terça-feira, 1 de maio de 2012

204- Por que Neuroeducação?


Comunidade Aprender Criança - Notícias do Cérebro

http://www.aprendercrianca.com.br/
Por que Neuroeducação?
Qui, 19 de Abril de 2012 01:36 Dr. Charles Limb
Grande parte do fascínio das Neurociências está em sua capacidade de estudar os aspectos mais complexos do cérebro humano.
Como é possível contemplarmos imagens de beleza majestosa e ouvirmos músicas que tocam nossa mais profunda emoção. Mais inconcebível ainda, como podemos contemplar nossa existência e conceituar nossa própria mortalidade? Certamente, o cérebro humano, uma massa de 100 bilhões de neurônios, conversando uns com os outros via neurotransmissores e impulsos elétricos, é um órgão maravilhoso e espantoso!
Apesar desse fascínio, por décadas os neurocientistas se mantiveram nos níveis mais primários de funcionamento do cérebro, trabalhando exaustivamente em experimentos para entender como determinadas moléculas e células nervosas trabalham. Para complicar as coisas, grande parte dessa inestimável pesquisa foi baseada não em cérebros humanos, mas em estruturas nervosas de lesmas do mar, peixe-zebra e macacos Rhesus. A maioria dos avanços científicos ao longo da história é resultado dessas pesquisas e as metodologias nela utilizadas permanecem como pedras angulares de como a Ciência deve prosseguir. No entanto, isso faz com que os neurocientistas procurem fugir de questões de fundo cognitivo, artístico ou filosófico. Consequentemente, quando eles se deparam com o conceito de Neuroeducação, a reação típica é de perplexidade do quanto as Neurociências poderiam contribuir com a Educação.
Artistas têm sido comparados a neurocientistas que tentam descobrir que combinações de cores, sons, palavras, sabores, texturas ou padrões atraem mais o nosso cérebro. Ao invés de conduzir experimentos em um laboratório, um artista usa seu meio de comunicação para uma audiência alvo para expressar algo de significante. Da mesma forma, os educadores podem ser comparados a neurocientistas no sentido de procurarem formas de melhor estimular, informar e moldar a mente de seus estudantes, jovens ou não, no laboratório que é a Escola. O objetivo implícito de toda Educação é transformar o cérebro ampliando a base de conhecimentos e tornando mais eficaz o funcionamento mental, um processo neural difuso conhecido como plasticidade que afeta nosso cérebro de forma estrutural e funcional.
Isso é muito claro: quando aprendemos alguma coisa, modificamos nosso cérebro do ponto de vista bioquímico, sináptico, anatômico e hemodinâmico.
Professores, estudantes, artistas e cientistas assim compartilham de um objeto comum de interesse - o cérebro. A partir dessa perspectiva, então, a questão não é exatamente descobrir se neurocientistas e educadores têm algo em comum, mas, ao invés disso, entender por que esses profissionais permaneceram tão distantes uns dos outros todo esse tempo, até começarem agora a trabalhar juntos.
Parece-me que educadores e cientistas são como carros trafegando em lados opostos de uma rodovia, se preocupando apenas com os obstáculos diretamente frontais, se esquecendo do canteiro central, ainda que dividam a mesma rodovia. O fato é que a maioria dos neurocientistas nunca ensinou crianças em uma sala de aula e grande parte dos professores não cogitam realizar experimentos em laboratório. Mais do que isso é que um indivíduo não precisa ser um professor qualificado para ser um bom cientista, nem conhecer a fisiologia do cérebro para ser um bom professor.
O paradigma natural é que os professores devem trabalhar bem com seus alunos e os cientistas trabalharem bem com os dados, e isso vem sendo feito há séculos. No entanto, se esse paradigma for mantido por ambos os grupos, eles continuarão trafegando em direções opostas a despeito de estarem na mesma rodovia.
O que mudou então? Tecnologia! Vivemos em uma época de disseminação rápida de informação atingindo um ritmo diferente de tudo o que foi testemunhado até hoje. Esta explosão de informação virtual tem afetado todos os aspectos da sociedade moderna, especialmente o compartilhamento da informação científica e como o cérebro do estudante absorve novos conhecimentos. Por isso também responde o surgimento de  toda uma nova geração de métodos científicos incluindo a Ressonância Magnética Funcional (RMF), Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e Magnetoencefalografia (MEG) que permitem o acesso ao funcionamento do cérebro humano em condições 'naturais' em um grau sem precedentes.
Estas novas modalidades de estudar o cérebro nos encoraja a fazer perguntas que não dizem respeito apenas aos níveis elementares da função, mas também para as mais complexas funções cognitivas humanas.
Enquanto os processos cognitivos pertinentes à arte eram primariamente de domínio dos filósofos, hoje nós podemos realmente examinar o que o cérebro está fazendo, como ele executa tarefas, como resolve problemas de matemática, como processa a leitura de um livro ou improvisa uma melodia.
Nós podemos ainda não ter o conhecimento suficiente para interpretar os dados gerados pelas Neurociências, mas nós certamente temos um melhor senso para qual direção devemos seguir.
Talvez ainda não tenha sido suficientemente enfatizadas quão únicas são as oportunidades científicas para a área da Educação nos dias de hoje: temos os métodos disponíveis para estudar a função neural durante as mais variadas tarefas - como pensamos, aprendemos e ensinamos -  de forma quantitativa semelhante à forma como os cientistas estudam qualquer outro complexo processo neural.
Nós podemos hoje explicitamente estudar os processos cerebrais que são mais relevantes à educação em um nível nunca antes imaginado. Embora possa demorar cem anos para que possamos entender como o conhecimento neurocientífico pode nos ajudar a ensinar álgebra para alunos do 9 º ano, podemos, pelo menos, começar a nos dirigir por esse caminho. Tendo em vista às importantes descobertas das Neurociências na última década, seria insensato não fazê-lo. E quem poderá saber aonde chegarão nossos conhecimentos sobre o cérebro daqui a vinte, cinquenta ou cem anos?
De todos os atributos humanos, a capacidade de elaborar comportamentos não previamente programados está entre os mais fascinantes. A cada dia nós executamos uma série de novos comportamentos não planejados. Esses comportamentos podem ser bastante simples (como ter uma conversa improvisada sobre o clima), ou extremamente elaborados (encontrar uma solução para um problema de longo prazo).
Em muitos aspectos, a criatividade é a chave para a humanidade, é a forma como inovamos, avançamos e crescemos. Se não fosse o espírito criativo seria difícil acreditar que os seres humanos criariam a roda ou as várias formas de gerar e aproveitar a eletricidade. É a criatividade que nos permite resolver problemas e descobrir novas soluções para melhorar velhas soluções. É facilmente perceptível que existem múltiplas formas de criatividade e que cada uma precisa ser estudada de uma maneira diferente se quisermos entendê-las. No entanto, eu penso que os professores não ensinam seus alunos para que eles simplesmente regurgitem os conhecimentos de volta. Da mesma forma que não ensinam modos de pensar para que sejam memorizados pelos seus alunos. A esperança implícita e o objetivo de toda educação é permitir que os alunos sejam capazes de interiorizar e lidar com a informação, recombinando-a de diversas e inovadoras formas habilitando-os a resolver problemas de forma independente. É assim que inovamos e melhoramos a condição humana, é isso que implica ensinar uma criança.
Por várias razões eu passei a me interessar pelos processos neurais envolvidos em comportamentos criativos. Eu escolhi utilizar a improvisação musical como uma forma de estudar os processos neurais que envolvem a criatividade, mas espero estar estudando ao mesmo tempo algo maior do que a música, algo para entender como o cérebro capta o que precisa e faz algo diferente, inesperado e maravilhoso.
Através da Neuroeducação, espero que possamos aprender um dia como os cérebros são educados e a maneira mais eficaz para facilitar estes processos. Eu percebo, entretanto, que os cientistas vão continuar a descobrir mais e mais informações e os professores continuarão a fazer o melhor que podem para os seus alunos. No entanto, através destes tipos de esforços, eu aposto que estudantes no ano de 3010 receberão uma educação que, com a ajuda das Neurociências, sofreu uma evolução radical.
© May 2010 The Johns Hopkins University New Horizons for Learning.
Com a permissão do Dr. H. John Castellani do programa Novos Horizontes para o Aprendizado da Universidade Johns Hopkins.
Dr. Charles Limb - Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins ; Diretor de Pesquisa em Iniciativas em Neuroeducação da Escola de Educação da Universidade Johns Hopkins - Baltimore, EUA

