sexta-feira, 23 de novembro de 2012

246- Nove Maneiras Pelas Quais o TDA/TDAH Afeta os Relacionamentos


Muitos relacionamentos TDA/TDAH são afetados por padrões semelhantes, especialmente quando o transtorno não está sendo bem conduzido. Quando você reconhecer esses padrões, você poderá mudá-los.
Áreas para o parceiro TDA/TDAH trabalhar
1- Namoro Hiperfoco.
O maior choque nos relacionamentos TDA/TDAH acontece com a transição da fase de namoro para o casamento. Tipicamente, uma pessoa com TDA/TDAH hiperfocaliza em seu parceiro nos primeiros estágios do relacionamento. Ele a faz sentir-se o centro do universo. Quando o hiperfoco acaba, o relacionamento muda dramaticamente. O parceiro não TDA/TDAH toma isso como sua culpa. Meu marido parou de hiperfocalizar em mim no dia em que chegamos em casa vindos da lua de mel. De repente, ele tinha sumido – de volta para o trabalho, de volta para sua vida normal. Eu fui deixada para trás. Depois de seis meses de casamento, eu me perguntava se tinha me casado com o homem certo. O parceiro não TDA/TDAH precisa lembrar-se de que a desatenção não é intencional, e encontrar um jeito de perdoar seu companheiro, Sentir-se ignorada é doloroso. Corrija o problema de cara, estabelecendo maneiras de melhorar sua conexão e intimidade, e permitindo-se lamentar a dor que o choque do hiperfoco causou em vocês dois.

2- Andando Em Cima De Ovos.
Brigas, raiva e comportamento rude geralmente acompanham os sintomas do TDA/TDAH não tratado. Um homem com TDA/TDAH não tratado descreveu-o para mim como “ter de adivinhar a resposta de minha parceira a cada coisa que eu faça. Vivo minha vida tentando acolhe-la, porque quero agradá-la, mas na maior parte do tempo ela está simplesmente furiosa”. Mudança de comportamento em ambos os parceiros é crucial para melhorar um relacionamento. Não assuma que a raiva ou a frustração em cada parceiro seja parte do TDA/TDAH. Há boas chances de que vocês possam manter essas coisas sob controle.

3- Acreditar Que o TDA/TDAH Não Tenha Importância.
Alguns casais não acreditam que o TDA/TDAH seja um fator em seu relacionamento. Eles dizem, “Não preciso de tratamento! Gosto de mim do jeito que sou. Você é que não gosta de mim, e tem problemas com seus relacionamentos”. Meu marido negava tudo. A boa notícia para nós foi que, um mês e pouco depois do diagnóstico, ele decidiu que não tinha muito a perder se fizesse um tratamento. Ele descobriu que o tratamento fez uma enorme diferença.

Então, eis aqui o meu conselho para todos os casais que são céticos: Se você não acredita que o transtorno prejudica seu relacionamento, admita que ele prejudique e faça uma avaliação e um tratamento correto. Isso poderá salvar seu relacionamento.
Áreas para o parceiro não TDA/TDAH trabalhar
4- Confundindo os Sintomas.
Você e seu par provavelmente confundem os motivos um do outro e as ações porque vocês pensam que entendem um ao outro. Por exemplo, um parceiro com TDA/TDAH não diagnosticado pode ser distraído, prestando pouca atenção naqueles a quem ama. Isso pode ser interpretado como “ele não se importa” em vez de “ele é distraído”. A resposta á primeira interpretação é sentir-se magoada. A resposta à segunda interpretação é “dar um tempo para cada um”. Tentar saber as suas  diferenças, no contexto do TDA/TDAH, pode esclarecer os mal-entendidos.
5- Guerra Das Tarefas.
Ter um parceiro com TDA/TDAH geralmente resulta em que o parceiro não TDAH assuma quase todo o trabalho de casa. Se a desigual carga de trabalho não for corrigida, o parceiro não TDAH vai ficar ressentido. Trabalhar mais não é a resposta. Os parceiros TDA/TDAH precisam tentar de outro jeito, se estiverem querendo ter sucesso – e os parceiros não TDAH precisam aceitar as maneiras não ortodoxas dos seus companheiros. Deixar roupas limpas na secadora, para que possam ser facilmente achadas na manhã seguinte, pode parecer estranho, mas pode funcionar para o parceiro TDA/TDAH. Ambos os parceiros se beneficiam quando o parceiro não TDA/TDAH admite que sua maneira de fazer as coisas não funciona para o outro.
6- Respostas Impulsivas.

Os sintomas do TDA/TDAH sozinhos não são destruidores de um relacionamento; a resposta de um parceiro aos sintomas, e a reação que ela evoca, sim. Você pode responder ao hábito impulsivo de um parceiro falando coisas por se sentir desrespeitado e revidar. Ou você pode responder mudando seu padrão de diálogo para tornar mais fácil a participação do parceiro TDA/TDAH. Algumas das maneiras de fazer isso incluem falar sentenças curtas e fazer seu parceiro tomar notas para retomar uma ideia mais tarde. Casais que são conscientes desse padrão podem escolher respostas produtivas.
7- Pragueje Agora, Pague Depois.
Se você tem um parceiro TDA/TDAH, provavelmente você falará mal dele. A melhor razão para não fazer isso é que não funciona. Como os problemas do parceiro TDA/TDAH são a distração e os sintomas não tratados, não a sua motivação, praguejar não o ajudará a fazer as coisas. Fará com que o parceiro TDA/TDAH se retraia, aumentando os sentimentos de solidão e de separação, e reforçará a vergonha que ele sente depois de anos de não preencher as expectativas das pessoas. Fazer um parceiro tratar os sintomas do TDA/TDAH, e parar quando perceber que você está praguejando, quebrará esse padrão.

Depende de Vocês Dois
8- O Jogo de Culpar.
Parece o nome de um show de TV. “Por 40 pontos: Quem não retirou o lixo nesta semana?” Não é nenhum jogo. O Jogo de Culpar é corrosivo para o relacionamento. Acontece quando o parceiro não TDAH culpa a falta de confiabilidade do parceiro TDA/TDAH pelos problemas do relacionamento, e o parceiro TDA/TDAH culpa o não TDAH pela raiva – “Se ela se acalmasse tudo ficaria bem!”
Aceitar a validade das queixas do outro parceiro rapidamente alivia um pouco da pressão. Separar sua parceira do comportamento dela permite que o casal ataque o problema, não o indivíduo, pela frente.
9- A Dinâmica Pai-Filho.
O padrão mais destrutivo em um relacionamento TDA/TDAH é quando um parceiro se torna a figura do “pai” responsável e o outro da “criança” irresponsável. Isso é causado pela inconsistência inerente ao TDA/TDAH não tratado. Como o parceiro TDA/TDAH não pode ser confiável, o parceiro não TDAH assume o controle, resultando em raiva e frustração em ambos os parceiros. Fazer o papel de pai de um parceiro nunca é bom. Você pode mudar esse padrão usando estratégias de apoio para o TDA/TDAH, tais como sistemas de lembretes e tratamento medicamentoso. Isso ajuda o parceiro TDA/TDAH a se tornar mais confiável e a ter de volta seu status de “parceiro”.

