quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

309- Cheguei ao fim da linha (quase). Depoimento de um TDAH adulto.


Desistindo da faculdade, perdendo o emprego, sentindo-se um fracasso como marido, este autor quis terminar com tudo, até que se lembrou das sábias palavras de sua mulher.

Em 2011, com a idade de 35 anos, desisti de tudo. Havia abandonado a faculdade, não conseguia manter um emprego, e estava cansado de me sentir um fracasso como marido. Minha mulher estava trabalhando no escritório de casa, no andar de cima, e eu fui até o porão e enrolei a corda de ginástica em volta do meu pescoço e me pendurei nela. A dor ficou violenta, enquanto as lágrimas caiam no carpete. Meu irmão havia cometido suicídio três anos atrás, e eu estava indo me juntar a ele em um local menos dolorido. Porém, algo me impediu.

Em meio à vergonha, culpa e desespero que me corroíam, percebi que tinha coisas boas; não sabia como ia ter acesso a elas enquanto me sentisse um fracasso. Minha vida estava por um fio, mas eu me lembrava de minha mulher dizendo que quando as coisas ficam ruins e difíceis de suportar, é bom levantar as mãos e dizer "Preciso de ajuda! Alguém precisa cuidar de mim por um tempo, porque não me resta mais nada!"

As palavras dela salvaram minha vida naquele dia. Retirei a corda do meu pescoço antes de subir, soluçando, e ir contar a minha mulher que eu precisava ir para a sala de emergência - logo. Ela me levou até lá, e o resto é história.

Depois de ser avaliado e diagnosticado como portador de TDAH do adulto (e depressão), meus olhos se abriram pela primeira vez em minha vida. Aos 37 anos, trabalho como guarda de segurança em um hospital, ajudando outros com problemas mentais. Não tem sido uma jornada fácil. Um ano atrás, caí de novo em depressão, e fui por minha conta ao psiquiatra. Precisava de mais aconselhamento para aceitar o fato de que tinha de trabalhar mais para aceitar meu diagnóstico e uma nova maneira de viver.

Fui capaz de fazer isso. Tinha ido de paciente amparado a guarda de saúde mental, amparando outros. (Tenho um livro de memórias prestes a sair, contando minha experiência com o TDAH.) A chave da minha sobrevivência e sucesso foi ter recebido apoio das pessoas queridas e dos cuidadores da comunidade. Minha mulher, meu pai, meu melhor amigo, e outros têm me amparado sem fazer julgamentos, sabendo quanto potencial eu tenho. Tentei os medicamentos, mas nada aconteceu. Trabalhar fora regularmente, ouvir música e aprender a ter calma quando percebo que estou indo depressa demais, funciona melhor.

Sou a favor de que se procure aconselhamento de forma regular. Trabalhar como guarda de segurança de hospital requer concentração e foco. Sou tão bom no trabalho quanto mentalmente inteligente e estável. Isso significa que invisto em mim mesmo ao falar com um profissional para que me mantenha no topo do jogo. No meu dia a dia, me sinto bem ao notar quando minha mente trabalha rápido para meu próprio bem. Alenteço as coisa por meio de técnicas de respiração, caminho um pouco para mudar meu foco, ou trabalho fora para liberar a energia crescente.

Que seja meditação, exercícios físicos, música ou alguma outra forma de acalmar sua mente, fazer algo é a chave do problema - antes que você acabe tomando uma decisão errada. No passado, eu me apoiava nas namoradas quando ficava frustrado. Hoje, faço uma respiração profunda e aceito que  tenho dificuldades, em vez de romper os relacionamentos. Antes, eu perdia o controle com os membros da família ou com os amigos quando era desafiado em uma discussão. Agora, eu saio da situação para ver melhor o quadro, antes de cometer um erro do qual me arrependerei. Falo a mim mesmo em casa, quando noto que estou falando muito depressa, dizendo a mim mesmo para relaxar e aproveitar a viagem.

