sexta-feira, 23 de setembro de 2011

139- TDAH (ADHD) - Preocupado? Leia isto.

O TDAH e a ansiedade geralmente andam de mãos dadas. Dez maneiras de ajudá-lo a se controlar. Por Sandy Maynard.

Muitos clientes que me procuram estão em transição ou em um processo de fazer algo novo, e trazem consigo suas várias preocupações. O velho chavão “Não se preocupe... as coisas vão dar certo”, não basta para aliviar a preocupação. Eles precisam de mais coisas além da minha garantia de que o trabalho denodado e a paciência farão o efeito, e que seus pensamentos negativos não são necessários.
Para eles, é reconfortante ouvir que 95% de suas preocupações nunca vão acontecer, mas isso não é o suficiente. Alguns ainda vão embora com pensamentos irritantes que promovem desconcentração, assim como limitam seus esforços para seguir em frente.
Como coach (treinador) em TDAH, eu quero sugestões proativas e positivas para dar aos meus clientes, e eu as encontrei no livro do Dr Edward Hallowell, “Worry” (Preocupação). Em “Worry”, o Dr. Hallowell dá 50 dicas para controlar a preocupação, e fornece inestimável visão sobre a “preocupação tóxica”. Seu livro ajuda os coaches a determinar se a quantidade de preocupação é excessiva ou o tipo de preocupação que é patológica, e se o encaminhamento para terapia é necessário. Ele explica como a preocupação se relaciona com a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno do pânico, a fobia social, a paranoia e o transtorno de ansiedade generalizada, todas essas, condições que excedem os objetivos do coaching (treinamento) e requerem tratamento por um profissional de saúde mental.
Surpreendentemente, o livro também descreve como a preocupação é benéfica. Quando nos preocupamos, isso nos alerta do perigo, assim, podemos tomar as medidas corretivas antes que seja muito tarde. Pelo pensamento em todas as coisas que podem dar errado, podemos tomar medidas que previnam a ocorrência de um desastre e que nos dê uma chance de sucesso. Em 1908, Yerkes e Dodson estudaram a ansiedade e o desempenho, e determinaram que o desempenho melhorava conforme aumentava o nível de ansiedade, mas somente até certo ponto. Neste ponto, o aumento da ansiedade começava a ter um efeito deletério, e o desempenho despencava montanha abaixo.
Agora, eu tenho 50 sugestões em um livro para dar como referência aos meus pacientes quando eu estiver sem outras opções. Muitas das dicas usam técnicas básicas de manejo do estresse que eu rotineiramente encorajo meus clientes a usar, mas é bom ter alternativas à mão para aqueles dias quando eu não estou tão concentrado como deveria estar! Abaixo, há as 10 dicas mais importantes da coach Sandy, do livro do Dr Hallowell. Algumas são velhas favoritas minhas, que eu tenho usado com grande sucesso, e outras são algumas que eu comecei a sugerir aos meus clientes, assim como eu mesmo as uso, mais e mais. São elas:
1.    Obtenha os fatos

Não assuma ou faça leitura da mente. A imaginação pode causar desastre com a espiral de preocupação.

2.    Reze ou medite

Se você já faz isso, você sabe quão eficaz a meditação pode ser para combater a preocupação, e se você ainda não faz isso, é tempo de começar a descobrir.

3.    Não veja muito TV nem leia muitos jornais e revistas

Esta é também uma das recomendações do Dr. Andrew Weil, então deve ser uma vencedora.

4.    Use o humor

Se eu mesmo não usasse o humor, ficaria com grandes problemas em alguns dias.

5.    Toque e se deixe tocar

Não há nada como um abraço para fazer suas preocupações desaparecerem.

6.    Tenha fé

Há um velho ditado que diz que, quando o medo bate à porta e a fé a abre... não há ninguém lá.

7.    Não ligue para as coisas pequenas

Esta esteve na minha lista de eliminadores de estresse por um longo tempo. Se você vai se preocupar, e nada pode detê-lo, ao menos se preocupe com algo realmente grande.

8.    Contrate especialistas para guiá-lo

Como coach em TDAH, eu sou contratado para ajudar, mas meus clientes geralmente precisam de recursos adicionais para diminuir sua preocupação, tal como um contador, ou consultor financeiro.

9.    Não beba demais nem use outras drogas como meio de fazer suas preocupações sumirem

As preocupações pioram quando você altera sua mente com álcool ou drogas.

10.  Nunca se preocupe sozinho

Bons amigos são de importância capital. Quando você divide suas mágoas com um amigo, você as corta pela metade, e quando você divide sua alegria, você a dobra. Quando você divide suas preocupações, elas quase desaparecem!

Há somente uma dica que eu acrescentaria à lista do Dr Hallowell, e é esta: Liste três coisas que você agradece neste momento. É difícil preocupar-se quando você tem uma “atitude de gratidão”, mas mesmo a gratidão precisa de degraus para ser alcançada. Pare agora e liste três coisas que você agradece hoje, e verifique como isso o faz sentir-se bem!

(Dr. Menegucci diz: "Se non è vero, è ben trovato.")

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

138- Como parar de se preocupar

Se a sua preocupação é o resultado de transtorno de ansiedade, TDAH, fobia, síndrome do estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, ou paranoia, siga as estratégias de convivência do Dr Ned Hallowell para a preocupação excessiva, obsessiva ou constante. Por Edward Hallowell, M.D.

A preocupação pode ser uma coisa boa. Ela pode motivá-lo a fazer mudanças ou a realizar uma tarefa importante. Mas se você se sente preso a uma rede de “e se...” cheio de dúvidas, ansiedade e de pensamentos negativos, você poderia se beneficiar de algum conselho sobre como parar de se preocupar.
Eis aqui um plano de oito passos que ajudará qualquer um que se preocupe muito. Você pode não usar todos os passos, mas cada passo deveria ao menos ser considerado a fim de ajudar a reduzir suas ansiedades.
Identifique um padrão ou diagnóstico. Olhe para a floresta em vez de olhar para as árvores. Há um padrão em sua preocupação? Por exemplo, você se preocupa o tempo todo, mesmo quando os outros tendem a não fazê-lo? Você frequentemente explode para cima dos outros quando está preocupado? Se for assim, sua preocupação pode se encaixar em um diagnóstico específico.
Eduque-se. Se a sua preocupação leva a um diagnóstico específico, tal como transtorno de ansiedade generalizada, aprenda tudo o que puder sobre esse assunto.
Enfrente os negativos com os positivos. Fale para si mesmo de um modo positivo. Muitos dos preocupados falam para si mesmos em frases quebradas sobre um desastre imaginário. Falando a si mesmo “Eu sei que posso fazer este projeto assim que eu me sentar” é mais eficaz do que dizer, “Parece que eu nunca sou capaz de terminar nada!” Se você começar a pensar negativamente, faça algo para se distrair, tal como assobiar ou cantar.
Espante a sua preocupação. Conforme a preocupação cai sobre você, entre em ação em vez de sentar-se sobre as mãos.
Crie um plano para enfrentar sua preocupação por meio de avaliação da situação e da formulação de uma resposta. Como a preocupação vem do sentimento de ser vulnerável e impotente, pergunte a si mesmo como poderá reverter a situação. Por exemplo, se você se preocupa em não ser capaz de encontrar um emprego, sente-se e escreva um plano específico para achar um emprego.
Ligue-se às pessoas e à Mãe Natureza. As pessoas com TDAH geralmente se sentem isoladas, e isso pode piorar as preocupações. Falar com ou visitar a família e os amigos, ser voluntário em uma organização, entar em contato com a natureza – ligações que o farão sentir-se parte de algo maior do que você mesmo.
Chacoalhe o seu cérebro. Um modo de reduzir a preocupação é mudar a dinâmica física do seu cérebro. Exercite-se, escute música, respire profundamente, reze, durma mais, escreva uma carta, faça uma lista, faça amor, ou medite.
Leve em conta as medicações que podem ajudar na preocupação. Medicamentos para ansiedade e preocupação podem ser eficientes. Eles não são uma cura, mas podem ser ferramentas poderosas num plano de tratamento.
Fale com um conselheiro. A chave para usar a psicoterapia para a preocupação é escolher o tipo certo de tratamento. A terapia cognitivo-comportamental funciona melhor para a ansiedade, enquanto a dessensibilização por movimentação ocular e a terapia de reprocessamento são úteis para preocupação causada por trauma.
Causas da preocupação
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): um padrão de preocupação constante e de ansiedade sobre diversas atividades e eventos.
Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS): Ansiedade excessiva em relação à separação de casa ou de pessoas a quem o indivíduo tem forte ligação emocional.
Fobia Social: Medo irracional de situações que podem envolver a avaliação ou o julgamento pelas outras pessoas, tal como em festas ou outros eventos sociais.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Pensamentos indesejados e repetidos, sentimentos, ideias, sensações ou comportamentos que fazem uma pessoa sentir que tem de fazer alguma coisa.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Ansiedade que ocorre depois de alguém ter visto ou experimentado um evento traumático.
Paranoia: Um estado psicótico no qual um indivíduo não pode distinguir entre o real e o imaginado.
(Extraído de Worry: Hope and Help for a Common Condition – Ballantine Books)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