Extraído de The ADHD Effect on Marriage, por Melissa Orlov

245- Quando os Sintomas do TDAH Adulto Atravessam o Caminho: Problemas de Relacionamento e Soluções.


Quando os Sintomas do TDAH Adulto Atravessam o Caminho: Problemas de Relacionamento e Soluções. Por Melissa Orlov.
A especialista em casamento TDAH explica as 9 maneiras pelas quais os sintomas podem causar problemas no namoro e no casamento – e oferece conselhos sobre como os casais podem lidar com os sintomas e os tratamentos do TDAH adulto.

Relacionamentos nos quais um ou ambos os parceiros tenham TDA/TDAH variam de grande sucesso a estrondoso fracasso. Os sintomas do prejuízo na amizade ou companheirismo causados pelo TDA/TDAH podem trazer “o pior dos tempos”. Dor e raiva abundam. O casal mal pode falar um com o outro sobre os problemas que atingem o relacionamento. Quando conseguem falar, raramente concordam. Ficam frustrados por ter chegado e esse ponto, e desapontados por não terem feito as coisas de um jeito melhor.
Se o seu companheiro tem TDA/TDAH, você pode se sentir ignorada e solitária. Seu parceiro pode prestar atenção nas coisas de interesse dele, mas não em você. Ele parece nunca fazer o que foi combinado. Ele pode parecer agir como uma criança em vez de um adulto. Você o culpa e começa a não gostar de si mesma. Vocês dois ou brigam ou discutem. Pior de tudo, você fica estressada por ter de assumir todas as responsabilidades da casa, enquanto seu parceiro tem toda a diversão.

Se você tem TDA/TDAH, você pode sentir que seu parceiro se transformou num monstro irritante. A pessoa que você ama se tornou um maluco controlador, tentando cuidar dos detalhes de sua vida. Não importa o quanto você se esforce, você não consegue preencher as expectativas do seu parceiro. A maneira mais fácil de lidar com ele é deixá-lo só.
Se essa descrição lhe parece familiar, seu relacionamento sofre do que eu chamo de efeito do TDA/TDAH. Os sintomas do TDA/TDAH – e as respostas que vocês ambos têm a ele – destruíram seu companheirismo. A boa notícia é que o entendimento do papel que o TDA/TDAH tem no seu relacionamento pode mudar tudo. Quando você aprende a identificar as mudanças que o TDA/TDAH traz aos relacionamentos, e os passos que você pode dar para corrigi-las, você pode reconstruir sua vida. Foi exatamente isso que eu e o meu parceiro fizemos.

Sinais de Que o TDA/TDAH Não Diagnosticado Está Causando                       Problemas de Relacionamento.
Não sabíamos que meu companheiro tinha TDA/TDAH. Eu me apaixonei por ele por causa do seu brilho, de sua inteligência aguda e da sua disposição para a aventura. Sua atenção intensa em mim foi surpreendente e prazerosa. Ele era caloroso e atencioso. Quando passei mal em nosso primeiro encontro, ele ajeitou um cobertor para mim no sofá e fez um chá quente. Fiquei encantada.

Pouco tempo depois de nos casarmos, nosso relacionamento começou a se arruinar. Eu não podia entender como alguém que tinha sido tão atencioso podia ignorar minhas necessidades, ou ser tão “consistentemente inconsistente” para ajudar em casa. Ele estava igualmente confuso e desconfortável. Como podia uma mulher que ele havia desposado, que parecia tão atraente e otimista, transformar-se em um dragão soltando fogo pelas ventas que não podia dar um folga a ele e não deixá-lo sozinho?
Após dez anos pensamos em nos divorciar. Estávamos com raiva, frustrados, desconectados e infelizes. Eu estava clinicamente deprimida. Ficávamos juntos somente por nossa vontade de criar bem nossos filhos e por um sentimento, lá dentro, de que devíamos ser capazes de fazer o melhor. Nessa época, nossa filha, com 9 anos, foi diagnosticada como portadora de TDA/TDAH e uma dificuldade de aprendizagem. Ao mesmo tempo, meu marido também foi diagnosticado como portador de TDA/TDAH.

Aprendendo a Tratar e Controlar o TDA/TDAH Para Evitar os Problemas de Relacionamento.
Descobrir que um ou ambos os parceiros têm TDA/TDAH é só o começo. A medicação é um modo eficiente de começar o tratamento, mas as mudanças de comportamento precisam ser feitas. O que você faz após começar o tratamento é crucial para seu relacionamento.

Se a incapacidade de dar andamento às tarefas o torna não confiável aos olhos do seu parceiro, use o sistema de lembretes do seu smartfone ou outro plano de organização para ter as tarefas terminadas. Treinamento e terapia cognitiva comportamental também podem ajudar.
Entenda que tais mudanças devem ser voluntárias. Não importa quanto um parceiro não TDAH queira, ele não pode forçar o outro a tornar-se organizado e mais atento. Ambos precisam mudar. Geralmente, um parceiro TDA/TDAH adota um sistema que funciona bem para ele, mas que parece ineficaz ou estranho para seu parceiro não TDAH. Suas críticas e sugestões sobre o modo de fazê-lo acabam por desmoralizá-lo. Eu e meu marido aprendemos isso do modo mais difícil, principalmente à custa dele, porque eu continuei tentando forçá-lo a fazer as coisa de um jeito diferente. Quanto mais eu insistia, mais ele resistia, e o relacionamento se tornava pior. Parece familiar?

Redescobrir o romance e a alegria em seu relacionamento, de novo, após anos de sofrimento é uma jornada. Cada parceiro trabalha para mudar as alterações que o TDA/TDAH introduziu em suas vidas. Eles trabalham em sistemas e tratamentos para gerenciar os sintomas do TDA/TDAH. E, um dia, cada um verá que coisas boas sobre seu parceiro será o que mais aparecerá.
As recompensas valem a pena. Meu marido e eu saímos do descontrole para a felicidade. Prosperamos em nossas carreiras e nosso relacionamento está mais forte agora do que nunca. Os sintomas de TDA/TDAH do meu marido estão sob controle e eu entendo e louvo o esforço que ele faz. Reconhecemos e aceitamos – e damos risadas – as nossas falhas, e nos alegramos com as virtudes de cada um de nós.

Você também pode fazer isso. Você pode deixar para trás a infelicidade e criar algo melhor, se reconhecer como o TDA/TDAH afeta seu relacionamento e se fizer os ajustes em suas atitudes e comportamentos.
ADDitude

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

244- TDAH Adulto - Hiperfoco ao fazer amor?


Como manter a minha mente TDAH envolvida com o romance na cama, quando milhões de pensamentos se entremeiam? Posso aprender a hiperfocalizar no ato de fazer amor para melhorar minha vida sexual? Se for assim, o que você sugere? Por Melissa Orlov

Em primeiro lugar, conte ao seu parceiro que ser desatento é um sintoma do TDAH e não o reflexo do seu desejo sexual. Em segundo lugar, entenda que a maioria das pessoas com TDAH não consegue entrar em hiperfoco de uma hora para outra.
As estratégias seguintes, entretanto, poderão ajudar os adultos com TDAH a melhorar sua vida sexual:

Fale com seu médico sobre as medicações para TDAH que têm efeito curto. Tomar essas medicações meia hora antes de ir fazer sexo poderá “acalmar” seu cérebro por quatro horas.

