segunda-feira, 13 de setembro de 2010

23- Vinte e cinco (25) Coisas Boas do TDAH

por Bob Seay - “Living whith ADD”, dos editores de ADDitude magazine

1- A insônia, que deixa mais tempo para ficar surfando na net!

2- A vantagem do hiperfoco.

3- A resiliência

4- A personalidade efervescente.

5- A generosidade com dinheiro, tempo e recursos

6- A engenhosidade.

7- O forte senso do que é correto.

8- A disposição para assumir riscos.

9- A capacidade de fazer analogias tão sutis que ninguém entende.

10- A espontaneidade.

11- Possuir a mente de um Pentium, mas ter só 2 MBs de RAM

12- Freqüentes e agradáveis surpresas por achar roupas (ou dinheiro ou o    cônjuge) que havia esquecido.

13- Ser engraçado.

14- Ser o último dos românticos.

15- Ser bom de conversa.

16- Ter maior entendimento inato de tecnologias intuitivas, tais como    computadores e PDAs.

17- Acreditar honestamente que tudo é possível.

18- Estar raramente contente com as coisas como elas estão (status quo).

19- Compaixão.

20- Persistência.

21- Fazer parte da turma dos artistas, músicos, apresentadores e outros tipos criativos.

22- Estar sempre a postos para dar uma perspectiva diferente.

23- A disposição para lutar por aquilo em que acredita.

24- A excelência na motivação dos outros.

25- Ser muito organizado, pontual e geralmente responsável (OK, brincadeirinha... nessa eu menti).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

22- Dicas para os pais

Como pai você pode estar ciente destas várias técnicas a serem usadas, mas leia-as e poderá aprender algo novo. Afixe-as em lugar bem visível em sua casa e dê uma cópia para os avós e outros cuidadores (babás, etc.), para que eles possam segui-las também.

1- Quando você estabelece regras, torne-as bem simples, específicas, e faça por escrito, para que seu filho possa vê-las facilmente.

2- Recompensas que sejam claras e significativas para o seu filho geralmente funcionam melhor – e elas não têm de ser pródigas.

3- Dê retornos (feed-back) freqüentes para que seu filho saiba o que ele está fazendo.

4- Ajude seu filho a fazer transições suaves antecipando e planejando o que virá em seguida.

5- Mantenha o senso de humor e seja paciente.

6- Aproveite cada oportunidade para oferecer elogios e reforço positivo. Mas tenha cuidado para não exagerar por pequenas conquistas, porque seu filho provavelmente verá como você.

7- Quando chegar a hora de disciplinar, não fale muito e não crie caso, responda com comentários claros e pertinentes à ação.

8- Espere que seu filho terá dias bons e dias ruins.

9- Lembre, culpar seu filho, a si mesmo, ou ao seu cônjuge não ajudará em nada. Vocês todos estão juntos e todos estão tentando fazer o melhor.

21- O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento?

Muita coisa. O primeiro passo é informar-se sobre o que exatamente é o TDAH, suas causas e como ele se manifesta nas diferentes situações do dia-a-dia e nos diferentes locais que a criança freqüenta. É importante aceitar o TDAH como um problema real que merece cuidados especiais e não como resultado de um “temperamento difícil” ou “teimosia”. É importante também que procurem se orientar como devem se comportar com seu filho, tornando-se verdadeiros “especialistas” no assunto.

Os pais devem manter diálogo franco, ajudando a criança ou o adolescente a:

1- Entender as dificuldades dele próprio. Lembre-se de que no TDAH o portador não tem boa crítica sobre seu próprio comportamento e o impacto dele nos outros;

2- Descobrir as atitudes necessárias para diminuir o impacto do TDAH. O transtorno não tem cura, porém pode ser “administrado”.

Escute também as opiniões de seu filho sobre aqueles aspectos do seu comportamento que facilitam ou dificultam as coisas para ele.Diga a ele que vocês podem formar um “time” e descobrir coisas em comum.

As normas sobre os comportamentos precisam ser sempre claramente estabelecidas. Ou seja, ele precisa de um meio familiar que tenha rotinas, que seja previsível e que especifique exatamente o que é esperado dele.

Estas regras devem fazer sentido e ser constantes para todas as pessoas que se relacionem com o portador do TDAH.

1- O modo como as pessoas se comportam sempre tem um sentido, uma razão de ser. Explique por que as pessoas devem se comportar desta ou daquela maneira, pois isto não é muito evidente na maioria das vezes. Fale das conseqüências de se comportar de modo diferente daquilo que é esperado pelas demais pessoas. Dê exemplos;

2- Procure se comportar sempre do mesmo modo em situações semelhantes quando estiver com seu filho. Não faça de um jeito em uma ocasião e de outro completamente diferente em outra. É importante que o mesmo comportamento que você o incentiva a ter em casa seja incentivado em todos os outros locais.

Qualquer norma só deve ser implementada se todos os responsáveis que lidam com a criança ou o adolescente concordarem com ela (entenderam, mamãe e papai?). Portanto, todos os castigos e prêmios também devem ser conhecidos por todos. Mas, atenção, qualquer discussão acerca das regras não deve acontecer na frente da criança! - No Mundo da Lua, pág. 60.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

20 - Quando o seu filho é o culpado pelo bullying

Você pode estar acostumado com o fato do seu filho ser vítima do bullying, mas e quando seu filho é o agressor na escola? Eis aqui o que os pais podem fazer para auxiliar seus filhos com TDAH a se acalmarem.

Muitos pais de crianças com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) se preocupam com o fato de seus filhos serem vítimas de bullying na escola. Mas algumas crianças com TDAH são os agressores. De acordo com um estudo recente, uma criança com TDAH tem 3 vezes mais chance de importunar outras crianças do que uma criança sem o transtorno. A seguir, algumas maneiras de parar com o bullying em sua vida.

Não acuse seu filho de bullying.

Evite a tentação de gritar. Em vez disso, diga calmamente, “Era a sua professora ao telefone, e ela disse que viu você agredir seu colega João no pátio. Qual é a sua versão da história?” Não se surpreenda se ele não admitir nada e não demonstrar nenhum remorso. “Você deve lembrá-lo de como ele se sentiu da última vez que alguém foi mau com ele”, diz Robert Sege, MD., Ph.D., professor de pediatria na Tufts University School of Medicine.

Dê alguma coisa construtiva para ele fazer.

O doutor Sege diz que “os que praticam o bullying são líderes naturais”. Fale com o professor sobre dar ao seu filho um trabalho para fazer, quando ele geralmente apronta alguma arte. Exemplos: Formar uma equipe de limpeza do pátio ou entregar papéis à diretora.

Previna o bullying antes que ele comece.

Pergunte à professora onde o bullying acontece. Se for no ônibus da escola, tente o assento determinado, pondo seu filho perto do motorista do ônibus e longe de sua vítima. Se for no recreio, arranje para que seu filho brinque somente em área bem vigiada.

Ajude seu filho a controlar suas emoções.

Se o seu filho se descontrola quando outros o provocam, utilize a técnica de desempenhar o papel para regular seus sentimentos. Diga, “Eu te amo e te acho maravilhoso, mas eu vou te provocar como parte de um jogo”. “Não importa o que eu diga, você vai me ignorar e não vai ficar agressivo”. Então, você pode dizer “Você é estranho”. Se o seu filho não responder, elogie-o. Então diga, “Vou chama-lo de mais nomes, e você vai sair de perto”. Se ele fizer isso, elogie-o novamente.

Não se sinta como se fosse um mau pai.

Se um professor ligar se queixando sobre o comportamento agressivo do seu filho, você pode querer arrumar desculpas para os atos dele. Não faça isso! Obtenha informações – quem, o que, quando e onde – assim você poderá ajudar seu filho e terminar com a queixa por meio de uma carta.

