segunda-feira, 7 de março de 2011

59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)

Um jornalista costuma dizer que o "futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes". Parece-me uma boa definição... Essa importância paradoxal, no entanto, atinge cada vez mais as áreas verdadeiramente "importantes" da vida. O caso mais recente, e cansativamente comentado, refere-se ao jogador santista Neymar, seu ex-técnico Dorival Júnior e o Santos Futebol Clube. Temos, portanto, dois funcionários, hierarquicamente distintos, e uma instituição quase centenária. Os fatos todos conhecem: desrespeito do jogador, punição do técnico, não aceitação da instituição, demissão do técnico, "vida normal" ao jogador. As discussões sobre esse caso se desdobraram em interessantes questões. Talvez a mais importante delas esteja na ideia de que faltou disciplina ao jogador. E aqui está uma palavra que nos últimos tempos está sendo carregada de sentidos pejorativos e perigosos.
Disciplina pode ser entendida como obediência, como respeito (moral) e até mesmo como "força de vontade". Nos dois primeiros significados (pois o terceiro é pouco usado), a disciplina passou a ser negativa: ela tolhe a criatividade, a liberdade, o vínculo afetivo, a jovialidade (já que pais e filhos não cumprem mais seus papéis sociais,mas são meros amigos que moram juntos, e que possuem "quase" a mesma idade - moral, comportamental, consumidora). Por que obedecer? O que respeitar? Neymar é mais talentoso que Dorival; Neymar ganha mais e gera mais lucros ao clube que lhe paga; Neymar é ídolo, Dorival não. Neymar sofreu o pênalti... é justo que ele queira bater; por que ele tem que obedecer seu treinador?

É isso que aconteceu com a disciplina. De virtude, tornou-se vício, repressor e opositor ao talento. E é isso também que ocorre diariamente nas salas de aula. Os alunos não precisam obedecer... eles são mais importantes que os professores, eles geram lucros para as instituições educativas, eles, se infelizmente não forem professores, ganharão mais que seus mestres. Eles serão Neymar! E o que será feito?

A escola precisa recordar seu papel primordial de, na ausência da instituição família, por exemplo, educar moralmente seus alunos. Uma pessoa alfabetizada moralmente aplica princípios, pois não há regras para todas as situações. O princípio não diz o que fazer, mas inspira uma conduta. O princípio do dia é a disciplina. A mesma que faltou a Neymar, que não obedeceu e respeitou seu treinador; a mesma que faltou a Dorival, que não ensinou a disciplina a seus atletas em inúmeras situações anteriores; a mesma que também faltou à instituição Santos F.C., que refugou à hipótese de disciplinar seu jogador mais importante.

O futebol precisa de talento e de disciplina. A educação também!

Prof. João Marcello Almeida
Historiador e Pedagogo, Professor do Colégio São Luiz/SP
Publicado em http://www.aprendercrianca.com.br/

domingo, 6 de março de 2011

58- TDAH em adultos

Algumas pessoas com TDAH continuam a ser desatentas, desorganizadas, impulsivas e temperamentais na vida adulta.  Embora adultos com TDAH possam obter significativo sucesso na vida, as pesquisas mostram que os adultos com TDAH correm maior risco de resultados negativos. Em comparação aos seus colegas sem TDAH, os adultos com TDAH tendem a:

§  Ter rendimentos significativamente menores e sofrer níveis mais elevados de estresse do que adultos sem TDAH com níveis equivalentes de educação.
§  Ter menor posição hierárquica no emprego.
§  Ter problemas emocionais e sociais mais graves.
§  Ter maiores taxas de divórcio.
§  Ter uma autoimagem menos positiva.

Além disso, adultos com TDAH podem ter maior dificuldade no papel de pais, especialmente se forem pais de uma ou mais crianças que também tenham  TDAH. Alguns pais com TDAH podem ter dificuldade em aderir a esquemas e a rotinas e podem sentir dificuldade de acrescentar mais itens à sua rotina diária.
Do ponto de vista do professor, pais com TDAH podem representar desafios para a comunicação entre a escola e a família. Veja a lista:
Lista: Possíveis Desafios de Comunicação com os Pais que têm TDAH
Desatenção:
Podem esquecer-se de assinar documentos, permissões e as tarefas de casa.
Podem perder partes da conversa entre professor e pais.
Podem não seguir planos elaborados em conjunto com a escola.
Podem chegar atrasados para a reunião com os professores, ou no dia errado.
Impulsividade/hiperatividade:
Podem dominar a conversa ou interromper frequentemente a entrevista de pais e professor.
Podem bater o lápis, esfregar as mãos ou mudar frequentemente de posição durante a entrevista de pais com o professor.
Podem parecer impacientes, irritados, ou desinteressados.
Outros problemas relativos ao TDAH:
Podem tratar cada incidente envolvendo seu filho como uma grave crise.
Podem não conseguir modular a voz ou o tom durante a entrevista, podendo parecer bravos, irritados, acusadores etc.
As seguintes propostas foram feitas aos professores que trabalham com pais que podem ter TDAH:
• Não julguem e somente discutam os tipos de comportamento (acadêmicos ou sociais) que estão prejudicando o desempenho da criança na sala de aulas.
• Lembrem-se de que os sintomas do TDAH não são “ruins” mas que interferem no aprendizado e no sucesso acadêmico do aluno.
• Forneçam aos pais um resumo escrito ou uma breve conversa sobre os pontos chave de uma reunião e revejam os passos chave do plano de ação.
• Peçam aos pais informações sobre o que eles fazem para ajudar a criança em casa (por exemplo, estratégias que funcionam) ou informações sobre os tipos de atividades que a criança demonstra ser capaz de gostar.
• Trabalhem em equipe. Criem estruturas que ajudem vocês e os pais a lidar com situações comuns (por exemplo, devolver livros ou trabalhos). Perguntem aos pais o que seria melhor para eles ou o que encaixaria com as suas rotinas já existentes.
• Se os pais estiverem interessados, encaminhem-nos para os recursos e apoios (tais como os recursos da comunidade, livros e sítios da internet) que possam fornecer-lhes mais informação sobre os cuidados paternos para uma criança com TDAH.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

57- A Perspectiva das Crianças que Vivem com TDAH

Uma área importante e relativamente negligenciada da pesquisa sobre TDAH é a de como as crianças com o transtorno sentem suas vidas. Como o objetivo essencial do tratamento do TDAH vai além da redução dos sintomas, para melhorar a qualidade de vida das crianças em casa, na escola e com os amigos, é muito importante aprender como as crianças com TDAH sentem suas vidas . O que torna isso especialmente verdadeiro é que a percepção que as crianças têm de si mesmas pode ser muito diferente da opinião dos seus professores e dos seus pais.

A pequena quantidade de pesquisa nesta área trouxe resultados variados. Quando foram examinados os relatos dos pais, as crianças com TDAH tinham qualidade de vida mais baixa do que as crianças com outras doenças mentais e as que tinham outras doenças crônicas, como asma. Entretanto, quando os pesquisadores avaliaram os relatos das próprias crianças, alguns encontraram qualidade de vida mais baixa do que os colegas sem TDAH, enquanto outros não encontraram nenhuma diferença.

Também é o caso de um conjunto de pesquisas que identificou o que alguns pesquisadores chamam de “viés positivo ilusório”, em jovens com TDAH, pelo qual eles fornecem relatos positivos inesperados sobre sua própria competência. E alguns pesquisadores indicaram que a maioria das crianças com TDAH superestimou sua competência no domínio do seu maior déficit. Nesses estudos, os relatos dos pais e ou dos professores foram tidos como reveladores da competência real das crianças, e os relatos das crianças que excediam esses níveis foram tidos como reveladores das avaliações não realistas das crianças.

Estudos anteriores não examinaram cuidadosamente o que realmente significam as discrepâncias na avaliação da competência e nos relatos de qualidade de vida entre as crianças com TDAH e seus pais. Entretanto, esta é uma questão importante a ser esclarecida. Esta questão foi uma das que foram estudadas em recente pesquisa publicada com o título ‘The Child's Experience of ADHD’, que apareceu em número recente do Journal of Attention Disorders [Sciberras et al., (2010)]. The child's experience of ADHD. Journal of Attention Disorders, publicado online em Dezembro, 2010].

Os participantes eram 47 jovens de 8 a 18 anos de idade, diagnosticados com TDAH, e seus pais. Quarenta e cinco eram masculinos e somente duas eram femininas. Todos foram recrutados dos ambulatórios clínicos do Royal Children's Hospital em Melbourne, Austrália. Durante o estudo, aproximadamente 90% estavam sendo tratados com medicação estimulante.

Para saber sobre as percepções das crianças e dos pais sobre a qualidade de vida das crianças, os participantes completaram o Pediatric Quality of Life Inventory, uma lista de 23 itens para medir a qualidade de vida em seis domínios: físico, emocional, social, escolar, psicossocial e de funcionamento geral. Esta é uma medida bem estabelecida e validada da qualidade de vida da criança. Os pais também completaram uma escala de avaliação do comportamento para indicar a gravidade dos sintomas e dos problemas de comportamento dos seus filhos.

Além disso, as crianças completaram o Harter Self-Perception Profile for Children. Ele avalia os sentimentos das crianças a respeito de sua própria competência em seis domínios: competência escolástica, aceitação social, aparência física, conduta comportamental e auto avaliação global.

Finalmente, as crianças completaram um teste denominado 'What am I like?' (Como eu sou?) que foi planejado para avaliar sua visão a respeito de seus sintomas e comportamentos. Uma amostra dos itens inclui 'Tenho muita energia', 'Tenho TDAH', 'Tomar remédio me ajuda', 'Acho que sou burro', 'Poderei ser o que eu quiser quando crescer'. Para cada item, as crianças marcavam se concordavam ou discordavam em uma escala de 4 pontos. Como é evidente pelos exemplos, os itens cobriam uma variedade de assuntos, indo da consciência dos sintomas e dificuldades, a sentimentos sobre o uso de medicação e o otimismo quanto ao futuro.

- Resultados -

O resultado mais surpreendente deste estudo foi que em todos os domínios de qualidade de vida, exceto para o ´físico´, as crianças informaram taxas maiores de qualidade de vida do que os seus pais. Estas diferenças não eram somente estatisticamente significantes, mas também eram de grande magnitude. Então, está claro que as crianças com TDAH relatam que se sentem muito melhor em relação à sua vida acadêmica, social e emocional do que imaginam os seus pais.

Na busca do entendimento do significado das diferenças entre as taxas de qualidade de vida da criança e dos seus pais, os pesquisadores focalizaram o domínio social, porque ele refletia a escala mais ampla de qualidade de vida. Nessa escala, 77% das crianças relataram qualidade de vida maior do que seus pais. Interessante que não houve nenhuma diferença na gravidade do TDAH ou dos sintomas oposicionistas entre as crianças que relataram valores maiores em contraste com as que relataram valores menores de qualidade de vida neste domínio, em relação aos seus pais. Entretanto, as crianças que relataram menores taxas de qualidade de vida do que seus pais mostraram valores mais baixos na escala de auto-avaliação global do Harter Self-Perception Profile for Children.

Resultados do 'Como eu sou?' também forneceram achados interessantes. A maioria das crianças, isto é, ao menos 70%, concordaram com a afirmação que indicava a consciência de comportamentos hiperativos, desatentos e impulsivos. Por exemplo, 76% das crianças concordaram que tinham dificuldade de se concentrar. Então, a maioria das crianças concordava em admitir suas dificuldades nessas áreas.

Uma porcentagem significativa de crianças também admitiu ter preocupação em áreas relacionadas. Assim, 44% sentiam que os problemas em sua família eram por sua culpa, 53% sentiam que elas perturbavam sua classe, 32% sentiam que eram ´burras´, e 46% relataram que ´se preocupavam muito´.

