sábado, 17 de novembro de 2012

239- Mulheres e Meninas TDAH - Diagnóstico Tardio, Pouco Tratamento. (parte I)


Muito frequentemente, mulheres e meninas ficam sem diagnóstico e sem tratamento. Aprenda como reconhecer os sintomas e peça ajuda. Por Maureen Connoly
Andrea Burns, de vinte e oito anos de idade, preenche perfeitamente o perfil de mulher com TDA. Ela foi oficialmente diagnosticada com transtorno de déficit de atenção apenas quando entrou na Indiana University, em Bloomington, embora apresentasse os sinais óbvios do TDAH já no ensino médio.
Depois que um conselheiro acadêmico submeteu-a a um questionário de triagem para avaliar seus comportamentos de aprendizagem e suas conquistas acadêmicas (LASSI – Learning and Studies Strategy Inventory), os resultados indicaram o que ela e sua família já suspeitavam há tempos.
As coisas tiveram que ficar muito ruins – Burns esteve a ponto de fracassar – até que ela fosse submetida ao teste. “No ensino médio, eu tinha um tutor que me ajudava com diversos assuntos, mas, quando entrei na faculdade, queriam que eu fizesse tudo por minha conta. Eu estudava o tempo todo, mas ia mal nas provas porque eu tinha um branco”, diz Burns. “E eu tentava escutar nas aulas, mas tinha dificuldade de me concentrar e de prestar atenção no que o professor falava. Anotava um monte de coisas, mas quando as revisava, não fazia sentido o que eu tinha escrito”, diz a gerente de comunicação, agora em seu ano de estreia.
Depois do diagnóstico de TDAH do tipo desatento, Burns recebeu receita de medicação. Ela percebeu imediatamente os resultados: “Finalmente fui capaz de prestar atenção durante uma aula e a tomar notas de modo correto, o que me ajudou a melhorar minha pontuação. Pela primeira vez, me senti controlada em classe”.
Burns se sente aliviada por ter identificado a causa do seu fraco desempenho escolar, e feliz por ser capaz de tratá-la. Mas não é bom que ela, como muitas outras meninas, tenha sofrido por uma década ou mais com um transtorno não tratado, que podia impactar tão negativamente e de várias maneiras a sua vida. Por que as meninas são diagnosticadas tão mais tarde do que os meninos, se é que são? E o que os professores, pediatras e os pais precisam fazer para mudar isso?
Uma das principais razões por que as meninas são tão negligenciadas é que elas mostram a hiperatividade de um jeito diferente dos meninos, de acordo com Patrícia Quinn, M.D., diretora do National Center for Gender Issues and TDAH, em Washington, D.C. “Em classe, um menino pode sempre dizer as respostas de modo impulsivo ou mexer constantemente seus pés, enquanto uma menina pode demonstrar a hiperatividade falando sem parar”, ela diz. Uma menina que fala o tempo todo frequentemente é vista pelo professor como uma tagarela, não como hiperativa ou problemática – e, assim, tem menor probabilidade de ser encaminhada para uma avaliação.
Outra razão pela qual o TDAH frequentemente é negligenciado nas meninas é que elas têm maior probabilidade do que os meninos de sofrer do TDAH tipo desatento. Os sintomas desse subtipo (que incluem fraca atenção a detalhes, curto tempo de atenção, esquecimentos, distração e falha em terminar tarefas indicadas) tendem a ser menos perturbadores e menos evidentes do que os do TDAH tipo hiperativo.
Falando de modo mais simples, um menino (hiperativo) que repetidamente faz bagunça em sua carteira será notado antes do que uma menina (desatenta) que mexe em seu cabelo enquanto olha pela janela. “Creio que fui ignorada por tanto tempo porque não demonstrava a hiperatividade do jeito que meus dois irmãos com TDAH exibem”, diz Burns.
Percepção pelas pessoas
Não constitui surpresa que uma pesquisa nacional online recente (Harris Interactive) confirme que, com relação ao TDAH, as meninas têm sido intensamente ignoradas. Dra. Quinn e Sharon Wigal, Ph. D., professora associada de clínica pediátrica na Universidade da Califórnia, em Irvine, avaliaram 3.234 pessoas, incluindo membros da população em geral (adultos sem TDAH cujas crianças não tinham o transtorno), pais de crianças com o transtorno, professores, e adolescentes com TDAH, de 12 a 17 anos de idade. Entre os avaliados, 85% dos professores e mais da metade dos pais e das pessoas em geral acreditavam que as meninas com TDAH eram mais propensas a ficar sem diagnóstico. Eles disseram que as meninas têm mais probabilidade de “sofrer silenciosamente” ou de apresentar menos sintomas. Quatro professores em dez relataram mais dificuldade em reconhecer os sintomas nas meninas do que nos meninos.
Os pais e professores avaliados disseram também que, entre as crianças com TDAH, os meninos têm mais probabilidade que as meninas de exibir problemas de comportamento, enquanto as meninas são mais frequentemente desatentas ou deprimidas. As doutoras Quinn e Wigal disseram que essas diferenças fazem com que algumas meninas com TDAH escapem do diagnóstico. “O fracasso em reconhecer os sintomas do TDAH nas meninas provavelmente resulta em significativa falta de tratamento”, elas escreveram. “... não é um transtorno banal para as meninas, e elas precisam de tratamento profissional como os meninos”.
O preço que as meninas pagam
Outra descoberta da pesquisa de Harris: Meninas sofrem mais efeitos negativos do seu TDAH do que os meninos. A pesquisa demonstrou que as meninas têm mais chance do que os meninos de serem obrigadas a repetir o  ano por causa de fraco desempenho escolar. Quando um menino tem dificuldades, ele tem mais chance de ser avaliado para o TDAH ou para uma dificuldade de aprendizagem  (e de ser diagnosticado) do que repetir o ano. Mas um professor que observa uma estudante desorganizada – uma que não consegue planejar o futuro, terminar as tarefas em tempo, etc. – acredita que ela será beneficiada por repetir o ano. “Um ano mais tarde, a menina não estará melhor porque ainda não descobriu a causa dos seus problemas”, diz a Dra. Quinn.
A autoestima das meninas com TDAH também parece sem mais comprometida do que a dos meninos com TDAH (o que pode explicar porque a pesquisa descobriu que as meninas são três vezes mais propensas a relatar o uso de antidepressivos antes de serem diagnosticadas). Não é surpreendente, então, que o transtorno cause um prejuízo na saúde mental e geral das meninas. De acordo com a Dra. Quinn, as meninas com TDAH tendem a ter mais transtornos de humor, ansiedade e problemas de autoestima do que as meninas não TDAH. “Elas podem conseguir uma nota dez num trabalho, mas, porque tiveram de trabalhar três vezes mais para conseguir isso, elas se veem a si mesmas não tão inteligentes como as outras pessoas”, diz a Dra. Quinn.

