sexta-feira, 21 de outubro de 2011

149- Estudos indicam novas maneiras de identificar o TDAH

Dois estudos da atividade cerebral e dos movimentos das mãos de crianças com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade podem indicar maneiras mais acuradas de avaliar a causa e a gravidade dos seus problemas.

As pesquisas, conduzidas no Kennedy Krieger Institute, em Baltimore, e no Cincinnati Children´s Hospital Medical Center, e publicadas no número mais recente de Neurology, a revista da American Academy of Neurology, descobriram que crianças com TDAH mostram menor habilidade para controlar os movimentos musculares voluntários e involuntários do que as crianças sem o TDAH.

Esses achados fornecem mais evidências para a causa neurológica do transtorno, e podem também fornecer o primeiro modo objetivo de prever a gravidade dos sintomas de uma criança, o que pode levar a uma identificação  e tratamento mais acurados para o TDAH, que é o transtorno de comportamento da infância mais diagnosticado. Crianças com TDAH demonstram atrasos do desenvolvimento do equilíbrio, do controle motor e do comportamento, e frequentemente mostram dificuldade em se concentrar, em ficar sentadas quietas em classe e em se comportar de maneira adequada à idade em outras situações.

“O problema atual é que o TDAH é algo diagnosticado com base em sintomas... mas não é algo diagnosticado fisiologicamente”, disse o chefe da equipe de pesquisadores Dr. Stewart Mostofsky, neurologista pediátrico e diretor do Laboratory for Neurocognitive and Imaging Research no Kennedy Krieger Institute. A maioria das avaliações atuais sobre o TDAH é baseada em medidas qualitativas, tais como listas de checagem de comportamento preenchidas por pais e professores. “Isso é subjetivo. Em muitos diagnósticos médicos, idealmente, você é capaz de medir fisiologicamente”.

No primeiro estudo, os pesquisadores pediram a 50 crianças destras, com idade entre 8 e 14 anos, metade delas com diagnóstico de TDAH, para fazer uma sequência de toques de dedos em que elas tocavam cada dedo no polegar em uma ordem, alternando as mãos em 10 repetições dos exercícios. Durante o exercício, os pesquisadores seguiam os movimentos musculares na mão oposta da criança.

Os pesquisadores estavam procurando por movimentos excessivos, não intencionais e desnecessários que acompanham os movimentos voluntários. Entre estes, está o excesso em espelho, que é uma forte tendência que a pessoa tem de se movimentar bilateralmente. É um estágio normal do desenvolvimento, disse o Dr Mostofsky, e “é por isso que as crianças pequenas têm dificuldade de bater na cabeça com uma das mãos e esfregar sua barriga com a outra, ao mesmo tempo”.

As crianças típicas começam a perder este espelhamento por volta da pré-adolescência, mas, como os pesquisadores verificaram, crianças com TDAH ainda mostram o dobro dos movimentos espelhados. Em meninos com TDAH, movimentos espelhados eram quatro vezes mais intensos do que nos meninos típicos, o que, disse o Dr. Mostofsky, poderia apontar para um maior desenvolvimento das habilidades motoras nas meninas.

Em um segundo estudo relacionado a esse, os pesquisadores usaram a estimulação magnética transcraniana para fornecer pulsos eletromagnéticos ao córtex motor de 49 crianças destras com e 49 sem TDAH, todas da mesma faixa de idade do primeiro grupo. “Se você estimula o córtex motor com um pulso forte, você obtém uma fisgada na mão”, explicou o Dr Mostofsky, mas um estímulo mais fraco poderia ativar a resposta cerebral para inibir os movimentos involuntários. Assim, eles compararam esta atividade à atividade causada por um único pulso forte. A diferença entre ambas as medidas é a “inibição cortical de curto intervalo”, ou SICI, e ele mede quão bem a criança pode interromper movimentos não intencionais.

Como ficou aparente, as crianças com TDAH tiveram medidas  médias da SICI 40%mais baixas do que seus pares, e quanto menor sua inibição neurológica, mais graves os seus comportamentos.

“Esta diminuição na SICI era altamente previsível” no TDAH, disse o Dr Mostofsky. ”Ela sugere que o problema que as crianças com TDAH têm no controle de suas ações, do seu comportamento e de sua concentração, aparece até mesmo no nível do controle motor básico... Agora temos algum tipo de medida quantitativa desta desinibição.”

A ligação entre o controle mental e o físico tem sentido, ele disse. “Pensa-se que as crianças com TDAH têm dificuldade de inibirem-se a si mesmas para prestar atenção a coisas mais interessantes do seu ambiente”, ele disse. “Quando você presta atenção, sua habilidade de controlar a atenção é  relacionada muito de perto com sua habilidade de controlar suas ações. Vamos em direção a coisas que nos interessam e nos engajamos nelas, mesmo movendo nossos olhos na direção de coisas em que estamos interessados”.

A medida SICI, ele disse, pode eventualmente ajudar os pesquisadores a determinar maneiras de identificar crianças com TDAH precocemente e verificar se as diferentes intervenções são mais eficazes para diferentes grupos de crianças com TDAH.

Sarah D. Sparks

terça-feira, 11 de outubro de 2011

148- Como os professores podem ajudar os alunos com TDAH a se ajustar

Pais de crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem oferecem estas onze estratégias aos professores, para encorajar os alunos distraídos e desorganizados.

ADDitude perguntou: O que seria a melhor coisa que um professor poderia fazer para seu filho, que tem TDAH, ser bem sucedido na escola? Tornar uma criança organizada, dar a ela uma palavra gentil, ou fazê-la sentir-se especial na frente dos colegas produz maravilhas numa criança com TDAH.

“Um professor começou um “clube de matemática”, com bolachinhas, para os alunos com dificuldade na matéria. Eles se sentiram especiais”. Amber, Ohio

“Compreender seu TDAH e simpatizar com ele – e não mantê-lo no mesmo nível das crianças sem TDAH”. Kimm, California

“O professor dele, do terceiro ano, deixa que ele corra uma volta ao redor do pátio, todos os dias, antes da aula, para que ele se acalme e aumente o foco. Agora a classe toda está fazendo isso”. Helene, California

“O conselheiro da escola da minha filha realiza um almoço semanal em grupo para os alunos do quarto e quinto ano que têm TDAH. Durante seu almoço de trabalho, eles focalizam no aperfeiçoamento de suas habilidades de funções executivas”. Um leitor de ADDitude

“Dar uma semana adiantada de trabalhos de casa, para que meu filho possa terminá-los no final de semana, em vez de trabalhar neles todas as noites” Joyce, Massachusetts

“Elogiar meu filho na frente dos seus colegas. Ele descobre que ele é OK”. Kama, Louisiana

“Falar com ele com respeito e gentileza”. Um leitor de ADDitude

“Deixar meu filho ir a outras salas de aula no final do dia para “ajudar” outros professores. Ele gosta de visitar seus professores favoritos, e fica mais calmo quando vai pegar o ônibus”. Kelly, Nova Iorque

“Encontrar tempo para falar com meu filho sobre os assuntos do seu interesse”. Linda Western Australia

“Escrever uma nota de encorajamento antes de minha filha fazer as provas da escola média. Significou bastante para ela”. Lynn, Virginia

“O professor fala calmamente com meu filho e dá a ele tarefas que ele possa terminar – e sentir orgulho por isso – no tempo determinado”. Carl, Colorado

147- Ajudando os estudantes com TDAH que são aprendizes visuais, auditivos e tácteis.