Apesar desses achados, muitas crianças concordaram com as afirmações que traziam otimismo sobre si mesmo e seu futuro. Assim, 79% pensavam que seu TDAH ´ficaria melhor´ e que elas poderiam ´ser o que eu quiser quando eu crescer´. Mais de 60% pensavam que podiam ´aprender as coisas rapidamente´, 66% pensavam que eram ´legais´ e 83% concordavam em que ´acompanhavam as outras crianças´.

Os resultados específicos para o TDAH e seu tratamento também foram interessantes. A maioria (70%) não se importava em ter de tomar medicação, 85% concordavam que a medicação os ajudava, e somente 20% relataram preocupação sobre 'os comprimidos poderem causar dano'. Quarenta e quatro por cento estavam preocupados ´por ter TDAH´ e somente 23% concordavam que TDAH é uma ´doença´.

- Resumo e Implicações -

Os resultados deste estudo fornecem fortes evidências de que os jovens com TDAH tendem a ver suas vidas de modo mais positive do que os seus pais. Alguns pesquisadores sugeriram que isto reflete um 'viés positivo ilusório' por parte das crianças com TDAH que serve uma importante função autoprotetora, mas que pode prejudicar sua motivação para superar dificuldades importantes em suas vidas. Em outras palavras, estas visões mais positivas podem ser um problema em vez de uma ´proteção´.

Por outro lado, esses autores verificaram que crianças com taxas de qualidade de vida menos positivas do que a dos seus pais tinham significativamente menor autovalorização, o que sugere afetos negativos associados com a visão menos positiva de suas vidas. Claramente, não é possível aprender deste estudo sozinho quais são as possíveis implicações do fato de jovens com TDAH terem maior tendência a relatar qualidade de vida mais positiva do que os seus pais, e o significado destas discrepâncias certamente irá variar entre os pares individuais de pais e filhos. Como os autores notam, mais pesquisa sobre esse assunto é necessária, seguindo as crianças por mais tempo, para entender melhor o possível significado das discrepâncias que eles encontraram.

Apesar das taxas de qualidade de vida mais positivas, não é o caso de jovens com TDAH estarem alheios a suas dificuldades. A maioria admitiu dificuldades ligadas ao núcleo dos sintomas do TDAH e uma substancial minoria relatou sentimentos de preocupação, culpando-se pelas dificuldades da família, sentindo-se burra e percebendo que atrapalhavam as aulas. Isto ressalta a importância de avaliar cuidadosamente estes tipos de problemas, porque preocupações dessa natureza certamente deverão ser resolvidas no tratamento da criança.

Uma descoberta que eu achei surpreendente foi a de que uma pequena porcentagem de jovens – somente 23% - via o TDAH como uma doença. A concepção do TDAH como um transtorno com importantes aspectos biológicos é certamente a visão predominante no campo, mas isto não parece ser consistente com quantas crianças veem sua condição. Seria certamente interessante saber o que as crianças acreditam que seja o TDAH, e eu não sei de pesquisa que tenha examinado este assunto básico.

Há várias limitações neste estudo que foram admitidas pelos autores. Em primeiro lugar, as amostras eram quase somente do sexo masculino, e em que extensão esses achados podem ser aplicados às meninas não está claro. Em segundo lugar, a amostra foi relativamente pequena, baseada mais na clínica do que na comunidade, e foi recrutada de uma só região geográfica. Em que extensão estes achados se aplicam a uma amostra mais representativa de jovens com TDAH é incerto.

Seria também interessante se os autores comparassem os achados para os jovens de acordo com sua medicação, para saber se a autopercepção poderia ser influenciada pelo tratamento. A idade dos participantes, 8-18, é também muito ampla e o exame da autopercepção em grupos com idade mais estreitamente definida permitiria estudar as mudanças na autopercepção promovidas pelo desenvolvimento.

Finalmente, e mais importante, não há nenhum grupo comparativa de jovens com TDAH neste estudo. Assim, em que extensão a percepção da qualidade de vida difere entre os jovens com e sem TDAH não pôde ser determinada.

Embora estas limitações sejam todas importantes, os achados deste trabalho certamente sugerem um número interessante e importante de perguntas a ser respondido em pesquisa subsequente, O estudo também fornece um valioso lembrete do valor da atenção às experiências de vida das crianças com TDAH e como elas veem essas experiências.

David Rabiner, Ph.D. Associate Research Professor Dept. of Psychology & Neuroscience Duke University - Durham, NC 27708

sábado, 5 de fevereiro de 2011

56- Lição de casa

Diminua as brigas por causa do estudo e das lições de casa por meio de rotinas para o seu filho com TDAH. Por Vicki Siegel

Voltar às aulas significa voltar às lições de casa. Significa também brigas, lágrimas e frustração, porque o trabalho de casa exige mais disciplina e consistência do que muitas crianças com TDAH (ou qualquer criança, afinal) conseguem ter. Mas você pode tornar as tarefas de casa mais fáceis criando uma rotina baseada com três perguntas fundamentais: Quando? Onde? Como?

1. Quando?

• Determine um horário para os trabalhos de casa para todos os dias.

Faça isso de acordo com o temperamento do seu filho. Talvez ele esteja no seu melhor momento logo depois de chegar da escola, ou pode ser que seja uma hora depois. Evite as noites, que para a maioria das crianças é uma hora ruim.

• Seja consistente no dia a dia.

Se depois das atividades escolares for impossível o trabalho, afixe um plano diário ou um calendário semanal na sua cozinha, incluindo os horários de início e de término para cada dia.

• Determine o tempo necessário para completar as tarefas sem correria, baseado no nível de rendimento do seu filho e na história a respeito de completar as tarefas.

• Avise com antecedência sobre a hora das tarefas. Isto é importante, porque as crianças com TDAH não mudam facilmente de uma atividade para outra – especialmente de brincadeiras para trabalho. Você deve dizer, “Você pode brincar por mais 15 minutos, então venha fazer seus deveres de casa”.

2. Onde?

• Ajude seu filho a escolher um lugar de trabalho em casa. Tente a mesa da cozinha, onde ele pode espalhar o material. Ou talvez sua criança prefira sentar-se numa escrivaninha num local silencioso.

• Tente ficar longe de eletrônicos (TV, CD player). Mas se sua criança fica mais concentrada com algum ruído baixo, tente alguma música suave de fundo.

• Fique por perto (se possível). Crianças com TDAH ficam mais concentradas quando você estiver por perto. Se o seu filho precisar ir ao banheiro, lembre-o de que deve voltar logo em seguida. Quando ele sair do banheiro, lembre-o de que deve retornar ao seu trabalho.

3. Como?

• Estabeleça regras. Organize e imprima uma lista que especifique: horário de início e do fim; lugar; quando fazer pausas e por quanto tempo; e que você estará por perto para ajudar a entender as tarefas determinadas, a permanecer organizado e para dar apoio – mas não faça a lição de casa para o seu filho. Evite brigas – calmamente mostre-lhe as Regras.

• Ajude-o a começar. Certifique-se de que seu filho sabe qual é o trabalho e como fazê-lo. Ofereça assistência que seja de acordo com seu estilo de aprender. Para um processador verbal, leia as instruções para ele e faça-o ler em voz alta; para um processador visual, mostre-lhe como usar um marca-texto e marcadores coloridos para realçar as palavras chave e as frases importantes.

• Mantenha-o ocupado. Se o seu filho tenta parar antes de terminar, encoraje-o a continuar um pouco mais, e lembre-o de que haverá uma pausa logo mais.

• Faça uma pausa. Crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem podem ficar cansadas por causa da distração, dos desafios da concentração, da frustração e da inquietação. Ajude seu filho a se recuperar, fazendo pausas curtas frequentes.

• Corrija ao final. Revise o trabalho do seu filho para ver se está completo. Se o seu filho sempre demora mais tempo do que o combinado, fale com o professor para ver se ele concorda em diminuir a quantidade de trabalho de casa.

• Elogie. Cumprimente seu filho quando ele ficar trabalhando, com atenção, quando for criativo etc. Seja específico. Diga, por exemplo, “Eu gosto do jeito com que você se concentra neste problema e insiste até que ele esteja resolvido.” Faça um carinho nele ou dê-lhe um abraço na metade da tarefa, também.

• Premie. É correto dar um premio para motivar. Para uma criança pequena, tente um tempo a mais para brincar, um lanche preferido ou um jogo, ou uma história especial lida em voz alta; para uma criança maior, um programa de TV favorito, um tempo a mais no computador, ou no telefone.

• Persista. Uma nova rotina de tarefas de casa requer sólido compromisso. Leva de um a três meses para que uma rotina se torne um hábito – até mesmo mais tempo para uma pessoa com TDAH. Mas a recompensa será disciplina, autocontrole e sucesso na aquisição de habilidades.
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sábado, 29 de janeiro de 2011

55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH

Use estas seis estratégias para auxiliar os estudantes com déficit de atenção e reter a informação e a se lembrar do que aprenderam.
Por Sandra Rief

Crianças com TDAH e dificuldades de aprendizagem geralmente têm problemas para se lembrar e para reter a informação ensinada em classe. Para melhorar suas habilidades de memória, ajude-as a criar ligações e associações visuais, auditivas e conceituais entre as partes da informação. Eis aqui seis maneiras para fazer isso:

1. Desenhe ou imagine figuras relativas à informação que precisa ser memorizada.

Como a memória é reforçada por exagero, emoção, ação e cor, quanto mais ridícula e detalhada for a imagem, melhor. Para ajudar um estudante com déficit de atenção a lembrar-se do significado de uma palavra, faça um desenho de algo que seja o mais semelhante ao seu significado ou que tenha sonoridade parecida. Veja dicionários de sinônimos.

Use dispositivos mnemônicos

2. Ensine estratégias de memorização.

Alguns sistemas mnemônicos populares incluem HOMES (os Grandes Lagos: Huron, Ontario, Michigan, Erie, e Superior) e Dead Monsters Smell Bad. Faça adaptações para o português.

3. Crie acrósticos ou sentenças completas.


“Every Good Boy Does Fine” é uma maneira excelente de ajudar as crianças com TDAH a se lembrar da sequência de linhas na clave aguda (música) (EGBDF) (Mi, Sol, Si, Ré, Fá). Faça adaptações para o português.
Transforme em música

4. Tente melodia e ritmo para ensinar uma série ou sequência.

Há raps, rimas, e canções para ajudar os estudantes com déficit de atenção a memorizar as tabelas de multiplicação (tabuada), dias da semana, presidentes da república etc.

5. Use músicas criadas especialmente para ensinar o conteúdo relativo à série ( ou ano escolar).

Procure na internet o material em lígua portuguesa.

Continue o processo por meio de perguntas

6. Após a aula, faça os estudantes com TDAH escrever uma lista das coisas de que eles se lembram.

Peça a eles que o façam o mais rápido que puderem, para aumentar a recuperação dos fatos memorizados.

Adapatado com permissão de sandrarief.com, How to Reach & Teach Children with ADD/ADHD, Second Edition, Copyright 2005, and The ADD/ADHD Checklist, Second Edition, Copyright 2008, by Sandra F. Rief.

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade

Adolescentes com déficit de atenção estarão aptos para a faculdade se aprenderem estas cinco habilidades no ensino médio. Por Ben Mitchell

Seu filho adolescente com TDAH pretende ir para a faculdade? Ele está pronto para fazer a transição do ensino médio? De acordo com o Departamento de Estatísticas da Educação, dos Estados Unidos, somente 54% de todos os estudantes que vão para a faculdade recebem o diploma ao final de seis anos. De acordo com Segundo Estudo Nacional de Transição Longitudinal, somente 28% dos estudantes que entram na faculdade com transtornos diagnosticados, incluindo dislexia e TDAH, completam seu curso. Embora boas notas no ensino médio sejam indicadores de sucesso, outros fatores são importantes para o sucesso na faculdade.