203- Os desafios do professor na educação inclusiva


Comunidade Aprender Criança – Notícias do Cérebro
Os desafios do professor na educação inclusiva
Qui, 19 de Abril de 2012 01:34 Juliana Lautenschlaeger
Nos últimos tempos, o tema da inclusão tem estado presente nas pautas de governos, ONGs, grupos de educadores e da sociedade em geral. Inicialmente, ao recorrer à definição de inclusão contida no dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, encontra-se; “abranger, compreender, fazer parte”.
Deste modo, é preciso compreender a complexidade do processo de inclusão escolar, e entender que incluir na escola os excluídos, não é apenas cumprir a lei e oferecer vagas aos diferentes colocando-os no mesmo espaço com os chamados de iguais, é compreender que um projeto dessa natureza demanda muito investimento e envolvimento de todos, principalmente dos órgãos governamentais.
Mas, o que é a escola? Ainda segundo o mesmo dicionário, “escola é o estabelecimento público ou privado onde se ministra, sistematicamente, ensino coletivo”.
Será que coletivo significa igual para todos? Partindo desse pressuposto, e entendendo a escola como sendo uma sociedade menor incluída numa sociedade maior, e que, portanto, opera com uma diversidade humana, a escola deveria ser o espaço para construção e sistematização do conhecimento historicamente produzido pelo homem, próprio para os diferentes, para a diversidade.
Nesse contexto e diante dessas circunstancias ser educador é um desafio, mas, sobretudo, um privilégio. Educar em períodos de turbulência e revolução na sociedade exige muitas habilidades do educador como sensibilidade, flexibilidade, visão contemporânea, interação, além da capacidade e disponibilidade para o trabalho coletivo.
Ao longo da história, a profissão docente vem sendo pautada por um caminho que oscila entre modelos que levam em conta conhecimentos fundamentais e modelos práticos que são considerados relevantes como os métodos e as técnicas.
No contexto atual, ter o domínio e a compreensão ampla do processo de ensinar e aprender são aspectos fundamentais do conhecimento pedagógico que fazem parte da construção do conhecimento do professor. Mas ainda, é extremamente relevante considerar que a trajetória de vida tanto pessoal como profissional, as crenças e a concepção de educação, mundo e infância, são fatores decisivos e que influenciam o fazer pedagógico cotidianamente.

Isso leva, na verdade, o educador a preocupar-se não somente com o que ensinar, por que ensinar, a quem ensinar e como ensinar. Mas compreender que nesse processo aquele que ensina está também incluído no processo de construção do conhecimento numa dialética constante e ininterrupta. A construção do papel do professor é, portanto, algo que acontece coletivamente na prática em sala de aula e no exercício da atuação cotidiana da instituição escolar.
Sendo assim, como a sociedade e os alunos, também os professores são afetados por essa necessidade de constante atualização de conhecimentos e competências, fazendo-se necessário organizar-se de modo que isso seja possível, ou que tenham oportunidades para aperfeiçoarem sua arte de ensinar.
Partindo deste pressuposto, a formação do professor é elemento essencial para o desenvolvimento da cultura.
Seu campo de atuação profissional é, portanto, o conjunto de conhecimento de saberes adquiridos no exercício do magistério, onde foi construído em sua formação inicial, devendo ser ampliado nas ações de formação em serviço das quais participa, na busca individual de novas ações necessárias para sua formação tanto profissional como pessoal.
O professor é um profissional que trabalha com a diversidade, tendo a responsabilidade de desenvolver com êxito as aprendizagens nas múltiplas capacidades dos alunos, e não apenas à transmissão de conhecimento, implicando a atuação do profissional, não meramente técnico, mas também intelectual e político.
Diante do exposto, considerando a inclusão escolar de crianças com deficiência(s) e sabendo-se que essa inclusão visa reverter o percurso de exclusão de qualquer natureza, cabe mais uma vez ao professor procurar enriquecer seus conhecimentos a respeito deste assunto tornando-se capaz de beneficiá-los efetivamente na aprendizagem.
Assim sendo, é fundamental que o trabalho em sala de aula seja respaldado por uma enorme gama de informações e explicações acerca do comportamento, limitações e necessidades dessas crianças. Nesse sentido, a Neurociência traz importantes contribuições, esclarecendo como o cérebro se desenvolve e sua estreita relação com a aprendizagem, e como esta se comporta nos transtornos mentais, contribuindo para mudanças práticas e para melhoria do desempenho e evolução dos alunos.
Compreender o funcionamento cerebral é uma tarefa de extrema responsabilidade e importância, já que o professor, mais do que intervir quando este não funciona bem, contribui para a organização do sistema nervoso do aprendiz.
É necessário que o professor busque novas alternativas para se fortalecer dentro desse novo quadro, de forma que ele possa constituir e interpretar sua prática, não de maneira ingênua, mas “comprometida” com a direção do desenvolvimento do processo de inclusão. Entendendo a palavra comprometida como implicada, ou seja, que a atuação do professor influencia positivamente nas possibilidades de cada aluno se este respeita as singularidades existentes dentro de sua sala de aula.
Dentro deste contexto, ao tomar decisões e optar por determinados caminhos e procedimentos para resolver conflitos, o professor faz mais do que escolher uma forma de ação. Ele considera e avalia as diferentes hipóteses, estabelecendo critérios para a melhor opção pensando sempre de modo flexível a prática pedagógica.
Para tanto, e imprescindível que o professor esteja preparado para enfrentar as diversas situações que irão surgir durante o processo educacional, pensando e analisando suas crenças, valores e teorias a respeito do processo ensino-aprendizagem, principalmente junto às crianças com necessidades especiais, o que lhe possibilitará reestruturar seu pensamento alicerçado numa base sólida de conhecimentos.
Dessa forma é preciso que os professores reflitam sobre sua própria prática, e dentro dessa reflexão, possam discutir o motivo pelo qual as diferenças têm sido pouco valorizadas no espaço escolar.
É necessário acreditar na escola inclusiva, ter uma visão de que a inclusão não só aceita, mas valoriza a diferença, porque entende que é na diferença que as crianças crescem, se afirmam e se constituem.
Referências
CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Portugal: Porto Editora, 1999.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1997.
GOMEZ, A. P. O pensamento pratico do professor: a  formação do professor como profissional reflexivo. In: NOVOA, A. (Org.) Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

SADALLA, A. M. F. A. Com a palavra a professora: Suas crenças, suas ações. Campinas: Alínea, 1998.

VOIVODIC, M. A. Inclusão escolar de crianças com síndrome de Down. Rio de Janeiro: Vozes, 2004

sexta-feira, 27 de abril de 2012

202- TDAH - ADHD - "Já está na hora?"


A sensação de tempo defeituosa faz com que você fique atrasado, apressado e bagunçando a sua agenda? Tente estas dicas para vencer o relógio de uma vez para sempre. Por Ari Tuckman
Todos nós temos um relógio interno que nos diz quanto tempo já transcorreu.
Para alguns, o relógio soa alto e consistentemente,  de modo que eles são muito bons no julgamento da passagem do tempo. Eles usam este conhecimento para guiar seu comportamento e para fazer os ajustes necessários, tais como acelerar quando estiver com pouco tempo ou determinar nova prioridade nas suas atividades para completar as tarefas mais importantes quando as circunstâncias mudam. Eles têm uma agenda na mente, e sabem que estão dentro do prazo – o que eles deixaram de fazer e quanto tempo eles têm para fazê-lo.

Pessoas com TDAH geralmente sabem o que precisam fazer, mas têm dificuldade de fazer. Seu relógio interno bate de leve, muito fraco para guiar seu comportamento. Como resultado, eles ficam absorvidos em atividades divertidas quando deveriam fazer algo mais importante, coisas menos excitantes. Ou se eles estão fazendo algo importante, podem não notar a necessidade de mudar para alguma outra coisa, tal como ir a uma reunião, ir se deitar, ou ir buscar as crianças.