Quanto mais seguro se sentir o seu filho, menos provável que ele vá importunar os outros. Laura Flynn McCarthy – ADDitude 8/09/10 (Vejam a postagem no. 65, sobre as consequências legais do bullying)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

19- Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manterem organizados

Você é uma mãe com TDA que tem um filho com TDAH? Os desafios quanto à organização são muitos quando tanto um pai quanto o filho têm déficit de atenção. Descubra aqui as dicas para conseguir e manter em ordem os cuidados com a casa, com a vida escolar e com a disciplina. Por Eunice Sigler.

Quando adultos com TDA também são pais de crianças com déficit de atenção, pode ser especialmente desafiador manter a família organizada. Use essas dicas para estabelecer sistemas para organizar os cuidados com a casa, com a disciplina do seu filho, para apoio do seu filho na escola e para manter as coisas sob controle.

Organize os cuidados com a casa

Escreva tudo. Tudo que pode ser esquecido ou negligenciado por qualquer membro da família – recados por telefone, listas do que fazer, encontros – deve ser escrito. Adultos com TDA devem manter papel e caneta ao lado de cada telefone da casa e datar cada anotação para manter as coisas em dia.

Mantenha uma escala da família. Arrume um calendário grande de parede e afixe-o para que todos o vejam, com códigos coloridos para cada membro da família. Se as crianças forem grandes o suficiente, elas podem colar seus próprios compromissos, datas limites etc. Quanto mais envolvidas no processo de escalação, mais provável que se mantenham em dia.

Crie um ritual matutino. Estabeleça uma rotina de modo que as crianças saibam exatamente o que fazer em cada manhã: vestir-se, tomar o café da manhã, escovar os dentes, etc. Se o seu filho tiver problemas para se lembrar da sua rotina suave de sair de casa, crie um pôster que mostre o que tem de ser feito em seqüência. Se o seu filho toma remédio, considere acordá-lo meia hora mais cedo para dar-lhe a medicação.

Acorde 30 minutos mais cedo. Use o tempo antes que as crianças estejam prontas para o café da manhã, verifique as mochilas, etc., para prevenir as crises de última hora. Se você é uma pessoa que dorme tarde, faça essas coisas antes de ir dormir.

Faça as refeições nos horários marcados. Estabeleça horários regulares para a alimentação (café da manhã, almoço, jantar) até mesmo para os finais de semana. Ocasionalmente, terá de mudar os horários por causa de eventos esportivos ou outras atividades, mas faça todo o esforço para alimentar seu filho que tem TDAH de modo consistente.

Simplifique a compra de comida. Mães com TDA têm dificuldade com o planejamento das refeições, esquecendo o que comprar, ou se sentem confundidas com todas as escolhas que pode fazer no supermercado. Faça cartões com a lista das refeições que você quer preparar e inclua os ingredientes. Mantenha os cartões na sua bolsa ou sacola, para que eles estejam à mão quando você estiver no supermercado. Quando fizer compras, mantenha-se focada e não faça compras por impulso. Compre somente o que estiver anotado nos cartões.

Arrume uma pessoa que não tenha TDA para ajudar. Que seja o cônjuge, arrumadeira contratada, um amigo ou um vizinho de confiança, peça a alguém para ajudar para que as coisas sejam feitas. Sinta-se livre para tirar uma folga sempre que se sentir sobrecarregada, assim você poderá se focar novamente.

Organize sua disciplina

Não seja um ditador. Deixe seu filho dizer algo sobre as regras estabelecidas para os cuidados com a casa e os limites. As crianças geralmente sugerem castigos mais estritos do que os que você gostaria de aplicar; então, trabalhem juntos para descobrir o que é melhor para a sua família.

Explique suas expectativas. Seja claro sobre o que você espera do seu filho, e, se ele não atingir suas expectativas, discipline-o por tirar algum dos seus privilégios. Explique exatamente o que ele fez de errado e como ele pode recuperar o privilégio.

Escolha suas brigas. Seja tão consistente quanto possível, mas não tenha medo de deixar passar algumas coisas.

Esteja de acordo com seu esposo. Tenha certeza de que vocês concordam sobre quando e como disciplinarão, para que seu filho não receba mensagens conflitantes. Seu companheiro entendeu as mudanças que você fez? Se não entendeu, a terapia familiar poderá ajudar.

Organize a vida escolar

Esteja por dentro. Trabalhe com o professor e fique em contato por e-mail. Estabeleça uma rotina de enviar por e-mail estas quatro perguntas toda semana: Fale-me sobre a semana do meu filho. Meu filho vai precisar de algum material especial na próxima semana? Meu filho tem deixado de fazer algum trabalho? qual é o estado atual de notas do meu filho?

Você também pode se comunicar por meio de um notebook ou pasta que vai e vem da escola. Peça que os papéis importantes da escola sejam colocados na pasta (permissão de saída, avisos de reuniões e etc.) para que você se livre da bagunça de papel e fique seguro de que vai ver e assinar todos os formulários necessários. Adicione logo todos os eventos relativos à escola no calendário da família.

Estabeleça uma rotina para trabalho de casa. As crianças geralmente são menos resistentes ao trabalho de casa se elas tiverem primeiro um tempo livre. Ofereça ao seu filho um lanche saudável que contenha proteína, que ajuda a melhorar o humor e o foco mental. Se as guerras sobre os trabalhos de casa persistirem, considere a possibilidade de um aluno mais velho vir e prestar ajuda.

Prepare-se para os encontros de pais e professores. Faça uma lista dos tópicos que você quer discutir e envie Poe e-mail para o professor, com uma semana de antecedência. Para uma reunião melhor, coloque todos os trabalhos completados que seu filho trouxe para casa numa pasta que você possa carregar. Desse modo, você e o professor terão exemplos do trabalho dele para construir um quadro mais claro sobre o progresso do seu filho.

Fale com os professores logo no início do ano escolar. Uma carta de apresentação pode ser usada para explicar os desafios que sua família enfrenta, ou tenha uma reunião com o professor para discutir como esses problemas poderão ser enfrentados na escola.

Permaneça otimista.

Elogie o bom comportamento. Lembre o seu filho de suas potencialidades e elogie seu filho com TDAH quando ele por pego fazendo o que for certo (terminando o trabalho de casa, guardando os brinquedos, etc.). Se os seus comentários negativos superam os positivos, é hora de uma mudança. Afinal, crianças com TDA já escutam muitos comentários negativos fora de casa.

Elimine a conversa interior pessimista. Se você se queixa sobre o seu próprio TDA, seu filho ouvirá isso e aplicará a si próprio. Cesse a sua negatividade e focalize nos seus aspectos positivos.

Descubra o que funciona para você. Você não tem de ser pai por meio de um livro. Use um sistema que funcione melhor para sua família.

Traduzido da revista ADDitude. agosto/2010

sábado, 4 de setembro de 2010

18- TDAH - Sintomas em adultos

- A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então, inúmeros estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado, persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo meninos hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos desconhecem a existência do TDAH em adultos e, quando são procurados por estes pacientes, tendem a tratá-los como se tivessem outros problemas (de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um outro problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só diagnostica este último e “deixa passar” o TDAH.
- Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção quanto de hiperatividade-impulsividade) porém em menor número do que apresentavam quando eram crianças ou adolescentes.
- Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em algumas situações, porque o indivíduo pode não se lembrar de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como “bicho carpinteiro”, etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade e lembra de ser muito “avoado”, com queixas freqüentes de professores e pais.
- Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia. Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que pode deixar para depois. Em conseqüência disso, quem TDAH fica muito “estressado” quando se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que assume vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem medo de não conseguir dar conta de tudo. Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade, interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele.
- O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas tarefas, principalmente quando são muitas, e o tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com outras pessoas. A persistência nas tarefas também pode ser difícil para o portador de TDAH, que freqüentemente “deixa as coisas pela metade”.
ABDA - tdah.org.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

17- Os Sintomas do TDAH

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois grupos de sintomas:

• desatenção

• hiperatividade e impulsividade

Os sintomas listados abaixo são aqueles descritos no DSM – IV (Diagnostic and Statistical Manual, 4ª. edição), um manual preparado pela Associação Psiquiátrica Americana, que lista todos os sintomas de todas as enfermidades psiquiátricas existentes, tornando os diagnósticos mais padronizados, mais homogêneos entre os profissionais.

