quarta-feira, 24 de setembro de 2014

365 - As interconexões cerebrais das crianças com autismo apresentam menos flexibilidade

Quando a maioria das crianças faz uma tarefa, são ativadas várias conexões cerebrais, e exames de imagem mostraram que essa ativação neuronal é menor nas crianças com autismo. 
Essa menor flexibilidade geralmente provoca dificuldades quando as crianças com autismo enfrentam situações novas. 
Saber como o cérebro responde de forma diferente nesses casos poderia fazer com que as transições fossem mais fáceis para essas crianças.
Em um novo estudo, os investigadores realizaram ressonâncias magnéticas em 34 crianças com autismo e em 34 crianças com desenvolvimento normal enquanto descansavam e enquanto realizavam uma tarefa: resolver problemas de matemática ou distinguir umas faces de outras.
A ideia era incluir tarefas que resultariam difíceis de forma significativa para as crianças autistas junto com outras que não.
As crianças com autismo se desenvolveram igual às demais crianças nas tarefas.
Não obstante, em uma série de conexões cerebrais que se sabe serem importantes para a mudança de uma tarefa para outra, as crianças com autismo mostraram uma 'flexibilidade' cerebral menor que a das crianças que se desenvolviam com normalidade. 
Os investigadores também encontraram uma conexão entre a gravidade das condutas restritivas ou repetitivas e o grau de inflexibilidade.
Para os autores, esses achados poderiam ajudar a elaborar novas terapias dirigidas a favorecer a flexibilidade cerebral mediante estratégias, ferramentas e jogos que melhorem a mudança de uma tarefa para outra.
[ Cereb Cortex 2014]
Uddin LQ, Supekar K, Lynch CJ, Cheng KM, Odriozola P, Barth ME, et al.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

364- O TDAH não é uma Dificuldade de Aprendizagem?


Uma nova maneira de avaliar o processamento neural de crianças com TDAH revela que, ao contrario do convencional, o transtorno não representa necessariamente um prejuízo do aprendizado, tanto quanto um prejuízo da tomada de decisões.

"Indivíduos com TDAH não devem ser caracterizados por um prejuízo do aprendizado per se, em contraste do que foi sugerido por modelos teóricos", escreveram os autores, liderados por Tobias U, Hauser, PhD., da University College London´s Wellcome Trust Centre for Neuroimaging.

"Na verdade, eles têm um processo de decisão menos preciso e avaliam mais vezes".

O estudo foi publicado online no dia 20 de agosto no JAMA Psychiatry.

Nova abordagem por imagem

O TDAH, afirmam os autores, tem sido ligado a fraca tomada de decisões e dificuldade de aprendizado. Modelos de TDAH sugerem que esses déficits "podem ser causados por deficiência no reconhecimento de 'erros na previsão de recompensa' (RPEs), que são sinais que indicam violação de expectativas, e sabidamente codificados pelo sistema dopaminérgico".
Entretanto, os investigadores afirmam que "o déficit preciso de aprendizado e de tomada de decisões, e seu correspondente neurobiológico no TDAH, não é bem conhecido".

Para o estudo, 20 adolescentes, com idade de 12 a 16 anos, com TDAH, e 20 indivíduos sadios, de controle, foram submetidos a testes psiquiátricos durante a realização simultânea de ressonância magnética funcional (fRMI) e eletroencefalograma (EEG).

A combinação das duas modalidades permite uma avaliação que supera as fraquezas de cada método, segundo Dr. Hauser.

A ressonância magnética funcional (fRMI), por exemplo, tem uma resolução temporal muito fraca, enquanto o EEG tem uma falta de resolução espacial. A combinação dos dois permite não somente localizar as deficiências mas, também, nos mostra em que instante a deficiência acontece. Isso nos informa se ela ocorre no início ou no final do "processo de pensamento".

Nos testes, os investigadores usaram uma nova comparação de dois modelos de computação psiquiátrica - um modelo Rescorla-Wagner avançado, que se mostra bem sucedido em demonstrar o aprendizado de um participante em tarefas de aprendizado com reversão probabilística, e um modelo de aprendizado Bayesiano mais flexível, que comanda um processo de aprendizado mais refinado.

É o primeiro estudo que utiliza esses modelos computacionais para entender as deficiências de tomada de decisão em combinação com imagem multimodal, segundo Dr. Hauser.

