quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

322- TDAH e TOD: Como lidar com seu filho rebelde (ADHD & ODD)


Os problemas de comportamento no TDAH (ADHD) geralmente são compartilhados com o Transtorno de Oposição e de Desafio (ODD), fazendo com que disciplinar seja um desafio. Tente essas estratégias para controlar e tratar uma criança brava e rebelde.

Mais do que rebeldia

Todo pai de criança com déficit de atenção sabe o que é lidar com os problemas de comportamento - dizer não aos pedidos ou xingamentos. Crianças com TDAH e TOD levam o comportamento desafiador e rebelde ao extremo. Eles têm um padrão de comportamento raivoso, violento e destrutivo em relação aos pais, cuidadores e outras figuras de autoridade.

TOD e TDAH: estatísticas e fatos

Quarenta por cento das crianças com TDAH também desenvolvem TOD. Antes da puberdade, o TOD é mais comum em meninos; depois da puberdade, é igualmente comum em ambos os sexos. Cerca de metade dos pré-escolares diagnosticados com TOD superam o problema na idade de oito anos. Outras crianças têm mais dificuldade de se livrar dele.

TOD e TDAH: As ligações

Os comportamentos de oposição de uma criança não são intencionais. Os especialistas acham que o TOD está ligado a uma impulsividade intensa. Não ser capaz de controlar os impulsos, combinado com o estresse e a frustração de tentar vencer os sintomas do TDAH a cada dia, leva algumas crianças a atacar física e verbalmente.

O diagnóstico do TOD é problemático

Toda criança se expressa e testa os seus limites. Pode ser difícil saber se uma criança é normalmente desafiadora ou se tem TOD. Consulte um terapeuta especializado em problemas de comportamento na infância. Ele vai pesquisar também sobre ansiedade, depressão e transtorno bipolar - cada um dos quais pode causar comportamento de oposição. Deixar o TOD sem tratamento, pode fazer com que ele evolua para Transtorno de Conduta, um problema de comportamento mais grave.

Etapas do tratamento do TOD

O tratamento se inicia com o controle dos sintomas do TDAH. Quando a hiperatividade, impulsividade e desatenção de uma criança é reduzida, geralmente há uma melhora nos sintomas do TOD. Os medicamentos estimulantes demonstraram que reduzem os sintomas do TDAH, assim como os do TOD, em até 50%.

Vá além dos estimulantes

Se uma criança não responde bem aos estimulantes, alguns médicos receitam um não estimulante, a atomoxetina (nome comercial: Strattera). Em um estudo, os pesquisadores viram que a medicação reduzia significativamente os sintomas do TOD e do TDAH. Entretanto, doses mais altas da medicação foram necessárias para controlar os sintomas.

Mude o comportamento da criança mudando o seu

O tratamento de escolha para o TOD é o treinamento dos pais. Os pais são ensinados a mudar suas reações ao comportamento da criança - bom ou mal. O treinamento envolve o uso de incentivos e punições, dando recompensas bem definidas e elogios quando seu filho coopera, e consequências para seu mal comportamento. Os terapeutas também trabalham com os pais junto às crianças para resolver dificuldades específicas.

Disciplina em três passos

Os especialistas em TOD acham que as seguintes estratégias são eficientes para os pais: Peça calmamente ao seu filho para ele fazer alguma coisa. Se ele não responder a você em dois minutos, diga a ele, gentilmente, "Eu vou pedir uma segunda vez. Você sabe o que eu lhe pedi para fazer - e as consequências se você não fizer? Por favor, tome uma decisão inteligente." Se você tiver que pedir uma terceira vez, ele sofrerá a consequência que já foi combinada de antemão - sem TV ou videogame por uma hora.

Faça todo mundo seguir o mesmo roteiro

Para a terapia de comportamento funcionar, os cuidadores da criança devem usar as mesmas estratégias de disciplina que você usa. Avós, professores, babás e ouros adultos que fiquem algum tempo com seu filho devem entender quais os incentivos e punições que você usa e, acima de tudo, usá-los consistentemente. Se algum deles facilitar o mau comportamento do seu filho, isso poderá arruinar seu programa de disciplina.

Não leve o TOD como algo pessoal

É difícil para um pai permanecer calmo quando uma criança está verbalmente abusando dele, mas não reaja. Fique calmo e emocionalmente neutro em meio aos desafios do seu filho. Crianças oposicionistas têm um radar para a hostilidade do adulto. Se elas percebem sua raiva, elas vão reagir igual.

Dê espaço para o elogio

Ajudar os pais a aprender a elogiar o bom comportamento é um dos maiores desafios que o terapeuta enfrenta. muitos pais estão tão focalizados no mal comportamento que eles param de reforçar os comportamentos positivos. Algumas dicas: Especifique o comportamento merecedor de elogio, seja entusiasmado, mas sem exagero e, termine com um gesto não verbal - um beijo na face ou um abraço.

