domingo, 24 de abril de 2011

77- Conduta Autolesiva (Skin Picking): Qual é a causa, como podemos preveni-la?

Minha filha, Natalie, cutuca sua pele até sangrar e infeccionar. Ansiedade, dificuldades de processamento sensorial e outras comorbidades do TDAH poderiam ser a causa desse comportamento compulsivo? Por Kay Marner

Natalie, minha filha que tem TDAH, ansiedade e dificuldades de processamento sensorial desenvolveu um hábito que me parece algo terrível: cutucar as unhas dos dedos dos pés. Sim, você leu direito. Ela não só cutuca a pele em torno delas como também arranca pedacinhos até ficarem muito curtas. Ela já arrancou duas unhas.

Natalie sempre foi uma cutucadora e espremedora. Ela espreme espinhas e picadas de insetos. Ela esfrega os lábios a ponto deles sangrarem. Ela espreme todos esses caroços até sair sangue. Não sou especialista, mas o meu instinto de mãe me diz que a propensão de Natalie para se cutucar pode se originar de qualquer um dos seus três diagnósticos.

Conduta autolesiva e TDAH

Eu culpo o seu TDAH porque vejo seu problema de cutucar como uma forma de “fidgeting” (mexer com as mãos), que se origina da necessidade de estimulação do cérebro TDAH. Também culpo o TDAH por dar a Nat a falta de controle do impulso, tornando mais difícil para ela resistir à urgência de se cutucar.

Conduta autolesiva e ansiedade

Um pouco da sua ansiedade também pode estar agindo. O nível de ansiedade dela aumenta e ela tem comportamentos obsessivo-compulsivos para aliviar a pressão. A primeira vez que o comportamento de cutucar da Nat foi de um mau hábito a infligir autolesão aconteceu quando ela passou por uma situação social particularmente provocadora de ansiedade. O alívio que esse comportamento mal adaptado propiciou levou-a a repeti-lo em ocasiões de estresse aumentado, até que se tornou um hábito arraigado.

Conduta autolesiva e transtorno de processamento sensorial

Penso que as dificuldades de processamento sensorial também têm um papel. Quando estávamos tentando resolver os problemas de autolesão de Natalie, nosso psicólogo nos orientou a trocar a cutucação por outro comportamento que fornecesse um grande aporte sensorial – ele recomendou que ela segurasse gelo em suas mãos. Quando de um incidente agudo, estando Natalie muito transtornada e querendo autolesionar-se, meu marido, Don, tentou ajudá-la a acalmar-se e a ficar bem por mais de uma tarde, fazendo-a prestar atenção em como a sensação do gelo era muito conveniente. Também ajuda muito manter as lesões existentes cobertas com Band-Aids.

Como prevenir a autolesão?

Sabe, há poucos meses eu realmente pensei que tínhamos controlado esse comportamento. Fizemos um sistema de recompensas no qual Natalie podia ganhar um dólar a cada dia que ela não provocasse nenhuma autolesão e sangramento. Nós a encorajamos a lidar com um objeto para o fidgeting quando ela sentisse vontade de se cutucar. Esse incentivo foi suficiente para fazê-la esquecer do hábito por longo, longo tempo. Eu estava tão contente e impressionada com a sua capacidade de fazer uma mudança positiva.

Então, há poucas semanas, um dos locais preferidos para Nat cutucar, seu dedinho do pé, ficou infeccionado. Estava inchado, vermelho e quente ao toque. Mesmo assim, ela continuou a mexer nele e, eventualmente, a fazê-lo sangrar. Doeu tanto que ela ficou acordada a noite inteira. Teve de tomar antibióticos por 10 dias e foi durante a fase de cura que ela arrancou completamente o que tinha restado da unha. Isso me deixou louca. Tive muita dificuldade de conseguir colocar uma bandagem nela.

Além de contar esses problemas para o psicólogo e para o psiquiatra de Natalie, parecia que precisávamos reiniciar o programa de incentivos (mas, dessa vez, estávamos trabalhando com higiene!) e encontrar mais alternativas para ensinar a ela. Nesse meio tempo, fiz um estoque de bandagens, creme antibiótico e água oxigenada para lavar o sangue de suas roupas, e ainda escutar os conselhos que outros pais de portadores de TDAH tivessem para mim.