Este artigo foi publicado no número de agosto/setembro de 2004 de ADDitude.

sábado, 10 de novembro de 2012

238- Controle da Raiva Para Crianças com TDAH


Conselho do especialista em TDAH, Dr. Ned Hallowell, para ensinar crianças e adolescentes com TDAH e cheios de raiva a expressar suas frustrações e a prevenir suas explosões violentas. Por Edward Hallowell, M.D.

As explosões raivosas do seu filho com TDAH, por causa das tarefas de casa, de ter de fazer amizades, de sua família, do mundo, estão tinindo em seus ouvidos? Ter discussões e gritar tira o seu sono, perguntando-se: de onde vem toda essa raiva, e como posso ajuda-lo a lidar com ela? Eis aqui duas estratégias que funcionam.
O remédio natural é o exercício. A atividade física desliga a mente do seu filho das causas de sua raiva, ao mesmo tempo em que aumenta os neurotransmissores no cérebro que mantêm o bem estar. Seu pavio já não é tão curto logo após você ter suado bastante. Praticar um jogo de equipe ou ter aulas de artes marciais ou de boxe oferece um benefício adicional: uma criança pode se ligar a um novo modelo de conduta – seu treinador ou sensei.
Muito menos comentado é sobre ensinar uma criança a usar as palavras para controlar a raiva. A linguagem tem um papel crucial no controle da raiva. Quando você usa as palavras, você tem de pensar no que está sentindo em vez de bater. Em resumo, as palavras forçam uma criança a se controlar e pensar melhor nas coisas. As crianças que têm dificuldades com a linguagem agem mais impulsiva e raivosamente do que as que podem explicar como se sentem.
ADDitude - Outono de 2010

237- Sete Hábitos Úteis Para os Portadores de TDA.


Todo adulto com TDA tem talentos especiais. O segredo é descobri-los e usá-los para atingir metas importantes. Por Edward Hallowell, M.D.

Você às vezes fica preocupado em ser prejudicado pelo TDA? Não precisa. Todos têm interesses e habilidades especiais que podem ajudar a atingir seus objetivos. A chave é identificar esses talentos e paixões geralmente escondidos e pô-los a trabalhar.

Em mais de duas décadas como psiquiatra, conheci inúmeras pessoas que conseguiram se realizar apesar – e geralmente por causa – do seu TDA. Penso em pessoas como meu amigo R. L., que usou um dom para a conversa e uma habilidade para permanecer calmo em ambientes caóticos, para conquistar uma dinâmica carreira como âncora de televisão.

Naturalmente, encontrei muitos portadores de TDA cujas carreiras e relacionamentos pessoais foram destruídos por esse transtorno. O que explica essa diferença de resultados? Por que alguns portadores de TDA fracassam enquanto outros são bem sucedidos? Penso que seja uma questão de hábitos. Isto é, portadores de TDA bem sucedidos tendem a ser os que aprenderam a focalizar em suas potencialidades e que desenvolveram estes bons hábitos:

1. Faça o que você faz bem.

Todos são bons em alguma coisa, e não tão bons em outras. Geralmente é mais produtivo focalizar no aprimoramento de suas potencialidades do que tentar melhorar seus pontos fracos. E quando você precisa fazer alguma coisa em que você não é bom? Trabalhe com membros da família, treinadores ou tutores para encontrar estratégias que o ajudem a se tornar “bom o bastante”.

2. Mantenha-se em contato com seus amigos.

Bons amigos são essenciais para a felicidade. E amigos podem lhe dar uma perspectiva valiosa.