Comece as carícias preliminares antes de ir para o quarto, enviando a seu parceiro notas românticas e e-mails provocantes, mandando-lhe flores, e tomando um banho de chuveiro juntos. Essas atividades estimulantes poderão focalizar sua mente quando finalmente vocês se unirem.

Ponha música suave para tocar, para relaxar sua mente veloz.

Varie suas formas de fazer sexo, para que isso não se torne uma rotina. Tente novas posições e faça amor em novos ambientes. Utilizar jogos sexuais e apetrechos sexuais também poderá estimular seu interesse no romance.

Se for possível, exercite-se antes. Muitos estudos mostram que a atividade física aeróbica ajuda a focalizar o cérebro. (Lembre-se de tomar um banho e de se refrescar antes de pular na cama!)

Avante!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

243- Você tem TDAH Adulto – Eis Aqui a Ajuda!



Acabou de receber o diagnóstico de TDA do adulto? Eis aqui os próximos passos para obter ajuda e tratamento para o TDAH. Por Maureen Connolly.

As pesquisas mostram que o transtorno de déficit de atenção do adulto é tratado com sucesso por uma combinação de medicamento e terapia comportamental. Porém, nem todos os adultos diagnosticados com o déficit de atenção aceitam ajuda e procuram tratamento. Muitos veem seus traços relacionados ao TDA, de criatividade, capacidade de multitarefa e energia empreendedora, como apropriados ao que eles são e ligados ao seu sucesso na vida.

“As pessoas acham que o tratamento do TDAH mudará seu modo de trabalhar e como os outros as veem – e têm medo das mudanças que poderão acontecer consigo mesmas”, diz Dr. David Fassler, professor associado de psicologia clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Vermont, em Burlington, USA.

Como nos contou o fundador da companhia Jet Blue Airways e pensador livre David Neeleman, em nossa última edição de ADDitude, “Se alguém me dissesse que eu poderia ser normal ou continuar a ter meu TDA adulto, eu preferiria continuar com o TDA.”

Assim como aconteceu para milhares de americanos que vivenciaram esta situação neste anos, um diagnóstico de TDA no adulto raramente chega como uma completa surpresa, e geralmente traz um misto de emoções. Misto, porque muitos sabem que o TDA não é só problemas. Chamada de “condição maravilhosa” pelo especialista Dr. Ned Hallowell, ele próprio portador de TDA, ela produz pensadores originais, criativos, cheios de energia, alguns dos quais são grandes empreendedores dos nossos dias.
(Nota do tradutor: Dr Russel Barkley diz que isso não é por causa do TDAH, e sim porque eles são portadores de inteligência muito acima da média. Para ele, Dr. Barkley, o TDAH não é uma benção, mas uma sina. Dr. Menegucci)

Ao mesmo tempo, muitos adultos com TDA sabem que terão mais dificuldades do que os outros com organização, foco e produtividade. “Tanto quanto posso me lembrar, sempre me senti fora de compasso com a sociedade”, diz Debora Brooks, de 48 anos, consultora de negócios em Portland e mãe de três filhos, que foi diagnosticada em fevereiro de 2004. “Eu não sabia que havia um nome para isso”.

Os que são diagnosticados geralmente sentem um alívio por saber por que são o que são, mas isso pode ser manchado pelo remorso pelas lutas passadas, e pelo que poderia ter sido se eles tivessem sido diagnosticados mais cedo em suas vidas.

“Amo meus pais”, diz Thomas Snodgrass, de 23 anos, de Forest Hill, Maryland, que foi diagnosticado com TDAH em 2004. “Mas fiquei indignado por eles não terem visto os sinais do meu TDAH quando eu era criança”.

Hoje, ele se lembra dos anos escolares cheios de angústia por causa de sua incapacidade de prestar atenção. “Eu ficava na classe mais avançada, mas tinha as notas mais baixas”, diz. Os professores lhe diziam repetidas vezes que ele não estava utilizando todo o seu potencial.

De fato, é o diagnóstico de uma criança que geralmente leva um pai a ser testado para o TDAH. Um pai pode ver seu filho amado, ou filha, a ter dificuldades na escola de um jeito que lhe faz lembrar-se dos próprios anos escolares. Se o seu filho for diagnosticado com TDA, o pai saberá provavelmente que o transtorno é hereditário, com 40% de probabilidade de que um ou os dois pais também tenha o TDA. Sua própria dificuldade com a atenção, organização e esquecimentos poderá leva-lo ao desejo de ser avaliado também.

Outros adultos recentemente diagnosticados dom TDA podem estar carregando um peso ainda maior. “A pesquisa mostra que adultos com TDAH são mais susceptíveis do que adultos sem TDAH a ter repetições de anos escolares, a ganhar menos dinheiro, a fumar, e a depender de álcool e de drogas”, diz o Dr. Lenard Adler, professor associado de psiquiatria e neurologia e diretor do programa TDAH adulto da Universidade de Nova Iorque. De fato, um diagnóstico de TDAH adulto às vezes ocorre quando uma pessoa está fazendo avaliação psicológica para determinar as causas de uma depressão continuada, um casamento fracassado ou problemas no trabalho.

Mesmo se não há áreas com grandes problemas em sua vida, um diagnóstico de TDAH pode tirar o equilíbrio de um adulto, porque a condição na vida adulta ainda é pouco conhecida. Especialistas estimam que cerca de 80% dos adultos com o transtorno – cerca de 5 milhões de pessoas – não foram oficialmente diagnosticados, principalmente porque o TDAH não era visto como uma condição que persiste na vida adulta até 20 anos atrás. “Os médicos costumavam pensar que o TDAH afetasse somente crianças”, explica Dr. Adler. “Mas agora sabemos que, embora a hiperatividade desapareça, os sintomas de desatenção e impulsividade continuam pela vida adulta”.

Diz Debra Brooks: “Embora meu diagnóstico fizesse sentido, eu não podia ou não queria acreditar nele. Perguntava a todo mundo – meu marido, meus filhos e amigos – se eles achavam que eu tinha TDAH. Todos eles diziam que sim. Ficava assustada sabendo que todos tinha alguma suspeita a meu respeito”.

ADDitude, fevereiro/março 2005

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

242- TDAH - Tratar a escola, a criança, o médico ou a sociedade?


A que ponto chegamos. Que o TDAH é real, não resta a menor dúvida científica. Que o tratamento medicamentoso pode mudar a vida dos portadores, é outra evidência científica, mais que comprovada. O papel da escola é fundamental no sucesso ou fracasso dos portadores de TDAH. Para ajudar nas notas, nos Estados Unidos, médicos dão remédio para quem não tem déficit de atenção. E a escola, quando, afinal, vamos tratar dela? (Dr. Menegucci)

Canton, Geórgia, USA – Quando o Dr. Michael Anderson fica sabendo de pacientes de baixa renda sofrendo no ensino fundamental, ele costuma lhes dar um remédio poderoso: Adderall.