Módulo A: Sintomas de DESATENÇÃO (devem ocorrer freqüentemente)

1- Prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção;

2- Dificuldade de se concentrar (tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras);

3- Parecer estar prestando atenção em outras coisas numa conversa;

4- Dificuldade em seguir as instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar;

5- dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com antecedência;

6- Relutância ou antipatia em relação a tarefas que exijam esforço mental por muito tempo (tais como estudo e leitura);

7- Perder objetos necessários para realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia;

8- Distrair-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus próprios pensamentos. É comum que pais e professores se queixem de que estas crianças parecem “sonhar acordadas”;

9- Esquecer-se de coisas que deveria fazer no dia-a-dia.

Módulo B: Sintomas de HIPERATIVIDADE e IMPULSIVIDADE (devem ocorrer freqüentemente)

1- Ficar mexendo as mãos e pés quando sentado ou se mexer muito na cadeira;

2- Dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado (sala de aula, mesa de jantar, etc.)

3- Correr ou escalar coisas, em situações nas quais isso é inapropriado (em adolescentes ou adultos pode se restringir a um sentir-se inquieto por dentro);

4- Dificuldades para se manter em silêncio em atividades de lazer (jogos, brincadeiras);

5- Parecer ser “elétrico” e a “mil por hora”;

6- Falar demais;

7- Responder perguntas antes de elas serem concluídas. É comum responder a pergunta sem ler o final;

8- Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas, etc.);

9- Interromper os outros ou se meter nas conversas dos outros.

No Mundo da Lua, pág. 20

sábado, 28 de agosto de 2010

16- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio – Dados para as famílias

Uma criança com TOD pode ser muito difícil para os pais. Esses pais precisam de apoio e de compreensão. Os pais podem ajudar sua criança com TOD das seguintes maneiras:

• Trabalhe sempre com os aspectos positivos, agradeça à criança e dê reforço positivo quando ela mostra flexibilidade e cooperação.

• Dê um tempo ou faça uma pausa se você estiver a ponto de tornar pior e não melhor um conflito com seu filho. Isto pode ser um bom exemplo para seu filho. Apóie seu filho se ele decidir fazer uma pausa para evitar o excesso de reação.

• Escolha suas batalhas. Como o seu filho com TOD tem dificuldade de evitar as brigas pelo poder, priorize as coisas que você quer que seu filho faça. Se você der um castigo ao seu filho, no quarto dele, por algum mau comportamento, não acrescente tempo para discussão. Diga “seu tempo de castigo começa quando você estiver no seu quarto”.

• Estabeleça limites razoáveis, compatíveis com a idade e com as conseqüências que podem ser aplicadas de modo consistente.

• Mantenha outros interesses além do seu filho com TOD, para que o manejo do seu filho não se transforme em uma tarefa que consuma toda a sua energia. Tente contato e apoio dos outros adultos que lidam com o seu filho (professores, treinadores e o cônjuge).

• Controle o seu estresse com escolhas sadias de vida e faça exercícios e relaxamento. Respeite-se e faça outras pausas conforme necessário.

Muitas crianças com TOD responderão às técnicas de paternagem positiva. Os pais devem pedir aos seus pediatras, ou ao médico de família, para encaminhá-los a um psiquiatra da infância e da adolescência, ou a um profissional qualificado de saúde mental, que possa diagnosticar e tratar o TOD e qualquer outro transtorno psiquiátrico coexistente.
Copyright © 2006 by the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry

15- Crianças com o Transtorno de Oposição e Desafio

Todas as crianças são do contra algumas vezes, particularmente quando estão cansadas, com fome, estressadas ou nervosas. Elas podem contestar, responder, desobedecer e desafiar os pais, professores, e outros adultos. O comportamento de oposição freqüentemente é uma parte normal do desenvolvimento entre os dois e três anos de idade e no início da adolescência. Entretanto, comportamentos claramente hostis e de não cooperação tornam-se um problema sério quando são muito freqüentes e tão consistentes que se sobressaem quando comparados aos de outras crianças da mesma idade e nível de desenvolvimento, e quando afetam a vida social, familiar e acadêmica da criança.
Nas crianças com o TOD (ou TDO) há um permanente padrão de comportamento hostil, não cooperativo e desafiador contra as figuras de autoridade, que interfere com o funcionamento no dia-a-dia da criança. Os sintomas do TOD incluem:

• Freqüentes crises de birra

• Desentendimentos excessivos com adultos

• Freqüentes questionamentos das regras

• Desafio ativo e recusa a obedecer aos pedidos e às regras dos adultos

• Tentativas deliberadas de incomodar ou de enervar os adultos

• Culpar os outros por seus erros e mal comportamentos

• Freqüentemente irritada e incomodada pelos outros

• Raivas e ressentimentos freqüentes

• Maldosa e cheia de ódio quando está nervosa

• Atitude agressiva e desejosa de vingança

Os sintomas são vistos geralmente em várias circunstâncias, mas podem ser muito intensos no lar ou na escola. De 1 a 16% de todas as crianças em idade escolar e dos adolescentes têm TOD. As causas do TOD são desconhecidas, mas muitos pais relatam que seus filhos com TOD eram mais rígidos e exigentes do que os irmãos desde pequenos. Podem ter um papel os fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Uma criança que apresente os sintomas do TOD deve ter uma avaliação completa. É importante procurar por outros transtornos que podem estar presentes, tais como o TDAH, Dificuldades de Aprendizagem, Transtornos do Humor (Depressão, Transtorno Bipolar) e Transtorno de Ansiedade. Pode ser difícil melhorar os sintomas de TOD sem tratar o transtorno coexistente. Algumas crianças com TOD podem evoluir para o Transtorno de Conduta.

O tratamento do TOD pode incluir: Programas de Treinamento em Gerenciamento para os Pais, para ajudá-los e aos outros a lidar com os comportamentos da criança. A Psicoterapia Individual para desenvolver um manejo mais eficiente da raiva. Psicoterapia Familiar para melhorar a comunicação e o entendimento mútuo. Terapias de Treinamento e de Desenvolvimento de Habilidades Cognitivas e de Solução de Problemas para auxiliar a resolver os problemas e a diminuir a negatividade. Treinamento de Habilidades Sociais para aumentar a flexibilidade e melhorar as habilidades sociais e a tolerância à frustração com os colegas.

A medicação pode auxiliar no controle de alguns dos sintomas mais incomodativos do TOD assim como dos sintomas relacionados às condições coexistentes tais como TDAH, ansiedade e transtornos do humor.
Copyright © 2006 by the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH

Maneiras criativas de manter as crianças desatentas com TDAH e dificuldades de aprendizagem focalizadas e engajadas na classe e em casa. Os editores de ADDitude.

Provavelmente você notou que uma criança com TDAH pode focalizar intencionalmente em certas atividades (o que se denomina hiperfocalização) – jogar videogueimes, por exemplo. Mas quando o assunto é trabalho escolar, ela tem muita dificuldade de se manter atenta.
Os pesquisadores reconhecem que o TDAH não prejudica a capacidade de prestar atenção, mas sim a habilidade de controlar no que se presta atenção. A medicação pode fazer muito para ajudar as crianças a se concentrar, mas os portadores de TDAH podem se beneficiar das estratégias listadas aqui.