Qual é o estilo de aprendizagem do seu filho? Ajude seu estudante com TDAH a ter sucesso escolar focalizando nos métodos de estudo que utilizam seu modo de aprender visual, auditivo ou táctil. Pelos Editores de ADDitude.

Cada criança tem seu próprio estilo de aprendizagem – um modo único de obter e processar a informação. Muitas crianças – especialmente os alunos com TDAH – usam todos os seus cinco sentidos para aprender, mas frequentemente usam mais um sentido do que os outros.
“Aprendizes visuais” preferem ler ou observar. “Aprendizes auditivos” se saem melhor falando e ouvindo. “Aprendizes tácteis e cinestésicos” se beneficiam mais da abordagem com as mãos.
Descubra como o seu filho com TDAH aprende melhor para criativamente ajudar em seu sucesso escolar.

Se o seu filho é um aprendiz visual:
Faça com que ele digite as notas de aula ou o trabalho de casa com letras de vários estilos, cores e tamanhos.
Use cartões, desenhos e diagramas para ajudá-lo a estudar para uma prova.
Peça ao professor para passar os trabalhos de casa por escrito. Em casa, faça uma lista das instruções, tabelas e rotinas.
Utilize palavras cruzadas, charadas, anagramas e outros jogos de palavras.
Se o seu filho é um aprendiz auditivo:
Faça com que ele leia as anotações e o material de estudo em um gravador, como se ele fosse um disc-jóquei ou um locutor esportivo. Isto manterá o interesse dele quando fizer a revisão para uma prova.
Faça com que ele diga as tabuadas de multiplicação e outros fatos no ritmo de sua música favorita.
Permita que ele estude com um companheiro ou com alguns colegas de classe.
Procure as versões em áudio dos livros que estiver lendo em classe ou por prazer. Seu filho é candidato a pedir emprestados alguns livros de texto da “Recording for the Blind & Dyslexic” (só nos Estates, pessoal) por uma modesta taxa anual de associado – ou a obter uma gravação de livros que não sejam de texto, sem custo, do National Library Service (também, só lá no primeiro mundo, turma).
Se o seu filho é um aprendiz táctil ou cinestésico
• Arrume blocos, confeitos ou cartas de baralho para usar na computação de problemas de matemática; dê peças de jogos de montar ou de cereais em forma de letras do alfabeto, para formar as palavras.
Crie experiências de aprendizagem palpáveis – passeios na natureza, experimentos científicos etc.
Faça com que ele encene fatos históricos ou da literatura.
Explore os vários materiais e técnicas para os trabalhos – uma colagem, dioramas, ou construções em argila.

146- Hipersensibilidade: Você é uma pessoa altamente sensível?


Será que você é hipersensível? Se você costuma ouvir “você é tão sensível!” de familiares e de amigos, pode ser você seja uma pessoa altamente sensível (PAS) e ter hipersensibilidade. Por Zoe Kessler

Depois que eu disse à minha irmã mais nova, Melissa, sobre o meu diagnóstico de TDAH, nós ficamos nos lembrando de nossa infância. “Se houvesse brigas na família, nós pensávamos que fosse coisa pequena, mas, para você, era coisa grave”, disse Melissa. “Algo que eu achava ser uma pequena discussão, você sentia como se fosse um terremoto monumental”. Foi somente aos 48 anos que eu descobri o que me tornava a rainha do drama: eu nasci com TDAH e hipersensibilidade.
O que é a hipersensibilidade ou o que são pessoas altamente sensíveis (PAS)?

Ser uma pessoa altamente sensível (PAS) não é ter um transtorno ou doença. De fato, isso traz muitos benefícios, tais como ser capaz de “ler” o humor de um ambiente rapidamente e computar dicas sutis quando tomar uma decisão. “É bom em algumas situações e não é em outras”, diz a psicóloga e psicoterapeuta Elaine N. Aron, Ph.D., autora de “The Highly Sensitive Person” (A Pessoa Altamente Sensível). Ela acha que saber que você tem hipersensibilidade é importante. Assim como para o TDAH, estar a par disso faz com que você saiba que não está sozinho.
Sintomas de Hipersensibilidade

Alto nível de sensibilidade aos estímulos físicos (sons, visão, tato ou olfato) e emocionais.
Maior tendência a sofrer de asma, eczema e alergias.
• Facilmente oprimido por muita informação.
Como descobri minha hipersensibilidade ou personalidade altamente sensível

