segunda-feira, 22 de julho de 2013

289- A Escolha de Profissionais Para Tratar do Seu Filho Com TDAH - parte 2

(continuação da postagem 287)

À procura de um especialista

Diante de um pediatra que se mantém lhe dizendo que não há nada com que se preocupar, provavelmente você deveria pedir um encaminhamento para um especialista em desenvolvimento e comportamento infantil, para que seu filho seja mais bem avaliado. Dependendo da sua situação financeira ou do seu seguro de saúde, você poderá preferir um especialista ou uma clínica local por conta própria e marcar uma consulta. Mas, se o seu seguro de saúde pedir um encaminhamento do pediatra, como muitos fazem, lembre-se de que você terá todo o direito de pedir esse encaminhamento.

Um local de confiança  a ser procurado é o hospital infantil mais próximo ou um grande centro universitário. Muitas áreas metropolitanas devem ter ao menos um deles, ou ambos. Haverá uma clínica de avaliação do desenvolvimento pediátrico em cada um deles. Se você estiver procurando uma recomendação para certo tipo de especialista, e o seu pediatra não pode ou não sabe de um que possa satisfazer você, tente a internet. Peça a um diretor da escola do seu filho ou a um vizinho com criança com dificuldades de aprendizado, ou a mais alguém em quem você confie e que tenha experiência nos assuntos de desenvolvimento.

Não demorará para você descobrir que há um amplo espectro de ajuda disponível. Há muitos tipos de especialista, com treinamento diferente, orientação diferente e diferentes ferramentas de avaliação, que poderão oferecer a você diversos tipos de informação.

Alguns podem ser mais orientados para o funcionamento prático diário, outros podem ser mais ligados ao reconhecimento de síndromes e à realização de diagnósticos. Você pode encontrar especialistas no ambiente escolar ou em um centro médico, trabalhando sozinhos ou como parte de uma organização maior.

Programas de intervenção precoce, serviços federais para crianças com necessidades no desenvolvimento durante os três primeiros anos de vida estão disponíveis em todos os estados [Nota do tradutor: Viva a América!]. Para crianças menores do que três anos, sua companhia de seguro pode insistir em uma intervenção precoce  antes de pagar por qualquer outro teste.

Outra opção é solicitar uma avaliação escolar, por pensar que ajudará a fornecer algumas respostas ou porque sua companhia de seguro a exige ou ainda porque a escola geralmente paga os gastos [N.T.: Mais uma vez, Viva a América!] As avaliações escolares são frequentemente razoáveis pontos de partida, mas há alguns problemas:

          + A fila de espera pode ser longa
          + A qualidade das avaliações varia imensamente
          + Não há nenhuma garantia de que um dos avaliadores tenha                                      experiência com as necessidades da criança diferente.

Temos escutado queixas de pais sobre as avaliações escolares que parecem apressadas, ou superficiais, ou focadas em classificar cada criança em uma ou poucas categorias. Por outro lado, também temos trabalhado com muitos profissionais de escola talentosos, que ajudaram enormemente a muitas famílias. A perspectiva baseada na escola pode dirigir a avaliação especificamente para os problemas de aprendizagem que são de importância vital para as crianças.

Embora você possa precisar ou querer começar com uma avaliação pela escola, e ela pode fornecer informação de valor, você deverá ir além em sua procura.

Resolvendo o quebra-cabeças

Conforme você progride nesse labirinto de especialistas, seu trabalho será obter e avaliar a informação oferecida e tomar decisões importantes sobre quando prosseguir e quando parar.

Entenda o conjunto de caracteres. Pergunte aos especialistas que encontrar sobre suas qualificações e seu campos particulares de conhecimento. É importante saber se você está lidando com um neurologista ou com um neuropsicólogo.

Mesmo que você não esteja completamente seguro de como integrar o conjunto de especialistas com a avaliação e conselhos que você receba, seu pediatra e os outros especialistas que você consultar poderão entender melhor as opiniões que você já coletou se você puder apresentá-las a quem estiver fazendo a avaliação.

