sexta-feira, 23 de novembro de 2012

246- Nove Maneiras Pelas Quais o TDA/TDAH Afeta os Relacionamentos


Muitos relacionamentos TDA/TDAH são afetados por padrões semelhantes, especialmente quando o transtorno não está sendo bem conduzido. Quando você reconhecer esses padrões, você poderá mudá-los.
Áreas para o parceiro TDA/TDAH trabalhar
1- Namoro Hiperfoco.
O maior choque nos relacionamentos TDA/TDAH acontece com a transição da fase de namoro para o casamento. Tipicamente, uma pessoa com TDA/TDAH hiperfocaliza em seu parceiro nos primeiros estágios do relacionamento. Ele a faz sentir-se o centro do universo. Quando o hiperfoco acaba, o relacionamento muda dramaticamente. O parceiro não TDA/TDAH toma isso como sua culpa. Meu marido parou de hiperfocalizar em mim no dia em que chegamos em casa vindos da lua de mel. De repente, ele tinha sumido – de volta para o trabalho, de volta para sua vida normal. Eu fui deixada para trás. Depois de seis meses de casamento, eu me perguntava se tinha me casado com o homem certo. O parceiro não TDA/TDAH precisa lembrar-se de que a desatenção não é intencional, e encontrar um jeito de perdoar seu companheiro, Sentir-se ignorada é doloroso. Corrija o problema de cara, estabelecendo maneiras de melhorar sua conexão e intimidade, e permitindo-se lamentar a dor que o choque do hiperfoco causou em vocês dois.

2- Andando Em Cima De Ovos.
Brigas, raiva e comportamento rude geralmente acompanham os sintomas do TDA/TDAH não tratado. Um homem com TDA/TDAH não tratado descreveu-o para mim como “ter de adivinhar a resposta de minha parceira a cada coisa que eu faça. Vivo minha vida tentando acolhe-la, porque quero agradá-la, mas na maior parte do tempo ela está simplesmente furiosa”. Mudança de comportamento em ambos os parceiros é crucial para melhorar um relacionamento. Não assuma que a raiva ou a frustração em cada parceiro seja parte do TDA/TDAH. Há boas chances de que vocês possam manter essas coisas sob controle.

3- Acreditar Que o TDA/TDAH Não Tenha Importância.
Alguns casais não acreditam que o TDA/TDAH seja um fator em seu relacionamento. Eles dizem, “Não preciso de tratamento! Gosto de mim do jeito que sou. Você é que não gosta de mim, e tem problemas com seus relacionamentos”. Meu marido negava tudo. A boa notícia para nós foi que, um mês e pouco depois do diagnóstico, ele decidiu que não tinha muito a perder se fizesse um tratamento. Ele descobriu que o tratamento fez uma enorme diferença.

Então, eis aqui o meu conselho para todos os casais que são céticos: Se você não acredita que o transtorno prejudica seu relacionamento, admita que ele prejudique e faça uma avaliação e um tratamento correto. Isso poderá salvar seu relacionamento.
Áreas para o parceiro não TDA/TDAH trabalhar
4- Confundindo os Sintomas.
Você e seu par provavelmente confundem os motivos um do outro e as ações porque vocês pensam que entendem um ao outro. Por exemplo, um parceiro com TDA/TDAH não diagnosticado pode ser distraído, prestando pouca atenção naqueles a quem ama. Isso pode ser interpretado como “ele não se importa” em vez de “ele é distraído”. A resposta á primeira interpretação é sentir-se magoada. A resposta à segunda interpretação é “dar um tempo para cada um”. Tentar saber as suas  diferenças, no contexto do TDA/TDAH, pode esclarecer os mal-entendidos.
5- Guerra Das Tarefas.
Ter um parceiro com TDA/TDAH geralmente resulta em que o parceiro não TDAH assuma quase todo o trabalho de casa. Se a desigual carga de trabalho não for corrigida, o parceiro não TDAH vai ficar ressentido. Trabalhar mais não é a resposta. Os parceiros TDA/TDAH precisam tentar de outro jeito, se estiverem querendo ter sucesso – e os parceiros não TDAH precisam aceitar as maneiras não ortodoxas dos seus companheiros. Deixar roupas limpas na secadora, para que possam ser facilmente achadas na manhã seguinte, pode parecer estranho, mas pode funcionar para o parceiro TDA/TDAH. Ambos os parceiros se beneficiam quando o parceiro não TDA/TDAH admite que sua maneira de fazer as coisas não funciona para o outro.
6- Respostas Impulsivas.

Os sintomas do TDA/TDAH sozinhos não são destruidores de um relacionamento; a resposta de um parceiro aos sintomas, e a reação que ela evoca, sim. Você pode responder ao hábito impulsivo de um parceiro falando coisas por se sentir desrespeitado e revidar. Ou você pode responder mudando seu padrão de diálogo para tornar mais fácil a participação do parceiro TDA/TDAH. Algumas das maneiras de fazer isso incluem falar sentenças curtas e fazer seu parceiro tomar notas para retomar uma ideia mais tarde. Casais que são conscientes desse padrão podem escolher respostas produtivas.
7- Pragueje Agora, Pague Depois.
Se você tem um parceiro TDA/TDAH, provavelmente você falará mal dele. A melhor razão para não fazer isso é que não funciona. Como os problemas do parceiro TDA/TDAH são a distração e os sintomas não tratados, não a sua motivação, praguejar não o ajudará a fazer as coisas. Fará com que o parceiro TDA/TDAH se retraia, aumentando os sentimentos de solidão e de separação, e reforçará a vergonha que ele sente depois de anos de não preencher as expectativas das pessoas. Fazer um parceiro tratar os sintomas do TDA/TDAH, e parar quando perceber que você está praguejando, quebrará esse padrão.

Depende de Vocês Dois
8- O Jogo de Culpar.
Parece o nome de um show de TV. “Por 40 pontos: Quem não retirou o lixo nesta semana?” Não é nenhum jogo. O Jogo de Culpar é corrosivo para o relacionamento. Acontece quando o parceiro não TDAH culpa a falta de confiabilidade do parceiro TDA/TDAH pelos problemas do relacionamento, e o parceiro TDA/TDAH culpa o não TDAH pela raiva – “Se ela se acalmasse tudo ficaria bem!”
Aceitar a validade das queixas do outro parceiro rapidamente alivia um pouco da pressão. Separar sua parceira do comportamento dela permite que o casal ataque o problema, não o indivíduo, pela frente.
9- A Dinâmica Pai-Filho.
O padrão mais destrutivo em um relacionamento TDA/TDAH é quando um parceiro se torna a figura do “pai” responsável e o outro da “criança” irresponsável. Isso é causado pela inconsistência inerente ao TDA/TDAH não tratado. Como o parceiro TDA/TDAH não pode ser confiável, o parceiro não TDAH assume o controle, resultando em raiva e frustração em ambos os parceiros. Fazer o papel de pai de um parceiro nunca é bom. Você pode mudar esse padrão usando estratégias de apoio para o TDA/TDAH, tais como sistemas de lembretes e tratamento medicamentoso. Isso ajuda o parceiro TDA/TDAH a se tornar mais confiável e a ter de volta seu status de “parceiro”.

Extraído de The ADHD Effect on Marriage, por Melissa Orlov

Um comentário:

  1. Excelente esse post !!
    Estou imprimindo para minha namorada !!!

    Foi difícil achar um blog que fale do TDAH não só em crianças, mas em adultos também. Obrigado !

    obs.: sou o anonimo que postou no post 258, só vi agora que dava pra colocar nome.

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