Foram identificadas cinco áreas que parecem influenciar no sucesso acadêmico na faculdade.

Habilidades acadêmicas: A habilidade para ler e escrever com pouca assistência.

Seu filho deve ser capaz de ler um número de páginas num livro de texto e entender o que o autor está dizendo. Deve ser capaz de escrever um texto bem organizado usando duas ou mais fontes. Deve ter também um sistema de tomar notas na aula e de preparar-se para as provas. Crianças com diagnóstico de dificuldade de aprendizagem devem passar por uma avaliação psico-educacional no primeiro ou no segundo ano do ensino médio, para se conhecer seu potencial acadêmico.

Auto-advocacia: A habilidade de solicitar e lutar por serviços e apoio.

Estudantes universitários são adultos, e, portanto, precisam advogar para si mesmos e solicitar os serviços de apoio e as acomodações de que necessitam. Um estudo mostra que 75% dos estudantes que se qualificam nunca utilizam os serviços oferecidos pelas faculdades.

Função executiva: A habilidade de administrar os compromissos, organizar os livros e o material, e de gerenciar o tempo.

De acordo com um levantamento conjunto, em 2007, conduzido pelo Landmark College, em associação com a Association on Higher Education and Disability, um estudante que tem problemas de função executiva tem menos probabilidade de obter sucesso na faculdade do que um estudante que não consegue ler.

Funções executivas é o processo cognitivo que organiza os pensamentos e as atividades, dá prioridade a tarefas, gerencia o tempo eficientemente e toma decisões. Um treinador para TDAH pode ajudar os estudantes a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determinar as ações necessárias para o andamento de cada projeto.

Autoconhecimento: Consciência do potencial para a aprendizagem e dos desafios.

Estudantes neurologicamente normais serão beneficiados pelo conhecimento do seu perfil de aprendizagem, mas isso é essencial para estudantes com dificuldades de aprendizagem ou TDAH. Você e seu adolescente devem se reunir com o psicólogo ou neuropsicólogo que conduziu os testes – ou outro profissional qualificado – para receber uma explicação sobre os resultados dos testes psicopedagógicos, assim como das estratégias para a aprendizagem.

Motivação e confiança: A habilidade de estabelecer metas claras e acreditar que elas podem ser alcançadas.


Muitos estudantes que não ingressam na faculdade, ou que a abandonam, são incapazes de se imaginar terminando uma formação universitária. Estudantes universitários que gostariam de estar em algum outro lugar – trabalhando, freqüentando uma escola de comércio ou viajando pelo exterior – são menos capazes de tirar vantagem dos recursos necessários para obter um diploma universitário. Estudantes que têm insegurança e duvidam de suas capacidades, ou que não acreditam que possam fazer o trabalho, desistem.

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

53- 10 Maneiras de Arruinar um Bom Relacionamento

Adultos com TDAH devem evitar estes erros comuns, para proteger e conservar importantes relacionamentos na vida. [Minha opinião é a de que, diante de um relacionamento tão tumultuado, por que não viver sozinho? Melhor do que mal acompanhado.]


por Antony Amen , Sharon Johnson

Se você for como muitos adultos com TDAH, seus relacionamentos nem sempre serão fáceis. Você precisa se esforçar na comunicação, organização e no controle da raiva diariamente. A seguir, você encontrará as dicas de nosso especialista para construir relacionamentos TDAH mais estáveis...

Desrespeite a Outra Pessoa

1- Viole a confiança. Desse modo, muitos relacionamentos – entre parceiros com e sem TDAH – terminam depois de uma grave violação da confiança, como um caso amoroso. Mágoas atuais, mesmo as pequenas, podem crescer fora de proporção só porque elas nos fazem lembrar os traumas mais graves do passado. Esforce-se com seu parceiro no perdão e estabeleça um plano para prevenir problemas futuros.

2- Ignore a outra pessoa. Um modo garantido de acabar com um relacionamento é diminuir ou desprezar a outra pessoa, especialmente se ela ou ele tiver dificuldade de lidar com sintomas de transtorno de déficit de atenção. Infelizmente, muitas pessoas usam essas formas de controle negativo para obter o controle de um relacionamento e não entendem como elas podem destruir as bases. Adultos com TDAH e seus cônjuges devem, ambos, proteger o relacionamento por meio do reforço da auto-estima da outra pessoa.

3- Culpe a outra pessoa. Muitas pessoas deixam de assumir responsabilidades e gastam um tempo enorme culpando o outro pessoa pelas dificuldades do relacionamento. Seja proativo e trabalhe com seu parceiro para que ele possa ver as coisas do seu ponto de vista. Procure as coisas que você pode fazer para construir um melhor relacionamento, em vez de esperar pelo seu parceiro.

Veja o lado negativo

4- Fique preso no buraco. Quando os relacionamentos se tornam desgastados ou chatos, eles se tornam vulneráveis. Como os adultos com TDAH se tornam facilmente chateados, fique longe “dessa mesma coisa velha” e procure maneiras novas e diferentes de trazer vida aos seus relacionamentos.

5- Deixe de ver o lado bom. Esposos de adultos com TDAH lhe dirão que é muito fácil notar o que você não gosta em um relacionamento, mas é preciso um esforço real para notar o que você faz. Quando você gasta mais tempo prestando atenção nos aspectos positivos do seu relacionamento, é mais provável que você veja um aumento dos comportamentos positivos.

Comunique-se mal

6- Comunique-se errado. Não entender claramente a outra pessoa, tirar conclusões apressadas ou ler a mente podem arruinar um bom relacionamento. Adultos com TDAH devem tirar um tempo para realmente ouvir e entender claramente as coisas que a outra pessoa diz. Não reaja ao que você pensa que o outro disse, pergunte a ele o que quis realmente dizer e, então, formule sua resposta.

7- Mostre falta de empatia. A muitas pessoas – com e sem TDAH – falta conhecimento ou desejo de entender as coisas do ponto de vista da outra pessoa. Esta atitude egoista destroi o equilíbrio critico que é necessário para o desenvolvimento de uma ligação íntima. Fale com seu parceiro e aprenda que o cérebro TDAH trabalha de modo diferente. Façam estratégias de como vocês poderão trabalhar juntos para entender o ponto de vista um do outro.

8- Evite o conflito. Sempre que você cede a outra pessoa para evitar uma briga, você joga fora um pouco do seu poder. Se você fizer isso repetidamente, você começará a odiar seu relacionamento. Adultos com déficit de atenção precisam brigar pelo que acham certo – é melhor para o relacionamento.

Não invista no relacionamento

9- Não arrume tempo. Infelizmente, o tempo gasto em relacionamentos importantes geralmente é a primeira coisa que se perde nas nossas vidas atribuladas. Especialmente para os adultos TDAH com problemas de atenção, as distrações diárias geralmente interferem na qualidade do tempo gasto com as pessoas amadas. Faça um investimento de tempo para os seus relacionamentos especiais e isso produzirá dividendos nos anos vindouros.

10- Considere o relacionamento estabelecido. Relacionamentos precisam de cuidados constantes e sofrem quando você não faz deles uma prioridade. Focalize no que vocês dois querem numa relação e então imaginem um plano para conseguir isso. De tempos em tempos, adultos com TDAH podem precisar de ser lembrados desse plano e seus esposos podem precisar do desejo de revisá-los, conforme necessário.

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sábado, 15 de janeiro de 2011

52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH

Conselhos do especialista para apurar suas habilidades de interação social

Michele Novotni, Ph.D.

As pessoas geralmente confundem o ouvir como uma atividade passiva, mas ouvir é um processo ativo. Você tem de fazer um esforço consciente para escutar o que alguém está dizendo, e assim fazendo, você faz com que a pessoa se sinta compreendida.

Bons ouvintes mostram aos outros que eles são importantes, assim, naturalmente, quando suas habilidades de ouvir melhoram, também melhoram os seus relacionamentos.

Embora o ouvir com propriedade seja uma habilidade de alto valor social, ela não surge facilmente nas pessoas com TDAH, que têm dificuldade em se concentrar. Felizmente, é uma habilidade que você pode aprender. Para se tornar um bom ouvinte, você precisa identificar como você escuta. Os seguintes estilos de ouvir (ou de não ouvir) são comuns em muitos adultos com TDAH. Se você se reconhece em alguns desses cenários, pratique as estratégias anexas. Com algum esforço, você poderá mudar seus hábitos de escutar os outros.

Falar sem parar

Se você fala com a velocidade da luz, sente-se obrigado a verbalizar cada pensamento que passa por sua mente hiperativa, e não dá chance do outro falar alguma coisa, não há tempo para ouvir. Este tipo, encontrado em adultos inquietos com TDAH forma hiperativa, pode produzir um grave prejuízo em seus relacionamentos.

DESAFIO: Tomar um fôlego.

ESTRATÉGIAS:

• Ir devagar. Uma respirada entre as frases ajudará a controlar a torrente de palavras que brota de sua boca e dará aos outros a chance de entender o que você tem a dizer.

• Esperar sua vez. Os falantes com TDAH têm dificuldade de controlar o impulso de falar e interromper. Além de ser desagradável para os outros, o comportamento torna difícil prestar atenção no que o outro está dizendo. Quando alguém está falando, concentre-se em esperar até que ele termine sua frase, antes de você interromper. Se você tem uma pergunta a fazer, peça permissão antes de fazê-la. “Me desculpe, posso fazer uma pergunta?”

• Falar sobre o que escuta. Quando alguém está falando com você, concentre-se em achar um ponto importante para comentar, em vez de falar a esmo. Isto faz com que o outro saiba que você está ouvindo, ajuda a você seguir acompanhando e abre as portas para a aceitação social.

• Veja o que escuta. Para pensar sobre o que o outro está falando a você, visualize a história na sua mente. Pense que você será interrogado e que terá de resumir a conversa. Você pode fazer isso?

Sem palavras

Quando alguém está falando, você não dá um pio. Enquanto falar demais torna difícil escutar eficazmente, não dizer o suficiente – comum entre as pessoas com o TDAH forma desatenta – pode ser igualmente problemático. Sua mente pode fugir do que está sendo dito. Não participar da conversação, implica em que você não está escutando, que não está entendendo, ou pior, que não se importa.

DESAFIO: Conversar.

ESTRATÉGIAS:

• Fazer teatro. Use dicas não verbais, como movimentos de cabeça e sorrisos, para assinalar que você está ligado na conversa.

• Emitir alguns sons. Diga palavras breves ou alguns sons, como “prossiga”, ou “hã-hã”, para encorajar o outro a continuar.

• Descobrir as oportunidades de comentar polidamente. (Interromper não é educado.) Se você precisa de um tempo para processor seus pensamentos, peça à pessoa com quem está falando para esperar um instante, enquanto você decide o que dizer.

Falar de si

Conversas funcionam melhor como diálogos, não monólogos, e se você sempre fala do seu trabalho, de sua vida e dos seus relacionamentos, provavelmente estará falando muito e não ouvindo nada. Quando você estiver engajado numa conversa, imagine uma gangorra na sua mente, e lembre que a graça da coisa é o vai e vem.

DESAFIO: Deixar os outros participarem da conversa.

ESTRATÉGIAS:

• Pergunte sobre o outro. Procure sempre ver como os outros estão passando antes de começar a falar dos seus interesses e das suas preocupações. Do modo como você começa uma carta (Querida mamãe, como você está?) é a maneira educada de agir. Assim, você não terá de lembrar-se de perguntar depois.

• Cuidado com as palavras eu, mim, meu, minha. Se você diz constantemente eu, mim, meu, minha, tente dizer você e seu mais frequentemente. (Evite o cliché: “Basta de mim. Agora, o que você pensa de mim?”).