Primeiro aprendi sobre a natureza genética da hipersensibilidade, lendo “Scattered” (Disperso), de Gabor Maté, M.D., um médico e psicoterapeuta. “As pessoas com TDAH são hipersensíveis”, diz Maté. “Isso não é um defeito; é como elas nasceram. É o seu temperamento inato”. Quando eu li “The Highly Sensitive Person”, da psicóloga e psicoterapeuta Elaine N. Aron, Ph.D., finalmente reconheci esta sensibilidade em mim mesma. De acordo com Aron, 15 a 20% da população nascem com um alto nível de sensibilidade.
“Quando você sabe que você é altamente sensível, isto reconstrói a sua vida”, diz Aron. Saber que você tem isso lhe permitirá tomar decisões melhores. “Pessoas sensíveis têm de viver de modo diferente para ficarem bem”. Os médicos que lidam com pessoas com TDAH veem a hipersensibilidade, tanto a física quanto a emocional, como uma condição comórbida.
“As pessoas com TDAH geralmente são hipersensíveis em um dos domínios sensoriais: audição, tato ou olfato”, diz Ned Hallowell, M.D., autor de “Driven to Distraction” (Guiados pela Distração). “Minha filha com TDAH somente veste roupas de algodão, ela não tolera a lã”.
Descobri que meu velho costume de ficar mexendo no meu cabelo era devido à hipersensibilidade. Não gosto da sensação dos fios de cabelo cutucando minha face e meu pescoço, então eu os amarro puxados para cima. Depois de um tempo, parece que alguém está passando os nós dos dedos na minha cabeça, justamente no lugar onde amarrei meus cabelos. Então eu os solto. E assim por diante, todo o dia. Outras sensibilidades incluem sons e estímulos visuais – flashes de luz e objetos em movimento. Os estudos sugerem que os que têm TDAH também sofrem mais de asma, eczema e alergias – condições de hipersensibilidade – do que os que não têm TDAH.
Mais sinais de Hipersensibilidade
Antes de descobrir minha hipersensibilidade, percebia minhas emoções exageradas como uma falha de caráter. Minha mãe dizia, “Por que você não fica em paz?” Como criança, eu não tinha uma resposta. Isso piorava minha já baixa autoestima.
“Reconhecer sua alta sensibilidade pode ajudar as pessoas a parar de se sentirem mal sobre si mesmas”, diz Aron.
Uma amiga, Denise, diagnosticada com TDAH aos oito anos, teve uma infância semelhante à minha. “Meus pais diziam: Você precisa se controlar. Não seja tão sensível. Não seja tão influenciada pelo que os outros pensam a seu respeito”, diz Denise. “Ainda acho, como adulta, que estou brigando com os colegas, levo suas palavras e gestos imediatamente ao coração. Aceito muito rapidamente tudo de ruim que eles falam a meu respeito”.
Como eu, Denise é sensível ao ruído ambiente. “Preciso ficar numa floresta ou num lugar silencioso, de vez em quando, para me acalmar. Também fico oprimida pelo fluxo constante de informação que nos bombardeia atualmente”.
A psicóloga e coach Michele Novotni, Ph.D., diz que vê níveis mais altos de sensibilidades físicas e de reatividade emocional nos seus clientes com TDAH do que na população em geral. Ela me contou sobre uma cliente cujo gerente fez um comentário deselegante e injusto no trabalho. Uma pessoa sem TDAH poderia ter deixado as palavras passarem em branco, mas sua cliente, que tinha um alto nível de sensibilidade, rompeu em lágrimas.
Novotni sugere que foram os sentimentos de opressão da sua cliente com TDAH que provocaram a sua reação hipersensível. Isto, por sua vez, contribui para sua dificuldade em manejar a emoção. Veja a rotina de ir para o trabalho pela manhã. Muitas pessoas saem sem se esquecer de nada, prontas com um plano de ação para o dia. Alguém com TDAH, que não escolhe as tarefas e as prioridades, se sente cansado e oprimido na hora de sair para o trabalho.
“Alguns dos meus clientes me dizem que socializar é trabalho”, diz Novotni. “Então, se você pensa como sendo trabalho as coisas que muitas pessoas fazem para recreação, você provavelmente não terá a resiliência para lidar com as outras coisas que cairão sobre você”.
Por que as pessoas com TDAH são mais hipersensíveis
“Como temos dificuldade de filtrar o que sai,” diz Hallowell, que tem, ele mesmo, TDAH, “nós temos dificuldade de filtrar o que chega. Não posso provar isto com pesquisa, mas em minha experiência clínica, e em minha própria vida, parece que tendemos a deixar as coisas nos atingir. Aceitamos as experiências dos outros muito rapidamente, como o inseto na folha, que assume a cor da folha”.
Maté explica que, se os TDAHs nascem com um alto nível de sensibilidade, precisam de menos estimulação para que sintam mais. Deveríamos desligar conversas e meios ambientes estimulantes, diz Maté. Quanto mais sensíveis somos, mais provável que sintamos dor. “Dor emocional e dor física são sentidas nos mesmos locais do cérebro”, ele diz.
Muitos de nós descobrimos coisas positivas sobre viver com TDAH, e um alto nível de sensibilidade pode também ser usado a nosso favor. Mas como no TDAH, a hipersensibilidade deve ser manejada e controlada para deixar brilhar seus aspectos positivos – criatividade, empatia e profundidade de percepção. Eu consegui fazer assim, e você também pode.
Hipersensibilidade, PAS tratamentos
• Respeite sua sensibilidade. Não se obrigue a fazer coisas que sejam difíceis. Tanto quanto possível, escolha situações que sejam adequadas para o seu temperamento. Pessoas altamente sensíveis precisam de mais tempo do que outras para processar os acontecimentos do dia, então, não se sobrecarregue saindo à noite.
Recue. Permita reagir emocionalmente a uma situação, mas aceite que haja outras possibilidades. Tenha calma, analise a situação e a reavalie; pausa para reflexão.
Bloqueie. Para evitar sobrecarga sensorial e ansiedade, sempre tenha plugues de ouvido e fones de ouvido com você, para bloquear o ruído.
Abaixe o tom. Se multidões e barulho são um problema, encontre locais que sejam mais silenciosos e menos apinhados – uma pequena padaria em vez de um shopping, por exemplo, ou um consultório médico pequeno, em uma casa, em vez de um grande conjunto médico em um hospital.
Reduza a estimulação externa dizendo não a coisas que você não precisa fazer ou que você não gosta de fazer.
• Certifique-se de que tenha tido o sono suficiente, ou tire uma soneca, antes de enfrentar uma situação que será altamente estimulante.
Medite, reze, ou use outro método de relaxamento para reforçar sua capacidade de lidar com os desafios do dia a dia.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

145- TDAH - Dez maneiras de arruinar um bom relacionamento

Adultos com TDAH devem evitar estes erros comuns, para proteger e manter importantes relacionamentos na vida.

Por Antony Amen, Sharon Johnson

Se você é como muitos adultos com TDAH, os relacionamentos nem sempre serão fáceis. Você precisará aperfeiçoar a comunicação, a organização e o controle da raiva diariamente. A seguir, encontre as dicas dos nossos especialistas para trabalhar os relacionamentos de modo mais saudável...

Você deve evitar:

O desrespeito à outra pessoa. A perda da confiança. Um modo seguro de destruir um relacionamento é diminuir ou depreciar a outra pessoa, especialmente se ele ou ela estiver com dificuldade de controlar sintomas de transtorno de déficit de atenção. Infelizmente, muitas pessoas usam essas formas de controle negativo para ganhar o poder num relacionamento e não entendem como isso pode solapar os alicerces. Adultos com TDAH e seus cônjuges deveriam proteger o relacionamento por meio da elevação da autoestima do outro.

Culpar o outro. Muitas pessoas deixam de assumir responsabilidades e gastam boa parte do tempo culpando o outro pelos problemas do relacionamento. Seja proativo e trabalhe junto ao seu cônjuge para que ele veja as coisas do seu ponto de vista. Procure coisas que possa fazer para construir um relacionamento melhor, em vez de esperar que seu parceiro arranje a situação.

• Ficar atolado num buraco. Quando os relacionamentos se tornam difíceis ou entediantes, eles ficam vulneráveis. Como os adultos com TDAH se tornam entediados facilmente, fique longe das “mesmas velhas coisas” e procure novos e diferentes meios de trazer vida ao seu relacionamento.

Deixar de notar o que é bom. Cônjuges de adultos com TDAH lhe dirão que é muito fácil notar o que você não gosta num relacionamento. Mas que há necessidade de um esforço real para notar o que você gosta. Quando você gasta mais tempo prestando atenção nas coisas positivas do seu relacionamento, você verá com mais facilidade um aumento nos comportamentos positivos.

Comunicar-se mal. Não entender claramente a outra pessoa, tirar conclusões apressadas ou ler a mente do outro podem arruinar um bom relacionamento. Adultos com TDAH devem gastar um tempo para realmente ouvir e esclarecer as coisas que os outros dizem. Não reaja ao que você pensa que o outro quis dizer, pergunte a ele o que ele realmente quis dizer e, então, elabore uma resposta.