A medicação estimula a concentração e o controle de impulso em crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Embora TDAH seja o diagnóstico invocado por Anderson, ele considera o transtorno uma 'invenção' e 'uma desculpa' para prescrever o remédio para tratar o que considera ser a verdadeira doença da criança: baixo desempenho acadêmico em escolas inadequadas.
'Não me resta muita escolha', disse Anderson, pediatra de muitas famílias pobres no condado de Cherokee, a norte de Atlanta, durante entrevista. 'Enquanto sociedade, nós decidimos que é caro demais modificar o ambiente da criança. Assim, temos de modificar a criança.'

Anderson é um dos defensores mais desembaraçados de uma ideia a ganhar interesse entre alguns médicos. Eles prescrevem estimulantes para alunos problemáticos em escolas sem recursos extras, não para necessariamente tratar do TDAH e, sim, incentivar o desempenho escolar.

Ainda não está claro se Anderson representa uma tendência ampla. Porém, especialistas observam que enquanto alunos endinheirados abusam de estimulantes para aumentar notas boas em faculdades e no ensino médio, as medicações são empregadas em alunos de baixa renda da escola primária com notas sofríveis e pais interessados em ver seu progresso.

'Enquanto sociedade, nós não estamos dispostos a investir em intervenções não farmacêuticas eficientes para essas crianças e suas famílias', disse Ramesh Raghavan, pesquisador de serviços de saúde mental infantil na Universidade Washington em St. Louis, Missouri, e especialista em prescrição de remédios para crianças de baixa renda. 'Com efeito, estamos forçando os psiquiatras de pequenas comunidades a empregar a única ferramenta à sua disposição, ou seja, a medicação psicotrópica.

A Dra. Nancy Rappaport, psiquiatra infantil de Cambridge, Massachusetts, que trabalha principalmente com crianças de baixa renda e suas escolas, acrescentou: 'Isso está se tornando cada vez mais comum. Estamos usando camisas de força químicas em vez de investir em coisas igualmente importantes e, por vezes, mais'.

Segundo Anderson, seu instinto é o do 'pensador da justiça social' que está 'igualando um pouco os pratos da balança'. De acordo com ele, as crianças que vê com problemas acadêmicos estão em 'divergência com o ambiente' – são pinos quadrados tentando entrar nos buracos redondos da educação pública. Para Anderson, como as famílias raramente podem pagar por terapias baseadas em comportamento, como aulas particulares e orientação familiar, a medicação se torna a maneira mais segura e pragmática para redirecionar o estudante rumo ao sucesso.

'Eu não dou para quem tira nota alta', ele explicou. Para alguns pais, o remédio propicia um grande conforto. Jacqueline Williams afirmou não ter como agradecer Anderson o bastante por diagnosticar o TDAH nos filhos – Eric, 15 anos, Chekiara, 14, e Shamya, 11 – e prescrever Concerta, estimulante de ação prolongada, para todos. Segundo a mãe, todos eles tinham problemas para ouvir as instruções e se concentrar na lição de casa.

'Meus filhos não querem tomar, mas eu explico quais são as notas com e sem o remédio, e eles entendem', declarou Williams, salientando que o plano de saúde cobre quase todos os custos com o médico e a medicação.

Especialistas veem poucos problemas num médico responsável utilizar Ritalina ou assemelhados para ajudar um aluno com dificuldades. Outros – até mesmo entre os muitos como Rappaport que elogiam o uso de estimulantes como tratamento para o TDAH clássico – temem que os médicos estejam expondo as crianças a riscos físicos e psicológicos injustificados. Entre os efeitos colaterais relatados da medicação estão supressão do crescimento, aumento da pressão sanguínea e, em casos raros, episódios psicóticos.

De acordo com diretrizes publicadas ano passado pela Academia Americana de Pediatria, os médicos devem empregar uma entre as várias escalas de classificação de comportamento, algumas das quais contam com dezenas de categorias, para garantir que a criança não apenas se adéqua aos critérios do TDAH como também não tem problemas relacionados, como dislexia ou transtorno desafiador opositivo, no qual uma raiva intensa é direcionada contra autoridades. Contudo, um estudo, de 2010, do 'Journal of Attention Disorders' sugeriu que pelo menos 20 por cento dos médicos afirmaram não seguir esse protocolo ao produzir o diagnóstico de TDAH e muitos deles seguem os instintos.

No balcão da cozinha da família Rocafort, em Ball Ground, Geórgia, ao lado do creme de amendoim e da canja de galinha, existe uma cesta de arame lotada com frascos dos remédios dos filhos receitados por Anderson: Adderall para Alexis, 12 anos, e Ethan, nove, Risperdal (antipsicótico para estabilização do humor) para Quintn e Perry, ambos com 11, e Clonidine (auxiliar do sono para neutralizar os outros remédios) para os quatro, tomado à noite.

Quintn começou a tomar Adderall para TDAH há quase cinco anos, quando o comportamento contestador levou a convocações dos pais e a suspensões. Ele se aquietou de imediato e se tornou um aluno mais atento e sério; um pouquinho como Perry, que também ingeriu Adderall para TDAH.
Quando teve início o turbilhão químico da puberdade, ao redor dos dez anos, Quintn começou a brigar na escola porque, afirmava, outras crianças ofendiam a mãe. Contudo, não era esse o caso; ele estava vendo pessoas e ouvindo vozes irreais, um raro, mas conhecido efeito colateral do Adderall. Depois de Quintn admitir intenções suicidas, Anderson prescreveu uma semana num hospital psiquiátrico local e a adoção de Risperdal.

Enquanto narravam a história, os pais convocaram Quintn à cozinha e lhe pediram para explicar por que tomava Adderall.
'Para ajudar a me concentrar na escola, na lição de casa, a ouvir mamãe e papai e não deixar meus professores loucos de raiva, como antes', contou o menino. Ele descreveu a semana no hospital e os efeitos do Risperdal: 'Se não tomasse meu remédio, eu me comportaria mal. Eu não respeitaria meus pais, não seria como agora'.

Apesar da experiência de Quintn com Adderall, os pais decidiram utilizá-lo com a filha, Alexis, e o filho, Ethan. Eles não têm TDAH, afirmam os pais. O Adderall é utilizado apenas para ajudar em suas notas e por que Alexis era, segundo as palavras do pai, 'meio cheia de onda'.

'Nós vimos os dois lados do espectro, o positivo e o negativo', afirmou Rocky Rocafort, o pai. Reconhecendo que o uso de Adderall por Alexis é 'cosmético', ele acrescentou: 'Se eles estão se sentindo bem, felizes, se relacionam melhor e o remédio os está ajudando, por que não dar? Por que não?'

Anderson afirmou que todos os pacientes tratados com medicação para TDAH se encaixam na qualificação. Entretanto, ele também criticou os critérios, dizendo terem sido codificados para 'tornar objetivo algo completamente subjetivo'. Ainda segundo o médico, o relatório do professor quase sempre cita comportamentos justificando o diagnóstico, decisão para ele mais econômica do que médica.