CEGO EM RELAÇÃO AO TEMPO
Os cenários a seguir descrevem você e sua vida?
O TEMPO É FLUIDO. Dez minutos fazendo uma coisa chata parecem uma hora para você. Uma hora fazendo algo agradável parece dez minutos.
VOCÊ SUBESTIMA O TEMPO NECESSÁRIO PARA UMA TAREFA. Para você é difícil prever de quanto tempo as coisas vão precisar. Quando planeja um trabalho, você subestima, não superestima, quanto tempo vai levar para completá-lo.
VOCÊ SE ATRASA. Você não percebe quando é tempo de sair para jantar ou para um encontro de negócios porque seu relógio despertador interno ainda não tocou.
VOCÊ VAI DEITAR-SE MUITO TARDE – TODAS AS NOITES. Você labuta o dia todo e isso atrasa a hora de ir dormir. Você não percebe a passagem do tempo durante suas horas noturnas sem estrutura em casa, então, você não percebe que já é hora de ir dormir.

VOCÊ ESTÁ SEMPRE ACELERADO E AGITADO. Por estar sempre na correria, você se sente estressado quando sai do trabalho e tenta ganhar tempo dirigindo mais rápido.

VOCÊ É VISTO COMO UM DESPERDIÇADOR DE TEMPO. Você é criticado por fazer primeiro as coisas menos importantes e não as mais importantes – embora isto não seja uma escolha consciente.
Apoie-se nisto
A meta é atravessar o processo de se dedicar às estratégias de controle do tempo baseadas nas suas potencialidades, fraquezas, e no que você precisa fazer. Eu garanto que as estratégias a seguir são boas e que permitirão ter o trabalho completado. Tudo se ajeita pelo seu uso. Então, aceite o desafio abaixo, mas não o faça de maneira leve. Pense nisto por um dia ou mesmo por uma semana. Se você for fazer isto, empregue os seus melhores esforços. Você merece.
Quero uma vida melhor, então me comprometo a:
fazer mudanças e tentar algo novo
fazer o melhor que posso para usar estas estratégias de maneira diligente, mesmo as que eu não gosto
estar aberto a aprender com essas experiências
ser flexível quando uma estratégia não estiver funcionando
abandonar uma estratégia somente quando puder trocá-la por outra que possa funcionar melhor
Faça o tempo ficar a seu favor
ACERTE O SEU RELÓGIO INTERNO
1. Ponha um relógio em cada cômodo. Quanto mais relógios você puder ver (sem ter de olhar para eles), mais provável que tenha noção do tempo.
2. Cheque o tempo regularmente. Marque uma hora para checar o tempo durante o dia. A checagem regular deixará mais difícil a perda de tempo sem perceber.
3. Use um relógio de pulso. Seu celular tem a hora na tela, mas você terá mais chance de olhar o tempo no seu pulso do que se tiver de pegar o seu celular.
4. Use as vibrações e os bips. Muitos relógios digitais podem ser ajustados para tocar ou vibrar em intervalos regulares. Estes avisos o notificam que outro bloco de tempo passou. Eles podem interromper seu hiperfoco se você estiver atolado em alguma coisa por muito tempo. Você pode fazer downloads de aplicativos para o seu smartfone para obter o mesmo resultado.
5. Faça uma pergunta a si mesmo.  Se você se descobrir pensando por que gasta tanto tempo fazendo alguma coisa muito frequentemente, torne um hábito perguntar a si mesmo, “O que eu deveria estar fazendo agora? Este é o melhor jeito de gastar meu tempo?” Se não for, mude sua atenção para algo que seja mais produtivo.
6. Pendure cartazes pela casa. Pense quanto tempo é gasto em sua rotina matinal, então conte para trás a partir da hora que você tem de sair de casa e quando você tem de terminar cada atividade (terminar o desjejum às 8:30, terminar de se vestir às 8:10, e assim por diante). Então, cole notas ou avisos em cada cômodo para que saiba quando deve começar uma nova atividade.
NOTIFIQUE-SE DE QUE ESTÁ NA HORA
7. Ajuste um alarme. Em vez de confiar no seu relógio interno, deixe a tecnologia mantê-lo ciente de que é hora de começar ou de parar de fazer algo.
8. Use timers. Você pode usar seu relógio digital ou um desses timers baratos de cozinha para alertá-lo que já se passou uma quantidade de tempo e que é hora de fazer alguma outra coisa. Timers livram você da obrigação de verificar quanto tempo já passou. Se estiver trabalhando no computador, use o Outlook ou outro programa para lhe avisar.
9. Ajuste um aviso para a hora de ir dormir. Acordar tarde pela manhã geralmente é provocado por ter ido deitar-se tarde na noite anterior. Se você fica entretido em alguma atividade e perde a hora de ir dormir, ajuste um alarme para tocar quando for hora de ir para a cama. Obedeça ao alarme – a não ser que sua casa esteja pegando fogo.
10. Use recursos do browser para limitar seu tempo online. É fácil perder a noção de tempo quando se está na internet. Um site leva a outro... e outro... Faça download de add-ons, tais como Leechblok para o Firefox e Stayfocsed para o Google Chrome, para limitar seu tempo em sites específicos, assim como o seu tempo online.
11. Ajuste sua TV para desligar sozinha
Ajuste sua TV para desligar automaticamente. Muitos aparelhos de TV desligam após um certo tempo ou numa hora especificada.
12. Adapte um timer para a iluminação da sua casa. Para evitar que você fique hiperfocalizado  até tarde, coloque um interruptor programável para a ikuminação de sua casa. E escuridão vai fazer você lembrar que é hora de mudar de tarefa ou de ir dormir.
13. Associe alguém à sua rotina. Ir para a cama, acordar ou sair para o trabalho no mesmo horário que outra pessoa da família faz com que você siga a liderança dessa pessoa e saber que horas são e o que você deveria estar fazendo. No trabalho, você pode combinar sua agenda com a de alguém para sair para uma reunião ao mesmo tempo.
PROGRAME SEU TEMPO
14. Anote a sua agenda para o dia – e confira. É difícil saber se você está adiantado ou atrasado se você não souber a sua agenda. Não marque cada momento, somente eventos ou tarefas específicas (sair para ir ao banco às 3:30, lavar a roupa antes do almoço). Confira a agenda para guiar suas ações.
15. Ajuste sua agenda conforme as mudanças de circunstâncias. Raramente o dia segue perfeitamente a agenda programada. Mantenha sua agenda por perto, de modo a poder contar com ela quando algo novo surgir. Não se comprometa com nada até que tenha checado para ver se cabe no seu planejamento global.
16. Acrescente um tempo para se aprontar. Os portadores de TDAH se atrasam quando não levam em conta o tempo que gastam de uma atividade a outra ou para sair de casa ou do trabalho. Para sair para um encontro de negócios às 2 da tarde, comece a reunir o material e a ir pegar o carro pelas 13:40.
17. Acrescente 50 por cento ou mais em todas as suas estimativas. Se você tem uma atividade que não foi cronometrada, então você vai precisar adivinhar quanto tempo vai demorar para completa-la. Tudo demora mais do que calculamos, então cuide de suas estimativas. Se você terminar antes, considere isto uma dádiva. E, como com qualquer dádiva, não conte com elas todos os dias.
Extraído de Understand Your Brain; Get More Done: The ADHD Executive Functions Workbook , por Ari Tuckman, Psy.D., MBA. Specialty Press, Inc. Copyright 2012.

terça-feira, 24 de abril de 2012

201- Fique alerta: seu namorado é um psicopata?