Mostrar falta de empatia. Muitas pessoas – com e sem TDAH – não têm conhecimento ou desejo de entender as coisas do ponto de vista da outra pessoa. Este modo centrado de ver as coisas destrói o equilíbrio crítico que é necessário para desenvolver uma amizade e uma ligação íntima. Fale com seu parceiro e aprenda que o cérebro TDAH trabalha de modo diferente. Faça uma estratégia de como você pode trabalhar em conjunto para entender o ponto de vista da outra pessoa.

Evitar o conflito. Sempre que você cede a outra pessoa para evitar uma briga, você perde um pouco do seu poder. Se você faz isso repetidamente, você começará a se sentir magoado no relacionamento. Adultos com déficit de atenção precisam manter firme a opinião sobre o que eles acham que é o certo – será melhor para o relacionamento.

Não investir no relacionamento. Não tirar um tempo. Infelizmente, o tempo gasto em relacionamentos importantes é geralmente a primeira coisa que se perde na nossa vida atarefada. Especialmente para os adultos com dificuldades de manter o foco, as distrações diárias geralmente prejudicam a qualidade do tempo gasto com as pessoas amadas. Faça do seu relacionamento especial um  investimento no tempo e isso pagará dividendos pelos anos vindouros.

Achar que o relacionamento está garantido. Relacionamentos precisam de cuidados constantes e sofrem quando você não faz deles uma prioridade. Foque no que vocês dois querem de um relacionamento e imaginem um plano para fazer isso acontecer. De tempos em tempos adultos com TDAH podem precisar de lembretes deste plano e seus cônjuges precisam estar dispostos a revisá-lo conforme necessário.

(Essa postagem já foi feita, sob o número 53)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

144- Crianças agressivas em sala de aula: Seu filho com TDAH perturba e tem crises de fúria na escola?

Ajude as crianças com TDAH a controlar o comportamento impulsivo com estas estratégias para a escola e para casa. Os Editores de ADDitude

O problema: Crianças com transtorno de déficit de atenção (TDAH) geralmente são rotuladas como agressivas, praticantes de bullying, violentas ou desafiadoras por causa de suas interações físicas e sociais impulsivas. Embora essas crianças possam ser carinhosas e sensíveis, suas boas qualidades geralmente são ofuscadas por sua impulsividade.
A causa: Crianças com TDAH agem antes de pensar, geralmente incapazes de controlar sua resposta inicial a uma situação. A capacidade de “autorregulação” está comprometida; elas não conseguem modificar seu comportamento com as consequências futuras em mente. Alguns estudos mostram que as diferenças no cérebro dos que têm TDAH são parcialmente responsáveis por este sintoma.

Os obstáculos: Muitas crianças com TDAH parecem gastar suas vidas em castigo, punidas, ou com problemas por causa do que dizem e fazem. A falta de controle do impulso é talvez o sintoma do TDAH mais difícil de modificar. Leva anos de paciência e de persistência para modificar isso com sucesso.
Soluções para a classe
Afixar regras e rotinas permite que as crianças saibam o que se espera delas, e é um lembrete visual para as que agem antes de pensar.
• Algumas crianças precisam de “cartões de comportamento” grudados em suas carteiras (“Levante a mão antes de falar”, etc.). Se a privacidade for um problema, grude os cartões numa folha de papel que fique na carteira durante a aula, mas que pode ser guardada dentro da gaveta da carteira.
• Escreva a programação do dia na lousa e apague os itens conforme sejam completados, para dar aos alunos com TDAH uma medida de controle sobre o seu dia. Alerte a classe antes de qualquer revisão da rotina diária.
• Para evitar crises de fúria devidas às transições (outro ponto de estresse), dê à classe um aviso de cinco minutos, então um aviso de dois minutos para a transição, para que as crianças com TDAH tenham tempo adequado para interromper uma atividade e começar outra.
• Tenha pronto um plano para o caso de que a falta de estrutura ou outras circunstâncias provoquem uma reação impulsiva. Talvez a criança com TDAH deva ter um trabalho especial, um monitor ou um treinador, para ajudá-la a ficar focalizada e a ter autocontrole.
• A disciplina pode e deve ser utilizada em certas situações. Embora o TDAH seja uma explicação para o mau comportamento, ele nunca é uma desculpa. O TDAH pode explicar por que João bateu no Pedro, mas o TDAH não fez com que ele o fizesse. Crianças com TDAH precisam compreender sua responsabilidade para controlarem-se a si mesmas.
• A disciplina deve ser imediata, curta e rápida. Consequências demoradas, como a detenção, não funcionam para os que têm dificuldade de antecipar os acontecimentos futuros. As consequências devem ser instantâneas: se ele empurra outra criança no recreio, o recreio deve ser suspenso por 10 minutos.
• Faça um comentário imediato, positivo e dê atenção quando as crianças com TDAH estiverem se comportando bem. Surpreenda-as fazendo algo bom. Diga especificamente o que elas estão fazendo bem, tal como esperar pela sua vez.
• Com crianças menores, estabeleça comportamentos que você espera e pregue-os na sala (“Respeite os outros”, “Fale educadamente”, “Use sua fala interior”) como lembretes visuais.
• Crianças menores geralmente respondem a um “sistema de notas”, no qual elas ganham moedas ou adesivos por causa de um comportamento positivo almejado. Elas podem trocar seus pontos no final da semana por um prêmio.
Soluções em casa
Crianças com TDAH têm dificuldade de fazer inferências sobre o que é certo e o que é errado, então os pais precisam sem específicos, falando claramente sobre expectativas consistentes e suas consequências. Dizer a seu filho para que ele “seja bom” é muito vago. Em vez disso, seja explícito: “Quando vamos ao supermercado, não toque em nada, apenas olhe com seus olhos”. “No playground, espere na fila do escorregador e não empurre”.
• Seja proativo em sua abordagem sobre disciplina. Reconheça e comente o comportamento positivo. Responda a ações positivas com elogios, atenção e recompensas.
• Manter seu filho responsável por suas ações é imperativo em torná-lo um adulto responsável. Entretanto, a punição demorada pode impedir que uma criança entenda sua relação com o mau comportamento. A punição deve vir logo em seguida ao mau comportamento.
• Faça com que a punição seja proporcional á falta. Agressões exigem um castigo imediato. Crises de fúria na hora do jantar podem significar a saída da mesa, sem a sobremesa. Mantenha as punições breves e restritas, mas deixe que elas façam seu filho entender que ele é o responsável por controlar seu comportamento.
• Deixe de punir leves falhas. Se o seu filho derrama o leite porque está agindo sem cuidado ou de modo muito apressado, fale a ele sobre a importância de se mover mais lentamente, ajude-o a limpar a sujeira, e siga em frente.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

143- A melhora do comportamento em classe: auxilie as crianças com TDAH a parar de se mexer

Como os professores e os pais de crianças com TDAH podem ajudá-las a combater a inquietação e a se concentrar melhor na escola e em casa.