137- Eficácia dos ácidos ômega 3 no tratamento dos sintomas do TDAH

Os suplementos de ácidos graxos ômega 3 podem diminuir os sintomas do TDAH em crianças, segundo publicado no Journal of the Academy of Child and Adolescent Psychiatry.

Em uma avaliação de 10 estudos, com 699 crianças, todas com TDAH, os investigadores verificaram que os que receberam suplementos de ômega-3 mostravam uma pequena, mas significativa, melhora na gravidade dos sintomas, comparados com os que receberam placebo. Este efeito também era significativo nas crianças que receberam suplementos com altas doses de ácido eicosapentaenóico.
Os autores destacam que a eficiência relativa deste tratamento é modesta em comparação com os tratamentos farmacológicos disponíveis na atualidade para o TDAH, como os psicoestimulantes, atomoxetina ou agonistas alfa-2. Entretanto, devido ao seu baixo nível de efeitos colaterais, os suplementos de ômega-3 poderiam ser utilizados como um complemento às intervenções tradicionais. {J Child Psychol Psychiatry]
Os ácidos graxos ômega 3, como o ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenóico e o ácido docosahexanóico, são ácidos carboxílicos poliinsaturados, em que a dupla ligação está no terceiro carbono a partir da extremidade oposta à carboxila. Muitos deles (e outros ômega 6) são chamados de "essenciais" porque não podem ser sintetizados pelo corpo e devem ser consumidos sob a forma de gorduras.
A ingestão do ômega 3 auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim LDL, enquanto pode favorecer o aumento do colesterol bom HDL. Possui ainda importante papel em alergias e processos inflamatórios, pois são necessários para a formação das prostaglandinas inflamatórias, tromboxanos e leucotrienos.
Podemos encontrá-lo nas nozes, castanhas, peixes especialmente de águas frias, rúcula e nos óleos vegetais, como azeite, canola, soja e milho.
Revista de Neurologia (Madri) e Wikipédia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

136- Medo do estigma prejudica o tratamento do TDAH de adolescentes

Como o TDAH frequentemente persiste na adolescência, e continua a sabotar o desempenho acadêmico e social dos adolescentes, muitos deles continuam a necessitar de tratamento. Entretanto, como os aspectos de autodeterminação e de autonomia tornam-se mais importantes para os adolescentes, a resistência ao tratamento para o TDAH – medicamentos ou outras coisas – frequentemente se intensifica e muitos adolescentes interrompem prematuramente o tratamento. Este é um desafio que muitos pais têm de enfrentar.

Assim, é importante entender os fatores – particularmente  da perspectiva do adolescente sobre o tratamento – que afetam a aceitação do tratamento do TDAH durante este período crítico do desenvolvimento. Examinar este problema foi o foco de um estudo publicado recentemente no Journal of Adolescent Health [Bussing et al (2011). Receber o tratamento para o TDAH: Importam os pontos de vista dos adolescentes?  Journal of Adolescent Health, 49, 7-14.]
Os participantes foram 168 adolescentes – cerca de 50% femininos – e seus pais, recrutados por meio do sistema de escola pública dos Estados Unidos. Esses adolescentes foram diagnosticados como portadores de TDAH na escola elementar e foram contactados 6 anos mais tarde, para uma avaliação de evolução. Na evolução, cerca de 60% continuaram a preencher todos os critérios de diagnóstico para o TDAH e muitos outros ainda tinham níveis elevados de sintomas do TDAH. Os pesquisadores estavam interessados em quantos adolescentes tinham recebido tratamento para o TDAH no ano anterior e em quais características dos pais e das crianças previam a aceitação do tratamento.

Perspectivas dos pais

Necessidade clínica – Os pais avaliavam seus filhos em relação aos sintomas do TDAH, de comportamento desordeiro, sofrimento emocional e prejuízo geral. Altos níveis de sintomas refletiam alta necessidade clínica de tratamento.
Receptividade do tratamento – Os pais avaliavam o quanto eram receptivos em relação a obter o tratamento medicamentoso ou aconselhamento para seus filhos.
A pressão sobre o cuidador – Os pais avaliavam o efeito de cuidar de uma criança com problemas emocionais ou de comportamento, tais como a demandas de tempo, a pressão econômica, a preocupação, a culpa e a vergonha. Altas pontuações refletiam altos níveis de pressão associados com os cuidados para suas crianças.
Perspectivas dos adolescentes

Necessidade clínica – Adolescentes avaliavam seus sintomas de TDAH, comportamento desordeiro, desconforto emocional e prejuízo geral. Altos níveis de sintomas refletiam alta necessidade clínica de tratamento.

Receptividade do tratamento – Os adolescentes avaliavam o quanto eram receptivos em relação a obter tratamento medicamentoso ou aconselhamento.

O estigma do TDAH – Isso media a percepção dos adolescentes de que ser diagnosticado e tratado para o TDAH pode representar um estigma.

Recebimento de serviços de saúde mental

O recebimento de serviços de saúde mental durante a vida e o último ano para cada adolescente foi avaliado por meio de entrevistas detalhadas com os pais. A entrevista perguntava sobre a recepção de serviços em ampla gama de locais e pedia detalhes sobre os serviços de aconselhamento e de tratamento medicamentoso.

Resultados

Uso dos serviços de saúde mental durante a vida e no último ano

Embora a maioria dos adolescentes, isto é, 79%, tenha recebido intervenção de saúde mental em algum ponto de sua vida, somente 42% receberam algum tipo de serviço no último ano. Isto era verdadeiro, embora muitos continuassem a preencher todos os critérios diagnósticos para TDAH, ou continuassem a ter dificuldades com os sintomas.