Em classe

Sente os portadores de TDAH longe de distrações, tais como portas, janelas, e áreas de muito movimento. Ponha colegas bem comportados ao redor deles. Arrume a mobília da classe de modo que você possa circular livremente e tenha acesso a todos os estudantes – seus movimentos manterão o interesse deles e lhe permitirão redirecionar um aluno cuja atenção se perdeu.
• Torne as aulas interessantes, alegres, enigmáticas. Apague as luzes e use lanternas para iluminar objetos ou palavras no quadro negro. Convide um visitante de surpresa. Desenhe figuras gozadas para ilustrar os pontos chave, e convide alunos ao quadro negro para fazer o mesmo. Sempre que for possível, planeje as aulas a respeito de acontecimentos recentes ou tópicos de interesse dos estudantes. Mantenha a atenção deles com resultados de futebol e outras estatísticas durante as aulas de matemática.
• Varie os métodos de ensino. Limite a quantidade de tempo em que você fala aos estudantes enquanto eles escutam. Faça-os cantar as tabuadas, marque com batidas as sílabas das palavras, ou faça perguntas para que os colegas deles respondam.

Em casa

• Dê a medicação corretamente. Se a sua criança toma medicações para TDAH, tenha certeza de que ela toma a medicação corretamente e na dosagem certa. Quando associados a técnicas comportamentais, estimulantes e outras drogas para o TDAH podem melhorar dramaticamente a habilidade de focalização da criança.
• Torne o aprendizado uma coisa ativa. Encoraje sua criança a se envolver completamente em sua tarefa de casa. Faça com que ela sublinhe o material de leitura com lápis coloridos ou desenhe cartões para ilustrar as palavras do vocabulário. Quando ela estiver trabalhando com problemas de matemática, deixe que ela use grãos de milho ou pipocas para fazer os cálculos.
• Ensine a automonitorização. Ajude sua criança a se tornar consciente das coisas que a tornam distraída. Com tempo e prática, ela saberá o que é estar distraída, e reconhecerá quando sua atenção estiver se desviando. Os portadores de TDAH se beneficiam de afirmações positivas, tais como “Vou prestar atenção no meu trabalho” . Ensine sua criança a repetir isso para se encorajar e se manter ativa.
• Realize jogos de prender a atenção. Muitos jogos clássicos infantis, incluindo “Simon Says” e dança de cadeiras, requerem atenção e boa capacidade de escutar. Num jogo chamado “ Champion Distractor” , um jogador se focaliza no término de uma tarefa, enquanto o outro tenta distraí-lo. Para vencer o jogo, o jogador precisa ser um bom distraidor, e ser capaz de evitar ser distraído.
• Gaste mais tempo fora. Estudos recentes ligam o tempo gasto fora, especialmente em ambientes naturais, com melhora da concentração. Tente caminhar ou dirigir por caminhos "verdes" até a escola, e dê à sua criança tempo para brincar fora de casa antes de ela sentar-se para fazer as tarefas de casa.
Este artigo foi traduzido do número Outono/2009 de ADDitude magazine.

13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?

Dificilmente. Todos nós sabemos como algumas crianças se tornam muito malcomportadas em função do modo pelo qual foram criadas. A educação dada pelos pais ou por aqueles que criaram a criança, sem sombra de dúvida, tem papel crucial na forma como ela se comporta.
Mas isso não é o mesmo que sofrer de TDAH. Uma coisa é ser mal-educada, não saber comportar-se em determinadas situações; outra bem diferente é ter um transtorno bem específico que é motivo de pesquisa em todo o mundo. Só confunde uma coisa com outra quem realmente não sabe nada sobre o TDAH.
Ao contrário do que se pensa (e dizem alguns profissionais, infelizmente, com pouco conhecimento acerca do assunto), o diagnóstico do TDAH, quando feito de forma correta e obedecendo a critérios bem objetivos, é extremamente confiável.
O quadro descrito é o mesmo desde o século XIX (por incrível que pareça!), apesar de mudarem os nomes, o que é aceito como sintomas e as causas suspeitadas. Além disso, os sintomas são os mesmos em diferentes culturas, como foi demonstrado num estudo com crianças da América do Sul, da China, do Japão, da Europa e da Índia. Podem existir culturas mais diferentes? E que tal os sintomas serem os mesmos há mais de um século, apesar de terem existido tantas mudanças na forma de criar os filhos, no sistema educacional e na vida em geral? E, mesmo assim, os sintomas descritos naquela época eram praticamente os mesmos. Não, definitivamente o TDAH não é secundário ao modo pelo qual as crianças são criadas. No Mundo da Lua pg. 47

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

12- O comportamento dos pais em relação aos filhos pode agravar o TDAH?

Sim, pode ter certeza disto! As atitudes que os pais têm em relação a seu filho não são a causa do TDAH, mas podem contribuir para acentuar os comportamentos inadequados que eles apresentam. Vamos ver alguns exemplos disso:

1- Pais que têm dificuldade em estabelecer normas de comportamento bem claras e definidas podem contribuir para um aumento dos vários comportamentos inadequados das crianças com TDAH, porque elas não terão parâmetros que norteiem seu comportamento. Alguns exemplos comuns:
• O pai diz que não se deve gritar dentro de casa, mas ele mesmo grita quando briga com a mãe ou qualquer outra pessoa. O mesmo vale para palavrões;
• O pai explica que “mentir é feio”, mas o filho presencia o pai dizer “pequenas mentiras” ao telefone, em vez de dizer a verdade;
• A mãe insiste que ele “coma com modos” quando está fazendo as refeições com o restante da família ou com estranhos, mas o pai come “sem modos” em várias outras ocasiões e ela nada faz ou nenhuma “conseqüência” mais evidente é observada pela criança.

2- Quando os pais discordam muito entre si sobre o modo como educar seus filhos, tornando as regras familiares confusas. A criança, em geral, fica sem saber o que será realmente exigido dela. Alguns exemplos comuns:
• O pai coloca o filho de castigo por algo que ele fez e a mãe, com o “coração mole” , o retira do castigo pouco tempo depois, sem que ele tenha sido cumprido;
• A mãe pede para “não contar para o pai” algo que o filho fez.

3- Um estilo de educação muito “permissivo” , em que os pais toleram muitos comportamentos inadequados da criança. Ela nunca é treinada, ao longo de sua infância e da adolescência, para lidar com limites (que terá de enfrentar ao longo de toda a vida, não tem jeito). Alguns exemplos:
• As crianças ficam correndo e fazendo bagunça numa sala ou restaurante, mas os pais apenas pedem para “não fazer isto” umas cem vezes seguidas, sem tomar nenhuma providência concreta. Quando o fazem, parecem estar eles mesmos prestando atenção em outra coisa (na conversa com os outros adultos, por exemplo) e o castigo (uma palmada, etc.) parece algo perdido no meio de tudo;
• Os pais defendem a todo custo o seu filho na escola, mesmo quando está claro que ele estava errado e foi corretamente punido pelos professores.

4- Por outro lado, famílias muito exigentes que não conseguem dosar a liberdade que devem dar para pequenos erros. Todo mundo pode errar de vez em quando! Esses pais podem colaborar para o aumento da ansiedade, a sensação de frustração e a irritação das crianças e dos adolescentes com TDAH;

5- Algumas famílias costumam discutir com freqüência, berrar e eventualmente bater nos filhos, ou seja, têm um estilo agressivo de resolver os conflitos dentro de casa. Levando-se em consideração que os pais servem como modelos para seus filhos, que tendem a imitá-los, tais comportamentos podem gerar ou acentuar a freqüência de comportamentos agressivos e opositivos na criança.
No Mundo da Lua, pg. 57

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

11- O que acontece com quem herda a predisposição para o TDAH?