O problema: Crianças com TDAH estão em movimentação constante. Para elas é difícil ficar sentadas quietas por longos períodos de tempo, então elas se remexem em seus assentos, chutam os pés das mesas, ou se levantam ou caminham enquanto estão fazendo as tarefas. Geralmente, elas falam muito ou fazem barulho enquanto tentam ficar sentadas paradas.
A razão: O corpo e a mente das crianças com TDAH são como motores em alta rotação. Um estudo de meninos com TDAH mostrou que eles andam pela sala oito vezes mais do que os outros meninos, e fazem duas vezes mais movimentos com os braços. Eles também eram quatro vezes mais inquietos e incomodados enquanto sentados para fazer os testes psicológicos.
Os obstáculos: Centros de controle motor defeituosos no cérebro são tidos como a causa da inquietação, do comportamento hiperativo.
Os problemas de controle de impulso também entram em jogo; crianças hiperativas são incapazes de inibir o impulso para andar pela sala. Você pode falar para elas que fiquem sentadas e que parem de falar, mas os comportamentos podem reaparecer em minutos.
Soluções em classe
A primeira coisa que os professores podem fazer para ajudar os estudantes com TDAH a se remexer e a se inquietar menos é propiciar saídas físicas que lhes permita liberar regularmente a energia que está sobrando e a melhorar a atenção.
Mande os alunos com TDAH sair e andar um pouco. Peça aos seus alunos com TDAH para que entreguem uma mensagem para o professor de outra sala ou que pegue um bilhete na diretoria. Essas tarefas ajudam as crianças a construir um senso de autoestima enquanto propiciam uma oportunidade para esticar suas pernas e andar um pouco lá fora.
Deixe que os alunos com TDAH fiquem de pé e andem um pouco entre as lições. Um professor, por exemplo, colocou um trampolim em sua sala para as crianças que fiquem inquietas. No início do ano escolar, todos a usavam frequentemente; mas depois que a novidade se apagou, somente os alunos com TDAH que tinham necessidade de usá-la continuavam a fazê-lo. Outro professor deixava os alunos fazer exercícios com bolas em vez de cadeiras, para que os alunos com TDAH pudessem se mexer um pouco pela sala, mas que ainda continuassem sentados.
Forneça objetos para mexer com as mãos. Esses objetos podem incluir bolinhas para remexer com as mãos, bolas de gel, e bolas de apertar – qualquer coisa que possam apertar ou manusear silenciosamente. Não ter de ficar preocupado em permanecer absolutamente quieto conserva a energia do aluno para que preste atenção nas aulas.
(Dica: amarre bolas de apertar na carteira, para que eles não fiquem jogando-as pela sala!)
Dê lições curtas e faça pausas frequentes. Você pode até fazer isso durante as provas se perceber que o aluno precisa se mexer.
Soluções em casa
Dê apoio às necessidades que seu filho tem de gastar energia, encorajando-o a se juntar a um time ou a praticar exercícios físicos regularmente.
Escolha o esporte cuidadosamente. Crianças com TDAH são feitas para todos os esportes coletivos. Futebol, por exemplo, é uma escolha melhor do que baseball porque há menos períodos parados. Asa crianças também podem fazer exercícios sozinhas – um estudante praticava skate a cada manhã ou corria em volta o quarteirão, para que pudesse ficar sentado quieto por mais tempo em classe. Muitas crianças com TDAH se dão bem em caratê ou em outras artes marciais que ensinam disciplina e concentração, enquanto permitem também a movimentação.
• Supervisione conforme necessário. Muitas crianças com TDAH precisam de constante supervisão dos adultos para que se mantenham na tarefa, mas conforme a situação melhore, e a criança cresce, os pais podem checar frequentemente, em vez de ficarem sentados ao lado da criança o tempo todo.
Não force seu filho a ficar sentado quieto. Quando seu filho ultrapassa o ponto de controlar sua necessidade de se movimentar, deixe que ele tenha uma pausa. Diga-lhe para correr e pular lá fora e, então, convide-o para se juntar novamente à família, quando ele for capaz. Você pode usar esta mesma estratégia na igreja, nos estádios esportivos, e em outros locais que requeiram que as crianças fiquem sentadas por longos períodos.
Algumas crianças com TDAH são mais capazes de completar as tarefas de casa quando têm a oportunidade de se mexer enquanto trabalham, ou quando fazem pausas frequentes. Não espere que uma criança com TDAH fique quieta por muito tempo. Algumas crianças leem melhor enquanto dão passos paradas, ou podem precisar fazer seus exercícios de matemática de pé.
ADDitude

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

142- Sete modos rápidos para resolver ataques de fúria no TDAH.

Nada pode fazer um pai sentir-se mais impotente do que uma criança com TDAH em uma crise de fúria. As lágrimas, a irracionalidade, os membros agitados? Não, não estou falando sobre o pai, mas sobre a criança.

Quando uma criança tem uma crise de fúria em público, os pais se sentem como fracassos – deveríamos ser capazes de controlar nosso filho, certo? Vemos a crítica nos olhos dos outros pais, e nos ofendemos com as sugestões bondosas dos passantes que são bem intencionados, mas que não sabem nada sobre o TDAH.
Mantenha a calma e a compostura. Geralmente as crianças com TDAH são impulsivas e não conseguem controlar seu comportamento. Crises de fúria não dizem nada sobre a sua capacidade de ser pai, porém o que elas refletem é a natureza do TDAH.
Então, o que fazer quando seu filho tiver uma crise de birra numa loja de departamentos ou à mesa da cozinha? Previna-se com alguns modos rápidos de solução. Eu ofereço meus sete favoritos.
Solução 1: Combine um plano
Antes de ir ao setor de doces ou ao de videogame, pergunte ao seu filho o que o acalmaria se ele ficasse irritado. Se ele tiver de fato uma crise, você terá um plano, porque ele já lhe disse o que fazer. Saber do plano deve garantir muito bem que seu filho irá cooperar para que você o utilize.
Solução 2: Entenda a angústia dele
Deixe que ele saiba que você entende o que ele está passando. Com voz calma, fale a seu filho, “Eu sei que você está desapontado porque não achou o brinquedo que queria” ou “Sei que você está bravo porque seus amigos não o convidaram para brincar”. Então, peça a seu filho que dê uma nota para seu desapontamento em uma escala de 1 a 10. Isto lhe dará uma ideia da gravidade do problema, sem ter que reclamar ou repetir o que você diz.
Solução 3: Abra o jogo
Explique a ele que o relógio está andando. Você pode dizer, “Vejamos quanto você demora em se acalmar, então poderemos continuar a aproveitar o resto do nosso dia” ou “Mesmo estando bravo, você precisa se controlar, então poderemos continuar a fazer as compras”.
Solução 4: Afaste a emoção
Peça a seu filho que imagine que há uma lamparina pintada na palma da sua mão. Então, faça com que ele segure a mão com a palma para cima, na frente do rosto, e peça a ele que apague com um sopro a chama imaginária. Uma respiração profunda controla uma criança fora de controle. Uma alternativa: Mantenha uma bexiga ou duas em sua bolsa e peça a ele que as encha, soprando.
Solução 5:
Se você estiver em casa durante uma crise de fúria, peça a seu filho que bata num travesseiro, numa almofada, ou em outro objeto macio e seguro. Brigas de travesseiros, rasgar jornal velho ou apertar uma bola podem acabar com uma crise de fúria.
Solução 6: Aperte o botão certo
Peça a seu filho que finja estar segurando um controle remoto em suas mãos. Peça a ele que aperte o botão que desliga suas emoções.
Solução 7: Peça ajuda
Se o seu filho tem frequentes crises de fúria que não respondem às intervenções, não espere até que sua paciência termine. Trabalhe com um profissional em TDAH para melhorar as chances de evitar essas crises.
Dica de leitores:
“Deixe que seu filho saiba que você o ama, não o comportamento dele. É importante fazer esta distinção. Eu abraço minha filha e a seguro no colo durante uma crise de fúria, garantindo a ela que ela está em segurança. Sua raiva geralmente diminui e se reduz a soluços toleráveis enquanto ela está abraçada a mim.”
Por Michele Novotni, Ph.D.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