Escritora conta como identificar o problema
Ele faz qualquer uma suspirar com seu charme e seu jeito cavalheiro, mas escolhe ficar com você. Depois de algum tempo de conto de fadas, o cara simplesmente some e volta com uma atitude bastante diferente da anterior. Já foi vítima desse comportamento instável? Para Jessica Fellowes, autora do livro “Is there a Psicho in Your Life?” (“Há um psicopata em sua vida?”, em tradução livre), sucesso no Reino Unido, esses podem ser indícios preocupantes
“Um psicopata tem uma grande habilidade de fingir amor, mas isso não significa nada. Ele usa essa arma apenas para conseguir o que quer”, disse a escritora ao jornal “Daily Mail”. Jessica ressalta que alguém assim “pode declarar seu amor em um minuto e ameaçar te deixar no seguinte”.
Para ela, o mais perigoso é embarcar nesse jogo de força e perder.  “Isso vai continuar até que a sua autoestima esteja tão baixa que não consiga mais escapar. Ele vai sumir, te roubar e te trair, mas conseguirá fazer você sentir que está exagerando quando o confrontar sobre isso. É possível que você se desculpe ao fim da discussão”, contou para a publicação.
Livre-se da infelicidade
 Se reconheceu nos casos acima? Talvez seja hora de pensar em deixar o relacionamento para trás, ao menos é o que prega Jessica Fellowes. “Aceite que jamais conseguirá mudá-lo”, aconselha a escritora. E se a dúvida bater, “seja assertiva. Fale calmamente e em um tom baixo. Tenha certeza de seus próprios pensamentos”, afirmou ao jornal britânico.
http://daquidali.com.br/comportamento/fique-alerta-seu-namorado-e-um-psicopata/

NOTA: Acho que no Brasil esta atitude será muito perigosa. O machismo aqui ainda é muito intenso e a mulher deve tomar todas as precauções antes de encerrar um relacionamento. Muitas já foram assassinadas por isto. Dr. Menegucci

domingo, 22 de abril de 2012

200- TDAH - Quebrando o código das provas


Testes padronizados podem intimidar e perturbar qualquer estudante. Quatro dicas para ajudar estudantes do colegial com TDAH e dificuldades de aprendizagem a se saírem melhor. Por Eric Bjerstedt
Qualquer que seja o teste, SAT, PSAT, ou ACT (testes do ensino americano), realiza-lo é uma situação de grande pressão para qualquer aluno. Mas, para quem tem TDAH ou uma dificuldade de aprendizagem, esses testes são especialmente desafiadores.
Os testes padronizados são realizados por longo período de tempo (quatro horas e meia), com poucos e curtos intervalos – não exatamente a receita de sucesso para o estudante que tem TDAH. Mesmo assim, ainda há meios de se preparar.
Treine em situação semelhante
O lugar em que o teste é feito provavelmente será cheio de distrações: tosse e espirros dos outros alunos, barulho de papéis, os passos intermináveis do fiscal – sem mencionar a vista da janela.
Tampões de ouvido podem ajudar (mas somente os coloque após o fiscal ter falado as instruções para preencher os testes). Entretanto, a melhor maneira é se preparar para fazer o teste em um ambiente semelhante, tal como um café cheio de gente, ou a sala principal da sua biblioteca. Isto lhe permitirá se acostumar a trabalhar em ambiente cheio de distrações antes da data da prova verdadeira.
Leia somente o que precisa ler
A leitura das passagens de compreensão tende a ser longa e cheia de informação desnecessária. Evite perder o foco lendo somente a primeira e a ultima sentença de cada parágrafo. Isto lhe dará a ideia geral e o preparará para responder questões sobre os temas principais.
Para questões sobre palavras ou linhas específicas, encontre-as na passagem e leia o texto ao redor delas. Raramente haverá uma questão que requeira conhecimento de mais do que poucas linhas de texto em cada vez, e esta abordagem lhe permitirá focalizar somente a informação relevante.
Planeje seu trabalho escrito antes de escrever

As pessoas que darão notas ao seu teste levarão apenas alguns minutos para avaliar a sua tese, os argumentos que dão suporte e a conclusão, então, é crucial que seu trabalho siga uma estrutura tradicional. Estudantes com TDAH podem achar difícil organizar seu pensamento, mas se você tiver sua tese e ao menos dois pontos de apoio antes de começar a escrever, você mais dificilmente será desviado da argumentação que está tentando fazer.
Além de ser formatado convenientemente, certifique-se de que seu trabalho utilize a gramática e o vocabulário corretos. Não perca tempo querendo impressionar com palavras que você não tem certeza de como se escrevem. Permanecendo com a linguagem familiar, você eliminará outra distração e obterá mais tempo para cuidar da estrutura do trabalho.
Reserve tempo para checar duas vezes
Cada sessão do teste precisa ser completada em determinado tempo, então, use um relógio em sua mesa para ajudar a ficar atento. Muitos estudantes – especialmente os que têm problemas de impulsividade – não têm o hábito de revisar e corrigir seu trabalho escrito. Porém, somente uma revisão do seu trabalho poderia detectar erros de ortografia e de gramática, os quais poderiam diminuir sua nota.
Para as outras sessões, divida o número de minutos que você tem pelo número de questões; se estiver gastando mais do que o tempo designado, você estará ou pensando muito ou não sabendo a resposta. Se puder eliminar uma ou mais respostas, faça uma escolha e passe para a questão seguinte.

199- Cansado de escutar “Você só tem de tentar com mais afinco”? Respostas de adultos com TDAH- ADHD


Adultos com TDAH (ADHD) relatam o que dizem aos que lhes dizem para “só tentar com mais afinco” – Dos editores de ADDItude
Quantas vezes um amigo, a pessoa amada ou um colega de trabalho o viram se esforçando como pai, com suas amizades, ou no trabalho, e lhe disseram que seria mais fácil se você “se esforçasse mais”? Aqui, adultos com TDAH (ADHD), que já passaram por isso, compartilham suas respostas a essas quatro palavras dolorosas (tentar com mais afinco).
A resposta sarcástica
“Você está certo. Tenho sido sempre um relaxado e masoquista. Assim, sempre que você me vir à toa, você deve limpar minha mesa do jeito que lhe agradar. E quando eu me descobrir atrasado e entrar em pânico, você devem assumir. Você é tão bom para ajeitar as coisas, e eu sei que posso contar consigo para um trabalho fantástico!” – Lemelia, North Carolina
Deixe-os usar suas sandálias
A verdade honesta
“Como você consegue se ligar no seu trabalho com uma mosca zumbindo na sua orelha? O meu mundo é desse jeito. Não é questão de tentar com mais afinco, é sobre tentar manter as coisas mais importantes na parte da frente do meu cérebro enquanto espanto as moscas”, - Kaeli, Kansas
“Queria que você pudesse viver a minha vida só por um dia”. – Um leitor de ADDitude
“Você pode ser bom em A, B e C, mas eu sou bom em D, E e F”. – Joanne, New Jersey
“Você não tem ideia de como eu tento!” – Nancy, Kansas
A abordagem corajosa
“Pare de me insultar. Pedir que eu me esforce mais é como eu pedir para que você fique mais alto”. – Anne, Ontario
“Você é um ignorante sobre TDAH ou é um molestador. Se você for o primeiro, eu posso lhe ensinar; se você for o segundo, eu vou ignorá-lo”. – Um leitor de ADDitude
“Com todo o respeito, cale a boca. Preciso de estratégias, não de palpites, para ajudar a me sair bem”. – Ann, California