Mais sobre autolesão

De acordo com a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet", o transtorno de autolesão envolve repetidas lesões, lesões de pele que interferem com as atividades diárias, e lesões de pele que possam causar danos aos tecidos. "As pessoas podem autolesionar-se por hábito ou por tédio, e, às vezes, podem nem perceber que estão se machucando," explica a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet." "As pessoas também podem autolesionar-se na tentativa de controlar as emoções negativas (por exemplo, ansiedade, tristeza, raiva) e/ou em resposta a sentimentos de estresse e tensão crescentes" O transtorno de autolesão pode atingir uma em vinte pessoas. O transtorno de autolesão é classificado como um transtorno do controle do impulso, mas pode também ser referido como um “comportamento repetitivo focalizado no corpo" ou um "transtorno do espectro obsessivo-compulsivo," diz a lista de fatos.
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76- Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica

O Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica é caracterizado por uma repetição crônica de: Tocar, Coçar, Cutucar, Arranhar, Furar, Escoriar determinadas regiões da pele, de modo tão intensivo ou repetitivo que acaba provocando o aparecimento de feridas cicatrizes, descolorações na pele.


O paciente pode passar horas no banheiro, por exemplo, examinando a pele, procurando pequenas imperfeições, bolinhas, pedacinhos de pele, pelos e arrancando, coçando, cutucando, furando.

A maioria dos casos de Picking é um transtorno isolado sem outros problemas psiquiátricos, mas ele pode ser um sintoma de outras doenças, como por exemplo: Doenças de pele, Doenças autoimunes, Transtorno Dismórfico Corporal ou Dismorfia Corporal ou Transtorno Somatoforme Corporal, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC ou DOC), Sintomas de abstinência de drogas opióides, Autismo, Psicose (por exemplo, Esquizofrenia), Comportamentos automutilantes ou auto-agressivos que existem, por exemplo, no Transtorno de Personalidade Borderline, Tricotilomania (mania de arrancar cabelos)

Quando o Picking faz parte de uma dessas doenças, o tratamento delas está em primeiro plano.

Desenvolvimento do Picking:

Geralmente começa com uma ferida na pele, que a pessoa coça, aí coça de novo, acaba não deixando cicatrizar.
Com o tempo começa a ter uma sensação localizada de coceira ou de necessidade de se cutucar. Aos poucos começa a sentir que em determinadas situações mais ansiosas ou estressadas da vida essas coceiras ou escoriações passam a ser uma válvula de escape para as tensões. O Picking costuma se manifestar quando a pessoa está ansiosa, quando está se sentindo com monotonia e para muitas pessoas traz uma sensação de prazer. Justamente isso faz com que ele nunca passe e acabe produzindo lesões visíveis de pele.

É comum pessoas portadoras de Picking ou Conduta Auto-Lesiva ou Escoriação Neurótica usarem roupas fechadas e mangas compridas mesmo no calor.

Tratamento

Quando o Picking é um sintoma de outra doença, esta doença deve ser tratada de modo apropriado e ele deve passar.

Quando o Picking é a doença em si, um conjunto de tratamentos pode ajudar:

• Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), que é uma forma de psicoterapia bem diferente da psicanálise.

• Medicação: não se sabe muito bem como ela ajuda, mas o fato é que ajuda. Em geral se usa neurolépticos e/ou antidepressivos.

• O uso de luvas finas (tipo luvas de golfe) ou de esparadrapo (Micropor) nas pontas dos dedos também pode ajudar. Quando a pessoa consegue se cutucar, ela está perpetuando o Picking, quando ela não consegue (porque as pontas dos dedos estão cobertas), ela começa a se descondicionar desse comportamento. É o mesmo que ocorre no tratamento do Distúrbio Obsessivo Compulsivo.

• O paciente precisa estar muito motivado para se tratar. As outras pessoas não entendem, mas quem sofre de Picking sente um grande prazer em se cutucar, arranhar, arrancar casquinhas, etc., assim como na Tricotilomania e nas Compras Compulsivas.
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