141- TDAH – A Procrastinação nos estudantes

Ajude os estudantes e as crianças que deixam para depois o estudo para as provas, o término dos trabalhos escolares, as tarefas de casa e as demais obrigações. ADDitude.

Como você pode ajudar os alunos que sofrem de procrastinação? Iniciar uma tarefa envolve a habilidade de começar projetos sem a desnecessária procrastinação, de um modo eficiente e tempestivo. Por exemplo, uma criança pequena com função executiva forte pode começar uma tarefa imediatamente após as instruções serem dadas. Estudantes de ensino médio, com iniciativa, não deixarão seu menos preferidos trabalhos até o final da tarde. Começar uma tarefa é difícil para os alunos com TDAH porque seus cérebros geralmente estão presos ao presente, no agora. Eles preferem prestar atenção na coisa mais interessante do seu meio ambiente próximo. E essa coisa geralmente não é a tarefa de classe, a lição de casa ou as demais obrigações.
Previna a procrastinação em classe
Depois que as instruções para um trabalho são dadas, diga à classe, “Vou contar até 60, em silêncio. Quando der 1 minuto, vou escrever um número na lousa – o número de alunos que eu vir fazendo a tarefa que eu mandei.”
Demonstre os passos envolvidos em tarefas com final livre. Algumas crianças odeiam começar tarefas que as obrigue a pensar criativamente. Elas podem ficar sentadas em seu lugar, observando as outras crianças que começam a fazer a tarefa. Acompanhá-las no primeiro ou nos dois primeiros passos do trabalho, geralmente ajudará.
Mande os alunos para os seus lugares com um cartão onde a tarefa está escrita. Uma lista de tarefas (ou lista “de coisas a fazer”) também será útil. Faça os estudantes conferirem as tarefas entre si, quando terminarem.
• Peça às crianças que façam planos de tarefas. Conforme elas escrevem suas tarefas de casa, faça com que elas escrevam perto de cada uma, quando elas pensam em começar a fazê-las (às 5:30, antes de jogar futebol). Ande pela sala, confira o que elas escreveram. No dia seguinte, pergunte aos alunos, ao acaso, se eles começaram sua tarefa de casa no horário que haviam dito.
Forneça exemplos de trabalhos completos e pregue-os com fita colante na carteira de cada criança. Isto dará ponto de referência aos alunos para fazerem seus próprios trabalhos.
Faça as crianças darem suas próprias dicas. Mantenha um grupo de discussão sobre por que é difícil começar a fazer certas tarefas de classe. Então, peça à classe para compartilhar suas melhores estratégias para evitar a procrastinação. Escreva as melhores sugestões na lousa.
Divida projetos de longo prazo. Alunos com problemas para iniciar as tarefas deixam os projetos longos para o último minuto. Conforme o ano avance, ensine a classe como estabelecer limites de tempo e a estabelecer prazos para si mesmos, antes de esperar que eles o façam por si mesmos. Faça isto como parte de uma discussão em classe, para que todos aprendam como um grupo.
Previna a procrastinação em casa
Estabeleça um horário para fazer as tarefas que seu filho abandona. Se ele sabe que o trabalho de casa começa depois de uma hora de brincadeiras, há menos necessidade de praguejar, conforme o esquema se torne um hábito.
Tenha todo o material e os suprimentos prontamente disponíveis e acessíveis. Seu filho deve ser capaz de começar seu trabalho sem ter de sair procurando por alguma coisa.
Peça ao seu filho para se comprometer com um horário de início. Quando chegar a hora, ele pode não se lembrar de começar a tarefa por si próprio, mas quando você lembra-lo que ele escolheu a hora, ele provavelmente começará, sem brigas.
Utilize dicas visuais. Deixe uma nota na mesa da cozinha ou grudada na geladeira ou no armário, de modo que ele a veja quando chegar da escola.
Deixe que ele escolha como gostaria de ser avisado. Diga, “OK, você disse que começaria a fazer a tarefa às 4 horas – como você quer ser lembrado? Devemos arrumar um despertador, você quer que eu o lembre, ou você saberá que deverá começar a tarefa assim que seu programa de TV terminar às 4?”
Recompense seu filho por começar na hora: cinco pontos por começar imediatamente, três pontos por começar em três minutos. Crie um menu de recompensas ou de privilégios que ele poderá negociar de acordo com seus pontos.
Crie estrutura durante as férias. Faça com que seu filho comece cada dia fazendo um plano. Ele deve listar o que tem de fazer e quando vai fazê-lo. Pergunte a ele como ele pode se recompensar a si mesmo por começar cada tarefa na hora certa.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

140- Estudo revela a biologia cerebral por trás do autocontrole

Uma nova reviravolta da neurociência sobre um estudo clássico oferece algumas pistas sobre o que faz um estudante ser capaz de permanecer por horas a fio fazendo a tarefa de casa antes de uma prova, enquanto seus colegas estão numa festa.

O estudo, publicado neste mês na edição do Proceedings of the National Academy of Science, sugere que dicas do meio ambiente podem “raptar” os mecanismos cerebrais do autocontrole em algumas pessoas e em algumas circunstâncias.
As descobertas somam-se a um corpo de pesquisa que sugere que a habilidade de um estudante em postergar a gratificação pode ser tão importante para o sucesso acadêmico como a sua inteligência – e que os educadores podem aprender logo a ensinar isso.

Mais de 40 anos atrás, pesquisadores da Stanford University liderados por Walter Mischel conduziram um agora famoso estudo sobre autocontrole. Eles pediram a crianças de 4 anos de idade, na Stanford´s Bing Nursery School, que não comessem um doce, em troca da promessa de dois doces 15 minutos mais tarde. Pouco menos de uma em três crianças passaram no assim chamado “marsmallow test”.
Nos anos seguintes, numerosos estudos de seguimento e de validação verificaram que pré-escolares que manejavam a postergação da gratificação também tinham maior probabilidade de, mais tarde, sair-se bem na escola, evitar abuso de substâncias, manter um peso saudável, e mesmo sair-se melhor em classe do que os colegas que não podiam resistir à tentação.