Concordância entre as perspectivas dos pais e dos adolescentes
Os relatos dos pais e dos adolescentes sobre o desconforto emocional dos adolescentes mostraram concordância moderada. Entretanto, a concordância sobre os sintomas de desatenção, hiperatividade e comportamento desordeiro foi pequena. A concordância sobre a receptividade de tratamento para o TDAH também foi fraca.

Prognósticos do uso anterior dos serviços de saúde mental

Os pesquisadores estavam particularmente interessados no que poderia antever a recepção de serviços de saúde mental pelos adolescentes, no ano anterior.  De modo interessante, nem o estado socioeconômico, nem a cobertura pelo seguro foram fatores prognósticos. Nem as avaliações dos pais sobre o comportamento desordeiro e a hiperatividade dos filhos.

Em vez disso, os adolescentes que receberam serviços foram avaliados pelos pais como mais desatentos, mais deprimidos e mais prejudicados em seu desempenho diário. O tratamento também foi mais usado quando os pais eram mais receptivos ao tratamento medicamentoso.

E sobre as perspectivas dos adolescentes?

Mesmo após levar em conta esses fatores paternos, as perspectivas dos adolescentes emergiam como significativos prognosticadores da recepção do tratamento. Os adolescentes que se avaliavam como mais prejudicados e que tinham atitudes mais positivas em relação à medicação eram os que tinham mais probabilidade de serem tratados. O fator prognosticador mais poderoso, entretanto, foram as preocupações de que o TDAH era estigmatizante. Adolescentes que se preocupavam em serem estigmatizados pelo TDAH tinham muito menos probabilidade de terem recebido tratamento no passado do que os outros adolescentes.

Resumo e implicações
Os resultados deste estudo indicam que muitos adolescentes que sofrem com o TDAH não receberam nenhum serviço de saúde mental no ano anterior. Especialmente notável foi  que, mesmo levando em conta as percepções dos pais sobre o desempenho dos seus filhos, e sua receptividade em relação ao tratamento medicamentoso, as próprias atitudes dos adolescentes eram  fatores prognosticadores importantes para a recepção de tratamento.

Adolescentes que sentiam que não estavam desempenhando bem em suas vidas diárias eram os com maior probabilidade de serem tratados. E, adolescentes com preocupações sobre o estigma do TDAH eram os que tinham menor probabilidade de terem recebido tratamento durante o ano anterior. De fato, este era o mais forte prognosticador de todos.
Estes achados evidenciam a importância de incentivar as percepções dos adolescentes sobre a necessidade de tratamento para o TDAH, e as dúvidas relacionadas ao tratamento, durante a avaliação e o planejamento do tratamento. Em particular, os profissionais de saúde mental deveriam discutir as preocupações que os adolescentes podem ter sobre serem estigmatizados pelo TDAH, e essas dúvidas podem substancialmente prejudicar a vontade do adolescente iniciar ou continuar o tratamento indicado.

Estes resultados também sugerem que quando um adolescente recusa o tratamento, ou não aceita continuar, os pais devem reconhecer que pode haver mais coisa envolvida além do seu filho ser oposicionista, não reconhecendo a realidade do que ele precisa, ou de exercer seu desejo de autonomia e de autodeterminação. Embora esses fatores possam certamente estar envolvidos, as preocupações de um adolescente sobre ser estigmatizado podem especialmente ser importantes e necessitarem de entendimento e de atendimento. Há uma necessidade de desenvolver intervenções efetivas para resolver tais problemas.
 
David Rabiner, Ph.D.


135- Doze maneiras de ajudar os alunos com TDAH a acompanhar as instruções

Crianças com TDAH têm dificuldade de acompanhar instruções porque não conseguem ficar prestando atenção pelo tempo necessário para compreendê-las claramente. Descubra como ajudar crianças com déficit de atenção a ouvir e entender as instruções completamente. Os Editores de ADDitude.

O Problema
A dificuldade de seguir instruções é um sinal importante do TDAH. Crianças com TDAH podem parecer que entendem e até mesmo escrevem as instruções, mas, então, voltam-se para a tarefa errada e a executam incorretamente.
A causa
Alunos com TDAH têm dificuldade de prestar atenção e de mantê-la. Eles também podem não estar “ligados” no momento em que as instruções estão sendo dadas. Geralmente um aluno ouvirá a primeira instrução do professor, então se tornará distraído por outros pensamentos e estímulos. Ele poderá ouvir apenas pedaços ou partes, ou ouvir e fazer apenas uma das quatro tarefas passadas. A dificuldade de processamento da linguagem exacerba este problema.
Os obstáculos

Um aluno com TDAH pode deixar sua classe pensando que ouviu e entendeu tudo certo. Ele pode ter ouvido o melhor que podia, mas ainda perdeu partes específicas ou instruções. Quando ele vai fazer a tarefa, ela será incompleta ou incorreta e será fácil para os professores ficarem bravos e frustrados. Mas dar notas baixas somente fará as coisas ficarem piores, porque pode atingir a autoestima da criança, fazendo-a pensar que é burra ou fracassada.
Soluções para a sala de aula

Conheça seus alunos. Esteja consciente de como a mente dos alunos com TDAH tende a vagar. Saiba também que eles podem facilmente perder o ponto em uma lição por causa de sua lenta capacidade de processamento da linguagem.

Faça contato com o olhar. Quando der instruções específicas para um aluno com TDAH, estabeleça contato com o olhar. Você poderá precisar fazer uma pausa no que está dizendo, até que os olhos do aluno encontrem os seus.

Seja breve. Quando der instruções, seja específico e breve. Se possível, dê instruções personalizadas para a criança, não para a classe toda.

Use a visão. Escreva as instruções e ordens na lousa, com giz colorido ou realce os tópicos importantes ou determinações específicas. Insista que os alunos copiem as instruções palavra por palavra. Então, cheque o que os alunos com TDAH escreveram.

Dê as instruções por escrito. Um aluno com TDAH de uma professora garantiu a ela que tinha escrito as tarefas, mas que não sabia o que fazer quando chegou em casa. A professora descobriu que o aluno havia escrito “Tarefa de Leitura”, mas não havia escrito quais os capítulos a serem lidos e quais as questões a responder. Depois disso, a professora sempre providenciou uma lista impressa das instruções.

Pergunte sobre as tarefas. Quando der instruções verbais, reforce-as. Será útil e alegre fazer perguntas a três alunos, de diferentes locais da sala, para repetir as tarefas indicadas. Este método dá ao aluno com TDAH uma oportunidade de se “ligar” nas instruções.

Use sua voz. Aumente ou abaixe o tom da sua voz de modo dramático para captar a atenção do aluno que pode ter se “desligado” temporariamente.

Experimente a tecnologia. Gravadores digitais de voz podem ajudar as crianças a guardar vários minutos de informação que pode ser revista imediatamente – muito útil para ditar as tarefas de casa e outros lembretes durante todo o dia escolar.

Soluções para casa

Em casa, assim como na escola, instruções de múltiplos passos são quase impossíveis de serem dominadas pelos portadores de TDAH. Há excesso de informação para ser obtida e guardada. Os pais precisam dividir os trabalhos maiores em tarefas menores, de passos únicos. Dê ao seu filho uma instrução, peça para completa-la, e então apresenta-la para você. Dê o segundo passo somente quando o primeiro estiver completado.

