Por William Dodson M.D.
Não transforme os TDAH em Neurotípicos
As implicações desse novo entendimento são vastas. A
primeira coisa a fazer é para os coaches (treinadores), médicos e profissionais
pararem de tentar transformar as pessoas TDAH em pessoas normais
(neurotípicas). A meta deve ser intervir o mais cedo possível, antes que os
indivíduos TDAH sejam frustrados e desmoralizados pela disputa em um mundo neurotípicos,
onde a cadeira é empunhada contra ele. Uma abordagem terapêutica que tem uma
chance de funcionar, quando nada mais tenha funcionado, deve ter duas etapas:
Nivelar o campo de ação neurológico com medicação, de modo
que o indivíduo TDAH tenha a capacidade de atenção, de controle do impulso e a
habilidade de ficar calmo por dentro. Para muitas pessoas, isso requer duas
medicações diferentes. Os estimulantes melhoram o desempenho no dia-a-dia,
auxiliando na realização das tarefas. Eles não são eficazes para acalmar a
agitação interior que muitos portadores de TDAH têm. Para esses sintomas, a
maioria das pessoas se beneficiará pela adição de uma medicação alfa agonista
(clonidina ou guanfacina) ao estimulante.
Entretanto, apenas a medicação não é o bastante. Uma pessoa
pode tomar a medicação correta na dose certa, mas nada mudará se ela ainda
abordar as tarefas com as estratégias neurotípicas.
A segunda etapa do controle dos sintomas do TDAH é fazer um
indivíduo criar seu próprio manual do TDAH. Os manuais genéricos que já foram
escritos desapontaram as pessoas com o transtorno. Igual a todo mundo, os que
têm TDAH crescem e amadurecem ao longo do tempo. O que interessa e desafia
alguém aos sete anos de idade não causará interesse e desafio aos vinte e sete
anos.
Escreva Suas Próprias Regras
O manual TDAH do proprietário deve ser baseado nos sucessos
correntes. Como você entra na zona normal? Sob quais circunstâncias você acerta
e progride na sua vida atual? Em vez de focalizar no que você falha, você
precisa identificar como você entra na zona normal e funciona em níveis
notáveis.
Eu geralmente sugiro que meus pacientes portem um notepad ou
um gravador por um mês para escreverem ou ditarem o que os faz entrar na zona
normal.
Seria porque eles fiquem curiosos? Se for o caso, o que,
especificamente na tarefa ou na situação os intriga? Seria porque se sintam
competitivos? Se for o caso, o que no “oponente” ou na situação faz aparecer os
humores competitivos?
No final do mês, muitas pessoas reuniram 50 ou 60 técnicas
diferentes que sabem funcionar para elas. Quando chamadas a desempenhar e a se
tornarem engajadas, agora entendem como seu sistema nervoso trabalha e quais
técnicas são úteis.
Já observei que essas estratégias funcionam para muitos
portadores de TDAH porque eles fizeram uma recapitulação e descobriram os
gatilhos de que precisam para progredir. Essa abordagem não tenta mudar pessoas
com um sistema nervoso TDAH em pessoas neurotípicas (como se isso fosse
possível), mas proporciona ajuda duradoura porque se apoia em suas
potencialidades.
ADDitude