3. Peça conselho.

A vida é dura, mas não há necessidade de vivê-la sozinho. Descubra em quem você confia, e converse com ele com regularidade – e especialmente quando aparecerem os problemas. Ignore os pessimistas e os críticos.

4. Seja suficientemente organizado.

Você não tem de ser totalmente organizado – arquivos perfeitos, nenhuma falha. Isso é muito difícil para os portadores de TDA e, em minha opinião, pura perda de tempo. Você só precisa ser organizado o bastante para que a desorganização não atrapalhe seu caminho.

5. Encontre uma saída para a sua criatividade.

Qual é o seu hobby? Música? Caratê? O meu é escrever. A vida é sempre mais interessante e completa quando me envolvo em um projeto de escrever.

6. Aprenda a delegar.

Se você enfrenta uma tarefa de responsabilidade que você acha particularmente difícil, peça a alguém para fazê-la por você em troca de você fazer algo para ele. E não pense que alguém vai assumir sua tarefa se você não fizer o que tem de ser feito. Peça a ele ou ela para fazer por você. Pedir ajuda é especialmente importante no contexto do casamento; não entender que você está deixando as coisas não tão engraçadas (cuidar da casa, pagar as contas etc.) para seu cônjuge não TDA, invariavelmente vai levar ao ressentimento.

7. Permaneça otimista.

Todos têm um lado escuro e podem se sentir deprimidos ocasionalmente. Mas faça o seu melhor para tomar decisões e viver sua vida com seu lado positivo.

ADDitude abril/maio 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

236- Ajudando os aprendizes TDAH visuais, auditivos e tácteis


Ajudando os aprendizes TDAH visuais, auditivos e tácteis (continuação da 235)

Você sabe o estilo de aprendizagem do seu filho? Ajude seu aluno TDAH a obter sucesso escolar focalizando em métodos de estudo que combine com seu modo de aprender visual, auditivo ou táctil.

Cada criança tem seu próprio estilo de aprendizagem – um modo particular de obter e processar a informação. A maioria dos alunos – especialmente os com TDAH – usam todos os seus cinco sentidos para o aprendizado, mas, frequentemente, favorecem um sentido em relação aos outros.

“Aprendizes visuais” preferem ler ou observar. “Aprendizes auditivos” se dão melhor falando e ouvindo. “Aprendizes tácteis ou sinestésicos” se beneficiam de abordagem do tipo mão na massa.

Descubra como seu filho com TDA aprende melhor para ajuda-lo com criatividade a ser bem sucedido na escola.

Se o seu filho é um aprendiz visual

Faça suas notas de classe e tarefas em letras impressas de vários estilos, cores e tamanhos.

Use cartões (flash cards), desenhos e diagramas para ajuda-lo a estudar para uma prova.

Peça ao professor para dar as tarefas de casa por escrito. Em casa, faça uma lista escrita das instruções, agendas e rotinas.

Utilize jogos de palavras cruzadas, anagramas e outros jogos de palavras.

Se o seu filho é um aprendiz auditivo

- Faça com que ele leia as anotações e o material de estudo gravado como se ele fosse um locutor de esportes ou um disque jóquei. Isso manterá sua atenção quando fizer revisões para uma prova.

- Ajude-o a falar a tabuada ou outros fatos no ritmos de sua música preferida.

- Permita que ele estude com um amigo ou alguns colegas de classe.

- Procure versões de áudio dos livros que ele estiver lendo em classe ou por prazer.

Se o seu filho é um aprendiz táctil ou sinestésico

Providencie blocos, balas de goma ou cartões de jogos para usar no cálculo de problemas matemáticos; peças de soletração ou cereais moldados com o alfabeto para formar as palavras.

Crie experiências de mão na massa – passeios pela natureza, experimentos científicos e assim por diante.

Encene os fatos históricos ou da literatura.

Explore vários materiais e técnicas para as tarefas – colagem, modelagem em argila  etc.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

235- Determinando o estilo de aprendizagem do seu filho – Como maximizar o estilo de aprendizagem do seu filho.


Determinando o estilo de aprendizagem do seu filho – Como maximizar o estilo de aprendizagem do seu filho. Por Karen Sunderhaft.

Você pode já ter identificado o estilo sensorial de aprendizagem do seu filho – se ele é melhor no processamento da informação obtida visualmente, auditivamente ou sinestesicamente (por meio do tato ou do movimento).

Mas, e sobre o estilo cognitivo de aprendizagem dele? Ele mergulha nas particularidades, ou se afasta para uma visão de conjunto? Ele é um aprendiz “global”, que vê a floresta, ou um “analítico”, centrado nas árvores? Determinar como ele aprende permitirá que você apoie suas potencialidades e ensine estratégias que funcionem para ele.

Através de lentes diferentes

Você já ouviu seu filho comentar sobre um filme e se perguntou se ele assistiu ao mesmo filme?

Uma criança que vê o mundo de maneira global tende a “sentir” o filme. Ela prontamente entende o tema e pode dar uma descrição geral do enredo. Mas, provavelmente ela não poderá lembrar-se de detalhes sobre as personagens, o fio da história ou o local. Para essa informação, pergunte ao que aprende de modo analítico. Ele lhe contará a história em grandes detalhes, contará fragmentos dos diálogos e o que as personagens estavam vestindo em cada cena. Quando for solicitado um resumo, entretanto, ele não se sairá tão bem.