Experimente listas de checagem. Estudantes maiores se dão melhor com uma lista de checagem ou uma rotina diária, permitindo que eles assumam mais responsabilidade ao se reportar a uma lista de coisas a fazer. Eles podem checar as tarefas completadas conforme sigam em frente,

Faça um roteiro de fotos. Para alunos menores, alguns pais e professores tiram fotografias de cada passo de uma rotina. Por exemplo, aprontar-se para a escola pela manhã envolve múltiplos passos e instruções. Faça uma foto do seu filho em cada uma das atividades – vestir-se, tomar o desjejum, escovar os dentes, preparar a mochila – e então ponha estas fotos em ordem de modo que seu filho tenha um lembrete visual da rotina diária matinal.

Use recompensas. Se o seu filho precisa de mais reforço, adote um sistema de recompensas ou de presentes para criar motivação externa. De todo modo, tornar as instruções mais claras e mais simples ajudará muito as crianças com TDAH a se sentirem mais responsáveis e serem mais bem sucedidas em casa e na escola.

Redirecione o mau comportamento. Se uma criança concorda a fazer algo, mas se desvia por outro motivo, tente redirecionar em vez de punir. Se você pediu a ela que alimentasse o cachorro, mas a encontrou lá fora, jogando basquete, redirecione-a dizendo: “Lembre-se, você deveria estar dando comida para o cachorro. Vou ficar com a bola, de modo que você saiba onde achá-la quando terminar de fazer o combinado”.

sábado, 3 de setembro de 2011

134- Minha luta com a disgrafia

Postado por Rancher John para Dificuldades de Aprendizagem e TDAH, em julho 22, 2011.

Estava em um chat e falei que tinha disgrafia. Uma pessoa pediu que eu explicasse melhor o que eu tinha sofrido, porque ela tinha uma criança com isso e queria saber o que poderia ter de enfrentar.
Vou contar minha história, mas penso que ela estaria interessada em ouvir o que vocês também estão passando. Gostaria de saber se sou uma aberração ou se a coisa é assim mesmo.
Lutei com o TDAH e a disgrafia em toda minha vida. Não fui diagnosticado até a idade de 42 anos, agora estou com 51. Depois do meu diagnóstico as peças finalmente começaram a se encaixar. Cresci em um tempo em que esses tipos de coisas eram tidos como problemas de comportamento. Eu não tive nenhuma ajuda especial dos meus professores. Também não tive nenhuma ajuda dos meus pais, para as minhas tarefas de casa. Eu me sentia como se fosse visto como defeituoso.
Agora as coisas são diferentes e as crianças não precisam sofrer como eu sofri.
Desde o início, minha escrita a mão era horrivelmente caótica, e ainda é. Atualmente eu só digito, e a escrita ainda é caótica. Não consegui melhorá-la, mesmo tentando com afinco. Para tornar as coisas piores, meu pai tinha uma escrita a mão impecável, e também era uma imaculada raridade. Desistiram de mim. Se você está aqui provavelmente é porque não está desistindo do seu filho ou de você mesmo.
Mesmo sabendo, agora, com o que estou lutando, isso ainda incomoda muito. Às vezes, isso pode ser divertido. Minha disgrafia afeta tanto minha escrita quanto minha fala. Sempre que tenho de escrever um d ou um b, tenho de parar e pensar de que lado fica a barriguinha. Geralmente acabo ficando com algo que lembra um pirulito de cabeça para baixo. Também tenho o mesmo problema com o 7 e o 9, com o p, o q e o g. E há outras coisas. Geralmente soletro palavras de modo errado. Algumas vezes coloco uma palavra fora de lugar numa frase. Tomar notas numa aula é quase impossível.
Com minha fala, para mim não é incomum cumprimentar minha mulher dizendo “hello beer” (Olá cerveja) em vez de “hello dear” (Olá querida). Frequentemente falo o contrário do que estou pensando, como, por exemplo, “casamento” quando quero dizer “funeral”. Também faço isso com feriados, dias da semana e direções, como norte e sul. Algumas vezes eu percebo, outras não. Tenho um monte de outras coisas em que me atrapalho. Mas, já falei bastante. Gostaria de saber o que você enfrenta e como lida com isso. Realmente, gostaria muito.  
Respostas
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dislexia, disgrafia e apraxia. Ele foi lento para desenvolver-se em todas as áreas. Sua caligrafia é horrível, copiar da lousa ou de um livro demora tanto tempo e os resultados geralmente são tão errados que não vale a pena o esforço.
Geralmente eu transcrevo para ele. Ele ainda está em terapia da fala, é desajeitado fisicamente, mas felizmente resiste e pratica vários esportes. O estresse de tudo isso lhe causou problemas de esôfago e de intestinos. Cada dia é uma luta. Felizmente, sei que sua inteligência é acima da média e continuo tentando lembrá-lo de quão esperto ele é e que seu cérebro funciona de modo diferente do daqueles outros meninos da escola.
Infelizmente, não podemos pagar uma escola particular que ensinasse as suas potencialidades e não as suas fraquezas. Ele é bom, sensível, afeiçoado e divertido. Sei que ele tem muito potencial e só espero que a escola não o derrote a ponto de fazê-lo desistir do seu futuro.
Postado por PinkGirl  Jul 24, 2011 às 12:34am
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dispraxia e disgrafia. Já sabia da disgrafia antes da descoberta do TDAH porque eu e ele fizemos o Programa Escrita Sem Lágrimas por dois anos. Descobri que o problema dele era neurológico, não somente de escrita desalinhada. A disgrafia verdadeira não é simplesmente escrita desordenada como muitos professores acreditam e como alguns sítios da internet a definem.
É um problema de processamento mental tal como a dislexia e o TDAH. Por isso é que tantos têm essas comorbidades. Meu filho também tem cegueira para cores. Levei-o para uma avaliação com um psicólogo com especialização em transtornos neurológicos, mas alguns pediatras do desenvolvimento também podem fazer esta avaliação.
Nosso filho tem as vantagens da lei 504 e teve permissão para usar computador para os trabalhos escritos. Algumas crianças usam escaneadores. Nós ainda não.
Às vezes, eu escrevo para ele em casa, porque é difícil para ele organizar os pensamentos e digitar um monte de matéria. Para o estudo, faço revisões verbais e uso uma lousa branca.
A disgrafia, definitivamente, requer acomodações escolares. Há um grupo no Yahoo que é só para disgrafia e um grande grupo do qual me beneficio já há 4 anos. Espero que isso ajude,
Postado por E's Mom em Jul 26, 2011 à 1:02am
Se você suspeita que a disgrafia esteja presente, faça uma avaliação com o oftalmologista. Transtornos do processamento visual geralmente são mal diagnosticados como TDA, disgrafia, dislexia etc. Creia-me, nossa filha brigou com a matemática, leitura, escrita, soletração... TUDO que não fosse de resposta oral, até que ela foi diagnosticada corretamente e tratada para insuficiência de convergência. Há pesquisa disponível para validar esses transtornos, e para a nossa filha, uma combinação de terapia e lentes bifocais fez toda a diferença do mundo.
Sabemos que o TDA contribuiu em alguma deficiência de função executiva na sua educação inicial (gramática, regras etc.), mas a maioria das dificuldades acadêmicas com leitura e escrita desapareceu.
Ela aprendeu a digitar no quarto grau e usa de modo bem consistente as acomodações e outras medidas de seu plano 504... mas sua escrita é legível e atualmente ela lê como o diabo! Veja em http : // covd. org  para mais informação e códigos postais de optometristas... valeu a pena a viagem de mais de meia hora de nossa casa!
Postado por  VPMom em Jul 26, 2011 às 11:13am
Nosso filho teve de usar óculos ao 4 anos e tinha avaliações anuais. Há testes específicos para disgrafia que um neuropsicólogo pode fazer. Permitiram que eu me sentasse atrás de um espelho de duas vias e observasse o teste, e foi chocante. Nosso filho claramente era disgráfico. Concordo que todas as coisas devem ser afastadas porque há muitas dificuldades de aprendizagem. Quando levei meu filho para a avaliação eles olharam para ele e disseram que terminariam em duas horas. Depois da primeira avaliação eles voltaram e disseram que demorariam o dia todo... o que aconteceu. Eu não estava esperando o diagnóstico de TDAH, mas ele tem isso também. Agora, 4 anos mais tarde, o quebra-cabeças do TDAH faz sentido, assim como a disgrafia e a dispraxia (que menino de 12 anos não anda de bicicleta? – o meu! Embora este ano ele já consiga amarrara os cordões dos sapatos). Uma avaliação neurológica completa é de importância crítica para descobrir o que está acontecendo e para receber as recomendações.
Postado por E's Mom em Jul 27, 2011 às 2:15am
Há um novo vídeo que ajuda as pessoas com dificuldade de escrita a mão – “Anyone Can Improve Their Own Handwriting”, (Qualquer Um Pode Melhorar Sua Escrita A Mão), de Jason Alster e um livro de artes que ajuda os disgráficos a aprender a pintar, “Creative Painting For The Young Artist”, (Pintura Criativa  Para o Artista Jovem). Ambos estão na Amazon.com.
Um artigo sobre como esses recursos foram desenvolvidos está em https://sites.google.com/site/improvemessyhandwriting
Postado por jasonalster em Jul 29, 2011 às 5:19am