198- TDAH – ADHD - Respostas mal-humoradas a comentários maldosos


Às vezes irritados, outras vezes sinceros, os leitores relatam suas respostas inteligentes aos comentários indelicados sobre o TDAH. Dos editores de ADDitude.
ADDitude perguntou: Quais são suas melhores respostas a alguém que fala mal do TDAH?
É uma perspectiva interessante. Você está falando de sua própria experiência ou está citando um especialista no campo das neurociências? – Taylor, Connecticut
Você pediria a alguém com muletas para correr? – Erin, Virgínia
Eu cito Dr. Seuss: “Se você julga um peixe pelo modo como ele sobe numa árvore, ele viverá pensando que é um burro”. Todos nós temos de encontrar um lugar na vida. – Becky, Louisiana
Que bom que você pensa assim, mas até que você tenha TDAH, ou ame alguém com ele, trate de obter os fatos corretamente. – Kate, New York
Bem, eu não sou normal. Isso realmente é muito chato, não é? – April, Michigan
Por favor, não julgue o que você não entende. – Gretchen, California
TDAH é uma desculpa? A única desculpa é a sua ignorância, e você não se informar sobre o transtorno. Dyamond, Texas
Que pena que você não tem um filho com TDAH! O meu torna todo o dia muito divertido. Queria que você pudesse experimentar isso! – Um leitor de ADDitude
Eu sempre escuto esses comentários porque tenho marido e filho usando medicação, e minha resposta é: “Eles são mais felizes com os remédios porque podem prestar atenção, e tudo parece mais fácil”. Isso cala a boca dos outros. C.D. – Colorado
Ainda não tenho uma boa resposta, mas preciso de uma! Minha irmã disse algo maldoso recentemente, e me magoou. Queria ter uma boa resposta para gente como ela. – Um leitor de  ADDitude
Quando uma professora disse, “Não seria justo com as outras crianças dar ao seu filho um cartão de mesa com um modelo do problema de matemática, durante uma prova”. Eu disse, ”Também seria injusto pedir a uma criança cega que lesse o quadro negro”. – Jeanne, Pennsylvania
Eu pego emprestado o comentário de Ned Hallowell: “Tenho TDAH, dois dos meus três filhos têm TDAH, e queria que o terceiro tivesse!” – Bill, South Carolina
Lidar com o TDAH de minha filha é tão exaustivo que eu não tenho nenhuma vontade de educar idiotas. – Elena, Arizona
Oh, me esqueci disso. Tenho de escrever e mandar para você. – Um leitor de ADDitude
Minha resposta não pode ser publicada na sua revista para menores. – Tammy, Texas

quarta-feira, 18 de abril de 2012

197- TDAH - ADHD - Perdida e confusa em meu casamento


Postado por gardeningmama em “ADD in Women”, em 11 de abril de 2010

Sou uma mulher de 43 anos, casada há 14 anos, com dois filhos, de 13 e 11 anos. Fui diagnosticada há cerca de um ano, estou tomando Adderal e faço terapia com um especialista a cada 15 dias.

Desde que fui diagnosticada, meu marido age como se tudo fosse minha culpa e que ele está isento de qualquer culpa em todas as discussões que temos. Geralmente as brigas são porque ele fica bravo comigo porque eu faço ou digo alguma coisa que ele não gosta, quando estamos junto de amigos ou de qualquer um, ou de nossos filhos. Depois eu vou até nossos amigos e peço desculpas por tudo o que disse ou fiz que fosse inconveniente. Todas as vezes, eles parecem confusos e me perguntam do que eu estou falando, e que está tudo certo.

Mantenho a casa limpa, cuido de lavar as roupas (embora às vezes elas fiquem no cesto por mais tempo do que deviam, porque odeio lavar roupas. Parece que elas se multiplicam sozinhas). Mantenho um calendário de tudo que está acontecendo em nossa vida e tenho 4 timers ajustados para que nunca me esqueça de algo. Faço o jantar, entretanto nossos filhos são tão envolvidos com esportes que eu faço o jantar para cada um deles, conforme eles vão e vêm.

Gosto de jardinagem. Faço álbuns da vida dos nossos filhos (desde o nascimento até os fatos recentes, fotos de escola, dos esportes e de tudo que for importante para eles, assim como o álbum de nossa família). Quando mostro isso para meu marido, ele não se interessa. Adoro andar de bicicleta e participo do Pan Mass Challenge todos os anos (196 milhas em dois dias) e consigo 3.000 dólares para combate ao câncer. Estou em forma, cuido de mim mesma. Faço todas as compras de mercado e ajudo os meninos em seu trabalho escolar diariamente. Amo a leitura e leio o tempo todo.

Me sinto como se fosse invisível. Meu marido nunca nota nada que eu faça, embora eu nunca diga nada. Parece que ele só nota as coisas que eu esqueço ou quando perco as chaves ou o celular, ou quando compro macarrão japonês em vez do Barilla.

Ele diz que sou muito condescendente com os meninos em relação ao seu trabalho escolar (mas ele raramente os ajuda). Então, na outra semana, ele diz que eu sou muito dura com eles.

Na semana passada meu filho pediu a ele que estudassem junto e, quando eu dei um palpite, meu marido virou-se para mim e disse que “ele” estava estudando com nosso filho. Enquanto eles estavam estudando na sala de estar eu estava pintando a guarnição da porta da sala e novamente dei outro palpite para ajudar nosso filho a se lembrar de algo e ele ficou doido, virou os olhos para cima e para mim e rosnou, e assim também fez o meu filho.

Mais tarde, quando ele percebeu que eu fiquei chateada com ele e tentei explicar o porquê, ele disse que eu sou muito sensível e que me enganei, e que não entendi. Ele disse que eu estava interrompendo, dizendo coisas, e que até nosso filho estava incomodado comigo. Este é um exemplo do que vive acontecendo. Começo a me sentir como doida e a pensar que se ficasse quieta seria melhor para todos. Ele insinua que é o TDA novamente causando problemas.

Desde que fui diagnosticada ele não discute como eu me sinto, ele age como se eu não tivesse razão para ficar incomodada com tudo. Quando peço a ele que, por favor, me escute, ele diz que tudo o que acontece é minha culpa e diz que o que eu digo é o que ele sente e que eu estou errada. Sinto que não posso fazer ou dizer algo correto e que estou pisando em ovos constantemente. A única hora em que ele é gentil comigo e que escuta o que eu digo é quando quer sexo. Ele espera que eu esqueça tudo (porque as pessoas com TDAH perdoam e esquecem facilmente) e que siga em frente. Eu adoro como ele é e quando ele é gentil e escuta o que tenho a dizer. Então, eu sempre cedo em benefício de nossa família e para manter a paz. Em seguida, tudo volta imediatamente a ser como era antes. Ele é uma pessoa com personalidade muito forte, bem sucedido, de boa aparência, ativo e disposto, que joga hockey duas vezes por semana e é muito carismático e divertido. Ele treina nossos dois filhos no time de hockey e todos o amam. Eu sou o problema dele.

É claro que ele não me respeita e eu o vejo olhar para mim como o lixo de ontem. Como me sinto não amada, desrespeitada, ansiosa e nervosa ao lado dele porque nunca sei o que vou fazer que vá deixa-lo bravo, me contenho e fico na minha e isso o deixa mais bravo ainda. Ele diz que eu o negligencio e que se sente muito solitário. Quando tento explicar por que fico tão isolada, ele usa tudo o que digo para me atribuir a culpa. Então ele liga o botão do charme para obter sexo e eu faço de conta que está tudo legal e faço sexo com ele. Vejo que ele está sempre pesquisando sobre mulheres com TDAH na internet. Sei que ele sente que meu retraimento é porque sou desligada devido ao meu TDAH, quando na verdade eu não quero ficar perto dele porque ele me deixa nervosa e me sentindo culpada.

Se eu tenho de sair de casa para dar uma volta ele dirá “Por que você sempre tem de ir a algum lugar?”. Então, ele insinua que porque eu tenho TDAH eu sempre estou ativa. Gosto de sair e não sou pior do que qualquer um. Tenho muita certeza do que estou fazendo todo o tempo, então, tenho confiança que estou fazendo o que necessito para tornar todos felizes e não causar atrito ou problemas.

Eu tinha um emprego que adorava e depois do ano novo ele me pediu que desse meu aviso prévio porque ficava no caminho do emprego dele. Ele precisava que sua agenda fosse fluida porque trabalha na área de vendas de software e sua agenda muda constantemente. Ele disse que seria melhor que eu ficasse disponível para as crianças o tempo todo. Então, dei meu aviso prévio. Agora, ele faz comentários como “seus medicamentos do TDAH ainda custam 50 dólares?” (falando TDAH muito mais alto do que o resto da frase). Ele paga todas as contas.

Sei que ele acha que tudo o que dá errado em nosso casamento é por minha causa e que eu sou descuidada (obviamente que não sou). De fato, não conseguimos nos comunicar (ele acha que é culpa do meu TDAH). Não tenho nenhum problema com ninguém em minha vida. Sou capaz de me comunicar bem com minha família, amigos e crianças. Tenho muitos amigos, alguns dos quais não vejo mais porque meu marido não gosta deles e é muito desagradável lidar com ele e com seu desprazer, tanto que não compensa vê-los.

Pedi que ele fosse comigo à terapia, mas ele não quis. Pedi que ele procurasse outro terapeuta para si e ele diz que nunca vai porque eu sei que ele pensa que todo o problema sou eu!!!