Estas pessoas têm uma alteração nas substâncias que passam as informações entre as células nervosas, os chamados neurotransmissores. No caso do TDAH, são a Dopamina, e a Noradrenalina que estão deficitárias. Esses neurotransmissores são importantes especialmente na região anterior do cérebro, o lobo frontal, e suas conexões para vários outros locais do cérebro.
O lobo frontal é responsável por várias coisas:
a) A atenção;
b) A capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas;
c) A capacidade de manter essa estimulação ao longo do tempo, sem “perder o gás” (sem perder a energia e o interesse);
d) A capacidade de fazer um planejamento, traçando objetivos e metas;
e) A capacidade de verificar o tempo todo se os planos estão saindo conforme o desejado e modificá-los se for o caso;
f) A capacidade de “filtrar” as coisas que não interessam para aquilo que se está fazendo no momento, sejam elas externas (distratores do ambiente) ou internas (pensamentos);
g) A capacidade de controlar o grau de movimentação corporal, os atos motores;
h) A capacidade de controlar impulsos
i) A capacidade de controlar as emoções e não permitir que elas interfiram muito no que se está fazendo;
j) A memória que depende da atenção.
Imagine agora que o funcionamento do lobo frontal não está 100% por conta de um déficit na utilização dos neurotransmissores naquele local e que todas essas coisas listadas acima não vão acontecer de modo satisfatório. Pronto, você já conhece em profundidade os sintomas do TDAH.
"No Mundo da Lua" pg. 45

terça-feira, 24 de agosto de 2010

10- Acomodações em classe e auxílios para os alunos com TDAH

Em sala de aula, seu filho com déficit de atenção pode ter dificuldade em focalizar, organizar-se, socializar ou completar as tarefas. Proponha estas soluções ao professor para criar um ambiente de aprendizagem mais amigável .

1- Acomodações para o trabalho em classe

• Quando você vir este comportamento: Facilmente distraído pela atividade da classe
- Tente isto: Ponha o aluno sentado na frente e no centro, longe de distrações

• Quando você vir este comportamento: Interfere na aula para ganhar atenção negativa
- Tente isto: Ponha o aluno sentado ao lado de um aluno modelo

• Quando você vir este comportamento: Não liga para o espaço pessoal; vai até as carteiras para conversar ou para mexer com os outros alunos
- Tente isto: Aumente a distância entre as carteiras

2- Acomodações para as tarefas

• Quando você vir este comportamento: Incapaz de completar a tarefa no tempo dado
- Tente isto: Permita um tempo extra para o término da tarefa passada

• Quando você vir este comportamento: Vai bem no início de uma tarefa, mas a qualidade do trabalho decresce perto do final
- Tente isto: Divida a tarefa em várias partes menores; encurte as tarefas ou diminua o período de tarefas

3- Acomodações para organização

• Quando você vir este comportamento: Não encontra as folhas dos trabalhos
- Tente isto: Recomende ficheiros com divisores e pastas de arquivo

• Quando você vir este comportamento: Dificuldade de se lembrar das tarefas de casa
- Tente isto: Dê ao estudante um livro de anotação dos trabalhos; supervisione a baixa dos trabalhos anotados

• Quando você vir este comportamento: Perde os livros e cadernos
- Tente isto: Permita que o aluno tenha um conjunto de livros de reserva em casa

4- Acomodações para a distração

• Quando você vir este comportamento: Incapaz de acompanhar as discussões ou de anotar a matéria
- Tente isto: Providencie assistência de um colega na anotação da matéria e encoraje a participação nas discussões

• Quando você vir este comportamento: Reclama que as lições são chatas
- Tente isto: Procure envolver o aluno na preparação da lição

• Quando você vir este comportamento: Distrai-se facilmente
- Tente isto: Facilite o estudante a permanecer na tarefa com um sinal privativo combinado

• Se você vir este comportamento: Entrega as tarefas com erros por falta de cuidado
- Tente isto: Programe cinco minutos para conferir as respostas antes de entregar a tarefa

5- Acomodações para a inquietação

• Quando você vir este comportamento: Tem necessidade de andar
- Tente isto: Permita que o aluno ande pela sala ou no corredor e que fique de pé enquanto faz a tarefa

• Quando você vir este comportamento: Tem dificuldade de focalizar por longos períodos de tempo
- Tente isto: Permita curtas pausas entre as tarefas ou lições

6- Acomodações para o comportamento

• Quando você vir este comportamento: Chama a atenção constantemente
- Tente isto: Ignore comportamentos impróprios menores

• Quando você vir este comportamento: Não consegue entender o objetivo de uma lição ou atividade
- Tente isto: Aumente a freqüência dos prêmios e das conseqüências

• Quando você vir este comportamento: Responde antes da hora ou interrompe os outros
- Tente isto: Admita as respostas corretas somente quando a mão estiver erguida e o aluno for autorizado

• Quando você vir este comportamento: Necessita de reforço
- Tente isto: Envie para a família relatórios diários ou semanais sobre os progressos

• Quando você vir este comportamento: Precisa de ajuda por muito tempo para melhorar o comportamento
- Tente isto: Estabeleça um contrato de comportamento

7- Acomodações para o humor e a sociabilização

• Quando você vir este comportamento: Está confuso sobre os comportamentos sociais corretos
- Tente isto: Estabeleça metas de comportamento social com o estudante e combine um programa de premiação

• Quando você vir este comportamento: Não trabalha bem com outros alunos
- Tente isto: Encoraje o aprendizado de tarefas em cooperação

• Quando você vir este comportamento: Não é respeitado pelos colegas
- Tente isto: Combine responsabilidades especiais na presença do grupo de colegas

• Quando você vir este comportamento: Tem baixa auto-estima ou pouca auto-confiança
- Tente isto: Elogie o comportamento positivo e o trabalho bem feito; dê ao aluno a oportunidade de agir em papel de liderança

• Quando você vir este comportamento: Parece distante ou solitário
- Tente isto: Encoraje as interações sociais com os colegas de classe; planeje atividades dirigidas pelo professor

• Quando você vir este comportamento: Fica frustrado facilmente
- Tente isto: Reconheça bastante o comportamento correto e o trabalho bem feito

• Quando você vir este comportamento: Fica enraivecido facilmente
- Tente isto: Encoraje o aluno a ficar longe das situações que causam raiva; gaste um tempo conversando com o aluno

Extraído de www.additudemag.com/dahd/article (outono de 2009)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

9- O que os professores devem esperar do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH?

Todas as possibilidades de resultados. Algumas crianças com TDAH conseguem ter bom desempenho acadêmico ( e profissional, no futuro), mas muitas delas apresentam desempenho abaixo do esperado em relação aos seus pares e ao seu potencial, não sendo raras as repetições. O TDAH ocorre em toda a faixa de inteligência, qualquer QI pode ser encontrado em quem tem o transtorno, desde alunos com inteligência limítrofe até os superdotados.

A inteligência do portador de TDAH é provavelmente o maior determinante de quanto ele vai conseguir vencer na vida apesar do transtorno.

Além da inteligência, outros fatores podem modificar o prognóstico de quem tem TDAH:

1- A presença de outros problemas associados ao TDAH, algo comum, em geral leva a um pior desempenho acadêmico ou a uma pior adaptação na escola. muitos alunos diagnosticados com TDAH apresentam outros problemas (como já foi dito anteriormente) e são justamente estes últimos que causam a maior parte das dificuldades. São estes os casos que vão parar nos consultórios e nos centros especializados de diagnóstico e tratamento. Inúmeros médicos têm uma idéia equivocada do que seja TDAH justamente por isso: acabam vendo apenas os casos complicados pela existência de problemas associados (Transtorno Desafiante de Oposição e Transtorno de Conduta, por exemplo). Muitos casos de TDAH passam “despercebidos” porque os alunos têm boas notas e bom comportamento, e neste caso as crianças são consideradas normais;

2- Problemas familiares significativos, famílias caóticas ou com muitos problemas de relacionamento interpessoal podem comprometer o desempenho da criança ou do adolescente;

3- Presença de quadros de depressão ou ansiedade significativos em co-morbidade com o TDAH se associam a pior desempenho acadêmico;

4- Abuso de álcool e/ou drogas que, por si só, já traz muitos problemas.