Por meio dessa abordagem, é possível entender os mecanismos por trás das dificuldades na tomada de decisões e seus correlatos neurais, no TDAH.
Os desafios enfrentados pelos participantes, enquanto eram submetidos às técnicas simultâneas de neuro-imagem, geralmente envolviam o aprendizado, por tentativa e erro, de qual de duas imagens resultava em melhor recompensa de dinheiro, com o objetivo de ganhar a maior quantidade de dinheiro possível. As probabilidades de recompensa eram mudadas ocasionalmente, requerendo que os participantes a elas se adaptassem.

Implicações clínicas ?

Os resultados não mostraram nenhuma diferença significativa entre os grupos quanto aos tempo médios de reação, à variabilidade do tempo de reação e ao número de erros. Entretanto, os participantes com TDAH ganharam menos dinheiro (P = 0,08).

Adolescentes com TDAH mostraram aprendizado mais simplista e também tiveram aumento do comportamento exploratório, quando comparados aos participantes sadios (P = 0,02).

Por sua vez, a ressonância magnética funcional mostrou deficiência no processamento dos RPEs, ou sinais que sugerem violações das expectativas, que foram ligadas ao TDAH em modelos prévios da condição. Deficiências de RPEs foram observadas no córtex pré-frontal medial - uma área largamente associada com a tomada de decisões - durante o estímulo assim como na apresentação do resultado.

Embora pesquisa anterior também tenha implicado o córtex pré-frontal no TDAH, a imagem mostrou o momento preciso do impacto, que ocorreu em um estágio inicial, aproximadamente meio segundo depois do feedback.
Não é somente a deficiência dos RPEs do córtex pré-frontal medial uma causa possível da seleção de escolhas sub-ótimas, refletidas no comportamento mais exploratório, mas a imagem também ajudou a apontar quais áreas do córtex pré-frontal medial são afetadas.

"As regiões do córtex pré-frontal medial que foram descobertas como deficientes são adjacentes às regiões principais sabidamente responsáveis pelo processamento dos RPEs", escreveram os autores.
"Isso sugere que indivíduos com TDAH podem não processar os RPEs de modo diferente nas regiões principais. Em vez disso, parece que os RPEs são processados em áreas menos extensas".

Considerando o comportamento, os achados oferecem uma possível explicação para os desafios de tomada de decisões e as potenciais estratégias para superá-los, disse o Dr. Hauser.

"Adolescentes com TDAH possivelmente tomam decisões mais fracas e mais impulsivas quando têm um tempo limitado para decidir, ou se estão sob a pressão de outros adolescentes", ele explicou.

"Essa fraqueza poderia ser superada se as pessoas com TDAH pudessem aprender a refletir profundamente sobre os ganhos potenciais e os custos de suas decisões".

Achados intrigantes

O estudo é importante ao somar para o entendimento dos mecanismos subjacentes ao TDAH, o que é importante para o desenvolvimento de intervenções para ajudar a combater e compensar os déficits, disse Cathryn A. Galanter. MD., diretora do programa psiquiátrico de treinamento de adolescentes no SUNY Downstate/Kings County Hospital Center, no Brooklyn, em Nova Iorque.

"Esses achados são intrigantes e precisam de replicação", ela disse ao Medscape Medical News.

"Embora seja muito cedo para tirar implicações clínicas desses resultados, eles contribuem muito para a evidência neurocientífica do que vemos clinicamente: que crianças com TDAH podem ter estilos diferentes de aprendizagem e, assim, podem se beneficiar de diferentes abordagens para ajudá-las a aprender".

"São necessários mais estudos para nos ajudar a entender os processo subjacentes do aprendizado e da tomada de decisões das crianças com TDAH, disse Dra. Galanter.


JAMA Psychiatry. Published online August 20, 2014.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

363- Exercícios diários antes da escola diminuem os sintomas do TDAH


Crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) podem se beneficiar da prática diária de exercícios antes da escola. 
Isto foi mostrado por um estudo conduzido por pesquisadores americanos, publicado no "Journal of Abnormal Child Psychology". Os exercícios ajudaram a diminuir os sintomas do TDAH na sala de aula e em casa.