'A escola disse acatar outras ideias se fosse possível', disse Anderson. 'Porém, as outras ideias exigem mais dinheiro e recursos do que a medicação. '

Anderson citou a escola primária William G. Hasty, em Canton, como uma com a qual costuma trabalhar. Izell McGruder, diretor da escola, não retornou vários recados pedindo comentários.

Diversos educadores contatados para esta reportagem consideravam o assunto do TDAH muito polêmico – o diagnóstico podia ser errôneo, mas para muitas crianças é uma deficiência séria de aprendizado – e preferiram não tecer comentários. O superintendente de uma grande delegacia de ensino na Califórnia, falando sob a condição de anonimato, observou que os casos de TDAH subiram abruptamente com a queda das verbas escolares.

'É assustador pensar que terminamos assim, e como o fato de não dedicar verba suficiente à educação pública para atender as necessidades de todas as crianças terminou nisto', afirmou o superintendente, referindo-se ao emprego de estimulantes em crianças sem o TDAH clássico.

'Eu não sei não, mas poderia estar ocorrendo aqui, talvez em consequência do fato de um médico ver uma criança fracassando numa sala superlotada, com outros 42 estudantes, e os pais frustrados perguntando como poderiam ajudar. O médico afirma: 'Talvez seja TDAH, vamos tentar por aí'.

The New York Times News Service

241- TDAH na Mulher - "Velha Destrambelhada"



Diagnóstico tardio é dureza. Muitas mulheres com TDAH nem sabem que são portadoras até atingir seus 30 ou 40 anos. Mas nunca é muito tarde para uma vida bem aproveitada. Zoe Kessler, uma adulta com TDAH, por exemplo, está tirando proveito de sua vida após o diagnóstico.

“Antes do meu recente diagnóstico, o déficit de atenção fazia eu me sentir insegura e inepta. Mas, finalmente me descobri – estou vivendo a vida adulta do jeito certo.” Por Zoe Kessler

Ser diagnosticada com TDAH aos 47 anos significa ter um monte de coisas para corrigir. Recentemente, tentei me colocar no papel de garota crescida, quando sai para comprar minha primeira casa própria que não vinha com cavalinhos de miniatura nem com Barbies de cabelos cheios de bobs.
Estar repentinamente em meio à terra estranha do mundo da corretagem me deixou um pouco insegura. Viver com o TDAH não diagnosticado me treinou para me sentir inepta. Em situações importantes, nunca esperei que me levassem a sério. Sempre tinha medo de que todos ficassem me criticando pelas costas.

O medo estava todo na minha mente. O advogado e o corretor ficaram admirados com as perguntas que eu fiz. Finalmente, aqui estavam pessoas que não achavam incomodativo meu excesso de perguntas. Embora tivesse encontrado a casa dos meus sonhos, pedi conselhos ao meu corretor e visitei várias outras casas para me certificar. Isso não é pouca coisa para alguém com impulsividade.

O corretor disse, “Quase ninguém procura o suficiente antes de comprar”.

Surpresa de me sentir tão bem no papel de gente grande, tentei minimizar o cumprimento do meu corretor dizendo, “Isso é porque eles têm mais dinheiro do que eu para gastar”. Agora percebo que eu estava tão desconfortável com o elogio que diminui seu cumprimento.

Não vou fazer isso outra vez. É bom ter um jeito que costumava criar exasperação transformado em uma luz positiva.

Ainda é difícil me sentir como uma adulta já formada porque estou fazendo tantas coisas pela primeira vez em minha vida. Mas me sinto bem porque as estou fazendo direito.

Este artigo foi publicado no número de inverno/2012 de ADDitude

domingo, 18 de novembro de 2012

240- Mulheres e Meninas TDAH - A Desvantagem do Sexo (Parte II)


Por Maureen Connolly

Outra razão porque as meninas ficam sem diagnóstico por tanto tempo tem a ver com o modo diferente como cada sexo enfrenta a escola. A Dra. Quinn dá um exemplo: “Um menino e uma menina com TDAH recebem um trabalho de longo prazo. Cada um deixa o trabalho por fazer durante semanas. Então, na noite anterior à entrega do trabalho, cada um se lembra do prazo. Em vez de tentar fazer o trabalho, o menino resolve assistir vários episódios de um seriado na TV. Por sua vez, a menina se apavora e tenta fazer um trabalho perfeito durante a noite. (Perfeccionismo é outro comportamento comum nas meninas com TDAH). Ela pede a ajuda de sua mãe e ficam acordadas até a madrugada para terminar a tarefa. Quando ela entrega o trabalho pela manhã, a professora não tem nenhuma pista de que ele foi feito no último minuto.”
As meninas parecem ser levadas a fazer sua tarefa escolar porque nossa cultura as encoraja a serem socialmente mais conscientes.
Elas querem agradar mais do que os meninos, e se espera que elas sejam bem sucedidas na escola.
Como as notas desde o jardim de infância até o nono ano não são tão desafiadoras quanto as dos graus superiores, uma menina com TDAH não diagnosticado pode se sair bem na escola elementar – e então fracassar. “Na escola média e no colegial, as exigências sobre a atenção são maiores para os alunos, de modo que ela não consegue sucesso trabalhando com 50% de eficiência”, diz o doutor Andrew Adesman, diretor da divisão de transtornos do comportamento e do desenvolvimento do Schider´s Children´s Hospital, em New Hyde Park, Nova Iorque, e membro do National Board de diretores do CHADD. “E porque as crianças no ensino fundamental e médio frequentemente mudam de classes, os professores não têm tempo para conhecê-las e para identificar problemas.”

Algumas meninas também compensam o problema por meio do desenvolvimento de estratégias que mascaram seu TDAH. Como foi mencionado anteriormente, pode ser o perfeccionismo. Por exemplo, uma menina pode gastar horas tomando notas em cada capítulo que será testada ou para obter uma boa nota. Ou pode tornar-se obsessivo-compulsiva, checando e revendo seu material para ter certeza que tem tudo o que precisa.
As diferenças de sexo no TDAH também se mostram em classe. A pesquisa revela que as meninas com TDAH podem ser rejeitadas mais frequentemente por suas colegas do que os meninos. A razão é que, comparadas aos meninos, as amizades das meninas requerem maior sofisticação e maior manutenção. “Dois meninos podem se encontrar no pátio e começar a cavar um buraco até a China com suas pás, e em instantes são amigos. A amizade entre as meninas é mais complexa, mesmo nas idades mais baixas. Ela exige afetividade e a percepção das dicas sociais”, diz a Dra. Quinn.