Por que a pessoa com TDAH sempre é culpada por todos os problemas do casamento? Não ajuda nada ele fazer pesquisa sobre mulheres com TDAH e a pesquisa dizer que a pessoa com TDAH será muito estressada, solitária, frustrada etc.!! Eu preciso de algum conselho de alguém além do meu terapeuta e dos meus pais.

Minhas desculpas. Obrigado por sua atenção.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

196- TDAH. Impulsividade: Quem fala demais morde a língua


TDAH. Impulsividade: Quem fala demais morde a língua

Sandy Maynard

Se você tem o TDAH do Adulto, ou se vive com alguém que tem, você sabe que ser espontâneo é parte do pacote. Na maior parte do tempo, isso é uma coisa boa. É o que nos ajuda a pensar por nós mesmos e a inventar soluções originais para os problemas difíceis.

Entretanto, em relação ao que falamos, a espontaneidade é um precipício. Lembro-me de uma recente sessão de treinamento (coaching). Ao entrar na minha sala, uma cliente viu meu novo corte  e tonalidade de cabelo. “Que legal o seu cabelo”, ela disse. “esconde bem os fios brancos”. Depois de um silêncio constrangido, nós duas explodimos em gargalhadas. Eu disse a ela: “Você deveria dizer: `Que cabelo legal. Você está linda´”.

Nem todo caso de fala impulsiva é engraçado. Você já perguntou a alguma mulher para quando é o parto – para, em seguida, descobrir que ela não está grávida? Nunca criticou um prato, em uma festa de amigo secreto, para, em seguida, descobrir que foi a pessoa com quem você está falando que fez aquele prato? Uma vez eu estraguei uma festa surpresa (nem pergunte) ao mencioná-la, por acidente, ao convidado de honra! Você já sabe que não se deve falar de política e de religião em encontros sociais. Aqui estão outras maneiras de cuidar do que você fala:

Tenha certeza de que sabe do assunto antes de entrar numa conversa. Quando você começa com “Sei o que você quer dizer” e, então, vai dizendo o oposto do que acabou de ser dito, cria-se um momento de constrangimento. Não fale, ou fale lentamente, até que saiba exatamente o que você quer dizer.

Não tenha pressa de compartilhar informações íntimas. Como dizia a minha avó, “Se você não quer ver o que vai dizer estampado na primeira página do jornal, não diga nada”.

Se você estiver com raiva, espere até ter se acalmado, antes de iniciar uma discussão. Para evitar gritos quando estiver nervoso, respire fundo e tente falar bem baixinho, em vez de gritar.

Se você ofendeu alguém, peça logo desculpas. Lembre-se, um bom pedido de desculpas não vem com uma explicação. Diga simplesmente: “Isto foi mal. Por favor, me desculpe”. O modo errado seria: “Me desculpe ter falado isso. É que estou sem dormir direito. Nem sei como ainda consigo pensar direito”.

Leve papel e lápis para reuniões importantes. Escreva seus comentários e compartilhe com seus colaboradores depois. Se os seus e-mails o estão metendo em apuros, guarde-os na pasta de arquivos por 24 horas, antes de manda-los.

Quando pedirem sua opinião, diga, “Me dê um instante para pensar a respeito disso”. O tempo extra de um ou dois segundos lhe dará chance de dizer a resposta correta.

Evite a fofoca. Uma amiga pregou na porta da sua sala um cartaz que dizia “Novidades sobre netos, boas notícias e piadas engraçadas são bem benvindas! Fofocas, queixas e piadas de mau gosto não!”

Finalmente, se você for a uma festa surpresa... boa sorte!
ADDitude.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

195- TDAH – ADULTO - ALGUÉM PERGUNTA: ISSO PODE MELHORAR?


Pois é... Meu marido foi despedido de mais um emprego. Acho que já são 5 vezes em 4 anos...

Eu notei que havia esse ciclo em sua vida antes de nos casarmos. Na época, trabalhávamos em algumas estações do ano. Assim, só trabalhávamos em algum lugar específico por alguns meses. Já nesse período isso estava acontecendo, mas não era notado. Sempre começa como a mais excitante oportunidade de trabalho do mundo. Ama o trabalho. Ama as pessoas. Isso dura algum tempo, mas, então, ele começa a implicar com alguma pessoa em particular que o interpela do jeito errado. É só nisso que ele fala. Todo o seu dia pode ser arruinado por essa pessoa e pelo que eles estão fazendo. Na maioria das vezes, as coisas que o estão perturbando não são assim tão graves. Mas, para ele, são. Parece que ele não consegue deixar pra lá. Então as coisas pioram. Logo fico sabendo como ele grita com as pessoas, e de algumas coisas maldosas que ele fala delas... Isso é muito não profissional e as pessoas notam. Ele fala, mas não pensa sobre o que essas palavras podem provocar. Uma vez ele me disse que, quando está bravo, nem se lembra do que disse ou do que a outra pessoa disse. Ele precisa ser repreendido por essa atitude. Insisto com ele para que fique atento, falo que esse emprego significa muito para mim e para nossa família, que ele precisa pensar em nós antes de falar algo que ponha seu emprego em risco. Digo que ele morda a língua, que venha para casa e que fale tudo para mim – eu o entendo. Aí, ele faz isso por um tempo. Mas, então, inevitavelmente, algo acontece, alguém diz alguma coisa que o incomoda, e lá vem ele de novo. Ele é mandado para casa. Eles lhe dizem para voltar depois de uns dias, para uma reunião. Então ele é despedido.
Esse período é muito difícil. Este era o melhor emprego que ele jamais teve. Havia uma possibilidade tão maravilhosa. Era o trabalho dos seus sonhos. Conversamos sobre eu voltar para a escola, e que teria de sair do meu emprego para isso. Eu disse que a única maneira de podermos fazer isso seria ele prometer dois anos. Dois anos em um emprego apenas para que eu terminasse a escola.
Estou na escola há três meses. Não trabalho, nem ele, também.
Não tenho ninguém para desabafar. Queria ser a esposa amorosa e apoiadora do meu marido, a quem amo de todo coração. Ele está envergonhado. Eu estou preocupada por ele ter perdido outro emprego. Ele não quer que os outros saibam, e diz que quando me vê preocupada fica preocupado. Não suporto vê-lo sofrendo, então me reprimo sempre. Tenho uma bola apertada no peito querendo sair para fora. É como me sinto aqui, ao meio-dia.
Percebi que este ciclo estava chegando ao final há um mês, quando ele estava escrevendo sobre suas crises. Pedi para que ele procurasse alguém para resolver esse problema – seria raiva? Dificuldade de controle do impulso? O quê?
Ele foi uma vez, e o psiquiatra disse que parecia ser TDAH, e como ele foi diagnosticado assim desde a infância, faz sentido. Ele mostra várias características sobre as quais tenho lido.
Ele recebeu uma receita de ADDERAL, acho que para começar na segunda-feira. Muito pouco e muito tarde para o seu emprego, mas espero com todo meu ser que isso ajudará a interromper este ciclo. Para mim e para ele.
Assim, a minha pergunta é esta... quanto tempo geralmente demora para que a medicação demonstre estar fazendo efeito?
Também, você acha que esta medicação o ajudará nesses problemas?
O que posso fazer para ajudá-lo... É correto apoiá-lo sem crítica, ou devo começar a dizer a ele o que é o real?
RESPOSTAS
Só queria mencionar que tenho conhecido algumas pessoas que foram despedidas do emprego por problemas de comportamento. Então forma medicadas, aconselhadas etc. e se candidataram a um emprego.
Então, elas voltaram ao seu último emprego e fizeram uma confissão:
- Eu não sabia das minhas ações devido a este problema
- Eu procurei ajuda, e agora estou fazendo isso e tomando aquilo
-Estou humildemente pedindo outra oportunidade
Dois dos meus amigos conseguiram juntar todas as peças de volta. Valeu a pena.Postado por LimbicLilly em Apr 01,2012 às 7:57 am
Sua identificação parece verdadeira – hislovingwife (suaesposaamorosa). Feliz dele por ter você. A medicação deve ajudá-lo (opinião de alguém que teve problemas de raiva sempre). Pode demorar um pouco para atingir a dose certa, mas deve ajudar – ao menos para mim ajudou. Ele também precisa APRENDER sobre o TDAH – este sítio ADDitude é um bom lugar para começar. Ele precisa EXERCITAR-SE e COMER corretamente. Mas há uma esperança verdadeira se ele fizer essas coisas. Desejo-lhe sorte. Coche Pete Resch. Postado por Pete47 em Apr 01, 2012 às 11:15 am
Olá. Ele fez algo 100% certo se casando com você. Eu também fui abençoada na escolha do meu parceiro, meu marido é tão paciente  e amoroso como parece ser você. Menos estresse talvez  porque o homem seja o principal provedor aqui. Sugiro que seu marido vá a um especialista em TDAH logo – um profissional com boa experiência e conhecimento em TDAH é a única maneira de obter os medicamentos controlados e de saber como manejá-los quando necessário. Seria ideal se ele pudesse ter aconselhamento semanal ou terapia com uma pessoa com especialização em TDAH, que poderia também assistir com o gerenciamento dos problemas atuais assim como trabalhar com as coisas passadas. Seu marido é destinado a ter muitos conflitos internos e problemas de autoestima por causa dos fracassos do passado, mesmo na época da infância, não sabendo por que as coisas sempre parece darem erradas. Culpar os outros e o ambiente é um mecanismo de defesa inconsciente porque pensar que seja sua culpa leva a uma sensação de desespero. Esta é em resumo a minha teoria. Os medicamentos corretos devem movê-lo na direção certa, o aconselhamento curará os problemas do passado, o treinamento ou aconselhamento para os problemas do dia-a-dia seriam excelentes por alguns meses. A terapia de casal geralmente é indicada para casais com um parceiro TDAH. Finalmente,  diria que uma vez todos esses tratamentos e apoios em curso, seria bom a abordagem de pessoas com o emprego dos sonhos, com esse novo diagnóstico etc., como a primeira resposta sugeriu. Toda ajuda custa dinheiro, muito dinheiro, a não ser que haja cobertura  do seguro. Mas cheque também os programas de ajuda para o TDAH de sua comunidade. Espero que você continue na escola. Deixe que eles saibam. Descubra bolsas para pessoas com algum problema porque seu marido tecnicamente se qualifica para tal etc., etc. Leia, leia, leia tudo que puder sobre TDAH. Não cura 100%. Seu marido tem de trabalhar o aconselhamento e o treinamento para atingir os efeitos positivos dos remédios. Os remédios podem ser na base da tentativa e erro no início – tipos diferentes para pessoas diferentes. Um medicamento para a ansiedade também pode ser necessário. Então, a primeira providência é ir a um médico de TDAH que realmente conheça o assunto. Postado por UnaDublin em Apr 01, 2012 às 12:42 pm
Tendo 15 empregos nos últimos 15 anos, posso entender como está o seu marido. No estado em que moro há uma agência que lida com casos de indivíduos com dificuldades. Não se cobra pelos serviços tais como avaliação psicológica, treinamento de trabalho etc. Não tenho um emprego de tempo integral desde 10/03. Estou procurando um terapeuta que eles pagam. Também ganho remédios sem custo. Algumas pessoas podem dizer que estou tirando vantagem do “sistema”; entretanto, tenho trabalhado desde os 15 anos e agora já tenho 51. Muitas colocações que eu tive não eram o trabalho dos meus sonhos. Mas, como seu marido, eu também tive a posição perfeita e minha boca era destravada e por muito tempo sobre coisas que não tinham importância. Ainda procuro outro emprego dos sonhos, onde eu possa me sair bem e resolver meu TDAH com os remédios e a terapia. Tenho um transtorno de personalidade Borderline, sou bipolar, tenho ansiedade e depressão. Agradeço a Deus todos os dias por me mostrar como obter a ajuda de que necessito e por Ele sempre realizar os desejos do meu coração. Postado por luckynativetexan1961, em Apr 01, 2012, às 2:46 pm