Os estudos de Mr. Mischel, que agora é um professor de psicologia na Columbia University, e de um corpo de outros pesquisadores ajudaram a mudar a maneira com que os acadêmicos e educadores pensam sobre o sucesso acadêmico. Em estudo separado de autocontrole, Angela L Duckworth, professora assistente de psicologia na University of Pennsylvania, descobriu que o autocontrole era um melhor previsor do desempenho acadêmico de um estudante do que o teste de QI.
Ainda assim, o cérebro tem permanecido uma peça que falta no quebra-cabeça, de acordo com B.J. Casey, diretora do Sackler Institute for Developmental Psychobiology, na Weill Cornell Medical College, em Nova Iorque. O novo estudo é o primeiro a comparar as diferenças cerebrais entre aqueles pré-escolares originais de Stanford.

“O que queríamos fazer era tentar entender como o cérebro está relacionado a este comportamento”, diz Ms. Casey, que liderou o novo estudo. A imagem cerebral, ela disse “está nos ajudando a separar o controle do impulso da sensibilidade a recompensas e a dicas sociais”.
Limitação do Marshmallow

Em um experimento clássico de ciência social, os pesquisadores testaram o autocontrole de crianças pequenas deixando-as sozinhas com um marshmallow e uma escolha: Elas podiam comer o marshmallow logo ou esperar e ganhar mais doces. Um professor de Nova Iorque explica como ele planejou o experimento para seus alunos do nível médio exercitar um pouco do autocontrole.
Controle no Cérebro

Dos 562 alunos da Bing Nurswery School que fizeram parte do estudo original de Stanford nos idos de 1960 e no início de 1970, 155 participaram de um seguimento em 1993, e 135 em outro seguimento em 2003. A equipe de Ms. Casey focalizou em 60 que consistentemente mostraram uma alta capacidade de postergar a gratificação e em outros 57 que consistentemente mostraram baixa capacidade de esperar.
Marshmallows e pretzels podem não ter o mesmo interesse para os que estão agora nos seus 40 anos, em relação ao que tinham para os pré-escolares, mas o desfrute de uma dica social positiva, tal como uma face sorridente, provou ser muito poderoso emocionalmente para os participantes adultos do estudo.

Ms. Casey e sua equipe testaram a capacidade dos participantes de apertar um botão – ou evitar apertá-lo – em resposta a imagens apresentadas de rostos felizes, com medo ou neutros. Depois de conduzir a primeira sessão de testes, a equipe solicitou a 27 dos participantes que refizessem os testes enquanto estivessem num aparelho de ressonância magnética funcional, que usa o fluxo sanguíneo para medir a atividade do cérebro.
Os pesquisadores descobriram que o cérebro parece utilizar duas áreas diferentes quando é tomada uma decisão.

Com uma questão objetiva, não emocional – é melhor ter uma coisa agora ou duas coisas em 15 minutos? – o cérebro ativa o córtex pré-frontal, que nos ajuda a tomar decisões racionais. Outras decisões são mais urgentes e mais dependentes do contexto – Devo fugir do lobo? Devo comer esta comida? – e aqui, as dicas ambientais e sociais podem ativar uma parte mais primitiva e mais profunda do cérebro, o núcleo estriado ventral, que está associado ao processamento dos desejos e das recompensas.
Por causa disso, diz Ms. Casey, as pessoas que têm dificuldade de postergar a gratificação também tendem a ser “muito, muito sensíveis às dicas ambientais”. Todos os adultos no estudo eram capazes de responder corretamente em situações neutras. As diferenças apareciam entre os adultos que podiam postergar gratificações como crianças e aqueles que não podiam durante os testes em que foram solicitados a resistir a uma forte pressão ambiental.

A maior diferença entre os dois grupos ocorreu quando os participantes foram solicitados várias vezes a apertar um botão numa apresentação de faces, quando  vissem uma face feliz, o que os pesquisadores avaliaram como uma forte dica social, e então repentinamente eram solicitados a não responder a faces felizes, numa sequência de faces. Os que demonstraram fraca postergação de gratificação quando crianças tinham muito mais probabilidade de apertar o botão em resposta a uma face feliz, mesmo quando eram orientados a não fazê-lo.
Dicas do Ambiente

“A sensibilidade a dicas do ambiente influencia a capacidade do indivíduo de suprimir pensamentos e ações, de modo que os sistemas de controle podem ser sequestrados por um sistema límbico primitivo, tornando os sistemas de controle incapazes de modular apropriadamente o comportamento”, descobriram os pesquisadores.
Os especialistas dizem que este fato pode explicar a falha no autocontrole que os pais e os professores geralmente observam nos adolescentes.

“Demonstramos pelo desenvolvimento que o controle do impulso e a sensibilidade ao ambiente são separados, o controle do impulso melhora cada vez mais à medida que você se torna mais velho”, disse Ms. Casey. “As crianças são mais impulsivas que os adolescentes, mas logo por perto da puberdade há uma sensibilidade muito maior às dicas sociais e ao ambiente, e os adolescentes são mais sensíveis às dicas sociais do que crianças ou adultos”.
Esclarecer como o controle do impulso e a sensibilidade ao ambiente trabalham juntos tem “fortes implicações” nas maneiras de intervenções com crianças e adultos que têm dificuldade com o autocontrole, ela disse.

Por exemplo, estudos iniciais descobriram que crianças pequenas podiam evitar comer um marshmallow se lhes fosse dito para focalizar em dicas “frias” como a forma e a cor, em vez de dicas “quentes”, como o sabor.
Adele Diamond, uma professora de neurociências do desenvolvimento cognitivo na University of British Columbia, em Vancouver, descobriu que pré-escolares podem aprender a esperar a vez mais eficazmente quando lhes são dadas dicas sociais concretas, tais como segurar uma figura de uma boca quando estiverem falando e uma figura de uma orelha quando estiverem ouvindo.

Mr. Mischel e Ms. Duckworth estudaram se é possível ensinar estudantes como esperar pela gratificação e melhorar o autocontrole por meio de intervenções com base na escola.
Em estudo de 2010, Ms Duckworth descobriu que estudantes do colegial que visualizavam tanto suas metas acadêmicas para um próximo exame de promoção e as armadilhas potenciais para atingir aquelas metas responderam 60% mais questões num exame prático do que colegas que não tinham feito  o exercício.

Ms. Duckworth está atualmente trabalhando em duas avaliações distintas das instruções para o autocontrole em Nova Iorque e em Philadelphia.
Em Nova Iorque, quatro escolas contratadas de nível médio dirigidas pelo Programa Knowledge Is Power, ou KIPP, uma organização de gerenciamento da educação baseada em São Francisco, começaram seu estudo piloto neste anos, incluindo notas de caráter nos boletins acadêmicos dos alunos, duas vezes no ano. Os boletins têm sete indicadores – humor, coragem, autocontrole, esperança/otimismo, curiosidade, gratidão e inteligência social – e incluem uma medida em duas partes do autocontrole do estudante levando em conta tanto o comportamento acadêmico quanto o social. Neste ano, as escolas estão testando as lições de classe sobre estratégias para melhorar o autocontrole.