A mesma distinção é aparente na maneira como as crianças enfrentam as tarefas. Antes de iniciar um jogo de quebra cabeças de montar, por exemplo, o que aprende de maneira global estuda a figura da caixa em relação ao conteúdo, desenho e cores. Em contraste, o que aprende de modo analítico examina as peças do quebra cabeças e começa a juntá-las antes de olhar a figura.

Em sala de aula

Para se organizar ou para fazer provas, o que aprende de modo analítico tem potencialidades e necessidades diferentes das de uma criança cuja abordagem seja global. Eis aqui o que você deve saber e como poderá ajudar.

O aprendiz analítico:

prefere terminar uma tarefa antes de começar outra.

Elogie-o por um trabalho bem feito e ajude-o a prosseguir mantendo uma escala ou lista de checagem diária.

trabalha melhor sem distrações.

Propicie um local de trabalho silencioso e encoraje-o a escrever as perguntas e a evitar interrupções em sua concentração.

• precisa achar um significado e a relevância do que está aprendendo na escola.

Se o professor não faz essas conexões, tenha uma conversa em casa.

prefira testes de múltipla escolha do tipo verdadeiro/falso.

Crie testes práticos que incluam respostas longas ou dissertações.

O aprendiz global:

precisa ver a grande paisagem antes de se focalizar nos detalhes.

Para ajuda-lo a fazer as duas coisas, especifique os fatos a valorizar antes de começar a leitura. Se ele perde os detalhes durante a leitura, faça-o utilizar um gravador em sala de aula, para que possa escutar novamente.

tende à procrastinação.

Ajude-o a iniciar uma tarefa e fique checando seu progresso. Trabalhar com outra pessoa pode ajuda-lo a se manter atento.

deixa as tarefas sem terminar ou vai logo para a parte criativa.

Providencie uma lista de checagem passo-a-passo para mantê-lo na atividade.

prefere testes que exijam experiências em vez de uma lista de fatos.

Realce os fatos importantes no material de estudo. Ensine a ele estratégias para fazer as provas ou testes, tal como usar o processo de eliminação em testes de múltipla escolha.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

234- TDAH – Sete mitos sobre o transtorno... Desmistificados!!!

A verdade sobre o TDAH nas crianças e nos adultos – especialistas em TDAH desbancam sete crenças erradas sobre o TDAH.

Pessoas com TDAH têm inteligência acima da média, conforme foi revelado por recentes pesquisas. Poucas condições psicológicas têm gerado tanta discussão nos últimos anos como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDA e TDAH). Mesmo assim, as pessoas continuam a alimentar muitas crenças erradas sobre o TDAH. Leia para saber a verdade.

Mito #1: O TDAH não é uma doença médica de verdade
VERDADE: O TDAH foi reconhecido como um diagnóstico legítimo pelas maiores organizações médicas, psicológicas e educacionais, incluindo o National Institutes of Health e o U.S. Department of Education. A American Psychiatric Society reconhece o TDAH como um transtorno médico em seu Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) – a “bíblia” oficial sobre saúde mental, usada pelos psicólogos e pelos psiquiatras.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (também conhecido como transtorno de déficit de atenção) ´tem base biológica. A pesquisa demonstra que é o resultado de um desequilíbrio de mensageiros químicos, ou neurotransmissores, no cérebro. Seus sintomas principais são desatenção, impulsividade e, algumas vezes, hiperatividade.
Pessoas com TDAH tipicamente têm uma grande dificuldade com os aspectos da vida diária, incluindo o gerenciamento do tempo e as habilidades de organização.
Mito #2: Crianças que recebem acomodações especiais por causa do TDAH estão obtendo vantagem desleal.
VERDADE: Nos Estados Unidos, o Federal Individuals With Disabilities Education Act (IDEA) exige que todas as escolas públicas atendam às necessidades de todas as crianças com dificuldades, incluindo as crianças com TDAH. Acomodações especiais, tais como um tempo a mais para fazer as provas, apenas igualam as condições de competição, permitindo que as crianças com TDAH possam aprender com tanto sucesso quanto os colegas de classe sem TDAH.
Mito #3: Crianças com TDAH mais cedo ou mais tarde se livram dele
VERDADE: Mais de 70% dos indivíduos que têm TDAH na infância continuam a tê-lo na adolescência. Até 50% continuarão a tê-lo na vida adulta.
Embora se avalie que 6% da população adulta tenha TDAH, a maioria desses adultos permanece sem diagnóstico, e somente um em cada quatro procura tratamento. Assim, sem ajuda, adultos com TDAH são altamente vulneráveis a depressão, ansiedade e abuso de drogas. Frequentemente têm dificuldades em suas carreiras, têm problemas de ordem legal e financeira, e relacionamentos pessoais problemáticos.
Mito #4: O TDAH atinge apenas os meninos.
VERDADE: As meninas são atingidas tanto quanto os meninos e o sexo não faz nenhuma diferença nos sintomas causados pelo transtorno. Porém, como o mito persiste, meninos são mais diagnosticados do que as meninas.
Mito #5: O TDAH é resultado de falta de cuidados dos pais.
VERDADE: Quando uma criança com TDAH diz coisas impróprias ou sai de sua cadeira em classe, não é porque ela não recebeu ensinamento de que esses comportamentos são errados. É porque ela não consegue controlar seus impulsos. O problema tem raiz na química cerebral, não na disciplina. De fato, educação muito rígida, que pode envolver punição da criança por coisas que ela não pode controlar, pode fazer piorar os sintomas do TDAH. Intervenções profissionais, tais como terapêutica medicamentosa, psicoterapia e terapia de modificação do comportamento, são geralmente requeridas.
Mito #6: Crianças com TDAH que tomam remédios são mais propensas ao uso de drogas quando se tornam adolescentes.
VERDADE: Pois é justamente o oposto. Não tratar o TDAH aumenta o risco de um indivíduo usar drogas ou álcool. O risco diminui com tratamento correto.
As medicações usadas para o tratamento do TDAH têm-se revelado seguras e eficientes em mais de 50 anos de uso. Essas drogas não curam o TDAH, mas são altamente eficientes no alívio dos sintomas do transtorno. Os medicamentos não viciam nem tornam “zumbis” as crianças.
Mito #7: Pessoas que têm TDAH são burras ou preguiçosas – nunca conquistam nada.
VERDADE: Pessoas com TDAH têm inteligência acima da média, conforme mostram pesquisas recentes. Certamente que não são preguiçosas. De fato, muitos indivíduos afamados, com carreiras de sucesso, ao longo do tempo, são sabidamente portadores de TDAH, incluindo Mozart, Benjamin Franklin, Abraham Lincoln, George Bernard Shaw e Salvador Dali. A lista de portadores de TDAH bem sucedidos nos negócios, atualmente, inclui executivos de ponta, tais como David Neeleman, fundador da Jet Blue Airways, e Paul Orfalea, fundador da Kinkos.  
ADDitude Magazine