No seu estudo, cientistas da Universidade Estadual de Michigan (East Landing) e da Universidade de Vermont (Burlington) incluíram 200 crianças do ensino fundamental entre o jardim de infância e a segunda série. Uma parte apresentava sintomas de TDAH e a outra não. Os sujeitos do estudo foram randomizados para dois grupos que participavam diariamente de exercícios físicos moderados a vigorosos antes da escola ou de atividades de sala totalmente sedentárias.
Após doze semanas, todos os participantes do estudo demonstraram melhora na atenção, menos variações de humor e melhor comportamento social. Contudo, as crianças com sintomas de TDAH se beneficiaram mais dos exercícios físicos do que das atividades sedentárias, disse o autor do estudo Alan Smith, da Universidade Estadual de Michigan.

"Apesar do número de perguntas ainda sem resposta, a atividade física parece ser um método promissor de intervenção para TDAH com benefícios bem conhecidos para a saúde geral", disse Smith. Este é outro motivo para as escolas incorporarem atividades físicas diárias no dia escolar.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

362- O Mito da Aprendizagem: Por que eu nunca digo ao meu filho que ele é esperto

O Mito da Aprendizagem: Por que eu nunca digo ao meu filho que ele é esperto. Por Salman Khan

Meu filho de cinco anos começou a aprender a ler. Toda noite, nos sentamos em sua cama e ele lê para mim um pequeno livro. Inevitavelmente, ele topa com uma palavra difícil: na noite passada a palavra foi "gratefully" [reconhecidamente]. Ele acabou por conseguir pronunciá-la depois de um sofrido minuto. Então ele disse, "Pai, você não fica contente com o esforço que eu fiz com essa palavra? Acho que eu podia sentir o meu cérebro crescendo". Eu sorri. Meu filho agora está verbalizando os assim chamados sinais de uma "mentalidade do crescimento". Mas isso não foi por acidente. Recentemente, pus em prática pesquisa que andei analisando nos últimos anos: decidi elogiar meu filho não quando ele se saía bem em coisas nas quais ele já era bom, mas quando ele insistia na coisas em que tinha dificuldades. Reforcei para ele a ideia de que por meio do esforço seu cérebro cresce. Em meio à grande quantidade de pesquisas sobre o assunto "mentalidade de aprendizagem" e essa experiência pessoal com meu filho, estou mais convencido do que nunca que a mentalidade dirigida ao aprendizado pode ser mais importante do que qualquer coisa que nós ensinamos.

Os pesquisadores sabem há algum tempo que o cérebro é como um músculo, que quanto mais você usa, mais ele cresce. Eles descobriram que as conexões neurais se formam e se aprofundam mais quando cometemos erros fazendo coisas difíceis do que quando temos sucesso fazendo coisas fáceis.
O que isso significa é que nossa inteligência não é fixa, e que a melhor maneira pela qual podemos aumentar nossa inteligência é assumir tarefas nas quais podemos encontrar dificuldades e falhar.

Entretanto, nem todo mundo tem consciência disso. Dr. Carol Dweck, da Stanford University, estuda há décadas o pensamento ligado ao aprendizado das pessoas. Ela descobriu que muitas pessoas aderem a um de dois pensamentos: fixado ou crescimento. O pensamento fixado acredita erroneamente que as pessoas ou são espertas ou não são, que a inteligência está determinada, fixada pelos genes. Pessoas com o pensamento do crescimento acreditam corretamente que a capacidade e a inteligência podem ser aumentadas pelo esforço, pela luta e pelo fracasso. Dweck descobriu que os que têm o pensamento fixado tendem a focalizar seu esforço em tarefas nas quais eles têm uma grande chance de sucesso e evitam tarefas nas quais eles têm de lutar, o que limita seu aprendizado. Pessoas com o pensamento do crescimento, entretanto, aceitam os desafios, e entendem que a tenacidade e o esforço podem mudar o resultado do seu aprendizado. Como você pode imaginar, isso está correlacionado com o último grupo estar mais ativamente se exigindo e crescendo intelectualmente.