Com tendências à impulsividade, hiperatividade e esquecimentos, pode ser difícil ficar de boca fechada, não interromper constantemente, ou lembrar-se do aniversário do melhor amigo. E quando todos no grupo estão admirando os brincos novos da Jéssica e a menina com TDAH fala alguma coisa totalmente sem nexo, as outras meninas olham para ela e se perguntam de onde que ela vem. Esse tipo de dificuldade social torna difícil para uma menina sentir-se bem consigo mesma e manter relacionamentos.
Infelizmente, esses sinais geralmente não são suficientes para suspeitar de TDAH. No caso de Danielle Cardali, de 14 anos de idade, de North Babylon, Nova Iorque, foram necessárias duas avaliações até que sua professora e seus pais percebessem por que suas notas eram tão baixas. Sendo classificada com TDAH na quarta série, ela foi submetida a reforço em sala de recursos por 45 minutos por dia, com uma professora somente para ela. Mas a melhora real somente aconteceu na sétima série, quando ela foi medicada com Strattera e Concerta. “Depois do primeiro trimestre com a medicação, eu consegui notas C altas e B baixas”, diz Cardali. “Parecia ter um melhor entendimento do que acontecia em classe”.

Em alguns casos, um pai tropeçará no TDAH depois que uma dificuldade de aprendizado for descoberta. (Eles frequentemente coexistem, daí ser importante quando avaliar um deles, avaliar também o outro.) Esse foi o caso com Allison Isidore, de 7 anos, de Montclair, Nova Iorque. Sua mãe, Liz Birge, teve a oportunidade de ver sua filha em atividade na sala de aula por 45 minutos, uma vez por semana, quando ela se ofereceu voluntariamente para ajudar em treinamento de escrita. Liz descobriu que sua filha estava apresentando muita dificuldade para ligar os sons às letras e que não tinha nenhum interesse em tentar escrever. Testes revelaram que Allison tinha uma dificuldade de aprendizagem e TDAH.
Obtendo Ajuda
Se os pais suspeitam que sua filha tenha TDAH (ou uma dificuldade de aprendizagem), as doutoras Quinn e Wigal aconselham a não esperar, mesmo se os professores não tenha se preocupado. Como dito anteriormente, os professores geralmente procuram hiperatividade, desorganização ou esquecimentos como os sinais do TDAH, antes de recomendar uma avaliação. Mas, o modo como o TDAH geralmente se manifesta nas meninas – falar excessivo, baixa autoestima, preocupação, perfeccionismo, assumir riscos, e ser barulhenta – raramente é visto como tal.

O pediatra de sua filha poderá fazer uma avaliação (se a sua filha for adolescente, primeiro procure um médico que se sinta bem lidando com adolescentes). Certifique-se de que o médico dela obtenha uma história médica completa (incluindo a história da família, por causa da grande herdabilidade do TDAH). O médico deve também trabalhar em conjunto com a escola de sua filha para obter mais informação sobre os comportamentos dela. “E, como adolescentes são uma grande fonte de informação sobre sua própria experiência, encoraje um adolescente a falar diretamente com seu médico”, aconselha Dra. Wigal.
Por fim, para uma menina que sofre de TDAH, um diagnóstico oficial pode ser boa notícia. “Todos acham que um diagnóstico de TDAH seja um estigma”, diz a doutora Quinn. “De fato, 56% das meninas em nossa pesquisa disseram que se sentiam melhor depois de, finalmente, terem um nome para o que sentiam. Somente 15% disseram que se sentiram pior. Para a maioria, foi um alívio descobrir que elas não eram preguiçosas, loucas ou burras”.

Mais boas notícias: Pais de meninas diagnosticadas com TDAH têm mais probabilidade de procurar tratamento do que os pais de meninos diagnosticados com TDAH, porque apenas os casos mais graves são diagnosticados nelas. “As meninas podem ter uma pequena vantagem sobre os meninos em um aspecto”, escreveram as doutoras Quinn e Wigal em seu trabalho. “Uma vez suspeitas de terem o TDAH, seus pais tendem a ser mais desejosos de procurar ajuda médica”. E isso é um bom presságio para elas.
Maureen Connolly, ADDitude, 2010

sábado, 17 de novembro de 2012

239- Mulheres e Meninas TDAH - Diagnóstico Tardio, Pouco Tratamento. (parte I)


Muito frequentemente, mulheres e meninas ficam sem diagnóstico e sem tratamento. Aprenda como reconhecer os sintomas e peça ajuda. Por Maureen Connoly
Andrea Burns, de vinte e oito anos de idade, preenche perfeitamente o perfil de mulher com TDA. Ela foi oficialmente diagnosticada com transtorno de déficit de atenção apenas quando entrou na Indiana University, em Bloomington, embora apresentasse os sinais óbvios do TDAH já no ensino médio.
Depois que um conselheiro acadêmico submeteu-a a um questionário de triagem para avaliar seus comportamentos de aprendizagem e suas conquistas acadêmicas (LASSI – Learning and Studies Strategy Inventory), os resultados indicaram o que ela e sua família já suspeitavam há tempos.
As coisas tiveram que ficar muito ruins – Burns esteve a ponto de fracassar – até que ela fosse submetida ao teste. “No ensino médio, eu tinha um tutor que me ajudava com diversos assuntos, mas, quando entrei na faculdade, queriam que eu fizesse tudo por minha conta. Eu estudava o tempo todo, mas ia mal nas provas porque eu tinha um branco”, diz Burns. “E eu tentava escutar nas aulas, mas tinha dificuldade de me concentrar e de prestar atenção no que o professor falava. Anotava um monte de coisas, mas quando as revisava, não fazia sentido o que eu tinha escrito”, diz a gerente de comunicação, agora em seu ano de estreia.
Depois do diagnóstico de TDAH do tipo desatento, Burns recebeu receita de medicação. Ela percebeu imediatamente os resultados: “Finalmente fui capaz de prestar atenção durante uma aula e a tomar notas de modo correto, o que me ajudou a melhorar minha pontuação. Pela primeira vez, me senti controlada em classe”.
Burns se sente aliviada por ter identificado a causa do seu fraco desempenho escolar, e feliz por ser capaz de tratá-la. Mas não é bom que ela, como muitas outras meninas, tenha sofrido por uma década ou mais com um transtorno não tratado, que podia impactar tão negativamente e de várias maneiras a sua vida. Por que as meninas são diagnosticadas tão mais tarde do que os meninos, se é que são? E o que os professores, pediatras e os pais precisam fazer para mudar isso?
Uma das principais razões por que as meninas são tão negligenciadas é que elas mostram a hiperatividade de um jeito diferente dos meninos, de acordo com Patrícia Quinn, M.D., diretora do National Center for Gender Issues and TDAH, em Washington, D.C. “Em classe, um menino pode sempre dizer as respostas de modo impulsivo ou mexer constantemente seus pés, enquanto uma menina pode demonstrar a hiperatividade falando sem parar”, ela diz. Uma menina que fala o tempo todo frequentemente é vista pelo professor como uma tagarela, não como hiperativa ou problemática – e, assim, tem menor probabilidade de ser encaminhada para uma avaliação.
Outra razão pela qual o TDAH frequentemente é negligenciado nas meninas é que elas têm maior probabilidade do que os meninos de sofrer do TDAH tipo desatento. Os sintomas desse subtipo (que incluem fraca atenção a detalhes, curto tempo de atenção, esquecimentos, distração e falha em terminar tarefas indicadas) tendem a ser menos perturbadores e menos evidentes do que os do TDAH tipo hiperativo.
Falando de modo mais simples, um menino (hiperativo) que repetidamente faz bagunça em sua carteira será notado antes do que uma menina (desatenta) que mexe em seu cabelo enquanto olha pela janela. “Creio que fui ignorada por tanto tempo porque não demonstrava a hiperatividade do jeito que meus dois irmãos com TDAH exibem”, diz Burns.
Percepção pelas pessoas
Não constitui surpresa que uma pesquisa nacional online recente (Harris Interactive) confirme que, com relação ao TDAH, as meninas têm sido intensamente ignoradas. Dra. Quinn e Sharon Wigal, Ph. D., professora associada de clínica pediátrica na Universidade da Califórnia, em Irvine, avaliaram 3.234 pessoas, incluindo membros da população em geral (adultos sem TDAH cujas crianças não tinham o transtorno), pais de crianças com o transtorno, professores, e adolescentes com TDAH, de 12 a 17 anos de idade. Entre os avaliados, 85% dos professores e mais da metade dos pais e das pessoas em geral acreditavam que as meninas com TDAH eram mais propensas a ficar sem diagnóstico. Eles disseram que as meninas têm mais probabilidade de “sofrer silenciosamente” ou de apresentar menos sintomas. Quatro professores em dez relataram mais dificuldade em reconhecer os sintomas nas meninas do que nos meninos.
Os pais e professores avaliados disseram também que, entre as crianças com TDAH, os meninos têm mais probabilidade que as meninas de exibir problemas de comportamento, enquanto as meninas são mais frequentemente desatentas ou deprimidas. As doutoras Quinn e Wigal disseram que essas diferenças fazem com que algumas meninas com TDAH escapem do diagnóstico. “O fracasso em reconhecer os sintomas do TDAH nas meninas provavelmente resulta em significativa falta de tratamento”, elas escreveram. “... não é um transtorno banal para as meninas, e elas precisam de tratamento profissional como os meninos”.
O preço que as meninas pagam
Outra descoberta da pesquisa de Harris: Meninas sofrem mais efeitos negativos do seu TDAH do que os meninos. A pesquisa demonstrou que as meninas têm mais chance do que os meninos de serem obrigadas a repetir o  ano por causa de fraco desempenho escolar. Quando um menino tem dificuldades, ele tem mais chance de ser avaliado para o TDAH ou para uma dificuldade de aprendizagem  (e de ser diagnosticado) do que repetir o ano. Mas um professor que observa uma estudante desorganizada – uma que não consegue planejar o futuro, terminar as tarefas em tempo, etc. – acredita que ela será beneficiada por repetir o ano. “Um ano mais tarde, a menina não estará melhor porque ainda não descobriu a causa dos seus problemas”, diz a Dra. Quinn.
A autoestima das meninas com TDAH também parece sem mais comprometida do que a dos meninos com TDAH (o que pode explicar porque a pesquisa descobriu que as meninas são três vezes mais propensas a relatar o uso de antidepressivos antes de serem diagnosticadas). Não é surpreendente, então, que o transtorno cause um prejuízo na saúde mental e geral das meninas. De acordo com a Dra. Quinn, as meninas com TDAH tendem a ter mais transtornos de humor, ansiedade e problemas de autoestima do que as meninas não TDAH. “Elas podem conseguir uma nota dez num trabalho, mas, porque tiveram de trabalhar três vezes mais para conseguir isso, elas se veem a si mesmas não tão inteligentes como as outras pessoas”, diz a Dra. Quinn.