• Faça perguntas. Inicie com algumas perguntas que se aplicam a quase todos com quem você conversa: “Qual foi a melhor coisa que você fez hoje?” “Como vai a sua família?” “Você teve um bom dia no trabalho?” Além de permitir o diálogo, isto o ajuda a prestar atenção a alguém que está ao seu lado.

Liga e desliga

Uma característica do TDAH desatento e hiperativo é que a capacidade de prestar atenção muda de uma coisa para outra sem aviso. Este problema faz com que as pessoas se liguem e se desliguem durante as conversas, e percam informações importantes. Isto é especialmente prejudicial no trabalho, quando as pessoas falam com os seus chefes.

DESAFIO: Obter informação de uma conversa.

ESTRATÉGIAS:

• Repetir. Antes de começar uma tarefa no seu trabalho, repita o que ouviu para ter certeza de que entendeu corretamente e tem toda a informação.

• Tomar notas. Se você estiver em uma reunião ou em uma conversa no trabalho, escreva a informação que você ouvir. O ato de escrever o ajudará a ouvir.

• Grave as conversas, se for possível .

• Conversas em eco. Peça àqueles com quem você conversa regularmente a fazê-lo repetir o que eles lhe disseram.

Este artigo saiu no número de agosto/setembro de 2004 de ADDitude.

domingo, 2 de janeiro de 2011

51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH

Algumas recomendações para alteração de tarefas acadêmicas são as seguintes:

1- Como para todas as crianças, as tarefas acadêmicas devem ser adequadas às habilidades de cada criança com TDAH. No caso das crianças com TDAH, aumentar o nível de novidade e de interesse das tarefas por meio do aumento da estimulação (por exemplo: cor, forma, textura) parece reduzir a hiperatividade, aumentar a atenção e melhorar a performance global (Zentall, 1993).

2- Variar o formato da apresentação e dos materiais da tarefa (por exemplo, por meio do uso de modalidades diferentes) também parece ajudar a manter o interesse e a motivação. Quando são dadas tarefas passivas ou de baixo interesse, elas deveriam ser intercaladas a tarefas ativas e de alto interesse para otimizar o desempenho. Tarefas que requeiram uma resposta ativa (por exemplo, motora) em oposição a uma resposta passiva, também podem permitir às crianças com TDAH um melhor canal para os seus comportamentos destrutivos se tornarem respostas construtivas (Zentall, 1993).

3- Trabalhos acadêmicos devem ser breves (isto é, de acordo com a capacidade de atenção da criança) e apresentados um de cada vez, em vez de todos de uma vez num pacote ou grupo (Abramowitz, Reid, O´Toole, 1994). Limites de tempo curtos para a tarefa também devem ser especificados e devem ser reforçados com o uso de ajudas externas tais como cronômetros. Por exemplo, um cronometro pode ser ajustado para alguns minutos, durante os quais o estudante deve fazer a tarefa. A meta do estudante é completar a tarefa antes do tempo marcado. A recompensa pela boa feitura da tarefa deve ser imediata (isto é, assim que ela for terminada).

4- A atenção das crianças durante as atividades em grupo pode ser aumentada pela apresentação da tarefa em estilo entusiástico, ainda que focalizado na tarefa, sendo breve e permitindo a participação frequente e ativa da criança. Leituras gravadas também podem ser de utilidade.

5- Intercalar leitura de classe ou períodos de estudo com breves momentos de exercício físico pode também ser de utilidade para diminuir o cansaço e a monotonia de longos períodos de trabalho acadêmico. Exemplos incluem fazer as crianças pular linhas entre as carteiras, fazer uma rápida saída da sala de aula, para caminhar por dois minutos, ou formar uma fila e caminhar em volta da sala de modo parecido a dançar a conga.

6- Tentar programar tantos trabalhos acadêmicos quanto possível nas horas da manhã, deixando os trabalhos mais ativos, não acadêmicos, para o período da tarde. Isso é feito tendo em vista a piora progressiva do nível de atividade e da desatenção das crianças com TDAH ao longo do dia.

7- Acomodações para o trabalho escrito podem ser incluídas por meio da redução do tamanho do trabalho escrito (particularmente quando for repetitivo), usando processador de texto para escrever o trabalho, e permitindo tempo extra para completar a tarefa. Dar um tempo extra para as tarefas e os testes escritos é uma acomodação frequente para os estudantes com TDAH, e alguns (especialmente os que têm problemas de processamento da informação) podem se beneficiar do tempo extra por causa da sua velocidade baixa de processamento cognitivo. Entretanto, assim como para outras acomodações, a utilidade dessa intervenção deve ser avaliada em base individual e usada somente se o estudante for capaz de se beneficiar por um tempo a mais.

8- Estudos têm demonstrado que dar escolhas de tarefas aos estudantes com TDAH pode aumentar o comportamento de aderência à tarefa e a produtividade do trabalho (por exemplo, Dunlap et al., 1994). A escolha é tipicamente estimulada pela apresentação ao aluno de um cardápio de tarefas possíveis para um assunto acadêmico determinado. Por exemplo, se o aluno tem dificuldade de terminar uma tarefa específica de matemática, ele pode ter a possibilidade de escolher uma de várias tarefas de matemática que lhe são apresentadas. Deve ser esperado que a criança escolha e termine uma das tarefas listadas no cardápio no tempo permitido. Assim, enquanto o professor tem o controle sobre a natureza geral do trabalho escolhido, o estudante recebe algum controle sobre a tarefa específica.

ADDitude.com

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

50- Cecília Meireles - Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH

Tentando combater minha própria instabilidade provocada pelo TDAH, como posso encontrar um modo de ser útil para o meu excêntrico patrão ?
by Jane D.

Nos últimos dez dias estive viajando pela Ásia. Estou aqui em parte pelo destino e em parte porque eu sou uma louca. Sou, apesar de tudo, o tipo de pessoa que ainda acredita nas cartomantes e nos biscoitos da sorte. Também estou começando a ficar resignada com o fato de que sou destinada a ter uma vida cheia de aventuras. Uma mulher que eu conheci há alguns anos atrás tem um programa de jornalismo na Ásia e leu uma atualização de e-mail minha: Tenho 34 anos de idade, mais uma vez sem emprego, e eu adoro trabalhar. Ela respondeu com um convite de uma linha: Por que você não vem até aqui para conversarmos? Então, aqui estou, num café em Hong Kong. Tenho uma passagem de volta como plano B. Espero ficar aqui um par de meses e esquecer o drama que foi o ano passado. Vou ganhar mais experiência na Ásia e, talvez, a dor do passado vá embora lentamente.

Na véspera de fazer 35 anos, sinto-me um pouco deslocada por ser essa nômade. Vivo ao lado de uma mala, não tenho número de telefone permanente. Estou sempre deixando meus pertences para trás, fazendo mudanças e jogando coisas fora, dizendo adeus e sempre partindo. Minha forma de estabilidade é a mudança. A estrada é minha casa. O TDAH me segue até a Ásia e se manifesta imediatamente no meu novo emprego. Meu novo chefe é uma mulher baixinha, que tem pouco menos de 1 metro e 65 de altura. Ela tem o dobro da minha idade e fala e anda duas vezes mais rápido que eu, fazendo minha cabeça girar. Ela tem muita experiência acumulada, mas até agora, tem me deixado maluca com suas idéias e projetos mirabolantes, todos eles com muitas promessas e possibilidades, mas com falta de planos de execução sólidos. Aqui, como sua convidada, não tenho nem mesmo um trabalho determinado, conforme eu a sigo, tentando encontrar meu lugar.

Este é o tipo de oportunidade maluca que só eu para aceitar. Tenho vivido ao lado da minha maleta Samsonite vermelha e adquiri três telefones celulares usados com três números diferentes. A umidade e as multidões estão começando a me afetar. Depois de viajar por três diferentes cidades chinesas, fiquei esgotada e liguei para o meu pai e minha madrasta em lágrimas. "Por que eu sempre termino trabalhando para gente estranha que também tem TDAH?" Queixei-me. "Todas essas pessoas são criativas e bem sucedidas, mas o que elas não têm é a habilidade de controlar-se a si mesmas e ao seu tempo”.

Meu pai disse que 80 por cento da população têm os pés no chão e o que eu disse é sobre abelhas operárias. “Essas pessoas são chatas”, eu lamentei, mas comparando a confiabilidade delas com meu senso de aventura, posso ver que eu tenho sorte de estar aqui. Uma chefa como a minha não precisa de mais gente excêntrica e indisciplinada à sua volta. Mas, comigo, foi justamente o que ela ganhou.

“Não tenho certeza se posso ser útil aqui,” Disse antes de terminar a chamada internacional.

“Não focalize nas coisas pequenas,” disse o meu pai, me encorajando. “Se você focar em moedinhas, é isso que vai ter no final do dia.”

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48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação

Veja como iniciar aquele temido projeto que você tem adiado no trabalho ou em casa. por Sandy Maynard

Imagine isto. É manhã de sábado e você se senta em frente ao computador para fazer um relatório sobre o seu trabalho.

Com uma pilha de papéis e uma xícara de café ao lado, você começa a datilografar seus pensamentos sobre o sucesso em potencial do lançamento de um novo produto. Não é o que você queria fazer num sábado, mas você continua a fazer e termina em uma hora.

OK, agora você pode acordar. Adultos com TDAH gostariam de ser tão ligados a tarefas difíceis que não despertam seu interesse. Minha dificuldade é escrever.

Quando digo que vou entregar um trabalho para um editor na sexta-feira, ele sabe que isso significa segunda-feira. Não é que eu não tenha tempo de entregá-lo na sexta-feira, é que eu tenho muita dificuldade em iniciá-lo. Ligo meu computador, escrevo o título, salvo o documento num arquivo, e fico sentado olhando a página em branco. Estou entediado.

Então ligo para um amigo escritor e pergunto como vai indo o seu artigo, ou apanho um monte de roupa para lavar ou vou dar uma volta. Faço meu imposto de renda numa tarde em que tinha de estar trabalhando num outro projeto.

Se você tem vontade de fugir para uma ilha remota quando pensa que precisa começar um novo projeto, a seguinte lista de estratégias, muitas das quais fizeram meus clientes destravarem, poderá ajudar a terminar com a sua procrastinação.

1. Esteja preparado

É muito mais fácil parar na academia depois do trabalho se sua sacola de esportes estiver arrumada e no porta-malas do seu carro. Quando eu tenho dificuldade de voltar à rotina de corridas, vou para a cama vestindo meu uniforme de exercício. É uma forma de me lembrar, logo ao acordar, que a corrida é o primeiro item de minha agenda.

Se você pensa em iniciar um projeto pela manhã, junte toda a informação de que vai precisar – artigos, gráficos, ordens do chefe – e coloque tudo numa caixa ou numa pasta que você pode deixar na sua cadeira na noite anterior.

2. Comece do começo

Você já ouviu isso antes: Divida cada projeto em tarefas pequenas e defina o primeiro passo que precisa ser feito. Então, fique ligado até que a primeira tarefa seja terminada. Geralmente, isso é tudo que é preciso para ficar motivado para o resto do projeto.

Para mim, dar um título a um documento em branco não é o suficiente para o primeiro passo, mas escrever um parágrafo já é. Descubra qual é o seu primeiro passo, e complete o restante.

3. Relaxe

Meu cliente Stephen, um advogado, faz uma deliciosa xícara de chá de maçã vermelha e põe um CD de música havaiana antes de arquivar seus documentos ou de escrever suas cartas. Outros clientes fazem exercícios respiratórios ou curtos períodos de meditação antes de começar um projeto opressivo.