domingo, 28 de agosto de 2011

133- Adultos TDAH: Sentindo-se antissocial?

Três estratégias para superar os problemas de amizade no TDAH – incluindo encontrar amigos, arrumar tempo para os amigos, e sentir-se antissocial – e assim poder socializar-se em seus termos!

Manter amizades é um trabalho difícil para muitos adultos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH/TDA). Isso significa fazer compromissos e cumpri-los, o que não exige muito esforço nosso. Se começamos a cancelar ou, pior, nos esquecer de um encontro para um café da manhã ou um cinema à noite, nos sentiremos culpados, frustrados e pior do que se não tivéssemos aceitado o encontro.
Então, há o fato de que os portadores de TDAH precisam de mais tempo sozinhos do que as outras pessoas, para dar aos seus cérebros acelerados um descanso, o que acaba parecendo ser antissocial. Às vezes, penso que o TDAH deveria ser chamado de Transtorno de Sobrecarga de Atenção. Depois de um dia estimulante no trabalho, atolado em listas de coisas a fazer e a lembretes para permanecer na tarefa, decidir se vamos ver um amigo ou nos dar um tempo fica difícil. Alguns clientes me dizem que eles frequentemente se esforçam para sair com amigos, mas a um custo: Eles acabam se sentindo ressentidos e exaustos, porque sacrificaram o tempo de descanso que precisavam.
Um modo de tornar a socialização mais agradável é fazer amizade com aqueles que têm interesses em comum e que aceitem fazer planos para tentativas ou fazer algo de acordo com o momento. Ter amigos é a chave para ter uma vida feliz, mas o que funciona para muitas pessoas pode não funcionar bem para alguém com TDAH/TODA. Três leitores de ADDitude nos falaram sobre os seus desafios com amizade, e eu desenvolvi estratégias para enfrentar esses desafios:
Problema de Amizade: “Acho que não tenho muitos amigos”
Parei de fazer planos com amigos, porque odeio faltar a encontros. Sair para jantar parece bom quando estou combinando isso, mais já não me sinto igual depois de cinco minutos, sem falar em cinco dias. Além disso, meus melhores amigos são meu marido e meu vizinho, com quem eu falo por cima da cerca. Não preciso fazer planos para vê-los. O mesmo vale para os meus colegas de trabalho. Nós nos damos muito bem no trabalho. De quantos amigos eu preciso?
A qualidade de nossa amizade é mais importante do que a quantidade. Aceitação e entendimento são o que fazem as amizades fortes e valiosas.
Nem todo mundo é suficientemente espontâneo para sair de acordo com o momento ou entende nossa hesitação para aceitar compromissos sociais. Um amigo que nos aceite sem ressentimentos, porque não gostamos de planejar as coisas com antecedência, vale mais que uma dúzia que não.
Problema de Amizade: “Não tenho tempo para entrar em contato”
Recebo voice-mails raivosos de minha família e de amigos porque não consigo responder no meu telefone celular. Prefiro falar cara a cara ou por texto. Geralmente desligo o telefone da minha casa quando estou ocupado, porque detesto ser incomodado quando estou organizando minhas coisas ou fazendo a lista de coisas a fazer.  Quero sair mais, mas não tenho o tempo e a energia para isso. Tenho dois melhores amigos, que conheci no terceiro e quarto grau, e que me aceitaram como sou.
Fale aos amigos e familiares sobre suas preferências para se comunicar, e explicar as razões para elas. Eles podem ser capazes de fazer uma rápida chamada e voltar logo ao trabalho, mas você não. As interrupções tiram você da tarefa. Quando você está trabalhando, é bom desligar o telefone. Faça os amigos saberem que você o desliga quando está ocupado, e que você escreverá um e-mail para eles quando fizer um intervalo ou for almoçar. Em sua mensagem de saída, peça que eles lhe escrevam.
Se você gostaria de sair mais, mas não tem tempo para isso, tente amizade com alguém para algo que você já está planejando fazer, como ir à academia. Se você planeja levar seus filhos ao zoológico, convide outra mãe e o filho dela para ir junto.
Problema de Amizade: “Eu me sinto antissocial”
Eu me sinto antissocial. Um grupo de mulheres no meu serviço se junta para uma noite chique uma vez ao mês. Eu prefiro ficar em casa. Gosto delas, e elas gostam de mim, mas eu prefiro ficar perdida em meus próprios pensamentos. Sou feliz gastando o tempo com meu marido e filha em casa. Uma camiseta que comprei diz tudo: “Estou no meu pequeno mundo, mas está tudo bem. Eles me conhecem aqui”.
Ficar perdido em seus próprios pensamentos tem seus benefícios. Permite que você explore seu lado criativo e processe as emoções que de outro modo não teria tempo para sentir. Entretanto, há um lado ruim em ter muito tempo sozinho: Você pode pensar demais nas coisas e começar a se preocupar quando não tiver o apoio dos amigos. Ver amigos nos tira de nossos problemas.
Como alguns dos nossos desafios são relacionados à família, é bom ter um ou dois amigos íntimos fora da família, para socializar com eles. Lembre-se de que dividir seus problemas pode cortá-los pela metade, e dividir nossa alegria pode duplicá-la.
Amizades não requerem gastar muito tempo juntos. Confiança, respeito e amor podem fazer uma amizade crescer e durar. Há algo que todos temos para dar, mesmo se nossas habilidades de socialização não forem tão boas como queríamos que fossem.
Sandy Maynard

sábado, 27 de agosto de 2011

132- TDAH (ADHD) na Escola: Recursos e dicas para os professores

Como os professores podem ajudar os estudantes com TDAH a brilhar em classe por meio da promoção de estrutura, rotina, boa comunicação e alegria. Por Chris Zeigler Dendy.

