terça-feira, 20 de junho de 2017

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH - 437

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos porque eles se recusam a pedir ajuda” Como ajudar seu filho a reconhecer suas habilidades, ter responsabilidade e ter sucesso no ensino médio.

Por Blythe Grossberg, PSY.D.

Meninos adolescentes enfrentam sua carga de obstáculos na escola: Geralmente eles estão inquietos na sala de aula, e suas habilidades verbais estão atrasadas em relação às das meninas. Como resultado, eles ficam atrasados em relação às meninas com TDAH (e em relação às meninas sem o transtorno) nas notas dos testes padronizados e taxas de admissão à universidade. Isso é especialmente verdadeiro para os adolescentes meninos com TDAH.

Enquanto os meninos com TDAH tipicamente têm maior necessidade do que as meninas de ajuda acadêmica de seus pais e professores, eles são menos dispostos a aceitar isso por causa de seu ímpeto independente.

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos,” diz Judith Levy Cohen, M.Ed., uma especialista certificada, com prática privada em Nova Iorque.

Eles se recusam a pedir ajuda quando precisam; em vez disso, seu mantra é ´Quero fazer tudo por mim mesmo!´ [ I want to do it all MY BYSELF!} Isso não é um erro de impressão [O correto seria dizer ALL BY MYSELF = Tudo por mim mesmo]. Dois meninos em minha classe, ambos com TDAH, são tão distraídos que eles invertem as palavras e nunca percebem!”

Aqui estão algumas estratégias que lhe permitirão ajudar seu filho, sem pisar nos pés dele.

1- Reforce suas habilidades

Procure atividades em que um menino seja bom e que ame”, sugere Fiona St. Clair, uma especialista em aprendizagem de Manhattan, que trabalha com crianças com TDAH. “É impressionante como os esportes, a música, ou outras artes podem melhorar os problemas de atenção.”

Encontrar uma atividade favorita do menino e elogiá-lo por suas conquistas, pode remover os obstáculos para ele pedir ajuda.

Se o seu filho estiver praticando guitarra, você pode dizer. `Você está fazendo um bom trabalho, aplicando-se nele. Como nós poderíamos utilizar essa capacidade sua em outras áreas, como, digamos, matemática ou ciências?” [Prepare-se para a cara feia].

2- Conecte-o a bons modelos

Eles podem não dizer, mas muitos meninos com TDAH têm a crença de que eles nunca terão sucesso neste mundo”, diz Michael Riera, Ph.D., chefe da Redwood Day School, em Oakland, Califórnia, e autor do livro Staying Connected To Your Teenager: How To Keep Them Talking To You And How To Hear What They´re Really Saying.[Fique ligado ao seu adolescente. Como mantê-lo conversando com você e como ouvir o que ele realmente está dizendo].

Saber sobre pessoas bem sucedidas com TDAH e encontrar-se com elas, pode mudar aquele medo na cabeça dele. Riera aconselha meninos com TDAH a seguir um adulto com TDAH em seu local de trabalho, por um dia, para ver se alguns trabalhos são amigáveis para quem tem TDAH. (Os pais podem procurar alguma organização local para encontrar esses mentores [Nos Estados Unidos é fácil. Aqui, duvido que achem]. “Adultos podem contar o que o TDAH fez com eles e como eles lutaram para serem bem sucedidos”, diz Riera.

3- Seja paciente em relação ao progresso

Nos primeiros anos da adolescência, os estudantes recebem uma grande carga de trabalho, mas alguns deles não têm as habilidades necessárias para lidar com isso. Meninos com TDAH tendem a ficar para trás de colegas nas habilidades de funções executivas – a habilidade de planejar, priorizar e organizar seu trabalho.

A cultura exige que os meninos sejam mais independentes que as meninas, mas se eles têm problemas com as funções executivas, eles não estão prontos para serem mais independentes”, diz St. Clair. “Então eles se tornam difíceis de se alcançar”

Os especialistas recomendam que os pais sejam pacienciosos.”Os meninos geralmente fazem grande progresso aos 15 ou 16 anos” diz St. Clair. “Nessa época, eles estão se acostumando a trabalhar de maneira independente.”

Na adolescência, muitos meninos com TDAH começam a dominar técnicas que ajudam os estudantes de ensino médio a terminar os trabalhos, tais como partir sua tarefa em partes menores, mais fáceis de realizar.

Os pais devem se lembrar que um menino não precisa dominar tudo ao final do ensino médio”, diz Riera.

4- Deixe que ele tome as próprias decisões

Riera aconselha os pais a deixarem que seus filhos adolescentes tomem suas próprias decisões, dentro e fora da escola.

Da escola elementar em diante, as atividades acadêmicas são selecionadas e reunidas para crianças, e as escolas exigem dos estudantes, em detrimento de sua vida social”, ele diz. “Quando os filhos vão para a faculdade, eles devem estar academicamente à frente, mas provavelmente não têm se desenvolvido social e moralmente.”