Quanto àqueles alunos que apresentam dificuldades e elas são exclusivamente secundárias aos sintomas do TDAH, observamos que são crianças e adolescentes que:

• Vivem no mundo da lua. Dessa forma, “perdem” boa parte da explicação do professor na sala de aula ou daquilo que estão lendo no livro;

• Fazem erros por “bobagem”, isto é, por mera distração. Acabam tendo notas inferiores ao que realmente poderiam ter;

• Parecem estar prestando atenção a outra coisa (em geral, um ou vários outros pensamentos, isto é, “distratores internos”) quando se fala com elas. Isso causa um freqüente mal-estar no interlocutor, que passa a ver o aluno “com outros olhos”;

• Esquecem de algo que haviam estudado previamente. Isso ocorre porque a atenção era superficial enquanto estudavam e, assim, o material não é levado corretamente para os armazéns da memória. A atenção é o portal da memória;

• Respondem antes de ler ou de ouvir a pergunta até o final. Com freqüência, acabam fornecendo respostas inadequadas ou incorretas;

• Evitam tarefas muito longas, monótonas ou que exijam concentração. Acabam dando a impressão de serem alunos indolentes ou preguiçosos.

As dificuldades para completar tarefas individuais (em grupo é mais fácil), em prestar atenção nas instruções das tarefas e nas explicações do professor e a dificuldade para estudar em casa podem resultar em notas baixas. Apesar disso, com as necessárias adaptações, é possível melhorar o desempenho nas provas.

É importante diferenciar “dificuldades em se adaptar ao sistema educacional” de “impossibilidade de aprendizagem”. Muitas crianças com TDAH são muito inteligentes e se lhes dermos uma chance elas poderão ser bem-sucedidas.
Extraído de No Mundo da Lua, pg. 96

domingo, 22 de agosto de 2010

Ao contrário do que a expressão "no mundo da lua" sugere, a mente do desatento está envolvida em vários pensamentos que se renovam com sucessão vertiginosa. Estar "desligado" não significa estar sem nada na mente.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

8- Quais são as características ideais de um professor para crianças e adolescentes com TDAH?

Para lidar com uma criança com TDAH, antes de mais nada, o professor precisa conhecer o transtorno e diferenciá-lo de “má-educação”, “indolência” ou “preguiça”.
Ele terá de conseguir equilibrar as necessidades dos demais alunos com a dedicação que uma criança com TDAH necessita, o que pode ser difícil com uma turma numerosa. Turmas pequenas são preferíveis. Ele tem que percebê-la como uma pessoa que tem potencial (que poderá ou não se desenvolver, como com todo mundo), interesses particulares, medos e dificuldades e tem que estar realmente interessado em ajudá-la. Embora existam várias “dicas” (muitas das quais veremos neste livro), não existe uma única técnica ou abordagem pedagógica que possa melhorar a atenção e o desempenho de uma criança com TDAH.
Não vejo sentido, por outro lado, em se pedir a um professor que faça a tarefa hercúlea de ensinar a uma criança que não está sob tratamento.
É freqüente que me perguntem sobre isso, contando de casos em que os pais “eram contra medicamentos”. Na minha humilde opinião (é o Dr. Paulo Mattos que fala), nenhuma escola é obrigada a receber alunos cujos pais se recusem a fazer o tratamento indicado pelas principais sociedades médicas do mundo, mas há quem pense diferente.
O professor ideal tem mais “jogo de cintura” e criatividade para gerar uma variedade de alternativas, avaliando qual delas “funcionou melhor” para aquela situação em particular. Ou seja, ele tem que ser capaz de modificar as estratégias de ensino, de modo a adequá-la aos estilos de aprendizagem e às necessidades da criança. Se ela aprende matemática melhor com jogos, então o professor ideal será aquele que consegue produzir uma variedade de jogos matemáticos interessantes.
O professor deverá entender bem o fato de a criança prestar atenção e se dedicar apenas àquilo que a interessa ou motiva. Essa é uma das características do transtorno que mais facilmente se confunde com uma série de outras coisas, geralmente malvistas pelos professores. Outro aspecto muito importante é saber distinguir “incapacidade para atender a regras” (o caso do TDH) com “falta de vontade de atender a regras” (problemas comportamentais). Às vezes o TDAH pode coexistir com problemas comportamentais, o que complica as coisas.
Do livro No Mundo da Lua, do Prof. Dr. Paulo Mattos - ABDA - pg.95

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

7 - Novas Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade

A Academia Americana de Pediatria (AAP), como consta na revista Pediatrics, Out. 2001, está recomendando novas diretrizes para o tratamento de TDAH. Durante 3 anos, toda a literatura publicada com relação ao tratamento de crianças portadoras de TDAH foi revisada pelo comitê responsável pela divulgação dessas diretrizes. Elas são resultantes desse estudo e estão baseadas na melhor evidência científica disponível no momento.
As recomendações da AAP são um recurso importante para pais e profissionais. Proporcionam uma base de comparação entre o que se propõe como tratamento com o que é recomendado por especialistas cujas conclusões estão cientificamente comprovadas.

Diretriz n° 1: Médicos de atenção primária devem ter um protocolo de avaliação que reconheça o TDAH como um problema crônico.
O TDAH é uma condição crônica para a qual não existe cura conhecida e muitas crianças carregam seus sintomas para a adolescência e idade adulta. Portanto, um tratamento eficaz requer um plano de intervenção em longo prazo. O objetivo desse plano é minimizar o impacto negativo dos sintomas do transtorno sobre o desenvolvimento da criança.
A AAP enfatiza que esclarecer os pais e a criança é crucial. Ambos devem ser informados sobre os efeitos que o TDAH pode ter sobre o aprendizado, o comportamento, a autoestima, as habilidades sociais e o funcionamento da família. O conhecimento aumenta a probabilidade da cooperação dos pais e da criança durante o tratamento.
Esse processo educativo é dinâmico, as famílias devem ser informadas dos avanços na área à medida que eles acontecem. Os médicos devem encaminhar as famílias para organizações ou grupos que possibilitem essa informação e que ofereçam oportunidades para o desenvolvimento de relações de apoio com outras famílias.
A importância de informar pais e crianças não pode ser minimizada. Um tratamento adequado para TDAH pode ser um processo extremamente difícil, podendo se estender por muitos anos. Quando as famílias não possuem a compreensão necessária a respeito dos efeitos do problema, sustentar esse processo pode se tornar ainda mais complicado.
É interessante observar que essa recomendação explicita a necessidade de informar à criança como parte do processo integral do tratamento. Ela deve receber informações adequadas para a idade, com oportunidade de fazer perguntas sobre sua situação. Não se pode esperar a cooperação de uma criança sem que ela compreenda claramente o que tem e porque deve ser tratada.

Diretriz n° 2: O médico, os pais e a criança, em colaboração com a escola, devem especificar os objetivos a serem alcançados através do plano de intervenções.
Esta recomendação enfatiza a necessidade da colaboração ativa entre pais, criança, escola e profissional da saúde para o bom andamento de um plano de intervenção. A colaboração deve ter como objetivo maximizar o funcionamento da criança em situações chaves nas áreas social, acadêmica a comportamental, ao invés de ficar apenas na redução dos sintomas básicos do TDAH - desatenção, impulsividade e hiperatividade. Por exemplo, objetivos a serem conquistados incluem:

- melhorar o relacionamento da criança com os pais, irmãos, professores e colegas;
- diminuir os episódios de comportamento destrutivo;
- melhorar o aproveitamento acadêmico;
- reforçar a autoestima.

O tratamento deve começar com a definição clara de metas nas áreas em que a criança está tendo maior dificuldade. Estas metas são estabelecidas segundo informação trazida pela própria criança, pelos pais e pelo pessoal da escola. (Novamente enfatizada a importância de tornar os portadores, parceiros no desenvolvimento do plano de intervenção).
As metas devem ser específicas ("João deve terminar seus trabalhos no tempo permitido"), razoáveis de serem conquistadas (3 a 6 objetivos por tratamento) e dentro da realidade. Só é possível determinar como avaliar o desenvolvimento e a obtenção de resultados depois de se iniciar o plano. Sem ele, é difícil avaliar com segurança o resultado das intervenções adotadas.
A recomendação de focalizar o tratamento na melhora funcional e não na diminuição dos sintomas básicos do TDAH é bastante importante, pois pais e profissionais devem entender que redução de sintomas e melhora funcional nem sempre caminham juntos. Por exemplo, algumas crianças podem aparentar clara melhora na atenção e/ou hiperatividade, mas continuar a ter problemas com o trabalho escolar, o relacionamento com os colegas etc. Focalizando as situações e não os sintomas, pais e responsáveis poderão identificar melhor tais situações e fazer as acomodações/intervenções adequadas no tratamento da criança.