sexta-feira, 30 de março de 2012

194- Dosando os medicamentos do TDAH: a quantidade é importante


Um novo estudo sugere que doses mais altas das medicações estimulantes para o TDAH podem de fato prejudicar a memória de trabalho. O que todos os pais precisam saber sobre o equilíbrio entre a hiperatividade e a função executiva.

Se você é pai de uma criança com TDAH e não perde o sono ou retorce as mãos por causa do fato de que ela está usando medicação para o TDAH, um novo estudo sobre os remédios para o déficit de atenção não necessariamente vai fazer com que você fique muito preocupado, mas vai fazê-lo pensar um pouco.

Pesquisadores na Universidade de Wisconsin-Madison fizeram experiências com três macacos, os quais receberam doses diferentes de metilfenidato. Os macacos foram ensinados a olhar para um alvo em forma de ponto na tela de um computador, enquanto outro ponto piscava em volta.

Doses menores da medicação pareciam aumentar a capacidade de aprender dos macacos, de acordo com o estudo, publicado no Journal of Cognitive Neuroscience há duas semanas. Doses maiores afetaram negativamente o cociente de aprendizagem e a memória dos macacos, mas reduziam sua hiperatividade. “Os macacos com doses mais altas ficavam ligados à tarefa, mas continuavam a cometer os mesmos erros”.

Quando os pesquisadores verificaram se a medicação melhorava a memória de trabalho mesmo em doses mais baixas, eles descobriram, de modo surpreendente, que não. “A memória não melhorava com doses mais baixas e era um pouco pior com doses mais altas”, diz Luis Populin, Ph.D., que chefiou o estudo.

“O metilfenidato afeta a função executiva do cérebro”, diz Bradley Postle, Ph.D., um professor de psicologia e especialista em memória de trabalho na Universidade de Wisconsin. “Ele pode criar um meio interno que, dependendo da dose, é mais ou menos favorável à formação e retenção da memória. Aparentemente, a dose mais baixa do metilfenidato ajuda a criar as condições de sucesso sem de fato melhorar a memória em si mesma”.

Populin diz que o estudo mostra que encontrar a dose certa da medicação para o TDAH é importante para as crianças e adultos. Os médicos que estão tentando reduzir a hiperatividade de seus pacientes com altas doses de metilfenidato podem estar comprometendo a habilidade cognitiva deles.

Embora o trabalho dos pais nunca termine, discutir a dose de remédio do seu filho deve ser adicionada à sua lista do que fazer. Pode fazer uma grande diferença na vida escolar do seu filho.

ADDitude. Março/2012

sábado, 24 de março de 2012

193- Sete maneiras de reduzir o estresse: Técnicas calmantes para adultos com TDAH

Sete estratégias para se acalmar quando o TDAH adulto provoca estresse no trabalho ou em casa.