Pais de crianças com TDAH, o professor do seu filho está fazendo tudo para apoiar o aprendizado?
Os professores geralmente determinam o sucesso ou o fracasso da educação de uma criança – particularmente se essa criança tem o TDAH. Além dos pais, os professores são as pessoas que mais influenciam a vida do estudante. Quando um professor diz a uma criança portadora de TDAH que ela é capaz e valiosa, a criança acredita nisso.
Eis aqui como você pode estabelecer uma sala de aula que seja apoiadora e estruturada, que encoraje o aprendizado, que imponha a disciplina e que eleve a autoestima, assim como um punhado de inteligentes recursos para os professores de alunos com TDAH.
Estabeleça Regras e Rotinas
Pregue cartazes com as regras da classe. Com a ajuda dos alunos, estabeleça regras de classe curtas e simples. Escreva-as em termos positivos,, que expliquem o que você quer que os alunos façam.
Por exemplo, em vez de dizer: “Proibido falar alto quando entrar na classe”, diga “Quando você entrar na classe, veja a tarefa na lousa e comece a trabalhar, silenciosamente”. Ou, “Sente-se primeiro e então você pode falar baixo com seu colega ao lado, até que eu comece a ensinar.”
Faça rotinas de classe. Isso ajudará os estudantes com TDAH a ficar atentos à tarefa. Rotinas para todos os estudantes podem incluir: Trabalhos de casa sempre escritos na lousa, “inspetores de fila” que conferem se as instruções foram copiadas e se o trabalho terminado foi entregue, etc.
Os estudantes com TDAH podem checar com o auxiliar de sala, ao final do dia, para ter certeza de que entenderam as instruções da tarefa de casa e o que se está pedindo a eles.
Dê supervisão apropriada. Crianças com TDAH requerem mais supervisão do que seus parceiros por causa do atraso do amadurecimento cerebral, do esquecimento, da distração e da desorganização. Ajude esses alunos formando duplas com colegas que possam lembrá-los da tarefa de casa e de classe, usando colegas para formar equipe para fazer algum trabalho, envolvendo ajudantes de classe o tanto que você puder durante e após as aulas.
Ofereça acomodações
Alguns estudantes com TDAH podem necessitar de acomodações escolares. Tenha certeza de que eles as obtenham. Algumas acomodações podem ser tão simples como monitorar o trabalho do aluno com TDAH e desenvolver um plano para auxiliá-lo a não ficar atrasado, e até mesmo aceitar um trabalho entregue após o dia marcado – isto pode dar confiança ao estudante e colocá-lo de volta aos trilhos.
Outras acomodações comuns incluem: aumentar o tempo das provas, encurtar os trabalhos, instruções em caderno de notas, caderno  de notas, instruções segmentadas quando o projeto for de longo prazo (com datas separadas de entrega e de notas). A Associação do Transtorno de Déficit de Atenção (americana) faz as seguintes recomendações para acomodações:
Reduza as distrações previsíveis. Sempre coloque o aluno com problema de atenção próximo à fonte de instrução ou fique junto do aluno quando dá as instruções, para ajudá-lo a reduzir as barreiras e distrações entre ele e a lição. Sempre sente este aluno em área de trabalho da sala com pouco poder de distração.
Use colegas como modelos positivos. Encoraje o aluno a sentar-se próximo de colegas que sejam modelos positivos, para evitar a distração com outros estudantes que tenham comportamentos desafiadores ou que promovam distração.
Prepare os alunos para as transições. Lembre o aluno do que virá em seguida (próxima aula, recreio, tempo para um livro diferente, etc.). Para eventos especiais como passeios no campo ou outras atividades, tenha certeza de dar avisos suficientes e antecipados e notas de lembrança. Ajude os alunos a preparar-se para o fim do dia e ir para casa, supervisione a mochila do estudante para ver se tem os itens necessários para a tarefa de casa.
Permita a movimentação. Deixe o aluno mover-se em torno e mexer com as mãos, preferivelmente criando razões para o movimento. Propicie oportunidades para a ação física – sair da sala, limpar a lousa, ir beber água, ir ao banheiro, etc. Se isso não for possível, então permita que ele brinque em sua carteira com pequenos objetos, tais como uma bola de espremer,  e que possa manipulá-los em silêncio, se isso não o distrair muito.
Deixe o aluno brincar. O recreio pode realmente promover a atenção nas crianças com TDAH; assim, não o use como um tempo para fazer trabalho escolar que estava faltando ou como punição, como você poderia fazer para os outros estudantes.
Focalize nos relacionamentos positivos
Estabeleça uma relação positiva com os alunos com TDAH. Cumprimente-os pelo nome conforme entrem na sala ou quando os chamar em classe. Crie um painel de boletim de classe para pregar assuntos acadêmicos e extracurriculares dos estudantes, fotografias, trabalhos artísticos e eventos.
Dê feedback positivo e frequente. Estudantes com TDAH respondem melhor ao feedback que é imediato. Use o elogio positivo, tal como “Você está fazendo um grande trabalho” ou “Agora você conseguiu”. Se a resposta do aluno for incorreta, diga, “Vamos ver isso” ou “Isso parece estar certo para você?”  
Faça perguntas em vez de repreensões. Se o aluno se comporta mal em classe, pergunte, “Isso é uma boa ou má escolha?” O aluno entenderá a mensagem de que o seu comportamento é inadequado.
Associe-se aos pais
Para os melhores resultados, os professores precisam associar-se aos pais para assegurar que seu filho está pronto para aprender a lição em classe. A seguir, algumas orientações para compartilhar com os pais do seu aluno com TDAH:
1. Comunique-se regularmente com o professor sobre os problemas.
2. Veja se a medicação do seu filho está funcionando eficazmente na escola e durante as horas de fazer as tarefas.
3. Ajude seu filho a organizar os papéis para as tarefas e a se preparar para o próximo dia escolar.
4. Certifique-se que seu filho tenha posto os trabalhos feitos na pasta adequada.
5. Monitore a feitura dos trabalhos das matérias em que ele estiver em risco de fracassar.
6. Guarde todos os trabalhos completados até o fim do semestre.
7. Fale com o professor sobre o uso de um relatório diário ou semanal, se necessário.
Use estratégias que funcionem para os estudantes com TDAH
Passe tarefas que estejam no nível das habilidades do aluno. Estudantes com TDAH evitarão trabalhos que sejam muito difíceis ou muito longos.
Ofereça escolhas. Crianças com TDAH produzem mais quando têm chance de escolher uma atividade, são mais obedientes e agem menos negativamente. Estabeleça, por exemplo, uma lista de 15 opções de atividade para a prática da soletração de palavras, como escrever palavras em cartões e usá-los em sentenças, ou escrever palavras no ar.
Forneça lembretes visuais. Alunos com TDAH respondem bem a dicas e exemplos visuais. Por exemplo, demonstre uma habilidade como escrever um trabalho no projetor de teto ou na lousa. Quando as crianças forem fazer seu trabalho independente, deixe visíveis na lousa pontos-chave sobre um tópico. Fixe conceitos importantes, que as crianças vão usar novamente, em cartazes de cores vivas nas paredes da sala.
Aumente a participação ativa em classe. Estratégias de grupo incluem pedir aos alunos que escrevam suas respostas em pranchetas e mostrá-las ao professor, pedir aos alunos que respondam as questões em uníssono (resposta em coral), fazer os estudantes assinalarem com dedão para cima e dedão para baixo se a resposta à questão for sim ou não – a palma da mão nivelada se não souberem as respostas.
Encoraje o aprendizado prático. Crie oportunidades de aprendizado quando as crianças experimentarem coisas pela primeira vez. Faça os alunos escrever e representar uma peça, gravar um acontecimento em vídeo ou desmontar e montar um modelo em miniatura do olho, quando estiverem estudando o corpo humano.