Seja criativo e consistente

Quanto mais criatividade você aplicar no seu programa de recompensas e punições para as habilidades e necessidades do seu filho, melhor. As necessidades dele mudam conforme ele cresce. A criatividade é importante, mas a consistência é vital para o sucesso. Consistência no modo com que você trata o seu filho - estabelecimento de regras, combinação de expectativas - é a chave para eliminar os atos de oposição e desafio do seu filho.


ADDitude

4 comentários:

  1. Eu queria fazer umas perguntas, se souber me responder:
    1 - O TDAH teve alguma vantagem evolutiva no passado?Esses dados procedem: http://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php/Psicopatologia_Evolucionista_e_TDAH_%E2%80%93_poss%C3%ADveis_cr%C3%ADticas_ao_modelo_categ%C3%B3rico ?
    2 - Falam que 2/3 dos casos de TDAH continuam na idade adulta,alguns podendo piorar ou se manter.e os outros 1/3, a pessoa foi curada,ou eram casos leves de TDAH,que foram recompensados por estratégias desenvolvidas pela pessoa?
    3 - O TDAH afeta o QI?pergunto pois parece que há alguns casos de pessoas com TDAH que tem QI alto,mas agem como quem tem QI não tão alto.É então como se o TDAH causasse um dano no QI?
    4 - O TDAH é exclusivo da nossa espécie ou ja foi encontrado em outras(como mamiferos,por exemplo)?ñ sei se essa pergunta é idiota,me desculpe se for.Abraços.

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  2. Acho que não há perguntas idiotas. As respostas é que são o problema. Assim, mesmo não sendo pesquisador, vou correr o risco de dar algumas respostas idiotas. Não sei se o TDAH é exclusivo de nossa espécie. O diagnóstico é feito com base em questionário de sintomas. Mas, os estudos de ressonância magnética funcional poderão, se feitos em cérebros de mamíferos, mostrar alterações nas mesmas áreas correspondentes às dos cérebros humanos. Daí, a se concluir que existiria um TDAH não humano seriam "outros quinhentos". Quanto ao QI, parece que há independência entre ele e o TDAH. Lembre-se da curva de Gauss. O que se vê, na clínica, é que quem tem TDAH e alto QI se sai melhor na vida, comparado aos que, tendo TDAH, têm QI mais baixo. O TDAH apresenta diminuição do sintoma hiperatividade na idade adulta, mas ela, hiperatividade, "se transforma" em mais ansiedade. A desatenção é para toda a vida. O Dr Russel Barkley diz que TDAH não tem cura e quem tem sucesso é porque tem outras habilidades muito desenvolvidas. Nenhum sucesso ele atribui ao TDAH. Ele diz que TDAH não é um dom, definitivamente.
    Quanto á vantagem evolutiva da posse de genes para o TDAH, não sei dizer. Leio o que dizem os especialistas. Tendo a acreditar nos mais sérios, mas o que seria da vida se não existissem os sonhadores? Dr. Menegucci.

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  3. Obrigado pelas respostas.E aproveitando qria perguntar sobre o q vc disse: ''que quem tem TDAH e alto QI se sai melhor na vida, comparado aos que, tendo TDAH, têm QI mais baixo'', nesse caso, a gravidade do caso do TDAH(dei uma pequena pesquisada e parece que tem casos mais leves e mais graves,ñ sei se o diagnóstico clínico verifica isso,ou se são feitos testes) também exerce influencia?Ou um QI mais elevado fará com que o caso de TDAH seja mais leve e brando?
    Abs.

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    1. Eu disse..."O que se vê na clínica é que quem..." Estou falando em tese. (Cuidado quando fizer referência ao que alguém disse). Não li nenhum trabalho científico que confirme isso. TDAH dá em gente. Com graus variados de gravidade. O TDAH tem diagnóstico dimensional. Como diz o Professor Dr. Paulo Mattos, é como o açúcar (glicose) no sangue. Todo mundo tem. Mas acima de uma taxa é doença (diabetes). A avaliação neuropsicológica pode medir várias características do TDAH, as quais já podem ser indicadas pelas 18 perguntas do SNAP IV ou do ASRS 18. (Veja no site da ABDA). O QI também é assim. Todo mundo tem um QI. Lembre-se da curva de Gauss. O bom senso diz que TDAH grave e baixo QI deve ser uma péssima combinação. Será que TDAH grave e alto QI dá melhor resultado? Depende do que mais houver. O TDAH pode vir associado a transtorno de conduta (TC). As estatísticas referentes a essa combinação são estarrecedoras.
      Um QI elevado pressupõe maiores habilidades para superar qualquer dificuldade. Por outro lado, um portador de TC, com ou sem TDAH, muito inteligente, pode ser um desastre para si e para a sociedade. Veja o slide aí à direita "TOD e TC - o Destino". Dr. Menegucci

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