Por Nancy Ratey
“Finalmente eu consegui!” Bob, um adulto com TDAH, falou consigo mesmo, ao sair do trabalho às 5 horas em ponto, para encontrar-se com sua esposa para jantar. Pela primeira vez em anos, ele não estava atrasado.
E o mais importante, ele estava a fim de aproveitar a noite fora porque se sentia relaxado e sob controle. Ele não mais esperava até o último instante para terminar os relatórios sobre seus clientes – um padrão estressante que tinha provocado um problema em sua saúde e em seu casamento.
Como foi que Bob eliminou o estresse em seu trabalho? Por meio do uso de um relógio que emitia um bip a cada hora, de modo que ele tivesse noção de que estava seguindo sua lista do que fazer, de um calendário de 12 meses com as datas-limite marcadas com uma cor para cada cliente, e de um notebook no qual ele anotava pensamentos ao acaso durante o dia. O resultado: menos estresse e uma vida mais feliz.
Muitas pessoas com TDAH vivem em constante estado de estresse. Sua neurobiologia torna difícil afastar os estímulos que competem entre si, prestar atenção e acalmar-se, todos os quais aumentam os níveis de frustração. Ser incapaz de atingir as expectativas das pessoas ou sentir-se culpado pela perda dos prazos no trabalho cria mais tensão.
Como Bob, você pode reduzir o estresse com estratégias que visam seus sintomas de TDAH. Eis aqui algumas delas para você tentar:
Aceite o seu TDAH
Pare de se culpar pelo esquecimento de obrigações ou por perder um prazo. Reconheça o culpado: o TDAH é neurobiológico e não vai desaparecer. Obtenha um diagnóstico correto e o tratamento adequado. Entre para um grupo local de apoio para o TDAH ou em um fórum da Internet. Saber que você não está sozinho pode reduzir o estresse.
Exercite suas opções
O exercício é um poderoso redutor do estresse. A atividade física aumenta os níveis de serotonina, que combate o cortisol, hormônio do estresse. Os estudos sugerem que uma sessão de exercício de 30 a 40 minutos pode melhorar o humor e aumentar o relaxamento por 90 a 120 minutos. O exercício, com o tempo, aumenta seu limiar para o estresse.
Meça o tempo
Muitas pessoas com TDAH veem o tempo como uma coisa fluida. Para melhor dominar o tempo, compre um relógio de pulso que emita bips e ajuste-o para fazê-lo a cada hora. Se você sempre precisa de “só mais cinco minutos”, arrume um timer que toque depois de cinco minutos!
Minha cliente, Linda, gasta horas na Internet, e então fica atrapalhada no final do dia para dar conta das datas-limite. Um despertador, ajustado para tocar a cada hora, periodicamente a faz sair do seu sono online.
Crie limites
Sobrecarregar seu tempo pode aumentar o estresse. Se a causa for a pura impulsividade ou um voz interna dizendo, “Devo fazer x, y, z,” o estresse toma conta da sua mente. Treine dizer não três vezes ao dia. E cada vez que você disser “sim,” pergunte a si mesmo, “Ao que estou dizendo não?” Relaxamento? Ouvir música?
Faça a estrutura ser sua amiga
Embora muitos adultos pareçam alérgicos à estrutura, uma rotina confiável pode minimizar o caos. Tente estas dicas, ambas as quais produzem maravilhas para meus clientes: antes de se deitar, planeje o dia seguinte – faça uma lista do que você vai fazer, quando e como. Você acordará mais centrado. Também, vá para a cama e se levante todos os dias no mesmo horário. Isto estabiliza os ritmos corporais, aumentando suas chances de ter um bom sono.
Reserve um tempo para se divertir
Não fazendo pausas na vida agitada de hoje, você se candidata ao burnout. Programe alegria na sua vida. Saia para jantar ou vá a um cinema com seus amigos a cada semana. Viaje pelo país ou vá para a praia num final de semana. Descubra do que você gosta e vá atrás disso sem culpa.
Permaneça vigilante
Muitos dos meus clientes têm a falsa sensação de segurança depois que obtém algumas vitórias, e então abandonam as estratégias que os ajudaram a alcançá-las. Esquecer que você tem TDAH é uma marca da condição. Não baixe sua guarda!

sábado, 10 de março de 2012

192- TDAH – Eu não sou o meu diagnóstico

Conforme os médicos aprendem mais sobre o TDAH, eles provavelmente nos aplicarão mais rótulos. Minha sugestão: “gênio mal compreendido”.

Por Rick Hodges, escritor e professor em Arlington, Virgínia, USA.

Rick Hodges é um adulto com TDAH que rejeita os rótulos associados com seu diagnóstico.

"Saber sobre o meu diagnóstico me ajudou a entender de que planeta eu sou. Agora me aplico em melhor comunicação com os terráqueos."

Sou um gênio mal compreendido. Ou é assim que penso. Às vezes é necessária alguma superioridade para superar os dias em que não vejo estar fazendo qualquer progresso ou em que me sinto um fracasso. Não sou o que tem o transtorno, digo para mim mesmo. Meu cérebro trabalha melhor do que a média. Se os outros não podem ver isso, é problema deles.

É um jeito egoísta de pensar, certamente e, embora me faça sentir-me melhor, não me ajuda a fazer meu trabalho. Mas isso está longe do alvo? Afinal, os dois lugares em que você vai ter mais chance de encontrar adultos com déficit de atenção (TDAH) são as posições mais altas de liderança – empresários visionários, artistas brilhantes, comediantes famosos – e os sofás da nação, desempregados e desencorajados. O TDAH pode ser uma enorme vantagem se a situação for a certa. Infelizmente, o mundo está cheio de situações erradas.

Tentei evitar muitas dessas situações na maior parte de minha vida, sem saber direito como. Entretanto, foi uma situação muito equivocada – um empregador fez mudanças repentinas e radicais em meu emprego, somando tarefas administrativas e muitas minúcias – o que me levou ao diagnóstico de TDAH, tipo desatento, com a idade de 36 anos. Fiquei espantado (isso não é só coisa de crianças hiperativas?), mas quando li a lista de sintomas, dei uma risada enorme e gritei com os outros. Eu podia ter escrito essa lista.

Meu diagnóstico ajudou-me a encontrar a melhor situação de trabalho – sou o meu próprio patrão, agora – mas também renovou minha luta para achar meu lugar no mundo. Sempre senti que vivia num universo um pouco diferente do das outras pessoas, meu pequeno planeta girando num eixo um pouco mais inclinado do que o da Terra. Saber do meu TDAH me ajudou a entender de que planeta eu sou. Agora, trabalho na melhor comunicação com os terráqueos.

Aprendi a ter uma segunda opinião sobre minhas percepções, a parar e pensar sobre se ouvi tudo o que alguém me disse e se percebi isso da maneira como era para ser. Aprendi a ler as instruções duas vezes, a me conter antes de falar algo que estrague uma conversa, a fazer perguntas em vez de deixar meu cérebro preencher automaticamente os brancos. Num restaurante barulhento, eu fixo meus olhos nos lábios da minha companhia e tento captar cada palavra em vez de ouvir as pessoas da mesa ao lado (quando eu digo, “não consigo te ouvir”, quero dizer que realmente não consigo mesmo).

Também estou descobrindo como gostar de viver no meu planeta natal e a ter algum orgulho disso. Aprendi que as pessoas com TDAH têm enorme poder de observação. Isto é parte do nosso problema – estamos observando tudo a nossa volta em vez do que está na nossa frente. Mas ao fazer isso, vemos coisas que os outros não veem. Num passeio pela natureza, sou o primeiro que escuta o chamado do pica-pau, ou que nota o fungo estranho e diminuto, ou que descobre o urso no meio do mato enquanto as outras pessoas passam ao largo.

Há mais coisas do que observar a simples realidade. Muitas pessoas com TDAH podem descobrir uma beleza não aparente e um valor nas coisas comuns. Geralmente nos descrevemos como “sempre entediados”, mas não acho que o tédio seja tanto quanto as altas expectativas por toda coisa pequena num mundo explodindo de coisas fascinantes.

Agora tenho a coragem de apreciar e de usar outras habilidades, também, como a habilidade de ver o quadro geral e de fazer as coisas do meio próprio jeito – o que usualmente significa surtos produtivos entre longos períodos de paradeira. Tenho mais confiança a respeito de trabalhar de modo independente, fazendo o que sei fazer melhor, e construindo minha própria carreira em vez de copiar a de outra pessoa. Atualmente sou um escritor freelance, assessor e professor substituto – e eu apenas comecei.

O controle de nossa condição ainda está a caminho. Os médicos primeiro a denominaram “Defeito Mórbido do Controle Moral” (às vezes isso se aplica a mim). Por uns tempos os pesquisadores pensaram que era uma lesão cerebral e a chamaram de “Disfunção Cerebral Mínima”. TDA tornou-se o nome oficial em 1980, mudando para TDAH em 1994. Mas eu não acho que o processo já tenha terminado. Novas pesquisas estão descobrindo ligações com outras condições, tais como o autismo, e ampliando o entendimento do que causa o TDAH e o que ele é. Conforme os pesquisadores começam a reunir toda a gama de dons que o TDAH traz, penso que eles vão procurar outro rótulo, novamente.

Posso sugerir “Gênio Mal Compreendido”?

Este artigo apareceu no número de Junho/Julho de 2004, de ADDitude.

Nota do Dr Menegucci: Infelizmente, não é essa a opinião de uma das maiores autoridades no assunto, Dr. Russel Barkley, que diz “O TDAH não é nenhum dom, é uma sina”. O seu livro TDAH no Adulto, fruto de sua experiência ao longo de 30 anos, apresenta os dados numéricos que provam sua assertiva.

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...