Riera sugere que “os pais deem aos filhos a oportunidade de testar sua capacidade de tomar decisões, permitindo que eles tomem decisões erradas.” Ele acredita que cometer erros dá aos meninos com TDAH algumas vantagens sobre seus colegas não TDAH quando entram na faculdade.

Riera conta às crianças com diferenças de aprendizagem e TDAH, “que a boa notícia é que, quando você se graduar do ensino médio, você estara sabendo como trabalhar sob pressão. Para mim, isso é a chave do sucesso.”



Quer o segredo para motivar adolescentes? Comece com essas três questões – 436


Tirar um adolescente com TDAH da cama é muito difícil. Fazer com que ele planeje o futuro? Quase impossível. Ponha seu adolescente nos trilhos encorajando-o a fazer a si mesmo essas perguntas, quo o tornarão mais produtivo – e motivado – em somente cinco minutos. Por Wes Crenshaw, PH.D.

Para quem tem TDAH, lidar com cada objeto, ideias, obrigações, acontecimentos, relacionamentos, prazos, o fazer, e expectativas é devastador. Mesmo que você utilize listas e apps (aplicativos) para mantê-lo em dia com suas atividades, ter as coisas feitas acaba sendo o resultado de como você faz seu cérebro se debruçar sobre o problema que você precisa resolver, quando você precisar resolvê-lo.

Seja o caso de terminar uma obrigação diária, ou tomar uma decisão importante em sua vida, ou apenas levantar-se pela manhã, a resolução de problemas requer atenção plena – estar ciente de si mesmo, de seus pensamentos e de suas intenções. Isso é onde muitas pessoas com TDAH falham. Estar completamente atento traz imagens de olhar para um abismo imaginário, de meditação ou de seguir os conselhos de um guru. Não é disso que estou falando agora.

A meditação é benéfica, e atingir a atenção completa é mais da prática e menos complicado do que você pode pensar. Você pode viver uma existência mais consciente se fizer três perguntas:

1 – O que eu estou fazendo? Você precisa fazer essa pergunta umas 20 vezes ao dia. Muitas vezes nós tropeçamos vida afora sem nos perguntarmos com o que estamos envolvidos e para onde estamos indo com isso. Sim, algumas pessoas seguem somente sua intuição, sentindo sua trajetória de uma situação a outra. Mas para o pessoal com TDAH, isso é um arranjo para um mau dia. Melhor voltar atrás e avaliar o que está acontecendo nesse momento com você, com seu ambiente e com os que estão à sua volta.

Sente-se em seu carro pela manhã, ou antes de deixar sua casa para pegar o ônibus, e pergunte-se se você tem tudo o que precisa para fazer suas obrigações do dia. Veja o que há em sua agenda e verifique sua mochila ou maleta. Eu toco em meu telefone, na minha carteira, nos meus óculos de leitura, e na caixinha de remédios para me assegurar que tudo está bem. Quando você sabe o que está fazendo, você pode fazer a próxima pergunta.

2- O que eu penso que estou fazendo? Essa questão é a raiz do que chamamos intenção, que é necessária para a tomada de decisões, planejamento, estabelecimento de metas e realizações, grandes ou pequenas. Para fazer com que as coisas boas aconteçam em sua vida (levantar-se, ir à faculdade, encontrar-se com a namorada, manter um emprego, decidir se vai ter sexo), você tem de saber o que você quer e ir em frente. Isso parece correto, mas os humanos não são animais que agem somente por instinto. Temos pensamentos conflitantes e emoções que influenciam nosso comportamento. Separar essas coisas é um pesadelo de organização para os que foram diagnosticados com TDAH. Um bom começo para fazer algum progresso é responder à terceira questão.

3- Por que isso é importante? Fazer o que você deseja fazer somente dá certo se você somar alguma coisa à sua vida. Você sabe o que os pais sempre dizem, “Nós só queremos que você seja feliz!” Isso parece doce, mas, creia-me, eles não querem isso. O que eles realmente querem de você é uma vida que tenha significado – para você e para os que estão à sua volta. Para ter uma vida com significado, pergunte a si mesmo por que é importante que você acorde cedo, que estude biologia, que vá trabalhar, ou comprar alguma coisa. Muitas coisas são importantes em sua vida, e você precisa descobri-las.

Para quem tem TDAH, pode ser difícil conseguir um significado. Para alguns, muitas coisas são importantes, e é difícil escolher entre elas qual é prioritária. Para outros, nada importa o suficiente para fazer uma diferença. Em cada caso, a resposta é perguntar a si mesmo se o que você está fazendo importará em uma grande diferença hoje, e realizar essa diferença.

Outro truque para construir uma prática de meditação diária é limitar o tempo que você gasta nisso. Se você tirar, digamos, uma hora para pensar nas três questões, você desistirá, porque essa não é uma maneira eficiente de gastar o tempo. Em vez disso, tire entre um e cinco minutos várias vezes ao dia. Eu não envio um e-mail importante sem fazer as três questões.

Todos têm problemas com a intensidade da vida. Por ser a organização difícil para algumas pessoas com TDAH, esse esforço pode ser insuperável. Não é. Faça a si mesmo as três perguntas e tome alguns minutos para escutar suas próprias respostas.




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