Diretriz n° 3: O médico deve recomendar medicação estimulante e/ou terapia comportamental, de acordo com a necessidade, para possibilitar a obtenção das metas propostas pelo tratamento.
Que tratamentos devem ser considerados? A AAP recomenda o tratamento medicamentoso e/ou a terapia comportamental, embora essas não signifiquem a invalidade de outros tratamentos. Indica, no entanto, que esses foram os dois únicos que o comitê considerou haver suficiente evidência científica para justificar sua recomendação rotineira.
Além da recomendação geral, as diretrizes contém importante informação a respeito do tratamento. Está registrado que para a maioria das crianças, "a medicação estimulante é muito eficaz no controle dos sintomas básicos do TDAH". As pesquisas indicam que os resultados mais significativos estão na área do comportamento social e na sala de aula, relativos aos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Os efeitos sobre o aproveitamento escolar são mais modestos.
Embora a maioria dos estudos que analisa a eficácia do medicamento psicoestimulante seja pesquisa de curto prazo, recentemente o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos realizou o mais longo estudo sobre o tratamento multidisciplinar em crianças portadoras de TDAH - o MTA2.
Durante o período de 14 meses da pesquisa, as crianças tiveram uma redução significativa dos sintomas básicos do transtorno. Apesar desses importantes ganhos, a maioria das crianças tratadas com psicoestimulantes não demonstra comportamento totalmente normal e muitas continuam a apresentar dificuldades residuais que necessitam ser tratadas de outra maneira.
Outros aspectos importantes do tratamento medicamentoso incluem:
- os efeitos em longo prazo de um tratamento com psicoestimulantes não estão claros e os dados necessários para uma avaliação do impacto em longo prazo não estão disponíveis atualmente;
- não há, no momento, nenhuma base para a recomendação de um tipo/marca de medicamento melhor que o outro e todos os estimulantes melhoram os sintomas básicos de TDAH da mesma maneira. (Observação: o uso de pemoline - Cylert - não é recomendado devido às possíveis complicações para o funcionamento do fígado);
- a dosagem ideal de um psicoestimulante não está relacionada ao peso da criança e não é possível prever qual a melhor dose ou o medicamento mais eficaz. A fim de determinar qual a dose ideal para cada paciente, deve‑se começar com uma dosagem baixa e, gradualmente, aumentá-la até o limite recomendado. (Observação: A primeira dose a provocar uma resposta na criança pode não ser a dose ideal para melhorar seu funcionamento. Só é possível definir a dose inicial do tratamento testando a criança no espectro total da dosagem e obtendo um retorno sistemático de pais e professores a respeito do seu comportamento com cada dose.);
- a criança pode ter uma reação favorável com um estimulante e desfavorável com outro, portanto, não se deve mudar para outro tipo de medicamento até que a criança experimente 2 ou 3 estimulantes sem melhora significativa;
- as evidências disponíveis indicam que o medicamento psicoestimulante é mais seguro e bem tolerado pela maioria das crianças. A maioria dos efeitos colaterais acontece no início do tratamento, é de curta duração e pode frequentemente, ser controlada através de ajuste na dosagem ou mudança de medicamento. No momento, não se conhecem efeitos adversos em longo prazo devido ao uso de psicoestimulantes, embora a necessidade de estudos a respeito dessa segurança esteja bem documentada.
- os outros únicos medicamentos cuja eficácia foi demonstrada são os antidepressivos tricíclicos, a bupropiona e a clonidina. Como já foi dito, eles devem ser usados apenas após a falta de reação à cuidadosa tentativa de 2 ou 3 psicoestimulantes.

Diretriz n° 4 : Quando o plano de intervenção proposto não tiver atingido seus objetivos, os médicos devem reavaliar o diagnóstico original, o uso dos tratamentos adequados, a persistência no cumprimento do plano e a presença de comorbidades.
Esta recomendação baseia-se na premissa que um tratamento medicamentoso bem conduzido e/ou uma terapia comportamental devem resultar em melhoras clinicamente significativas para a maioria das crianças portadoras de TDAH. Quando esses resultados positivos não ocorrem, a diretriz identifica várias razões importantes que devem ser consideradas.
Primeiro, o diagnóstico original pode estar incorreto e a base na qual foi formulado deve ser reavaliada. Pesquisas anteriores mostram que muitas crianças são diagnosticadas incorretamente com TDAH e inadequadamente tratadas com psicoestimulantes, embora um maior número de crianças jamais é diagnosticado e corretamente tratado.
Segundo, médicos e pais devem rever se os objetivos propostos podem ser realmente alcançados ou se foram colocados “muito altos”. Deve-se tomar cuidado para propor alvos comportamentais e acadêmicos que estejam dentro do alcance da criança.
Terceiro, o plano de tratamento dever ser reavaliado para determinar se abarca todas as dificuldades da criança. Por exemplo, apesar das intervenções medicamentosa e comportamental terem sido ambas reconhecidas como tratamento eficaz para TDAH, limitar o tratamento a uma delas pode ser inadequado em muitas situações.
Quarto, a persistência no tratamento deve ser verificada cuidadosamente. Se uma criança não toma o medicamento como foi receitado, o tratamento provavelmente não terá o resultado esperado. Intervenções comportamentais também não trarão benefícios substanciais a menos que sejam seguidas fielmente durante certo período de tempo. Se um plano bem equilibrado não traz os resultados desejados por falta de persistência, é necessário identificar e corrigir a causa. Não é aconselhável abandonar um plano de intervenção antes de haver a possibilidade de ele agir.
Finalmente é necessário considerar cuidadosamente a existência de outras condições que complicam o tratamento. Crianças com TDAH apresentam maior fator de risco para outros distúrbios, inclusive Transtornos de Aprendizagem, Transtornos Afetivos, Transtorno Opositivo Desafiador e Transtorno de Conduta. Quando um ou mais desses transtornos ocorrem, outras intervenções são necessárias. Apesar de uma avaliação abrangente incluir a avaliação da presença de comorbidades, é possível que isso não tenha sido feito. Portanto, quando um tratamento para TDAH não estiver trazendo os resultados esperados, a possibilidade de uma comorbidade importante não ter sido detectada deve ser cuidadosamente considerada.

Diretriz n° 5: O médico deve fazer controle sistemático da criança. O monitoramento dever ser direcionado à realização dos objetivos e aos efeitos adversos, obtendo-se informação especifica com os pais, professores e a própria criança.
A importância dessa recomendação não pode ser diminuída. Uma limitação significativa no tratamento recebido por muitas crianças com TDAH é a falta de controle e monitoramento adequados. Quando esse monitoramento é deficiente, um tratamento ineficaz se prolonga sem receber os necessários ajustes ou modificações.
Durante a realização do MTA, um importante fator do acompanhamento eram as consultas mensais para as crianças com tratamento medicamentoso. Nessas consultas, os pais e professores forneciam informações diretas sobre o comportamento da criança. Os problemas que poderiam surgir eram rapidamente identificados e fazia-se a alteração adequada da medicação. É importante observar que, apesar de se ter adotado um procedimento extremamente rigoroso para identificar a dosagem ideal para cada criança, ajustes no medicamento foram comuns durante os 13 meses da pesquisa e algumas crianças até mudaram para novos medicamentos. Essas alterações foram necessárias para manter os sintomas sob controle.
As diretrizes da AAP afirmam que a frequência do monitoramento depende “... do grau de disfunção, das complicações e da persistência" e não há pesquisa que especifique qual é a frequência adequada para esse controle. Recomenda-se que, uma vez estabilizada, a criança faça uma consulta a cada 3-6 meses, para possibilitar a avaliação da aprendizagem e do comportamento. Observa-se, no entanto, que comunicação adicional deve acontecer em consultas mais frequentes e que os pais devem trazer informação sobre o funcionamento da criança na casa, na escola e no ambiente social. Qualquer decréscimo aparente deve ser cuidadosamente observado para determinar a necessidade de modificações no tratamento.