Este artigo foi publicado no número de agosto/setembro de 2004 de ADDitude.

sábado, 10 de novembro de 2012

238- Controle da Raiva Para Crianças com TDAH


Conselho do especialista em TDAH, Dr. Ned Hallowell, para ensinar crianças e adolescentes com TDAH e cheios de raiva a expressar suas frustrações e a prevenir suas explosões violentas. Por Edward Hallowell, M.D.

As explosões raivosas do seu filho com TDAH, por causa das tarefas de casa, de ter de fazer amizades, de sua família, do mundo, estão tinindo em seus ouvidos? Ter discussões e gritar tira o seu sono, perguntando-se: de onde vem toda essa raiva, e como posso ajuda-lo a lidar com ela? Eis aqui duas estratégias que funcionam.
O remédio natural é o exercício. A atividade física desliga a mente do seu filho das causas de sua raiva, ao mesmo tempo em que aumenta os neurotransmissores no cérebro que mantêm o bem estar. Seu pavio já não é tão curto logo após você ter suado bastante. Praticar um jogo de equipe ou ter aulas de artes marciais ou de boxe oferece um benefício adicional: uma criança pode se ligar a um novo modelo de conduta – seu treinador ou sensei.
Muito menos comentado é sobre ensinar uma criança a usar as palavras para controlar a raiva. A linguagem tem um papel crucial no controle da raiva. Quando você usa as palavras, você tem de pensar no que está sentindo em vez de bater. Em resumo, as palavras forçam uma criança a se controlar e pensar melhor nas coisas. As crianças que têm dificuldades com a linguagem agem mais impulsiva e raivosamente do que as que podem explicar como se sentem.
ADDitude - Outono de 2010

237- Sete Hábitos Úteis Para os Portadores de TDA.


Todo adulto com TDA tem talentos especiais. O segredo é descobri-los e usá-los para atingir metas importantes. Por Edward Hallowell, M.D.

Você às vezes fica preocupado em ser prejudicado pelo TDA? Não precisa. Todos têm interesses e habilidades especiais que podem ajudar a atingir seus objetivos. A chave é identificar esses talentos e paixões geralmente escondidos e pô-los a trabalhar.

Em mais de duas décadas como psiquiatra, conheci inúmeras pessoas que conseguiram se realizar apesar – e geralmente por causa – do seu TDA. Penso em pessoas como meu amigo R. L., que usou um dom para a conversa e uma habilidade para permanecer calmo em ambientes caóticos, para conquistar uma dinâmica carreira como âncora de televisão.

Naturalmente, encontrei muitos portadores de TDA cujas carreiras e relacionamentos pessoais foram destruídos por esse transtorno. O que explica essa diferença de resultados? Por que alguns portadores de TDA fracassam enquanto outros são bem sucedidos? Penso que seja uma questão de hábitos. Isto é, portadores de TDA bem sucedidos tendem a ser os que aprenderam a focalizar em suas potencialidades e que desenvolveram estes bons hábitos:

1. Faça o que você faz bem.

Todos são bons em alguma coisa, e não tão bons em outras. Geralmente é mais produtivo focalizar no aprimoramento de suas potencialidades do que tentar melhorar seus pontos fracos. E quando você precisa fazer alguma coisa em que você não é bom? Trabalhe com membros da família, treinadores ou tutores para encontrar estratégias que o ajudem a se tornar “bom o bastante”.

2. Mantenha-se em contato com seus amigos.

Bons amigos são essenciais para a felicidade. E amigos podem lhe dar uma perspectiva valiosa.

3. Peça conselho.

A vida é dura, mas não há necessidade de vivê-la sozinho. Descubra em quem você confia, e converse com ele com regularidade – e especialmente quando aparecerem os problemas. Ignore os pessimistas e os críticos.