A boa notícia é que mentalidades podem ser ensinadas; elas são maleáveis. O que realmente é fascinante é que Dweck e outros desenvolveram técnicas a que eles denominam "intervenções com mentalidade de crescimento", que mostraram que mesmo pequenas mudanças na comunicação ou comentários aparentemente inócuos podem ter muitas implicações de longa duração para a mentalidade de uma pessoa. Por exemplo, elogiar o método de alguém ("Eu gosto realmente do modo com que você enfrenta esse problema") em vez de elogiar um talento ou habilidade inata ("Você é tão esperto!") é uma maneira de reforçar a mentalidade do crescimento com alguém. O elogio do método reconhece o esforço; o elogio do talento reforça a noção de que alguém só é bem sucedido (ou não) com base em um traço fixo. E nós temos visto isso também na Khan Academy: estudantes estão gastando mais tempo aprendendo na Khan Academy depois de expostos a mensagens que elogiam sua tenacidade e determinação, e que enfatizam que o cérebro é como um músculo.

A Internet é um sonho para os que têm a mentalidade do crescimento. Entre Khan Academy, MOOCs, e outros, há um acesso sem precedentes a um conteúdo sem fim para ajudar você a aumentar sua mente. Entretanto, a sociedade não estará levando vantagem disso sem que a mentalidade do crescimento seja mais prevalente. E se nós ativamente tentarmos mudar isso? E se começarmos a usar seja qual for o meio à nossa disposição para começar a usar intervenções com mentalidade do crescimento com todos de quem cuidamos? Isso é muito maior do que a Khan Academy ou a álgebra - isso se aplica a como você se comunica com suas crianças, como você dirige sua equipe no trabalho, como você aprende uma nova língua ou instrumento. Se a sociedade como um todo começar a aceitar a luta pelo aprendizado, não haverá um fim para o que pode ser o potencial humano global.


E agora uma surpresa para você. Lendo esse artigo, você já completou a primeira metade de uma intervenção com a mentalidade do crescimento. A pesquisa mostra que já ao ser exposto à pesquisa em si mesma (por exemplo, saber que o cérebro cresce principalmente por errar as questões, não acertar) pode começar a mudança na mentalidade de uma pessoa. A segunda metade da intervenção é para você mostrar a pesquisa para outras pessoas. Fizemos um vídeo que comemora a luta do aprendizado, que o ajudará a fazer isso. Finalmente, quando meu filho, ou por causa disso, mais alguém me perguntar sobre aprendizagem, eu somente quero que eles saibam uma coisa. Conforme eles aceitem a luta e os erros, eles podem aprender tudo.

361- TDAH e abuso de drogas


Segundo uma recente pesquisa nos Estados Unidos, os jovens com TDAH têm mais do que o dobro de probabilidades de experimentar e abusar de drogas. 
Ainda que os estimulantes (anfetaminas, metilfenidato) usados para o tratamento do TDAH possam ser viciantes, não há evidências de que tomá-los aumente o risco de abuso de substâncias. 
Os autores advertem que esses estimulantes podem ser usados de forma indevida, e que 23% dos jovens americanos em idade escolar tentam vender, comprar ou trocar medicamentos para o TDAH. 
Os medicamentos que se usam para tratar o TDAH apresentam um potencial de abuso, ainda que a grande maioria dos jovens com TDAH não chegam a ter problema de abuso de substâncias.
O estudo conclui que são necessárias mais investigações para averiguar por que alguns jovens são mais susceptíveis que outros. É possível que a mesma biologia que provoca o TDAH também ponha alguns dos jovens em risco mais alto de abusar de substâncias. 
Outros fatores sociais poderiam contribuir também para o aumento do risco; por exemplo, alguns desses jovens costumam ter maiores dificuldades na escola e sentem mais ansiedade por esse motivo.


Pediatrics, 2014 - Harstad E., Levy S. - Committee on Substance Abuse

360- Excesso de TV ou de computador pode causar TDAH?


Pergunta feita por stef241116 a Parents of ADHD Children (ADDitude)

[Estou lendo um livro sobre TDAH, escrito por um psiquiatra, e, embora concorde com a maioria da informação contida nesse livro, discordo fortemente de uma declaração dele, que diz "novos estudos têm revelado que a excessiva exposição à TV ou ao computador pode predispor uma criança ao TDAH". O excesso de TV ou de computador pode causar o TDAH?]

Resposta: 

Eis aqui o porquê. 
Sabemos qual é a explicação médica para o TDAH: uma falta de dopamina no cérebro, assim como outras falhas na função cerebral. 

Também sabemos que ele é MUITO genético. São fatos médicos, não "novas teorias".