4. Torne as coisas engraçadas

Ponha os fones de ouvido e dance enquanto passa o aspirador pela casa. Cante enquanto lava as janelas, ou pule quando for levar o lixo para fora de casa. Em vez de passar o pano molhado no piso da cozinha, um dos meus clientes molha suas meias com um detergente e desliza pelo piso da cozinha, fingindo que é um esquiador olímpico. Quando os detritos ficam empilhados num canto, ele os destrói com um canhão de raios laser interplanetário – um aspirador de pó.

5. Elimine as distrações.

Muitos estudantes de faculdade com TDAH acham mais fácil começar seu trabalho de casa se forem diretamente à biblioteca após as aulas, em vez de irem para seus dormitórios movimentados. Se o barulho for um problema – e se você não tiver um lugar tranquilo para estudar – tente usar protetores de ouvido. Eles realmente funcionam – em qualquer lugar.

Se os seus pensamentos estiverem provocando distração, escreva-os numa caderneta para tirá-los de sua mente e passá-los para o papel. No trabalho, deixe os colegas saberem que, quando a porta da sua sala estiver fechada, você está trabalhando em algo muito importante. Se você não tem um escritório, pegue um laptop e vá para uma sala de reuniões.

6. Cuidado com as multitarefas

Minha regra é ter em minha mesa somente as coisas em que estou trabalhando. Fora da visão, for a da mente, é uma boa abordagem – mas tenha certeza de colocar o trabalho não terminado na sua lista de coisas a fazer.

Estudos têm mostrado que os que têm TDAH se dão bem trabalhando em duas coisas que sejam familiares e simples, mas são menos eficientes quando enfrentam projetos que são complexos não conhecidos. Para aliviar a transição de um projeto para outro, pare o primeiro projeto num ponto que seja fácil de ser retomado.

No meu desespero para terminar este trabalho, eu pulei outra estratégia: peça a um amigo para chamá-lo numa hora em que ele tenha certeza de que você esteja fazendo o trabalho. Quando meu editor me perguntou mais uma vez quando eu lhe enviaria uma cópia, eu lhe dei uma data e entrei em pânico. Chamei um amigo, que também tem TDAH, e disse, “Você me chama em duas horas para ter certeza de que eu ainda estou fazendo este artigo?”.

Quando ele ligou, eu orgulhosamente disse-lhe que tinha escrito os primeiros dois parágrafos. Tudo bem em pedir ajuda, e será meu prazer retornar o favor algum dia. Não é para isso que existem os amigos? Para ajudar a tocar nossas vidas de vez em quando?

Este artigo apareceu no número de outono de 2008 de ADDitude.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

47- Simplifique sua vida com o TDAH aprendendo a dizer “não”

Independente do convite, adultos com TDAH têm dificuldade de recusá-los. Descubra, aqui, como os adultos com TDAH podem evitar a sobrecarga de compromissos e a exaustão, aprendendo a gentilmente dizer “não”.
by Sandy Maynard

Como um adulto com TDAH, você já se pegou dizendo, “O que eu estava pensando?” depois de ter aceitado fazer alguma coisa que você realmente não queria ou que não tivesse tempo para fazer? Há coisas sobre adultos com TDAH que tornam difícil para nós dizermos “não”. Em primeiro lugar, freqüentemente dizemos sim a algo que parece bom antes de pensarmos no assunto. Em segundo lugar, nosso interesse é tão variado que não podemos escolher – então dizemos sim a tudo.

E, então, há a impaciência. Não queremos esperar até que terminem as nossas oito semanas de aulas de salsa antes de nos inscrevermos em aulas de teatro. Entupimos nossa agenda com coisas importantes, interessantes e engraçadas a fazer, mas ficamos também exaustos para aproveitar qualquer uma delas.

Christina conhece bem esse sentimento. Ela tem TDAH e admite que adora o lado H do seu diagnóstico de TDAH. Ela tem uma reserva inesgotável de energia, e está sempre disposta desde o nascer até o por do sol. É a primeira pessoa que a família e os amigos pensam em chamar quando precisam de um favor. Ela tem dificuldade em dizer não e tem tendência a se comprometer em excesso.

Christina veio me procurar depois de que sua vida ficou fora de controle. Ela estava dormindo seis horas e, no auge de sua escala atarefada, estava ajudando sua mãe a se mudar para um asilo. Tudo parecia igualmente importante e urgente. A seguir, algumas sugestões que eu fiz para ajudar Christina a aprender a dizer não e a dominar novamente sua vida – para não mencionar oito horas de sono reparador.

Estabeleça prioridades e pratique o dizer “não”

1. Espere para tomar uma decisão. A impulsividade e a hiperatividade fazem dois segundos parecerem a eternidade. Inspire profundamente, espere, e responda: “Gostaria de pensar sobre a oferta e depois te ligar”. Se necessário, pense demoradamente no assunto.

2. Liste suas prioridades — em ordem de importância. Para muitos de nós, tudo parece ser importante, e estabelecer prioridades pode ser tão doloroso quanto tentar prestar atenção a uma aula chata. Entretanto, para Christina, era fácil. Ela adora sua mãe e valoriza seu relacionamento acima de tudo o mais. Colocar isto no alto de sua lista fez com que as coisas abaixo ficassem mais fáceis de serem rejeitadas.

3. Pratique o dizer não para as coisas fáceis. Um bom começo seria dizer, aos que lhe solicitam por telefone, que você não quer mais ser chamada. Trabalhe o seu modo de dizer não, civilizadamente, é claro, para o seu esposo ou o seu chefe.

Como dizer não

4. Seja breve. Uma ordem difícil para quem tem mentes que correm como fogo em uma floresta seca, mas pode ser feito se você diminuir todos aqueles pensamentos que dançam em seu cérebro. Em vez de explicar porque você não pode ir à festa, tarde da noite, para um colega que está se mudando, apenas diga: "Sinto muito, mas tenho de estar em casa cedo”. Quanto mais razão você der a alguém do porque não pode fazer alguma coisa, mais ainda a pessoa vai tentar convencê-la de que você pode.

5. Seja afirmativo quando disser não. Usar as palavras “talvez”, “mas”, e “se” não ajudará. Isso acontece quando pensamos alto. Melhor pensar, decidir e falar – nessa ordem.

E lembre-se

6. Não diga sim apenas para ser gentil. Alguns de nós sentem que temos de correr mais um quilometro para dar conta de fazer as coisas quando tudo sai de controle e ficamos como bobos. Você não deve. Quando lhe pedirem para vender rifas, diga, "Não, eu não gosto de fazer isso, mas vou comprar alguns bilhetes". Isso é dizer não sem ofender ninguém.

7. Você não é indispensável. O mundo não vai acabar se você não assumir algumas responsabilidades cada vez que for requisitado. Embora seja tentador assumir novas responsabilidades para manter as coisas excitantes, resista à pressa em fazer isso. Mesmo sabendo que você fará melhor, deixe alguém fazer as coisas ao menos uma vez.

8. Você pode mudar seu pensamento. E se você disse sim, e agora quer dizer não? Tudo bem em arrepender-se. Christina já tinha concordado em compartilhar a direção de um importante evento da comunidade quando responsabilidades inesperadas envolveram seus cuidados maternos. Quando ela conseguiu ter a coragem de dizer aos outros membros do comitê sobre abandonar a tarefa, eles entenderam sem problemas – e várias pessoas se apresentaram como voluntárias para assumir seu posto.

Serei o primeiro a concordar que não é fácil dizer não. Entretanto, eu aprendi uma coisa: é que a honestidade e a integridade são sempre respeitadas quando se aceita ou se recusa um convite. Quando você alinha suas decisões com esses valores, os resultados nunca são desapontadores – nem para você, nem para sua família ou seus amigos.

12 Modos inteligentes de recusar

1. Estou no meio de vários projetos
2. Não me sinto à vontade com isso
3. Não estou assumindo nenhuma nova responsabilidade
4. Não sou a pessoa mais qualificada para esse trabalho
5. Não gosto desse tipo de trabalho
6. Não tenho mais nenhuma data no meu calendário
7. Odeio dividir minha atenção entre vários projetos
8. Sei que você mesmo fará um trabalho maravilhoso
9. Tenho necessidade de um tempo livre para mim mesmo
10. Vou ajudá-lo m um próximo trabalho
11. Não tenho nenhuma experiência nisso
12. Tenho outro compromisso

ADDitude 12/2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento

• Entre 30 e 50% repetirão ao menos um ano na escola
• 35% não completarão a faculdade.
• Mais de 25% serão expulsos do colégio por má-conduta
• 4 vezes mais acidentes de carro e mais graves; 3 vezes mais multas por excesso de velocidade
• 20 a 60% dos adolescentes com TDAH se envolvem em comportamento antissocial com consequências judiciais, contra 3 a 4% da população normal
• 35% são suspensos da escola, contra 8 a 10% da população normal
• Na faculdade, 80% estão atrasados em ao menos uma disciplina básica
• 65% dos adolescentes com TDAH mostram sinais de Transtorno Desafiador de Oposição
• Têm maior incidência de uso de álcool e drogas
• Têm maior índice de desemprego
• Têm maior índice de divórcio
• Têm mais frequentemente baixa autoestima
• Têm menos habilidades sociais
• Têm mais isolamento social
• Têm maior incidência de tentativas de suicídio
• Têm maior incidência de vários problemas neuropsiquiátricos, em especial depressão e ansiedade.

Dá para acreditar que ainda tem gente que acha que TDAH não existe? Que é falta de limites impostos pelos pais? Que é invenção da indústria farmacêutica para vender remédio? Que pode ficar sem tratamento?
A ignorância dos pais deve ser perdoada. A dos médicos não. Mas, tanto os pais quanto os médicos ignorantes devem ser esclarecidos. As crianças, adolescentes e os adultos com TDAH merecem todos os esforços para que tenham um futuro feliz.
Dr. José Antonio Menegucci.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

45- Memória de Trabalho e Memória de Curto Prazo

A memória de trabalho (MT) é o sistema cognitivo responsável pelo armazenamento temporário e pela manipulação da informação e tem um papel importante no aprendizado e na focalização da atenção. Muitas pesquisas têm documentado que muitas crianças e adultos com TDAH têm déficits de memória de trabalho e que isso contribui para as dificuldades associadas ao transtorno. Para uma excelente introdução ao papel dos déficits da memória de trabalho no TDAH, visite o site:
http://research.aboutkidshealth.ca/teachadhd/abc/chapter3#SUBTITLE3

Um exemplo simples ilustra a importância da MT para determinadas tarefas acadêmicas. Tente somar 3 e 9 na sua mente. Provavelmente isto é fácil para você. Agora, tente somar 33 e 99. Provavelmente isto será mais difícil. Finalmente, tente somar 333 e 999. Isso será muito desafiador para muitos adultos, mesmo que cada cálculo requerido seja trivialmente fácil. A dificuldade ocorreu porque você precisou guardar a informação – a soma de 3+9 na coluna das unidades e, então, na coluna das dezenas – conforme você processava a parte restante do problema, isto é, 3+9 na coluna das centenas, e isso sobrecarregou sua MT. Se a sua capacidade de MT for excedida, você não poderá completar o problema com sucesso.

Este problema simples também ilustra a diferença entre memória de curto prazo (MCP) e MT. A memória de curto prazo simplesmente envolve a retenção da informação na mente por curto período de tempo, por exemplo, lembrar-se de que o problema que você precisa resolver é 333 + 999. A memória de trabalho, em contraste, envolve a manipulação mental – ou o trabalhar com - da informação retida e começa a funcionar numa série de atividades de aprendizagem. Por exemplo, para responder questões sobre um capítulo de ciências, uma criança não somente tem de reter corretamente a informação factual, mas precisa trabalhar mentalmente com aquela informação para responder perguntas sobre ela. Então, quando a capacidade de MT de uma criança é baixa em comparação com a dos seus colegas, o desempenho acadêmico provavelmente será comprometido em múltiplas áreas.