sábado, 27 de outubro de 2012

233- Rotinas Confiáveis Para Crianças TDAH (e Seus Pais!)


Crianças com TDAH geralmente precisam de esquemas consistentes para ajudá-las a ser pontuais em casa e na escola porque boa estrutura cria bom comportamento nelas. Por Peter Jaksa, Ph. D.

Todos os pais de crianças com TDAH já ouviram a rotina sobre rotinas: Crianças precisam de estrutura, e crianças com TDAH precisam mais ainda. As chaves para conseguir o auxílio na organização do TDAH que você precisa: crença no poder das rotinas da família e no compromisso de longo prazo com elas.
Você já ouviu antes: Estabeleça uma rotina matinal para que as crianças TDAH saiam para a escola no horário certo. Mantenha a tarefa escolar sempre no mesmo horário e no mesmo local, diariamente. Faça alguma coisa divertida para relaxar antes de uma hora certa para se deitar.
No papel, isso parece básico. Mas, quando você está criando uma criança com dificuldades reais de atenção no mundo real, estabelecer e manter tais rotinas pode parecer totalmente sem esperança. No entanto, há esperança – até felicidade – em vista.
Muitos pais bem intencionados começam entusiasmadamente a estabelecer a estrutura que seus filhos necessitam. Porém, muitos desistem depois de algumas semanas (ou mesmo dias) porque as rotinas não estão funcionando. “Billy simplesmente não escuta. Ele não quer continuar com elas. Todo dia é uma guerra, e estamos todos cansados. Há alguma coisa mais que possamos fazer?”
Geralmente, as rotinas não funcionam porque os pais desistem muito depressa. Para tornar a estrutura realmente eficiente, as rotinas precisam ser vistas e utilizadas não apenas como estratégias de comportamento, mas como um estilo de vida.
Benefícios Múltiplos
As rotinas modificam a vida positivamente em dois níveis. Quanto ao comportamento, elas ajudam a melhorar a eficiência e o funcionamento diário. Pode não ser sempre óbvio, mas as crianças querem e precisam de rotinas. Uma agenda previsível oferece estrutura que ajuda as crianças a se sentirem protegidas e seguras. Construindo uma rotina, você envia uma mensagem que diz, “É assim que fazemos as coisas”. As rotinas tornam as atividades diárias gerenciáveis, permitindo que seu filho preste atenção em uma coisa de cada vez.
Além disso, toda sua família se beneficiará psicologicamente com um regime estruturado. Pais e filhos sentem a diminuição do estresse quando há menos drama sobre quais os horários em que você vai comer e onde você vai se sentar para fazer as
Lições de Casa.
O que vem em seguida é uma casa tranquila, que reforça as relações familiares. E a identidade familiar é solidificada por rotinas nas quais todos desempenham um papel (Ana arruma a mesa, Brian lava os pratos). A mensagem é: Somos uma família que almoça junto; somos uma família que lê junto; somos uma família que reserva tempo planejado para as lições de casa e para as outras responsabilidades.
Nessa época frenética, pode parecer impossível estabelecer um estilo de vida estruturado. Todo mundo está sob esquemas: trabalho, escola, recreação, lições de música, aulas de futebol etc. Ainda assim, nestes tempos, a estrutura torna-se mais importante. A recompensa: maior produtividade para seu filho, assim como melhor saúde e relacionamentos para a família.
Uma revisão de 50 anos de pesquisa psicológica, publicada recentemente no Journal of Family Psychology, mostra que mesmos os bebês e os pré-escolares são mais sadios e mostram comportamento mais controlado quando há rotinas previsíveis na família.
Rotinas eficazes criam compromisso e consistência, com todos os adultos da família constituindo uma frente unida. As rotinas devem ser estabelecidas quando as crianças são pequenas e devem ser aplicadas consistentemente conforme elas cresçam – mas, nunca é tarde para começar. Acima de tudo, não desista.
Aqui estão algumas sugestões e algumas rotinas para ajudá-lo a começar. Naturalmente, você vai querer ajustá-las de acordo com a idade e a maturidade do seu filho, dos comportamentos específicos com que você está lidando e com a personalidade e as necessidades da sua família. Conforme você estabeleça suas rotinas, lembre-se de que o sucesso exige tempo – às vezes meses ou anos. Mas, os benefícios permanecerão pela vida a fora.