Resumo e conclusões:
Espera-se que as diretrizes da AAP suscitem melhoras significativas na qualidade do tratamento recebido pelas crianças com TDAH da parte dos médicos de atenção primária. Baseadas na melhor evidência atualmente disponível, elas apresentam um conjunto claro de princípios que devem ser incorporados ao tratamento de cada criança. Resumindo, o tratamento ideal deve incluir:

1 - um plano de acompanhamento que seja consistente com a natureza crônica do TDAH e que informes pais e crianças sobre a condição;

2 - um conjunto claro de objetivos que focalizem a melhora funcional e que deve ser elaborado com a colaboração da criança, dos pais, do pessoal da escola e dos profissionais que irão participar do tratamento;

3 - o uso de tratamentos baseados em conhecimento empírico, incluindo tratamento medicamentoso e/ou terapia comportamental;

4 - monitoramento cuidadoso e frequente dos resultados positivos e negativos do tratamento.

Em razão de não haver dados disponíveis a respeito do impacto em longo prazo do tratamento que seguem rigorosamente essas diretrizes, não se conhece o resultado final desse tratamento em crianças com TDAH. O ponto principal na promoção do sucesso em longo prazo, no entanto, está em tornar cada dia o melhor possível para a criança. Transformando os bons dias em boas semanas, boas semanas em bons meses e bons meses em bons anos, aquele resultado final positivo pode ser alcançado.
Consequentemente, uma adesão cuidadosa às diretrizes da AAP é a melhor maneira de alcançar o objetivo almejado e espera-se que os profissionais da atenção primária façam os ajustes necessários na sua prática para garantir essa conquista.

(1) Fonte: Attention Research Update, in www.attention.com esse material é copiado do Dr. David Rabiner, psicólogo clínico e pesquisador da Duke University.
(2) Multi-Modal Treatment Study of Children with ADHD
Autor deste informe: Irineu Dias (Clínica Médica)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

6- TDAH - Preocupado? Leia isto:

ADDitudeMag.com

TDAH e ansiedade freqüentemente andam de mãos dadas. Eis aqui dez maneiras de enfrentar o problema.
por SANDY MAYNARD

Muitos clientes que me procuram estão em transição ou no processo de fazer alguma coisa completamente nova, e eles trazem suas diversas preocupações.
O velho conselho “Não se preocupe,... as coisas darão certo” já não ajuda. Eles precisam mais do que a minha garantia de que o trabalho árduo e a paciência darão bons resultados, e que seus pensamentos negativos não são necessários.
Para eles, é reconfortante ouvir que 95% das coisas sobre as quais nos preocupamos nunca chegam a acontecer, mas isso não é o suficiente. Alguns ainda vivem com esses pensamentos pessimistas que são provocadores de desatenção e que limitam seus esforços para seguir em frente.
Como um conselheiro em TDA/TDAH, quero sugestões positivas para os meus clientes, e as encontrei no livro “Worry” (Preocupação), do Dr. Edward Hallowell. O Dr. Hallowell dá 50 dicas para controlar a preocupação, e fornece valiosos ensinamentos sobre o “toxic worry” (intoxicação por preocupação). Seu livro ajuda os conselheiros a determinar a quantidade de preocupação que é excessiva ou o tipo que é patológico, e se é necessário um encaminhamento para terapia. Ele explica como a preocupação se relaciona com a depressão, com o transtorno obsessivo-compulsivo, com o transtorno do pânico, com a fobia social, paranóia, e com o transtorno da ansiedade generalizada, todas condições que excedem o trabalho do conselheiro e que requerem tratamento por um profissional da área da saúde mental.
Surpreendentemente, o livro também descreve como a preocupação pode ser benéfica. Quando nos preocupamos, isso nos avisa do perigo, de modo que podemos adotar a atitude corretiva antes que seja muito tarde. Por pensarmos em todas as coisas que podem não dar certo, podemos adotar passos que previnem a ocorrência de um desastre e nos armar dos elementos para o sucesso. Em 1908, Yerkes e Dodson estudaram a ansiedade e o desempenho, e determinaram que o desempenho melhorava conforme o nível de ansiedade aumentasse, mas somente até certo ponto. Nesse nível, o aumento da ansiedade começava a ter um efeito deletério, e o desempenho despencava.
Agora, tenho 50 sugestões em um livro que posso indicar aos meus clientes para quando esgotar minha capacidade de ajudar. Muitas das dicas usam as técnicas de gerenciamento do estresse que eu encorajo meus clientes a usar, mas é bom contar com alternativas à mão para aqueles dias em que não estou tão focalizado como deveria estar! A seguir estão as dez dicas mais importantes do livro do Dr. Hallowell. Algumas são minhas velhas favoritas, que tenho usado com grande sucesso, e outras são as que tenho começado a sugerir aos meus clientes, e que eu pessoalmente também uso, mais e mais. Elas são:

1- Veja os fatos – Não imagine nem faça adivinhações. A imaginação pode promover o desastre com a espiral de preocupação.

2- Reze ou medite – Se você já faz isso, sabe o quanto a meditação pode ser eficaz para combater a preocupação, e se você não estiver usando, chegou a hora de descobrir.

3- Não veja muito TV ou leia muitos jornais e revistas – Essa é uma das recomendações do Dr. Andrew Weil, e dever ser boa.

4- Use o humor – Se eu não utilizasse o humor, há dias em que teria problemas sérios.

5- Toque e se deixe tocar – Não há nada como um abraço para fazer as preocupações desaparecerem.

6- Tenha fé – Há um ditado antigo que diz “quando o medo bate à porta e a fé a abre, não há ninguém lá fora.

7- Não se esgote por coisas pequenas – Esta esteve na minha lista de eliminadores de estresse por muitos anos. Se você vai ficar preocupado, e nada pode detê-lo, ao menos se preocupe com algo realmente muito sério.

8- Contrate especialistas para guiá-lo – Como um conselheiro para o TDA/TDAH, sou contratado para ajudar, mas meus clientes freqüentemente necessitam de recursos adicionais para reduzir sua preocupação, como um contador ou um consultor financeiro.

9- Não beba em excesso nem use drogas como meio de se livrar das preocupações – As preocupações pioram quando você altera o estado de sua mente com álcool ou drogas.

10- Nunca fique preocupado sozinho – Bons amigos são de importância capital. Quando você divide seus sofrimentos com um amigo, você os corta pela metade, e quando você divide sua alegria, você a dobra. Quando divide sua preocupação, ela quase desaparece.

Há apenas mais uma dica que eu gostaria de acrescentar à lista do Dr Hallowell, e é a seguinte: Escreva três coisas pelas quais você se sente agradecido exatamente neste momento. É difícil se preocupar quando você tem uma atitude de gratidão, mas mesmo a gratidão necessita de etapas para ser alcançada. Pare agora e escreva três coisas pelas quais se sente agradecido pelo dia de hoje, e note como isso faz com que se sinta tão bem!.
http://www.additudemag.com

sábado, 7 de agosto de 2010

5- TDAH - Cartilha do Educador

Educando com a ajuda das
Neurociências: cartilha do Educador

O Instituto Glia, de Ribeirão Preto-SP, produziu esse "retrato atual da criança e do adolescente brasileiro":
Educando com a ajuda das Neurociências: cartilha do Educador.

Essa cartilha é de domínio público e pode ser
baixada gratuitamente através do site:
www.aprendercrianca.com.br

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...