4. Seja suficientemente organizado.

Você não tem de ser totalmente organizado – arquivos perfeitos, nenhuma falha. Isso é muito difícil para os portadores de TDA e, em minha opinião, pura perda de tempo. Você só precisa ser organizado o bastante para que a desorganização não atrapalhe seu caminho.

5. Encontre uma saída para a sua criatividade.

Qual é o seu hobby? Música? Caratê? O meu é escrever. A vida é sempre mais interessante e completa quando me envolvo em um projeto de escrever.

6. Aprenda a delegar.

Se você enfrenta uma tarefa de responsabilidade que você acha particularmente difícil, peça a alguém para fazê-la por você em troca de você fazer algo para ele. E não pense que alguém vai assumir sua tarefa se você não fizer o que tem de ser feito. Peça a ele ou ela para fazer por você. Pedir ajuda é especialmente importante no contexto do casamento; não entender que você está deixando as coisas não tão engraçadas (cuidar da casa, pagar as contas etc.) para seu cônjuge não TDA, invariavelmente vai levar ao ressentimento.

7. Permaneça otimista.

Todos têm um lado escuro e podem se sentir deprimidos ocasionalmente. Mas faça o seu melhor para tomar decisões e viver sua vida com seu lado positivo.

ADDitude abril/maio 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

236- Ajudando os aprendizes TDAH visuais, auditivos e tácteis


Ajudando os aprendizes TDAH visuais, auditivos e tácteis (continuação da 235)

Você sabe o estilo de aprendizagem do seu filho? Ajude seu aluno TDAH a obter sucesso escolar focalizando em métodos de estudo que combine com seu modo de aprender visual, auditivo ou táctil.

Cada criança tem seu próprio estilo de aprendizagem – um modo particular de obter e processar a informação. A maioria dos alunos – especialmente os com TDAH – usam todos os seus cinco sentidos para o aprendizado, mas, frequentemente, favorecem um sentido em relação aos outros.

“Aprendizes visuais” preferem ler ou observar. “Aprendizes auditivos” se dão melhor falando e ouvindo. “Aprendizes tácteis ou sinestésicos” se beneficiam de abordagem do tipo mão na massa.

Descubra como seu filho com TDA aprende melhor para ajuda-lo com criatividade a ser bem sucedido na escola.

Se o seu filho é um aprendiz visual

Faça suas notas de classe e tarefas em letras impressas de vários estilos, cores e tamanhos.

Use cartões (flash cards), desenhos e diagramas para ajuda-lo a estudar para uma prova.

Peça ao professor para dar as tarefas de casa por escrito. Em casa, faça uma lista escrita das instruções, agendas e rotinas.

Utilize jogos de palavras cruzadas, anagramas e outros jogos de palavras.

Se o seu filho é um aprendiz auditivo

- Faça com que ele leia as anotações e o material de estudo gravado como se ele fosse um locutor de esportes ou um disque jóquei. Isso manterá sua atenção quando fizer revisões para uma prova.

- Ajude-o a falar a tabuada ou outros fatos no ritmos de sua música preferida.

- Permita que ele estude com um amigo ou alguns colegas de classe.

- Procure versões de áudio dos livros que ele estiver lendo em classe ou por prazer.

Se o seu filho é um aprendiz táctil ou sinestésico

Providencie blocos, balas de goma ou cartões de jogos para usar no cálculo de problemas matemáticos; peças de soletração ou cereais moldados com o alfabeto para formar as palavras.

Crie experiências de mão na massa – passeios pela natureza, experimentos científicos e assim por diante.

Encene os fatos históricos ou da literatura.

Explore vários materiais e técnicas para as tarefas – colagem, modelagem em argila  etc.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

235- Determinando o estilo de aprendizagem do seu filho – Como maximizar o estilo de aprendizagem do seu filho.


Determinando o estilo de aprendizagem do seu filho – Como maximizar o estilo de aprendizagem do seu filho. Por Karen Sunderhaft.

Você pode já ter identificado o estilo sensorial de aprendizagem do seu filho – se ele é melhor no processamento da informação obtida visualmente, auditivamente ou sinestesicamente (por meio do tato ou do movimento).

Mas, e sobre o estilo cognitivo de aprendizagem dele? Ele mergulha nas particularidades, ou se afasta para uma visão de conjunto? Ele é um aprendiz “global”, que vê a floresta, ou um “analítico”, centrado nas árvores? Determinar como ele aprende permitirá que você apoie suas potencialidades e ensine estratégias que funcionem para ele.

Através de lentes diferentes

Você já ouviu seu filho comentar sobre um filme e se perguntou se ele assistiu ao mesmo filme?

Uma criança que vê o mundo de maneira global tende a “sentir” o filme. Ela prontamente entende o tema e pode dar uma descrição geral do enredo. Mas, provavelmente ela não poderá lembrar-se de detalhes sobre as personagens, o fio da história ou o local. Para essa informação, pergunte ao que aprende de modo analítico. Ele lhe contará a história em grandes detalhes, contará fragmentos dos diálogos e o que as personagens estavam vestindo em cada cena. Quando for solicitado um resumo, entretanto, ele não se sairá tão bem.

A mesma distinção é aparente na maneira como as crianças enfrentam as tarefas. Antes de iniciar um jogo de quebra cabeças de montar, por exemplo, o que aprende de maneira global estuda a figura da caixa em relação ao conteúdo, desenho e cores. Em contraste, o que aprende de modo analítico examina as peças do quebra cabeças e começa a juntá-las antes de olhar a figura.

Em sala de aula

Para se organizar ou para fazer provas, o que aprende de modo analítico tem potencialidades e necessidades diferentes das de uma criança cuja abordagem seja global. Eis aqui o que você deve saber e como poderá ajudar.

O aprendiz analítico:

prefere terminar uma tarefa antes de começar outra.

Elogie-o por um trabalho bem feito e ajude-o a prosseguir mantendo uma escala ou lista de checagem diária.

trabalha melhor sem distrações.

Propicie um local de trabalho silencioso e encoraje-o a escrever as perguntas e a evitar interrupções em sua concentração.

• precisa achar um significado e a relevância do que está aprendendo na escola.

Se o professor não faz essas conexões, tenha uma conversa em casa.

prefira testes de múltipla escolha do tipo verdadeiro/falso.

Crie testes práticos que incluam respostas longas ou dissertações.

O aprendiz global:

precisa ver a grande paisagem antes de se focalizar nos detalhes.

Para ajuda-lo a fazer as duas coisas, especifique os fatos a valorizar antes de começar a leitura. Se ele perde os detalhes durante a leitura, faça-o utilizar um gravador em sala de aula, para que possa escutar novamente.

tende à procrastinação.

Ajude-o a iniciar uma tarefa e fique checando seu progresso. Trabalhar com outra pessoa pode ajuda-lo a se manter atento.

deixa as tarefas sem terminar ou vai logo para a parte criativa.

Providencie uma lista de checagem passo-a-passo para mantê-lo na atividade.

prefere testes que exijam experiências em vez de uma lista de fatos.

Realce os fatos importantes no material de estudo. Ensine a ele estratégias para fazer as provas ou testes, tal como usar o processo de eliminação em testes de múltipla escolha.

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