Combatendo a desorganização na escola
Boas Manhãs
A meta das rotinas matinais é deixar todos prontos e fora de casa na hora certa. As preparações feitas na noite anterior, tais como banho, aprontar a mochila de livros, separar as roupas, ajustar o despertador e fazer o lanche são cruciais para estabelecer uma rotina matinal suave.
Como muitas crianças (e adultos) com TDAH são altamente distraídas e impulsivas, evite os estímulos que possam chamar sua atenção e desviá-las da rotina combinada. Por exemplo:
1- Não ligue a TV pela manhã.
2- Não vá conferir seus e-mails no computador.
3- Ignore a revista ou catálogo novos até depois das aulas, ou mais tarde, à noite.
Ajuda para as tarefas de casa
Geralmente se diz que a única coisa consistente sobre crianças com TDAH é a sua inconsistência. Isto é particularmente problemático quando se trata do esforço acadêmico. Nenhuma atividade exige maior estrutura e consistência do que as lições de casa, quando é posta à prova a capacidade de autocontrole de uma criança. Sem surpresa, são comuns as batalhas entre os pais e a criança sobre as tarefas escolares. Porém, uma rotina ajustada para a rotina de estudo (horário, local e método) percorre um longo caminho para diminuir sua frequência e intensidade – se não eliminá-las completamente. Para estabelecer uma rotina de tarefas de casa que melhore a produtividade e aumente o sucesso acadêmico:
Estabeleça um horário consistente para início. Isso ajudará seu filho a adquirir o habito de fazer as tarefas de casa.
Fique perto do seu filho. Muitas crianças com TDAH se concentram melhor quando um adulto trabalha com elas ou fique por perto.
Faça pausas. A distração, a inquietação, a dificuldade de manter a concentração e a baixa tolerância à frustração – todas típicas do TDAH – são geradoras de cansaço mental e de tédio.
Pausas frequentes e curtas, durante as quais é permitido que a criança ande um pouco, podem ajudar.
Divirta-se depois. Seu filho terá mais probabilidade de se aplicar nas tarefas de casa quando ele souber que uma atividade divertida, tal como praticar um jogo ou ver TV, virá em seguida.
O jantar está pronto
Por centenas de anos, os membros da família criaram fortes relacionamentos ao redor da mesa do jantar. Nesta área de internet e de filmes sob demanda na TV, um ritual de jantar ainda é benéfico, se não crucial. Enquanto a maioria das refeições dura somente cerca de 20 minutos (menos tempo do que um seriado da TV), um monte de coisas boas pode acontecer neste curto tempo. Idealmente, os horários das refeições devem ser um agradável tempo social, com negócios, escola, ou problemas familiares deixados fora da mesa. É preciso tempo e trabalho para preparar uma refeição para a família, e pode ser uma irritação reunir todos na hora certa, porém, você verá que os benefícios valerão o esforço:
Os membros da família ficam a par da vida um do outro.
Os acontecimentos são discutidos e os planos são feitos com as sugestões de todos.
A responsabilidade e a coesão familiar são encorajadas por simples atos como as crianças porem a mesa e limpá-la posteriormente.
Boas Noites
Seu objetivo na hora de deitar é ajudar seu filho a relaxar e a dormir no horário habitual. A pesquisa mostra que as crianças com rotina de horário regular para deitar dormem mais depressa e acordam menos durante a noite do que as que não têm rotina. Muitas crianças com TDAH brigam com horário de deitar porque, simplesmente, ir para a cama as chateia. É hora de dormir, mas há tanta coisa que elas ainda podem fazer! Rotinas que oferecem recompensas e atividade divertida enquanto encorajam o relaxamento podem ajudar a superar o tédio da hora de dormir. Alguma coisa para experimentar:
Faça um lanche leve e saudável, como um maçã ou queijo com torta de arroz.
Pratique um jogo calmo, pouco estimulante, ou leia um livro.
Tenha um ritual pessoal de apagar as luzes.
Tente fazer com que seu filho se deite toda noite no mesmo horário.
Não há nenhuma dúvida de que estabelecer rotinas exige uma grande quantidade de tempo e de esforço. Você pode perguntar “Podemos ter o tempo e a energia para fazer tudo isso?” Uma pergunta melhor pode ser “Podemos não ter?”
ADDitude, April/May 2004