Se uma criança SEM TDAH assiste muito à TV, posso entender por que sua capacidade de prestar atenção pode diminuir e por que ele quer estimulação/satisfação imediata, resultando em perda do foco para as coisas mundanas. 

Entretanto, se você tirar a TV da vida dessa criança, como se você estivesse tirando o açúcar de alguém viciado nele, a criança voltará ao normal depois de algum tempo, porque o vício foi resolvido.

Faça isso a uma criança com TDAH e adivinhe o que acontecerá? 
O cérebro dela ainda é TDAH. 
Por quê? Porque é uma condição médica congênita. 
Os efeitos da exposição excessiva à TV, ou ao computador, são hábitos e comportamentos aprendidos. Grande diferença. 
Concorda ou discorda?


ADDitude

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

359- Gestação, Antidepressivos, Autismo e TDAH

Estudo coloca em dúvida a afirmação de que o risco de autismo esteja ligado a antidepressivos tomados durante a gestação

Um estudo dos EUA questiona análises anteriores que associam um risco aumentado de autismo ao uso de antidepressivos durante a gestação. Segundo os resultados publicados no “Molecular Psychiatry”, estes estudos foram meramente capazes de refletir o risco aumentado de autismo relacionado somente à depressão materna. Contudo, a maior probabilidade de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) foi confirmada.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (Boston) compararam dados coletados entre 1997 e 2010, de 1.400 crianças com transtornos globais do desenvolvimento, incluindo autismo, com 4.000 crianças saudáveis ​​e fizeram uma correlação com informações sobre suas mães. O mesmo foi feito para 2.250 crianças com TDAH e 5.600 controles pareados.
À primeira vista, a associação entre a exposição pré-natal a antidepressivos e autismo foi confirmada. Contudo, após ajustar para fatores direcionados para depressão grave, a associação deixou de ser significativa. Medicamentos direcionados para a via da serotonina (tanto antidepressivos quanto outros medicamentos) não estavam ligados a um risco aumentado de autismo; enquanto, aparentemente, medicamentos antipsicóticos pareceram aumentar o risco. A probabilidade de TDAH foi reduzida quando o foco foi direcionado para a gravidade da depressão materna, mas permaneceu significativa.

Existem numerosas opções para tratar a depressão e ansiedade durante a gravidez, diz o autor sênior Roy Perlis. “Mas se for preciso usar antidepressivos, espero que as mães possam se sentir confiantes quanto à sua segurança.”

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

358- Os jovens com TDAH têm conexões cerebrais interrompidas


Notícia Publicada na Revista de Neurologia, de Barcelona, Espanha, em 27/08/2014, revela que um novo estudo [Li F., He N., Li Y., Chen L., Huang X., Lui S., et al - Radiology, 2014] mostrou, por meio de imagens de ressonância magnética funcional (RMf), em estado de repouso, que crianças e adolescentes com TDAH têm conexões interrompidas entre diferentes áreas do cérebro.

Para o novo estudo, os investigadores utilizaram a RMf para avaliar a função das vias nervosas quando o cérebro se concentra em uma tarefa específica. Compararam os resultados de uma amostra de 33 crianças , de 6 a 16 anos, com TDAH, com 32 controles sadios, de 8 a 16 anos, e correlacionaram os achados com os obtidos nas provas de funções executivas (Wisconsin Card Sorting Test y Stroop Color-Word Test).

Os resultados mostraram que os pacientes com TDAH tinham alteradas a estrutura e a função localizadas em áreas do cérebro como o córtex órbito-frontal, que participa principalmente do processamento cognitivo e do planejamento estratégico, e no globo pálido, que está implicado no controle inibitório.

O estudo sugere que as anormalidades estruturais e funcionais nestas regiões cerebrais podem causar a falta de atenção e a hiperatividade dos pacientes com TDAH, e que os resultados preliminares mostram a associação entre os achados de imagem e os sintomas. 

Os investigadores também encontraram anormalidades nas conexões entre as redes do cérebro associadas com a disfunção executiva em estado de repouso. Essas anomalias indicam alterações cerebrais mais extensas no TDAH do que já se havia demonstrado. 

  Terapias emergentes para a doença de Alzheimer precoce Michael Rafii, MD, PhD O início da doença de Alzheimer (DA) é caracterizado po...