Como os déficits de MT têm um papel importante nas dificuldades sentidas por muitos indivíduos com TDAH, é importante considerar como as diferentes intervenções corrigem este aspecto do transtorno. Neste estudo, os autores estavam interessados em comparar o impacto do treinamento da MT e o tratamento com medicação estimulante no desempenho da MT de crianças com o diagnóstico de TDAH.

Os participantes eram 25 crianças de 8 a 11 anos de idade, com TDAH (21 meninos e 4 meninas) que estavam sendo tratados com medicação estimulante. O desempenho da memória das crianças foi avaliado em 4 ocasiões, usando o AWMA (Automated Working Memory Assessment – Avaliação Automatizada da Memória de Trabalho) que é um teste computadorizado que mede a memória verbal de curto prazo, a memória verbal de trabalho, a memória visuoespacial de curto prazo e a memória visuoespacial de trabalho.

No primeiro tempo, a avaliação foi conduzida enquanto as crianças estavam sem medicação por ao menos 24 horas. A segunda avaliação ocorreu em media 5 meses mais tarde,  quando as crianças estavam tomando a medicação. A terceira avaliação ocorreu após as crianças terem completado 5 semanas de Cogmed Working Memory Training (Treinamento Cogmed da Memória de Trabalho) usando o protocolo padrão de treinamento (veja a seguir). A avaliação final ocorreu aproximadamente 6 meses depois do término do treinamento. O planejamento permitiu aos pesquisadores as seguintes comparações:

- desempenho da MT sob medicação vs. sem medicação (T1 vs T2)

- desempenho da MT sob medicação vs. após treinamento (T2 vs. T3)

- desempenho da MT imediatamente após final do treinamento vs. 6 meses em seguida ao treinamento (T3 vs. T4)

Esta comparação final forneceu informação sobre a permanência de algum benefício que o treinamento tivesse proporcionado.

Além de medir a MCP e a MT a cada tempo, foram feitas medidas do QI nos tempos 1, 2 e 3.

- Treinamento da Memória de Trabalho -

O treinamento da MT foi conduzido utilizando-se o protocolo Cogmed padrão de treinamento, com cada criança completando 20-25 sessões de treinamento num período de 25 dias. O treinamento requer a armazenagem e manipulação de seqüências verbais, por exemplo, repetir de trás para frente uma seqüência de números e/ou informação visuoespacial, como lembrar a localização de objetos em diversas partes da tela do computador.

O nível de dificuldade foi calibrado com base em vários testes, de modo que a criança sempre trabalhasse em  nível que fosse o mais próximo do seu desempenho. Por exemplo, se uma criança lembrasse com sucesso de três números na ordem inversa, no próximo teste ela tinha de lembrar-se de quatro números. Quando um teste falhasse, o próximo era feito de modo mais fácil pela redução do número de itens que teriam de ser lembrados. Este método de treinamento adaptativo é tido como um elemento chave porque requer o espichamento da memória de trabalho da criança, para continuar a seguir no programa.

Resultados

- Impacto na Memória de Curto Prazo e na Memória de Trabalho

Medicação vs. nenhuma medicação – quando testadas sob medicação, as crianças mostraram melhor MT visuoespacial em relação a quando foram testadas sem nenhuma medicação. Entretanto, nenhuma melhora foi encontrada na MCP verbal, na MT verbal ou na MCP visuoespacial.

Desempenho sob medicação vs. desempenho após treinamento da MT – O treinamento Cogmed da MT levou a ganhos significativos em todos os quatro resultados das memórias. Assim, houve evidência de que o treinamento da MT levou a maiores ganhos na MT do que o tratamento isolado com medicação. Em todas as áreas de memória avaliadas, a pontuação media dos participantes aumentou de abaixo da média para dentro da faixa média.

Desempenho 6 meses depois do término do treinamento – Os ganhos do treinamento em 3 dos 4 componentes da memória – todos exceto a memória visuoespacial de curto prazo (MCP) – permaneceram significativos 6 meses após o fim do treinamento e houve poucos indícios de declínio no desempenho das crianças. Então, os benefícios evidentes imediatamente em seguida ao tratamento foram largamente persistentes.

- Impacto no QI -

Os resultados do QI com e sem medicação foram equivalentes. Do mesmo modo, não houve nenhuma indicação de que o treinamento da MT estava associado a algum aumento nos resultados de QI das crianças. Assim, os benefícios do treinamento foram restritos ao desempenho das crianças nas tarefas de memória.

- Resumo e Implicações -

Os resultados desse estudo indicam que o treinamento da MT promove maiores benefícios na MT para crianças com TDAH do que os promovidos pelo tratamento com medicação estimulante. Além disso, os ganhos de memória seguintes ao treinamento persistem por um período significativo. Como o funcionamento adequado da MT é criticamente importante para o sucesso acadêmico das crianças, esses achados são encorajadores porque eles sugerem que o treinamento intensivo pode melhorar os déficits nesta importante função executiva. A ausência de benefícios do treinamento no QI sugere que os benefícios do treinamento podem estar limitados especificamente à memória de trabalho (MT), embora deva ser notado que outros estudos de treinamento da MT relataram benefícios em aspectos particulares da inteligência. Então, o impacto do treinamento da MT no QI requer novos estudos.

Entretanto, é importante não exagerar na interpretação dos resultados desse estudo. Embora seja tentador ver isso como uma comparação entre o tratamento medicamentoso e o treinamento da MT para o TDAH, e ver os resultados como indicativos da superioridade do último, isso seria interpretação errada. A constelação de dificuldades que compreende o TDAH para muitas crianças vai muito além dos déficits de MT, e esse estudo não examina vários outros importantes resultados.

Por exemplo, ele não fornece nenhuma informação sobre os benefícios relativos da medicação e do treinamento da MT na atenção, hiperatividade e outros problemas de comportamento, e no desempenho acadêmico das crianças. Embora outros estudos tenham encontrado benefícios em várias dessas áreas, o acréscimo de avaliação desses resultados importantes ao estudo corrente teria produzido um reforço dele. Essa crítica não tem a intenção de diminuir os importantes resultados obtidos, mas, em vez disso, propiciar um contexto apropriado para avaliar esses achados interessantes e não seria surpresa se o tratamento medicamentoso tivesse um maior impacto em outras áreas importantes.

Também é o caso de o estudo ter sido limitado pela restrição da avaliação da MT a medidas computadorizadas dessa capacidade, embora estejam disponíveis escalas validadas de avaliação da MT por pais e professores. Incorporar tais medidas ao estudo proporcionaria uma melhor compreensão do funcionamento da memória das crianças a cada ponto de avaliação.

Embora essas limitações sejam importantes, os resultados proporcionam evidência adicional de que o treinamento intensivo da MT pode acrescentar benefícios duradouros nessa importante função executiva. Como os benefícios proporcionados pelo treinamento aumentam os proporcionados pela medicação, também é sugerido que o treinamento da MT pode ser de utilidade como complemento às intervenções existentes baseadas em evidência para o TDAH, particularmente para crianças cujo funcionamento da MT seja difícil de começar.

ADDitude Magazine – Inverno 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

44- Reduza a Ansiedade Naturalmente

Seis dicas para tratar a ansiedade sem medicação. por Sandy Maynard

Para aqueles de nós com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), uma pequena preocupação pode rapidamente se transformar em uma crise de ansiedade intensa. Quando os níveis de estresse se elevam, nós deixamos as coisas para ser resolvidas depois (procrastinação), o que aumenta os sintomas do TDAH. Ficamos mais esquecidos, desorganizados e distraídos. Amy, que é mãe e trabalha fora de casa, é uma pessoa muito preocupada, e foi diagnosticada como portadora de TDAH. Como é uma organizadora de eventos autônoma, ela utiliza sua tendência a se preocupar para se antecipar aos problemas que possam arruinar um evento. Ela é bem sucedida, em parte, por isso. Em casa, Amy não consegue desligar o botão da preocupação.

Concordamos que a vida não é tão fácil como organizar um evento. A vida é imprevisível. Quando Amy descobriu que a preocupação desnecessária estava minando sua energia e motivação emocional, ela fez mudanças que lhe deram uma sensação de paz. Atualmente, quando Amy se preocupa com algo que ela pensa que não poderá mudar, ela escreve sua preocupação num pedaço de papel, dobra-o e pára de pensar no assunto. Ela também faz ioga três vezes por semana, o que reduz a ansiedade. Eis aqui outras sugestões que ajudam Amy a se preocupar menos e a aproveitar mais a vida:

1- Limite ou adie os pensamentos preocupantes.
Ajuste um timer e dê a si mesmo permissão para se preocupar por uma quantidade de tempo específica. Escrever as preocupações para lidar com elas mais tarde também ajuda a livrar-se delas. Ler, logo cedo, sobre algo que o deixou preocupado, faz com que o problema pareça sem fundamento.

2- Tente ser perfeito; ajuste-se para o imperfeito.
Fazer o melhor de si no trabalho é sempre uma boa meta. Mas você não pode ser perfeito em todas as facetas do seu trabalho, ou de sua vida, sem que seu esforço promova a preocupação e o esgotamento. Uma cliente minha é uma excelente escritora técnica, que trabalha na área de comunicações em serviço de saúde. Quando ela começou a trabalhar, ela produziu e-mails e memorandos para os colegas de trabalho, certificando-se de que cada palavra fosse uma pérola, ás vezes á custa de atingir o prazo-limite. Isso resultou em 60 horas de trabalho por semana, esgotamento, e, eventualmente, atrasos. Decidimos que ela deveria deixar suas habilidades para escrever, e o seu perfeccionismo, para os documentos que realmente fossem importantes – os que eram escritos para os clientes externos.

3- Faça o que puder.
Pensar em tudo que possa dar errado não torna a vida mais previsível ou segura. A preocupação excessiva impede que você aproveite o presente. Quem tem TDAH se preocupa a respeito de coisas que podem não dar certo por causa das coisas que já não deram certo no passado. Fazer as coisas de modo diferente lhe dá a segurança de que você fez tudo que podia para mudar o resultado final. Então, você pode parar de se preocupar. Uma mãe portadora de TDAH, que voltou a trabalhar após ter dado à luz, vivia preocupada com a babá que havia contratado para cuidar de sua filha enquanto estivesse no trabalho. Ela instalou câmeras que lhe ajudaram a monitorar a babá. Isso aliviou os seus temores.

4- Reprograme os pensamentos negativos.
Muitos portadores de TDAH têm baixa autoestima, o que resulta em pensamentos negativos e em preocupação debilitante. Desafiar os pensamentos negativos com pensamentos positivos pode interromper o processo. Sam, um novo contratado de uma firma de advocacia de prestígio, sentiu-se inseguro quanto a ser capaz de fazer um bom trabalho. Decidimos que, quando tivesse dúvidas, deveria lembrar-se de que o mais brilhante da firma decidira contratá-lo em vez dos seus concorrentes.

5- Conte a sua preocupação para um amigo de confiança.
Tive muita dificuldade para escolher um vestido para o casamento de meu filho. Deveria ter sido a minha ida mais feliz de todas ao shopping, mas não foi. Eu me preocupei com tudo que experimentei: Está muito curto? É a cor errada? Muito espalhafatoso? Muito simples? Não consegui tomar uma decisão até que pedi a uma amiga para ir comigo numa segunda compra. Ela desfez minhas dúvidas, e eu saí com a roupa perfeita.

6- Aprenda exercícios de relaxamento.
Técnicas simples de respiração, meditação e relaxamento muscular progressivo podem ser feitas quase sempre, quando a preocupação aumenta e cria indecisão e imobilidade. Vários estudos mostram que a meditação aumenta a atenção ao mesmo tempo em que reduz o estresse.