Por meio do apoio, da paciência e sendo honestos, adultos com TDAH poder ter sucesso na vida. Todos temos sintomas e graus diferentes de TDAH, mas sempre há esperança e apoio. Por favor, lembre-se disso. Eu encontrei tudo isso depois de pesquisar meios para por fim à minha vida. Graças a Deus eu acenei a bandeira branca e me lembrei do que minha mulher me disse naquele fatídico dia em 2011.


Jeff Emmerson tem um blog sobre os desafios diários de viver com TDAH, e as ferramentas e estratégias que ele usa para viver uma vida feliz, bem sucedida, em adultadhdblog.com. Ele está empenhado em aumentar o conhecimento sobre as batalhas enfrentadas por milhões de portadores de TDAH como ele.

ADDitude

308- "Não quero ser o menino mau! Socorro!"


A correção e a crítica constantes fazem nossos filhos se sentirem mal. Auxilie seu filho a se sentir bem novamente com essas ideias para construir a autoestima. Por Kirk Martin.

"Sou burro! Queria não ter nascido." Quando meu filho, Casey, falou isso, com 10 anos de idade, meu coração disparou. Como essa criança podia se sentir tão mal?

Pensei sobre as mensagens que ele recebia em todos os lugares em que fosse: "Você precisa aprender a ficar sentado quieto. Por que você não consegue obedecer às ordens?" Ele sempre estava encrencado, por coisas que não podia controlar. Entre suas crises de desespero, comecei a ouvir uma mensagem diferente: "Não quero ser o menino mau! Não quero ficar encrencado o tempo todo. Preciso de meios para ter sucesso, preciso de ajuda!" Eis aqui quatro meios de dar ao seu filho a ajuda que ele está pedindo:

1- Dê ao seu filho um cartão de avaliação.

Se você é constantemente avaliado e penalizado por causa do seu problema, você se sentirá muito mal sobre si mesmo. Então, crie seu próprio cartão de avaliação, ressaltando as qualidades que sua família valoriza. Escreva nele todas as vezes que seu filho mostrar liderança, compaixão, criatividade e resolução de problemas. Seus filhos devem saber que seus talentos são recompensados no mundo real.

2- Dê a ele as ferramentas para ter sucesso.

Se o seu filho precisa ter um objeto nas mãos para se concentrar, cole um fita de Velcro debaixo de sua carteira na escola e em casa. É um meio eficaz de brincar de mexer as mãos, sem se distrair, que melhora o foco e ajuda com os desafios sensoriais. Quando seu filho ficar bravo, dê a ele uma atividade física específica para fazer - construir uma espaçonave com Lego ou pular 37 vezes de um mini-trampolim. A atividade física controlará sua frustração melhor do que ficar gritando para ele parar.

3- Procure elogiar seu filho.

Muito frequentemente, esperamos nossos filhos se meterem em apuros para expressarmos nosso amor por eles. Afague seu filho quando ele estiver demonstrando autocontrole e elogie-o por isso. Ponha sua cara na porta e diga: "Gente, quero que vocês saibam que estão brincando juntos, sem problemas, já faz 18 minutos. Me orgulho de vocês." Escreva um bilhete dizendo ao seu filho três razões que fazem você ter orgulho dele, e ponha sob o travesseiro dele.

4- Demonstre as potencialidades e as paixões do seu filho.

Dê ao seu filho oportunidades de mostrar seus talentos fazendo o que ele gosta. Ajude sua filha a começar seu próprio negócio criando coisas, sendo voluntária em um abrigo de animais, a tocar violino num asilo [Putz! Só nos Estados Unidos, mesmo.], ou a vender rifas para alguma benemerência. Quando as crianças fazem o que gostam e ajudam outras pessoas, isso aumenta sua confiança e dá a elas esperança para o futuro.


Kirk Martin é fundador de celebratecalm.com. Ele escreveu quatro livros, escreve um boletim que já foi premiado, e tem um programa de rádio.

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