Na arena
Na última semana, Mitch Brenner, o diretor assistente da KIPP Academy Middle School em Nova Iorque, usou uma dessas lições pata explicar o experimento original do Marshmallow para uma classe do 6º. Ano. Ele pediu que eles falassem sobre como teriam decidido comer ou não o doce, e como o autocontrole se relaciona com os requerimentos acadêmicos da escola.

“Estamos pedindo aos garotos que façam sacrifícios no curso de suas carreiras aqui”, disse Mr. Brenner, que está desenvolvendo aulas como parte de um estudo piloto. “Você está ocupado por longas horas, você está fazendo a tarefa de casa enquanto poderia estar jogando videogame ou assistindo TV, e isso pode ter benefícios ao longo da vida, mas pode ser difícil, particularmente para uma criança. Queremos dar a eles a exposição àquela ideia, motivá-los e ajudá-los a pensar”.
A escola KIPP também criou uma tabela de honra sobre o caráter para melhorar a sensibilidade social dos adolescentes, para melhorar em vez de impedir seu autocontrole. Os estudantes nomeiam os colegas de classe ou professores como tendo bom caráter baseados no autocontrole e em outras qualidades.

“Posso dizer aos estudantes, todos os dias, o que é coragem, o que seja o autocontrole, mas quando as crianças dão os exemplos, é de onde o poder real vem”, disse Mr. Brenner. “Algumas crianças podem ter mais dificuldade acadêmica, mas quando são aclamadas como sendo boas pessoas, isto as faz se sentirem ótimas.”
De volta á aula de autocontrole de Mr. Brenner, os estudantes tiveram seu próprios marshmallows e debateram os prós e os contras da gratificação imediata versus a gratificação postergada. Ao final da aula, Mr. Brenner deixou os estudantes comer seus marshmallows – entretanto, um deles optou por guardar os seus para mais tarde.

Por Sarah D. Sparks

139- TDAH (ADHD) - Preocupado? Leia isto.

O TDAH e a ansiedade geralmente andam de mãos dadas. Dez maneiras de ajudá-lo a se controlar. Por Sandy Maynard.

Muitos clientes que me procuram estão em transição ou em um processo de fazer algo novo, e trazem consigo suas várias preocupações. O velho chavão “Não se preocupe... as coisas vão dar certo”, não basta para aliviar a preocupação. Eles precisam de mais coisas além da minha garantia de que o trabalho denodado e a paciência farão o efeito, e que seus pensamentos negativos não são necessários.
Para eles, é reconfortante ouvir que 95% de suas preocupações nunca vão acontecer, mas isso não é o suficiente. Alguns ainda vão embora com pensamentos irritantes que promovem desconcentração, assim como limitam seus esforços para seguir em frente.
Como coach (treinador) em TDAH, eu quero sugestões proativas e positivas para dar aos meus clientes, e eu as encontrei no livro do Dr Edward Hallowell, “Worry” (Preocupação). Em “Worry”, o Dr. Hallowell dá 50 dicas para controlar a preocupação, e fornece inestimável visão sobre a “preocupação tóxica”. Seu livro ajuda os coaches a determinar se a quantidade de preocupação é excessiva ou o tipo de preocupação que é patológica, e se o encaminhamento para terapia é necessário. Ele explica como a preocupação se relaciona com a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno do pânico, a fobia social, a paranoia e o transtorno de ansiedade generalizada, todas essas, condições que excedem os objetivos do coaching (treinamento) e requerem tratamento por um profissional de saúde mental.
Surpreendentemente, o livro também descreve como a preocupação é benéfica. Quando nos preocupamos, isso nos alerta do perigo, assim, podemos tomar as medidas corretivas antes que seja muito tarde. Pelo pensamento em todas as coisas que podem dar errado, podemos tomar medidas que previnam a ocorrência de um desastre e que nos dê uma chance de sucesso. Em 1908, Yerkes e Dodson estudaram a ansiedade e o desempenho, e determinaram que o desempenho melhorava conforme aumentava o nível de ansiedade, mas somente até certo ponto. Neste ponto, o aumento da ansiedade começava a ter um efeito deletério, e o desempenho despencava montanha abaixo.
Agora, eu tenho 50 sugestões em um livro para dar como referência aos meus pacientes quando eu estiver sem outras opções. Muitas das dicas usam técnicas básicas de manejo do estresse que eu rotineiramente encorajo meus clientes a usar, mas é bom ter alternativas à mão para aqueles dias quando eu não estou tão concentrado como deveria estar! Abaixo, há as 10 dicas mais importantes da coach Sandy, do livro do Dr Hallowell. Algumas são velhas favoritas minhas, que eu tenho usado com grande sucesso, e outras são algumas que eu comecei a sugerir aos meus clientes, assim como eu mesmo as uso, mais e mais. São elas:
1.    Obtenha os fatos

Não assuma ou faça leitura da mente. A imaginação pode causar desastre com a espiral de preocupação.

2.    Reze ou medite

Se você já faz isso, você sabe quão eficaz a meditação pode ser para combater a preocupação, e se você ainda não faz isso, é tempo de começar a descobrir.

3.    Não veja muito TV nem leia muitos jornais e revistas

Esta é também uma das recomendações do Dr. Andrew Weil, então deve ser uma vencedora.

4.    Use o humor

Se eu mesmo não usasse o humor, ficaria com grandes problemas em alguns dias.

5.    Toque e se deixe tocar

Não há nada como um abraço para fazer suas preocupações desaparecerem.

6.    Tenha fé

Há um velho ditado que diz que, quando o medo bate à porta e a fé a abre... não há ninguém lá.

7.    Não ligue para as coisas pequenas

Esta esteve na minha lista de eliminadores de estresse por um longo tempo. Se você vai se preocupar, e nada pode detê-lo, ao menos se preocupe com algo realmente grande.

8.    Contrate especialistas para guiá-lo

Como coach em TDAH, eu sou contratado para ajudar, mas meus clientes geralmente precisam de recursos adicionais para diminuir sua preocupação, tal como um contador, ou consultor financeiro.

9.    Não beba demais nem use outras drogas como meio de fazer suas preocupações sumirem

As preocupações pioram quando você altera sua mente com álcool ou drogas.

10.  Nunca se preocupe sozinho

Bons amigos são de importância capital. Quando você divide suas mágoas com um amigo, você as corta pela metade, e quando você divide sua alegria, você a dobra. Quando você divide suas preocupações, elas quase desaparecem!

Há somente uma dica que eu acrescentaria à lista do Dr Hallowell, e é esta: Liste três coisas que você agradece neste momento. É difícil preocupar-se quando você tem uma “atitude de gratidão”, mas mesmo a gratidão precisa de degraus para ser alcançada. Pare agora e liste três coisas que você agradece hoje, e verifique como isso o faz sentir-se bem!

(Dr. Menegucci diz: "Se non è vero, è ben trovato.")

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...