra um pirulito de cabeça para baixo. Também tenho o mesmo problema com o 7 e o 9, com o p, o q e o g. E há outras coisas. Geralmente soletro palavras de modo errado. Algumas vezes coloco uma palavra fora de lugar numa frase. Tomar notas numa aula é quase impossível.
Com minha fala, para mim não é incomum cumprimentar minha mulher dizendo “hello beer” (Olá cerveja) em vez de “hello dear” (Olá querida). Frequentemente falo o contrário do que estou pensando, como, por exemplo, “casamento” quando quero dizer “funeral”. Também faço isso com feriados, dias da semana e direções, como norte e sul. Algumas vezes eu percebo, outras não. Tenho um monte de outras coisas em que me atrapalho. Mas, já falei bastante. Gostaria de saber o que você enfrenta e como lida com isso. Realmente, gostaria muito.  
Respostas
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dislexia, disgrafia e apraxia. Ele foi lento para desenvolver-se em todas as áreas. Sua caligrafia é horrível, copiar da lousa ou de um livro demora tanto tempo e os resultados geralmente são tão errados que não vale a pena o esforço.
Geralmente eu transcrevo para ele. Ele ainda está em terapia da fala, é desajeitado fisicamente, mas felizmente resiste e pratica vários esportes. O estresse de tudo isso lhe causou problemas de esôfago e de intestinos. Cada dia é uma luta. Felizmente, sei que sua inteligência é acima da média e continuo tentando lembrá-lo de quão esperto ele é e que seu cérebro funciona de modo diferente do daqueles outros meninos da escola.
Infelizmente, não podemos pagar uma escola particular que ensinasse as suas potencialidades e não as suas fraquezas. Ele é bom, sensível, afeiçoado e divertido. Sei que ele tem muito potencial e só espero que a escola não o derrote a ponto de fazê-lo desistir do seu futuro.
Postado por PinkGirl  Jul 24, 2011 às 12:34am
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dispraxia e disgrafia. Já sabia da disgrafia antes da descoberta do TDAH porque eu e ele fizemos o Programa Escrita Sem Lágrimas por dois anos. Descobri que o problema dele era neurológico, não somente de escrita desalinhada. A disgrafia verdadeira não é simplesmente escrita desordenada como muitos professores acreditam e como alguns sítios da internet a definem.
É um problema de processamento mental tal como a dislexia e o TDAH. Por isso é que tantos têm essas comorbidades. Meu filho também tem cegueira para cores. Levei-o para uma avaliação com um psicólogo com especialização em transtornos neurológicos, mas alguns pediatras do desenvolvimento também podem fazer esta avaliação.
Nosso filho tem as vantagens da lei 504 e teve permissão para usar computador para os trabalhos escritos. Algumas crianças usam escaneadores. Nós ainda não.
Às vezes, eu escrevo para ele em casa, porque é difícil para ele organizar os pensamentos e digitar um monte de matéria. Para o estudo, faço revisões verbais e uso uma lousa branca.
A disgrafia, definitivamente, requer acomodações escolares. Há um grupo no Yahoo que é só para disgrafia e um grande grupo do qual me beneficio já há 4 anos. Espero que isso ajude,
Postado por E's Mom em Jul 26, 2011 à 1:02am
Se você suspeita que a disgrafia esteja presente, faça uma avaliação com o oftalmologista. Transtornos do processamento visual geralmente são mal diagnosticados como TDA, disgrafia, dislexia etc. Creia-me, nossa filha brigou com a matemática, leitura, escrita, soletração... TUDO que não fosse de resposta oral, até que ela foi diagnosticada corretamente e tratada para insuficiência de convergência. Há pesquisa disponível para validar esses transtornos, e para a nossa filha, uma combinação de terapia e lentes bifocais fez toda a diferença do mundo.
Sabemos que o TDA contribuiu em alguma deficiência de função executiva na sua educação inicial (gramática, regras etc.), mas a maioria das dificuldades acadêmicas com leitura e escrita desapareceu.
Ela aprendeu a digitar no quarto grau e usa de modo bem consistente as acomodações e outras medidas de seu plano 504... mas sua escrita é legível e atualmente ela lê como o diabo! Veja em http : // covd. org  para mais informação e códigos postais de optometristas... valeu a pena a viagem de mais de meia hora de nossa casa!
Postado por  VPMom em Jul 26, 2011 às 11:13am
Nosso filho teve de usar óculos ao 4 anos e tinha avaliações anuais. Há testes específicos para disgrafia que um neuropsicólogo pode fazer. Permitiram que eu me sentasse atrás de um espelho de duas vias e observasse o teste, e foi chocante. Nosso filho claramente era disgráfico. Concordo que todas as coisas devem ser afastadas porque há muitas dificuldades de aprendizagem. Quando levei meu filho para a avaliação eles olharam para ele e disseram que terminariam em duas horas. Depois da primeira avaliação eles voltaram e disseram que demorariam o dia todo... o que aconteceu. Eu não estava esperando o diagnóstico de TDAH, mas ele tem isso também. Agora, 4 anos mais tarde, o quebra-cabeças do TDAH faz sentido, assim como a disgrafia e a dispraxia (que menino de 12 anos não anda de bicicleta? – o meu! Embora este ano ele já consiga amarrara os cordões dos sapatos). Uma avaliação neurológica completa é de importância crítica para descobrir o que está acontecendo e para receber as recomendações.
Postado por E's Mom em Jul 27, 2011 às 2:15am
Há um novo vídeo que ajuda as pessoas com dificuldade de escrita a mão – “Anyone Can Improve Their Own Handwriting”, (Qualquer Um Pode Melhorar Sua Escrita A Mão), de Jason Alster e um livro de artes que ajuda os disgráficos a aprender a pintar, “Creative Painting For The Young Artist”, (Pintura Criativa  Para o Artista Jovem). Ambos estão na Amazon.com.
Um artigo sobre como esses recursos foram desenvolvidos está em https://sites.google.com/site/improvemessyhandwriting
Postado por jasonalster em Jul 29, 2011 às 5:19am

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