sábado, 20 de agosto de 2011

131- TDAH – Preparação para a volta às aulas: 10 conversas para um grande ano escolar

Estabeleça as bases de um ano escolar bem sucedido para seu filho com TDAH por meio de conversas com ele, seus professores, médicos e outras pessoas importantes na vida dele. Descubra o que discutir aqui. Por Annie Sofield Reed - ADDitude

O início do ano escolar é uma boa ocasião para sentar-se e ter uma conversa com seu filho que tem TDAH, e com as outras pessoas importantes na vida dele, para certificar-se que estão todos afinados e preparados para manejar os sintomas do TDAH.
Conforme o ano passa, professores, pais e na verdade todo mundo fica tão atarefado que a importância de ter essas conversas começa a ficar para o final da agenda. Elas podem ser vistas como um acréscimo à carga da volta à escola, mas ter essas conversas agora não somente lhe trará paz de espírito como estabelecerá o tom para um ano escolar bem sucedido para seu filho, para os professores e outros pais, e para todos os demais que estão em volta.

Não sabe ao certo por onde começar? Use os seguintes tópicos como seu guia para agendar a conversa e saber o que discutir:
Para conversar com seu filho

Reforce o  positivo
Se o seu filho tem TDAH, ele pode ter baixa autoestima, além dos sintomas do TDAH. Para ter sucesso na escola, ele precisa não somente aderir aos padrões acadêmicos e de comportamento, ele precisa acreditar nele mesmo.

Ensine o seu filho sobre o déficit de atenção e mostre o lado positivo do TDAH. Por exemplo, crianças com TDAH geralmente têm traços de criatividade. Conforme ele encontre novos desafios na escola, ajude-o a se lembrar de que ele é um membro valioso da sua classe, apesar de, ou por causa do seu TDAH, dislexia ou outra dificuldade de aprendizagem.
Pergunte ao seu filho sobre os amigos

Uma criança com TDAH pode precisar de sua ajuda para identificar colegas com os quais possa desenvolver amizade construtiva. Durante as primeiras semanas de escola, peça ao seu filho para descrever seus colegas de classe, e preste atenção para dicas sobre as personalidades que possam complementar as dele mesmo.

Crianças com TDAH tendem a formar rápidas alianças com crianças que eles achem excitantes e interessantes. Encoraje seu filho  a descobrir os colegas estudiosos e com autocontrole, que possam admirar sua imaginação ou audácia e que possam também ser uma influência calmante.
Ajude seu filho a aprender a apreciar o professor

Seu filho pode sentir que os professores são o inimigo. Ajude-o a descobrir algo que possa apreciar sobre o seu professor. Todas as crianças, e especialmente as crianças com TDAH ou dislexia, deveriam ter um senso dos professores como humanos, não simplesmente como autoridades. Quando seu filho pensar, “Ela e durona, mas é legal”, o que ele quer dizer é, “Podemos trabalhar juntos.”
Para conversar com o professor

Converse com o professor
Tenha uma conversa com o professor do seu filho durante a primeira semana de aulas. Sem parecer agressivo, explique as especificidades da situação do seu filho. Certifique-se de que o professor sabe sobre o plano individual de ensino do seu filho, se houver um. Todo apoio necessário ou acomodações devem começar imediatamente, e os professores são as pessoas que podem garantir que isto aconteça.

Se você ainda não tem um plano individualizado de ensino, marque uma hora para discutir um com o professor e os representantes da escola. Escrever um plano individualizado de ensino juntos, no início do ano escolar, vai ajudar a estabelecer o tom e as metas para a educação do seu filho.
Tenha uma segunda conversa com o professor

Após um mês de aulas, peça uma segunda reunião (se o professor não agendou uma anteriormente). Não espere até a reunião de pais e mestres para checar como as coisas estão indo. Quanto mais cedo você souber dos planos do professor, mais cedo você e seu filho com TDAH poderão evitar as situações que interferem com o aprendizado. Mantenha a comunicação entre pai e professor. Muitos professores preferem e-mails como um modo de trocar informações.
Para conversar com o médico

Fale com o médico do seu filho
Se o seu filho estiver tomando medicamento para o TDAH, ou se você estiver pensando em fazer uma tentativa com medicamentos para o TDAH, tenha uma conversa com o médico no final do ano, para fazer um plano para o início das aulas. Se esta é a primeira vez que seu filho vai tomar remédio, você pode querer iniciar logo depois desta consulta, para que você possa ajustar a dose da medicação e os horários antes do início das aulas. Se o seu filho já tomou medicamentos anteriormente, ele poderá recomeçar pouco antes do início das aulas.

Tenha uma segunda conversa com o médico
Depois de algumas semanas de aulas, você deverá ter outra consulta com o psiquiatra do seu filho, ou com o médico que estiver dando as receitas. Nesta conversa, que pode ser por telefone, vocês poderão revisar a informação que reuniu do seu filho, do professor e de suas próprias observações, para decidir se o esquema de medicação em uso está correto.

Fale com os outros pais
Compartilhe o TDAH do seu filho com os outros pais

O novo ano escolar traz novas chances de conversar com os outros pais em vários eventos escolares. Quanto você deve contar sobre o diagnóstico de TDAH do seu filho? Esta é uma escolha pessoal, que você deve fazer com base na sua facilidade de discutir tais assuntos, da opinião do seu filho e da sua impressão de como essa informação poderá ser recebida.
Em geral, será mais provável que você descubra que os outros pais dão apoio. Se você contar suas lutas, estará convidando outros pais de crianças com dislexia ou TDAH a compartilhar com você – e a apoiá-lo também. Se o seu filho sabe que você acredita em falar abertamente, ele terá menos chance de sentir que carrega um segredo vergonhoso.