232- Dados cientificamente colhidos sobre os consumidores regulares de maconha:


 – têm duas vezes mais risco de sofrer de depressão;

 – têm duas vezes mais risco de desenvolver distúrbio bipolar;

 – é 3,5 vezes maior a incidência de esquizofrenia;

 – o risco de transtornos de ansiedade é cinco vezes maior;

 – 60% dos usuários têm dificuldades com a memória recente;

 – 40% têm dificuldades de ler um texto longo;

 – 40% não conseguem planejar atividades de maneira eficiente e rápida;

 – têm oito pontos a menos nos testes de QI;

 – 35% ocupam cargos abaixo de sua capacidade.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

231- Seis dicas de controle da raiva para adultos com TDAH


Seis dicas de controle da raiva para adultos com TDAH
Aprenda como os adultos com TDAH podem controlar suas crises de explosividade e evitar situações frustrantes com essas técnicas de controle da raiva. Por Sandy Maynard
As frustrações e os aborrecimentos diários estão empurrando seu TDA adulto para o limite? Você se culpa por crises de explosividade? Ficar estressado e nervoso raramente ajuda – e geralmente fere seus relacionamentos no processo. Assim, aqui estão dicas de especialistas no controle da raiva, que podem ajudar a qualquer um – com ou sem TDAH.
Saiba o que o deixa com raiva
Identifique os gatilhos de sua raiva. Conheça as situações que o tornam enraivecido, para que você possa estar pronto para respirar fundo, fazer uma pausa, e responder de modo calmo e descontraído. Avise seu cérebro TDAH para prestar atenção em sua respiração, relaxar sua tensão muscular e ter pensamentos prazerosos e positivos.
Evite pensamentos negativos. Mude seus pensamentos negativos para linguagem positiva que você gosta de ouvir de si mesmo, tais como “fique frio” ou “fique calmo”. Adultos com TDAH geralmente acham esses lembretes muito mais fáceis de ouvir de si mesmos do que de outros.
Pense nas consequências
Dê um tempo. Adultos com déficit de atenção geralmente não se contêm quando têm sentimentos de raiva, assim, é importante deter-se e pensar no que resultará sua raiva, e, então, pensar nas consequências que respostas calmas e descontraídas trarão. Decida falar do incidente com um amigo ou um preparador que pode apoiar e ajudar a continuar a responder de um jeito que ajudará você a crescer e ficar satisfeito.
Esteja preparado para o pior cenário. Se você estiver em uma situação descontrolada, pergunte a si mesmo, “O que será a pior coisa que poderia acontecer agora?” As chances são de que o pior resultado possível não aconteça, mas você estará preparado se acontecer. Além disso, adultos com TDAH têm dificuldade para controlar as emoções, assim, esses exercícios o ajudarão a ter um tempo para por as coisas em perspectiva.
Seja positivo
Elabore soluções positivas para situações que o tornam enraivecido. Quando estiver em situação crítica, escolha a melhor solução para pôr em prática, e tenha um plano reserva se a primeira solução não funcionar. As pessoas com déficit de atenção têm a tendência de reagir exageradamente às falhas, então, se o plano A não funcionar, não insista nele, troque de plano e aprenda com a experiência.
Congratule-se. Dê créditos a si mesmo cada vez que conseguir diminuir sua raiva e usar maneiras mais apropriadas de responder. Não somente suas relações com os outros vão melhorar, conforme continue a controlar sua raiva, mas também o reconhecimento de suas realizações lhe darão um bom impulso em sua autoestima.
ADDitude

230- Lidando com a crítica: Técnicas para adultos com TDAH



Por Sandy Maynard – http://www.additudemag.com/

Como os adultos com TDAH podem responder às críticas de modo positivo, sendo assertivos e não agredindo ou se rendendo à crítica.

Geralmente, nosso primeiro instinto é responder de maneira defensiva ou de modo irado às críticas dos outros. Mas, adultos com TDA devem saber que assim agindo podem perder oportunidades de aprendizado e o respeito dos outros.

Então, aqui estão alguns conselhos de especialistas para auxiliar adultos com déficit de atenção a responder eficazmente aos críticos e às críticas.

- Quando a crítica for válida

Admita e analise. Depois de receber uma crítica, os adultos com déficit de atenção devem, inicialmente, reconhecer todas as verdades contidas no que foi falado. Quando achar que a crítica foi justificada, procure ficar de acordo com a outra pessoa interpretando seus comentários.

Aprenda com a crítica. Se um “muito obrigado” ou uma explicação forem apropriados, fale isso rapidamente e siga em frente. Os adultos com TDAH têm a tendência de remoer a crítica – não o faça! Em vez disso, preste atenção nas maneiras com que pode aprender com a crítica.

- Quando a crítica for indevida

Concorde com ela – em parte. Quando responder a uma crítica indevida, geralmente é melhor para os adultos com TDAH tentar disfarçar – concordar com somente alguma parte da crítica em vez de ficar na defensiva ou se enraivecer.
Por exemplo, se alguém diz que você não é previsível, você pode responder com “Sim, eu posso ser imprevisível às vezes”. Ou concordar com o princípio por trás da crítica, tal como “Você está certo, atrasar-se é ser imprevisível”. Esta técnica permite que você elegantemente se livre do seu crítico ao mesmo tempo em que apaga de sua mente os julgamentos dele.