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domingo, 5 de dezembro de 2010

43- Sete soluções para problemas de sono

Como agir quando os sintomas do TDAH perturbarem uma boa noite de sono
Por Nancy Ratey

Muitos adultos com transtorno de déficit de atenção (TDAH) se queixam de noites inquietas e de exaustão logo cedo. Às vezes, os medicamentos para o TDAH causam reações adversas, outras vezes um cérebro acelerado o mantém acordado. Do mesmo modo em que não há nenhuma razão para os distúrbios de sono relacionados ao TDAH, não há nenhuma solução que funcione para todos. Eis aqui um punhado de opções dos especialistas da ADDitude...

Ajuste seu medicamento para o TDAH

Os medicamentos para o TDAH podem desencadear problemas de sono em alguns adultos. Se você suspeita que este é o seu caso, fale com seu médico sobre o ajuste fino do seu tratamento.
Por outro lado, alguns especialistas em TDAH acreditam que tomar um estimulante 45 minutos antes de ir deitar-se pode desligar cérebros agitados. “Cerca de dois terços dos meus pacientes adultos tomam uma dose completa do seu medicamento para o TDAH, todas as noites, para dormir,” diz William Dodson, M.D., um psiquiatra de Denver (Colorado – USA)

Apague a luz

A luz ativa o cérebro TDAH e o mantém acordado por mais tempo. Prepare-se para o sono desligando ou diminuindo a intensidade das luzes em torno das 21 horas.
Você pode instalar um dimer para as lâmpadas do teto e gradualmente diminuir a intensidade da luz, e não fique em frente de uma TV ou de uma tela brilhante de computador  depois das 21 horas.

Alenteça o seu cérebro

Depois que você estiver deitado, com as luzes apagadas, use as ferramentas amigáveis do TDAH para ajudá-lo a relaxar, tal como um gerador de ruído branco, fones de ouvido, ou música suave para se contrapor aos seus pensamentos velozes. Relaxe um músculo de cada vez, começando pelos pés e subindo, respirando fundo cada vez que atingir um novo grupo muscular.

Crie uma rotina de desligar e de acordar

Acordar no horário depende de ir se deitar no horário e ter uma noite completa de repouso. Desenvolva rotinas para ajudá-lo a acordar mais feliz e mais depressa pela manhã e para se desligar à noite.
Estas rotinas de ir dormir e de acordar mais facilmente podem ser simples, por exemplo, tomar uma ducha e ver as notícias à noite, beber café e ler o jornal pela manhã.

Mantenha uma tabela de sono

Levante-se e deite-se no mesmo horário, todos os dias. Isto aumentará a qualidade do seu sono e deixará seu corpo num ritmo diário, algo que beneficia particularmente os adultos e crianças com TDAH. Nem todos precisam da mesma quantidade de sono, mas a chave é a consistência, então trabalhe junto com sua família para estabelecer uma rotina e ligue-se a ela.

Evite as armadilhas do sono

Conheça as suas armadilhas do sono e evite-as. Se falar ao telefone, ver TV, responder aos e-mails faz você ir dormir mais tarde, cole bilhetes lembrando que você deve manter seu esquema. Peça ajuda da família, para que eles saibam e não o desviem de sua meta.

Ajuste um despertador

Programe um relógio de pulso com alarme, ou um despertador, para tocar uma hora antes de ir deitar-se, assim terá tempo para se preparar para dormir. Se você frequentemente fica ligado em ver TV, coloque o despertador em outro quarto, assim será obrigado a levantar-se para desligá-lo.

Este artigo apareceu no número de primavera de 2009 de ADDitude.

sábado, 4 de dezembro de 2010

42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro

Com o TDAH adulto, tudo que você precisa para tornar um casamento ou uma parceria duradoura é amor, certo? Errado. Você também vai precisar destas ferramentas de relacionamento.
by Jonathan Halverstadt

Apaixonar-se é fácil, não obstante o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Uma onda de euforia bioquímica coincide com um “novo amor”. Aqueles de nós com TDA/TDAH geralmente hiperfocalizamos no romance, não apenas pelo romance, mas também para aumentar os neurotransmissores produtores de prazer (dopamina) que estão em falta em nossos cérebros. Emoções altamente carregadas não são parte do amor duradouro. São apenas sentimentos – fortes e maravilhosos – mas, você precisa de muito mais para fazer uma relação TDAH durar.

Relacionamentos são difíceis, e quando aceitamos esse fato, estamos lidando com a realidade, não com a fantasia de que “tudo que necessitamos é de amor” Tudo que necessitamos é de amor? Não penso assim. Precisamos aprender habilidades para compensar nossa fraqueza. Quais as ferramentas que devemos ter em nossa maleta?

1: Administre os sintomas

Você e o seu parceiro devem assumir sua condição. Tratar o TDAH de modo responsável pelo uso da terapia comportamental e dos medicamentos próprios para controlar os sintomas, aumentar a dopamina e ajudar o cérebro a trabalhar como deve. Quando você faz tudo isso, você observa uma diminuição dos sintomas do TDAH – como a incapacidade de prestar atenção quando seu parceiro está falando com você, ou completar suas obrigações ou tarefas, como pagar as contas a tempo.

Não ser ouvido é a maior queixa daqueles envolvidos em relação íntima com um parceiro TDAH. Para muitos TDAH, ouvir os outros é muito difícil. Para aumentar sua capacidade de escutar, pratique este exercício:

Sente-se com seu parceiro e deixe-o falar por cinco minutos – ou mais, se você puder suportar. Faça contato visual e incline-se para ele, mesmo que não esteja entendendo nenhuma palavra.

Depois de escutar por cinco minutos, resuma o que você ouviu. Você pode dizer “Uau, parece que você teve um dia muito movimentado. A internet horrível, a reunião chata. Depois, você teve de ir até a academia antes de vir para casa”.

Depois desta troca, faça algo que você quer fazer. Diga “Agora que você está em casa, você se importa de cuidar do bebê enquanto eu saio para caminhar?”.

Seu parceiro provavelmente estará chocado, e encantado, porque você o ouviu por cinco minutos.

2: Ligue-se na relação

Os sintomas mais importantes do TDA/TDAH – impulsividade e a constante necessidade de estimulação – podem realçar, assim como ameaçar, relacionamentos. Como os adultos com TDAH são impacientes e facilmente se aborrecem, as aventuras sexuais são altamente estimulantes. A atração pelo novo e diferente pode tornar difícil a monogamia. Por isso é vital estar ligado na ideia de “ relacionamento” – até mesmo mais do que seu parceiro.

Encontrei uma velha senhora de 93 anos que tinha ficado casada com o mesmo homem por 70 anos. Ela me contou que eles tiveram bons tempos e maus tempos nos seus anos de vida juntos, e que ela nunca pensou, nem por uma vez, em divórcio, embora gracejasse que tivesse pensado em assassinato uma ou duas vezes. Ela sabia que tinha de ser mais ligada à instituição do casamento do que seu marido para fazer o relacionamento funcionar. Houve ocasiões em que o casal não se sentia ligado um ao outro, mas a sua dedicação ao marido fez com que seguissem juntos.
[Bons tempos aqueles... O mundo e os costumes, e as mulheres, mudaram muito, ultimamente...  (Comentário do tradutor)]

3: Terapia do riso

Aprenda a rir de você mesmo (não do seu parceiro) e enfrente seus problemas de modo mais suave. O TDAH nos induz, às vezes, a fazer e dizer raras coisas lindas.

Em vez de ficar magoado ou enraivecido pelas palavras e ações não entendidas, veja-as pelo que são: sintomas de uma condição que você está tentando administrar. Uma boa risada permite que você siga adiante na relação. Sei que isso pode ser muito difícil. É fácil ser defensivo porque você teve de explicar nosso comportamento por anos – quando agíamos impulsivamente ou sufocados pelos detalhes devido à nossa falta de atenção. Deixe cair suas defesas, então siga em frente.

4: Perdoe e esqueça

É tentador apontar o dedo para a outra pessoa e culpá-la por seus problemas no relacionamento. Mas é preciso de dois para o tango. Quando admitimos os problemas que podemos estar causando, em vez de apontar o que nosso parceiro fez de errado, crescemos espiritualmente. Quando eu reconheço minhas limitações – identifico-as, me esforço para mudá-las, e me perdoo a mim mesmo por não ser perfeito – fica mais fácil aceitar meu parceiro e perdoar suas limitações.

Uma frase que resume esse conceito de esqueça-e-perdoe é: “Fiz o melhor que podia naquela hora. Se pudesse fazer melhor, teria feito.” Isso tira a culpa de uma má experiência, e permite que você e seu esposo falem um com o outro civilizadamente. Não é mais sobre um de vocês “fazer de novo”, é sobre ser humano e cometer erros – algo que é possível esquecer.

5: Procure ajuda profissional: Terapia da relação

Muitas duplas casadas com um ou mais parceiros diagnosticados com TDAH pretendem permanecer casadas “até que a morte nos separe”. Mas, como as realidades do viver junto se instalam, pequenos problemas seguem não resolvidos e tornam-se maiores até parecerem insuperáveis.

Um dos erros mais comuns que os casais problemáticos cometem é esperar muito antes de procurar ajuda profissional para a sua relação. Quando chegam ao terapeuta, já jogaram a toalha e estão apenas procurando um modo de validar sua miséria e justificar sua decisão de separação. Não espere muito para procurar ajuda. Um terapeuta de família e do casamento pode ensinar técnicas de comunicação e de resolução de conflitos.

6: Mais ferramentas de relacionamento no TDAH

Lembre-se de manter-se fazendo as coisas engraçadas que faziam juntos quando se apaixonaram pela primeira vez.

Estabeleçam uma regra: Somente um maluco na casa, de cada vez. Se o seu parceiro estiver surtando, você deve ficar frio e reservado.

Saiam ao menos uma vez por semana (cinema, teatro, concerto, baile, restaurante, aniversário)
Tratem um ao outro com respeito. Aprendam a amar as esquisitices um do outro.

Não se preocupe com quem está certo. O objetivo é seguir em frente – não ficar grudado numa briga. É mais importante ter uma relação mutuamente satisfatória do que estar certo o tempo todo.

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação

Como os professores e os pais de crianças com TDAH podem ajudá-las a enfrentar a inquietação e a se concentrar melhor na escola e em casa.

O problema: Crianças com TDAH estão em constante movimentação. Para elas é difícil ficar sentadas paradas por longos períodos, por isso elas se remexem nos assentos, chutam os pés da carteira, ou ficam de pé ou andam enquanto fazem o trabalho. Geralmente, elas falam excessivamente ou fazem barulhos enquanto tentam ficar sentadas paradas.

A causa: Os corpos e as mentes das crianças com TDAH são como motores acelerados. Um estudo de meninos com TDAH mostrou que eles se movem pela sala oito vezes mais do que os outros meninos, fazendo o dobro de movimentos dos braços. Eles também são quatro vezes mais inquietos e se retorcem quatro vezes mais, enquanto sentados para os testes psicológicos.

Os obstáculos: Centros de controle motor defeituosos no cérebro são a causa suspeita da inquietação e do comportamento hiperativo.

Problemas de controle do impulso também têm um papel; crianças hiperativas são incapazes de inibir o impulso para se movimentar. Você pode ordenar que fiquem sentadas e paradas ou que parem de falar, mas os comportamentos se repetem em minutos.

Soluções para a sala de aula

A primeira coisa que os professores podem fazer, para ajudar os estudantes com TDAH a se retorcerem menos e a ficarem menos inquietos, é providenciar saídas físicas que lhes permitam liberar regularmente a energia acumulada e a melhorar a atenção.