Fale! Faça perguntas! Tome notas! Alguns pais não conseguem ou não podem ter suas perguntas respondidas em detalhe pelos profissionais que estão avaliando a criança. às vezes isso acontece porque há testes que ainda precisam ser pontuados ou conversas que precisam ser feitas entre os membros da equipe de avaliação. Ao final, você poderá ir embora sabendo quando e como terá os resultados da avaliação.

Apoio para o tratamento

Alguém que já passou um tempo com seu filho deveria ser capaz de lhe dar algumas indicações e observações. É muito razoável deixar os avaliadores saberem que você gostaria de ter uns minutos ao final das sessões para saber o que eles estão pensando. Sempre tome notas. Você poderá estar mais tenso do que pensa, e poderá ser difícil lembrar-se exatamente do que você ouviu ou não ouviu.

Peça para que os termos não familiares sejam soletrados e explicados e solicite fontes de informação que você possa consultar. Se você tiver feito uma avaliação multi-especializada, pense em marcar um novo encontro para discutir os resultados.

Tenha um notebook. Conforme o tempo passa, você pensará em perguntas que gostaria de fazer, observações sobre seu filho que parecem significantes, ideias para avaliação ou terapia posterior. Escreva tudo em um notebook. Nele você poderá anotar os especialistas que consultou, os testes que eles fizeram e as informações que eles forneceram.

Escreva os números dos telefones dos especialistas ou dos programas que você obteve de outros pais, assim como os dados para contato com alguém que pode não ser útil agora, mas que poderá ser em alguns anos. Um notebook o ajudará a seguir seu filho e o seu próprio entendimento. Ele também ajudará você a usar o tempo com os especialistas para fazer as perguntas que você estava querendo apresentar.

Confie em seu instinto. Siga nesse processo com a mente aberta mas com um saudável grau de ceticismo. Se alguém lhe diz algo que é absolutamente contra o que você pensa do seu filho, considere isso objetivamente. Se não fizer sentido, esqueça. Não deixe que alguém que não possa responder satisfatoriamente às perguntas suas prossiga por tempo longo em uma relação terapêutica com seu filho, não importa quão grandes ou gloriosos sejam seus títulos ou sua sala de espera. [N.T - Putz, minha sala é bem grande...]

Não espere um momento "eureka". Repetimos isso porque é muito importante: Crianças diferentes não se encaixam perfeitamente em categorias de diagnósticos. O processo corrente de ter seu filho avaliado e considerados os diferentes diagnósticos pode ser valioso se apontar o caminho para ajudar seu filho. Ainda, é provável que ele não vá fornecer uma conclusão luminosa quando você descobrir o que realmente está acontecendo.

Alguns especialistas e clínicas darão a quase todo mundo um diagnóstico. Se você procurar bastante e por muito tempo, acabará dando com alguém que pregará um diagnóstico no seu filho - talvez porque seja o mesmo rótulo que todos recebem naquela clínica em particular. Tenha cuidados especiais com rótulos que trazem recomendações imediatas para tratamentos caros. Não deixe ninguém abusar do seu desejo de ajudar seu filho. Vale a pena obter uma segunda opinião ou discutir a recomendação com seu próprio pediatra.

A maioria dos profissionais que você encontrar na sua procura por avaliação e diagnóstico será de pessoas honradas. Entretanto, deve ser dito, que há uma espécie de indústria de fabricação de diagnósticos e de tratamentos para crianças com variações do desenvolvimento. Isso nos traz de volta, à nossa preferência por centros médicos universitários.

Finalmente, não esqueça de que o principal para tudo isso - a avaliação, os testes, a consulta com vários especialistas - não é terminar com o rótulo correto, o nome correto, a resposta correta em algum exame médico estudantil cósmico. O principal é ajudar seu filho - e ajudar você a ajudar seu filho.

Adaptado de Quirky Kids (Ballantine), por Perri Klass, M.D., e Eileen Costello, M.D. Permissão de Random House. ADDitude (nov/dez.)


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