Fale com sua família,,, e com você mesmo
Fale com sua família

Converse com todos de sua família. Tais conversas podem, naturalmente, acontecer em qualquer época, mas o início do ano escolar é uma boa época para rever certos entendimentos. O TDAH afeta a dinâmica da família. Seu filho tem TDAH, mas você, seu cônjuge ou um dos seus parentes pode também tê-lo. Compartilhe sua experiência um como outro. Deixe seu filho descrever como sente os sintomas do TDAH. Peça a ele que conte a todos qual tipo de apoio é útil. Deixe os membros da família falar sobre quais são os seus desafios e de quais apoios eles precisam. Se todos pensam juntos, coisas positivas se desenvolvem.
Fale com você mesmo

Sozinho, ou com seu cônjuge, reveja o que aprendeu sobre seu filho com TDAH no último ano. O que o ajudou em direção ao sucesso na série anterior? O que tornou o sucesso difícil? Conforme seu filho cresce, seu conhecimento sobre ele também cresce. Talvez uma ideia antiga precise ser revista. Mantenha em mente uma impressão atual, holística e detalhada do seu filho, à medida que você progride. Saiba que você pode enfrentar novos desafios neste ano, mas torne-se o especialista em seu filho e acredite que tomará as decisões acertadas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

130- Cinco questões que vão melhorar o seu jeito de ensinar

Por Larry Ferlazzo
Não é difícil achar listas de checagem que são supostamente feitas para facilitar o progresso das escolas e das aulas em classe. O que é difícil é achar listas de checagem que você possa lembrar e que sejam realmente úteis, como eu já escrevi anteriormente.
Minha própria lista – enquanto não necessariamente fácil de ser usada – é fácil de lembrar. E tem servido bem a mim e aos meus alunos. Pode ser que seja porque minha lista é focada mais em perguntas do que em dicas.
1. “O que eu estou a ponto de fazer ou de dizer vai me aproximar da pessoa com quem eu estou me comunicando – ou vai me deixar mais afastado ainda?”
Eu tomei essa pergunta emprestada de Marvin Marshall, um conhecido escritor sobre técnicas de gerenciamento positivo para sala de aula.
Esta questão tem sido de valor quando eu me sinto frustrado ou desgostoso com o comportamento dos alunos. É igual a uma regra que bons organizadores de comunidades seguem (Eu fui um deles por 19 anos antes de minha carreira de professor): “Se você vai polarizar, você também tem de despolarizar”. Quando organizar para mudança social positiva, você não pode somente demonizar seus oponentes – você também tem de respeitá-los, não importa o quanto você discorde, ou isso voltará a incomodá-lo. Estudantes obviamente não são nossos “oponentes”, mas o princípio é semelhante. Eu posso ficar bravo com um aluno e falar duramente com ele ou mandá-lo para a diretora, mas tento me lembrar da questão acima. Encontro meios de “despolarizar” com o estudante mais tarde, no intervalo das aulas, ou mais tarde, no mesmo dia, ou na próxima vez que eu o encontrar. Mais e mais, sou capaz de lidar com o mau comportamento sem polarizar a situação. O que me leva à segunda questão...
2. “O que eu estou fazendo (ou a ponto de fazer) vai ao encontro do interesse do aluno?”

Construir relacionamentos é ponto chave para responder a esta questão positivamente. Se eu faço um esforço para aprender sobre os objetivos do aluno, suas expectativas e interesses – quer ele queira se tornar um Ultimate Fighter, um médico, um membro do time de futebol do colégio, ou um estudante universitário – ele terá menos chance de se sentir como se eu o visse como bonequinho descartável em minha sala de aulas. Além disso, estou mais bem equipado para ajudar o aluno a refletir sobre se o seu comportamento vai ajuda-lo a conseguir o que pretende. Este tipo de motivação intrínseca – baseado no interesse do próprio aluno – é muito mais eficaz do que a modificação do comportamento de curto prazo baseada no controle e poder do professor.
Ademais, é importante ajudar os alunos a aprender o que as pesquisas descobriram sobre a importância do autocontrole, perseverança, aceitação da responsabilidade pessoal, e muitas outras qualidades para o sucesso pessoal e profissional de longo prazo. (Compartilhei algumas breves lições sobre isto no meu blog e em meu mais recente livro). Por exemplo, após examinarmos o teste marshmallow de Walter Mischel sobre autocontrole, não tenho de mandar, “Pare de atirar bolinhas de papel no John”. Em vez disso, eu posso dizer, “Lembra-se do que aprendemos sobre autocontrole” ou “Não coma o marsmallow”.

3. “Quem está fazendo o trabalho?”
Esta é outra questão emprestada, desta vez de Kelly Young, uma consultora em estratégias de instrução.
É às vezes dito que escolas são aonde os jovens vão para ver pessoas mais velhas trabalhando. Muito frequentemente, caímos nesta armadilha de ver nossos estudantes como vasos que precisam ser cheios. Em vez disso, devemos nos lembrar desta declaração atribuída a Confúcio: “Ouço e esqueço. Vejo e me lembro. Faço e entendo”.
Há muitos modos de aumentar as chances de que os estudantes façam seus trabalhos e estejam “entendendo”, tal como o ensino indutivo (fazendo os alunos descobrir os conceitos e as regras por meio de exemplos dos quais eles possam identificar um padrão) e o aprendizado cooperativo.

4. “O que estou fazendo está ligado ao pensamento de ordem mais elevada?”
Habilidades de pensamento de alto nível (Higher-order thinking skills – HOTS) envolvem a aplicação de conhecimentos e conceitos para resolver problemas e para o pensamento crítico. Habilidades de pensamento de nível inferior (Lower-order thinking skills – LOTS), por outro lado, envolvem relembrar e reproduzir o conhecimento existente. Empregamos LOTS quando usamos nossa chave para ligar o carro. Usamos HOTS quando temos que descobrir o que fazer quando o carro não pega ou quebra quando estamos dirigindo.
Podemos ligar nosso ensino ao pensamento de alto nível por meio do preparo de nossas aulas com a Bloom´s Taxonomy em mente e por modelagem do nosso próprio processo de pensar para os estudantes. Também podemos desenvolver o que o Project Zero em Harvard chama de uma simples “rotina de pensamento” que envolve perguntar as mesmas questões regularmente, tais como, “O que está acontecendo aqui?” e “O que você vê que o faz dizer isso?”
5. “Estou usando as estratégias de ´processamento de classe inteira´?”

Certas técnicas de instrução podem aumentar ao máximo as chances de que todos os estudantes estejam pensando e aprendendo todo o tempo. O diretor da minha escola (Ted Appel) e o vice-diretor (Jim Peterson) cunharam um termo para isso: “processamento de classe inteira”.
Estas técnicas incluem “falar friamente” com os alunos em vez de pedir a eles que ergam as mãos, fazer cada estudante responder a questões em lousas individuais, usar atividades de pensar/comparar/compartilhar para fazer os estudantes perguntarem uns aos outros – a lista não tem fim.

Trabalho para ser transparente com meus alunos sobre estas cinco questões e para dividir com eles a pesquisa que existe atrás delas (embora eu faça as questões de modo um pouco diferente do que fiz aqui). Deste modo, os estudantes podem me ajudar a me lembrar das questões e a avaliar se eu as estou aplicando bem.
Leonardo da Vinci supostamente disse que “a simplicidade é a maior sofisticação”. Naturalmente, é fácil pensar sobre essas questões “simples”  quando estamos fora da sala de aula. É menos fácil ser guiado por elas quando mais precisamos delas. Mas, com tempo, prática e reflexão, penso que você poderá achar (como eu) que essas questões podem ajudar a levar seu ensino – e o aprendizado dos seus alunos – a um patamar mais sofisticado.

Larry Ferlazzo ensina Inglês e estudos sociais na Luther Burbank High School, em Sacramento. Ele publicou três livros e escreve um blog popular de compartilhamento de recursos para professores. Seu livro mais recente é intitulado Helping Students Motivate Themselves. Larry é membro do Teacher Leaders Network.

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