Determine missões aos alunos com TDAH. Peça aos seus alunos com TDAH que levem uma mensagem para outra classe ou que peguem um papel na secretaria. Essas tarefas ajudam as crianças a construir um senso de auto-estima ao mesmo tempo em que propiciam uma oportunidade para esticar suas pernas e caminharem fora da sala.

Permita que os estudantes fiquem de pé e que caminhem um pouco entre as lições. Um professor, por exemplo, colocou um mini-trampolim em sua classe, para as crianças que ficam inquietas. No início do ano escolar, todos o usavam frequentemente, mas depois que a novidade desapareceu somente os alunos com TDAH, que tinham necessidade dele, continuaram a usá-lo. Outro professor deixou os estudantes usarem bolas de exercícios em vez de cadeiras, de maneira que os alunos com TDAH podiam se mexer um pouco mais, mas permanecerem sentados.

Permita objetos de manuseio. Esses objetos podem incluir pulseiras de bolinhas, pedaços de massinha e bolas de apertar – tudo o que puder ser manuseado e apertado silenciosamente. Não ter de permanecer focalizado em ficar absolutamente parado, conserva a energia do estudante para prestar atenção nas lições de classe.

Soluções para casa

Apóie a necessidade do seu filho de gastar energia encorajando-o a entrar no time de esportes ou a praticar atividade física regularmente.

Escolha o esporte cuidadosamente. Crianças com TDAH não são adequadas para todos os esportes coletivos. Futebol, por exemplo, é escolha melhor do que basebol, porque há menos espera parado.

As crianças podem também fazer exercícios sozinhas – um estudante andava de esqueite todas as manhãs ou somente corria em volta do quarteirão, para que pudesse ficar mais tempo quieto em classe. Muitas crianças com TDAH se dão bem no caratê ou em outras artes marciais que ensinam disciplina e concentração ao mesmo tempo em que permitem movimento.

Supervisione conforme necessário. Muitas crianças com TDAH precisam da constante supervisão dos adultos para se manterem na tarefa, mas conforme a situação melhora, e a criança amadurece, um pai pode checar frequentemente em vez de ficar sentado ao lado da criança todo o tempo do processo.

Não force sua criança a ficar sentada parada. Quando sua criança ultrapassa o ponto de controle de sua necessidade de se mover, deixe que ela tenha um rápido intervalo. Diga a ela que corra e pule lá for a e então a convide a se juntar novamente à família quando ela estiver bem. Você pode usar esta mesma estratégia na igreja ou na sinagoga, nos eventos esportivos, ou em qualquer outra situação que requeira a permanência sentada e parada das crianças por longos períodos.

Algumas crianças com TDAH são mais capazes de terminar o trabalho de casa quando têm a oportunidade de se movimentar m pouco enquanto trabalham, ou quando têm freqüentes intervalos. Não espere que uma criança com TDAH fique quieta por longos períodos de estudo. Algumas crianças lêem melhor quando caminham, ou podem precisar fazer seus problemas de matemática enquanto ficam de pé.

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domingo, 28 de novembro de 2010

40- TDAH É UMA DOENÇA INVENTADA?

Você certamente já leu ou ouviu em algum lugar que o TDAH “é uma doença inventada pelos laboratórios farmacêuticos” ou que é uma “medicalização” de comportamentos de indivíduos que são simplesmente diferentes dos demais. Então vamos aos fatos:

1) O que hoje chamamos de TDAH é descrito por médicos desde o século XVIII (Alexander Crichton, em 1798), muito antes de existir qualquer tratamento medicamentoso. Não existia sequer aspirina... No inicio do século XX, aparece um artigo científico publicado numa das mais respeitadas revistas médicas até hoje, The Lancet, escrito por George Still (1902). A descrição de Still é quase idêntica a dos modernos manuais de diagnóstico, como o DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria. Se fosse uma doença “inventada” ou “mera conseqüência da vida moderna”, você acha que seria possível atravessar quase dois séculos com os mesmos sintomas?

2) Os sintomas que compõem o TDAH são observados em diferentes culturas: no Brasil, nos EUA, na Índia, na China, na Nova Zelândia, no Canadá, em Israel, na Inglaterra, na África do Sul, no Irã... Já chega? Pois se fosse meramente um comportamento secundário ao modo como as crianças são educadas, ou ao seu meio sociocultural, como é possível que a descrição seja praticamente a mesma nestes locais tão diferentes?

3) Se o TDAH fosse meramente “um jeito diferente de ser” e não um transtorno mental, por que os portadores, segundo os dados de pesquisas científicas, têm maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes automobilísticos? Por que eles têm maior incidência de depressão, ansiedade e dependência de drogas?

4) Se o TDAH fosse “uma invenção da indústria farmacêutica”, você esperaria que a Organização Mundial de Saúde – órgão internacional máximo nas questões relativas à saúde pública, sem qualquer vinculação com a indústria farmacêutica – listaria o transtorno como parte dos diagnósticos da Classificação Internacional das Doenças não só na sua última versão (CID-10) como nas anteriores (CID-8 e CID-9)? Pois é, ele está lá no capítulo dos transtornos mentais – vide o site http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm

5) Se o TDAH fosse secundário ao modo como os pais educam seus filhos, por que motivo as famílias biológicas de crianças com TDAH que foram adotadas têm prevalências (taxas) de TDAH bem maiores do que aquelas encontradas nas suas famílias adotivas? A única explicação possível: é um transtorno com forte participação genética.

6) Quantos artigos científicos você acha que já foram publicados demonstrando alterações no funcionamento cerebral de portadores de TDAH? Mais de 200 (você leu certo). Vale também lembrar que os achados mais recentes e contundentes são oriundos de centros de pesquisa, como o National Institute of Mental Health dos EUA, impossibilitados de qualquer contato com a indústria farmacêutica. O fato de não termos uma alteração cerebral que seja “marca registrada” do TDAH não invalida nem a sua base neurobiológica, muito menos a sua existência. Se fosse assim, não existiria a Esquizofrenia, o Autismo, a Depressão, o Transtorno de Humor Bipolar entre outros, já que nenhum desses tem uma alteração que seja “marca registrada” da doença.

E como você pode acreditar em todas estas informações descritas acima?

Muito fácil: estão em artigos científicos publicados em revistas sérias que exigem rigor científico e passam pelo crivo de vários profissionais antes de serem publicados. E todos estes artigos são públicos (por exemplo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed )

E quanto aos conflitos de interesses de quem escreve artigos?

Eles existem frequentemente e são de dois tipos. O primeiro deles é o chamado conflito de interesses financeiro, onde o autor de um artigo científico (ou um palestrante) recebe verba de alguma instituição ou empresa farmacêutica para suas pesquisas ou ainda como consultor. Nestes casos é exigido que ele informe claramente aos leitores de seu artigo (ou aos participantes de uma palestra) os seus potenciais conflitos para que todos possam ler o artigo (ou ouvir sua palestra) sabendo deles, antecipadamente. Isto é obrigatório nas revistas científicas e em quase todas as associações médicas; no Brasil isto é exigência da ANVISA. Este procedimento garante que nenhum resultado de pesquisa seja apresentado sem que todos possam considerar a possibilidade destes conflitos financeiros; ou seja: exige que o pesquisador apresente dados com a devida transparência.

O segundo tipo de conflito de interesses é o não-financeiro. Este é também extremamente comum e, infelizmente, a sua informação aos leitores ou ouvintes ainda não é exigida por lei. São exemplos: pertencer a uma determinada escola de psicoterapia ou religião que pregam o tratamento através de suas práticas e não através de medicamentos, cargos políticos ou administrativos (que permitem economizar no tratamento de uma doença caso se considere que ela “não existe” ou que “não é necessário usar medicamentos”, etc.)

Quando você ouve alguém falar que “TDAH é uma doença inventada”, por mais eloqüente que seja o autor desta opinião sem qualquer base científica, ou mesmo a sua titulação (a incapacidade e leviandade sempre foram democráticas: também acometem médicos, psicólogos, etc.), pesquise sobre a veracidade (e a origem) do que está sendo dito.

Sempre existiram indivíduos com pouco espírito crítico embora bem intencionados e espertos mal intencionados na história da medicina. Apenas para enfatizar: até bem pouco tempo atrás havia quem bradasse aos quatro cantos que a AIDS não era causada pelo HIV. Outra: que as vacinas para sarampo causavam autismo nas crianças. Ou ainda pior, que condenavam as mães pelo Autismo de seus filhos: chamavam-nas de “mães geladeiras” numa alusão de que era a sua frieza nas relações inicias com seus filhos que criava o autismo na criança!

Os resultados?

Aumento absurdo das mortes por AIDS e de crianças com seqüelas neurológicas irreversíveis por conta de sarampo, uma doença facilmente prevenida. E uma enormidade de mães levianamente culpadas que se viam ainda mais fragilizadas para acolher um(a) filho(a) com uma condição delicada como o autismo.

Mediante ao texto acima você tem recursos para acessar fontes realmente seguras e científicas sobre o TDAH. Portanto, dê um basta no discurso vazio! Siga o conselho do poeta Dickens: “não aceite nada pela aparência, só pela evidência”.

No nosso caso, a evidência científica é implacável: o TDAH é um dos transtornos mais bem estudados da medicina e com mais evidências científicas que a maioria dos demais transtornos mentais.

O texto acima foi redigido por:

Paulo Mattos – Presidente do Conselho Científico da ABDA – Psiquiatra


Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre e Doutor em Psiquiatria. Pós-Doutor em Bioquímica. Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (Título de Especialista), American Psychiatric Association e Academia Brasileira de Neurologia. Membro do Comitê Editorial do Journal of Attention Disorders, do Jornal Brasileiro de Psiquiatria e da Revista de Psiquiatria Clínica. Coordenador do GEDA - Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ.


Dr. Paulo Mattos foi palestrante ou consultor das empresas Janssen-Cilag e Novartis nos últimos três anos (recebendo menos que 5% de sua renda bruta anual). Ele também recebeu benefícios de viagem para encontros científicos das empresas Novartis e Janssen-Cilag. Ele é coordenador do Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ, que recebeu apoio educacional e de pesquisa das seguintes empresas nos últimos três anos: Janssen-Cilag, Novartis e Shire.


Luiz Augusto Rohde – Vice-presidente do Conselho Científico da ABDA - Psiquiatra


Professor Adjunto da UFRS; Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1B; Orientador de Doutorado; Doutorado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Editor da Revista Brasileira de Psiquiatria; Co-editor do European Child and Adolescent Psychiatry; Editor internacional do Journal AM. Acad. Child and Adolescent Psychiatry; membro do corpo editorial de várias outras revistas (como Neuropsychiatric Genetics e Journal of Attention Disorder); Secretário Geral da International Association of Child Adolescent Psychiatry Allied Psychiatry - Membro do grupo para Transtornos Disruptivos do Comportamento e TDAH do DSM-V e do grupo de coordenação de parceria científica global para CID-11.


Dr. Luis A. Rohde foi, nos últimos três anos, um dos palestrantes e/ou consultores patrocinados por Eli-Lilly, Janssen-Cilag, Novartis e Shire. Ele também recebeu patrocínio para viagens (passagens e hospedagens) por fazer parte de dois encontros de psiquiatria infantil organizados pela Novartis e Janssen-Cilag. Os programas de TDAH e Transtorno do Humor Bipolar para jovens coordenados por ele receberam suporte irrestrito para atividades de pesquisa e educacionais dos seguintes laboratórios farmacêuticos nos últimos três anos: Abbott, Eli-Lilly, Janssen-Cilag, Novartis e Shire. Ele recebe a maior parte de incentivos para suas pesquisas de instituições governamentais brasileiras (CNPQ, FAPERGS, HCPA e CAPES).
 
Este texto está no site da ABDA http://www.tdah.org.br/

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...