Melhore sua resposta

Faça perguntas. Um monte de críticas são vagas e precisam ser esclarecidas antes que você decida como responder a elas. Pode ser especialmente difícil para os adultos com TDAH controlar suas emoções, mas  tente esclarecer os detalhes antes de reagir. Fique longe das perguntas com “por que?” e use perguntas com “como?”, “o que?”, “onde” e “quando” para esclarecer os detalhes.

Exemplo: Se alguém diz que o que você está fazendo o incomoda, pergunte o que especificamente está incomodando e quando incomoda.

Pratique. Geralmente as pessoas com TDAH recebem tanta crítica que começam a reagir raivosamente e agressivamente quando são criticadas. Outras vezes, adultos com TDA podem tornar-se passivos diante das ações dos outros contra eles.
Qualquer que seja a resposta que você tenha, lembre-se de que a prática faz a perfeição e as primeiras tentativas de responder de nova maneira poder ser desengonçadas e não recebidas tão bem como você esperava. Persista e continue tentando até que se sinta confortável e relaxado com suas novas opções para responder.

Mantenha sua posição – elegantemente

Eis aqui três maneiras para ajuda-lo a manter sua posição sem provocar raiva ou fazer com que alguém responda defensivamente.

1- Resposta do gravador quebrado: Calma e lentamente fique repetindo com voz monótona, sem ênfase particular em nenhuma palavra ou frase, o que você tem de dizer, até que seja reconhecido e recebido de modo correto pela outra pessoa.

2- Intensificação enfática: Calma e lentamente repita sua resposta ou pergunta, com mais ênfase cada vez que o fizer, mas sem tornar-se agressivo. Lembre-se sempre de ser polido quando solicitar uma explicação e diga “por favor”.

3- Ouça com sensibilidade: Primeiramente, entenda o ponto de vista das outras pessoas respeitosamente e, então, torne claro seu próprio ponto de vista. Evite usar a palavra “mas”. Repetir o ponto de vista de outra pessoa, seguido de um “mas”, nega o que você acabou de dizer. Em vez disso, continue com a palavra “e” para evitar que a outra pessoa fique na defensiva ou que deixe de prestar atenção no você diz.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

229- Características de amizade das crianças com TDAH



Um achado consistente nos estudos que identificam crianças em risco de resultados negativos do desenvolvimento é que as dificuldades de relacionamento com os colegas permitem prever vários problemas consequentes.

Infelizmente, muitas crianças com TDAH têm dificuldade em seus relacionamentos com colegas e em estabelecer e manter amizades de alta qualidade e apoiadoras. Isto é problemático porque boas amizades ajudam em várias funções importantes para as crianças, incluindo a existência de companheirismo, o surgimento de sentimentos de valor pessoal, contribuindo para a segurança emocional, criando um contexto de autoestima, oferecendo direção e apoio, e servindo como um aliado confiável. Crianças cujos desenvolvimentos ocorrem na ausência de amizades apoiadoras não têm esses apoios importantes e podem experimentar, como resultado, um grande número de dificuldades de ajustamento.

Apesar da importância documentada de amizades saudáveis para o desenvolvimento positivo das crianças, e das dificuldades dos relacionamentos com colegas sentidas por muitas crianças com TDAH, questões importantes sobre as características de amizade em crianças com TDAH permanecem não respondidas. Assim, foi com prazer que li um estudo recentemente publicado no “Journal of Attention Disorders” [Marton et al., (2012). Características de amizade de crianças com TDAH. Journal of Attention Disorders. DOI: 10.1177/1087054712458971] que fornece informação nova sobre esse importante assunto.

Os participantes foram 92 crianças de 9 a 12 anos, 50 com TDAH e 42 para comparação, seus pais e seus professores. Sessenta e seis (66) dos participantes eram meninos e vinte e seis (26) eram meninas; a porcentagem de meninos e de meninas era semelhante entre o grupo TDAH e o grupo de comparação.

As crianças foram entrevistadas individualmente e solicitadas a identificar todos os seus “melhores amigos” na escola e fora dela, a indicar por quanto tempo mantinham amizade com cada criança identificada, com que frequência falavam com cada uma delas e com que frequência ficavam com cada uma fora da escola. Os pais e os professores foram submetidos a uma série de perguntas paralelas; isso permitiu que os pesquisadores verificassem se os “melhores amigos” identificados pelos participantes eram confirmados por outra fonte. Os pais e professores também foram questionados sobre a presença de dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento nos amigos identificados por seus filhos e se essas características poderiam ser comparadas entre as crianças com e sem o TDAH.

Resultados                 

Os achados mais importantes deste estudo são apresentados a seguir.

- O número de “melhores amigos” reportados pelas crianças com e sem TDAH não eram diferentes.

- O número de “melhores amigos” que eram corroborados pelos pais ou professores era menor para crianças com TDAH do que para as crianças do grupo de comparação. Em média, crianças com TDAH tinham 3 amigos confirmados, comparados a 4 amigos para as crianças do grupo de comparação.

- Entre os meninos, os que tinham TDAH tinham porcentagem substancialmente mais alta de amigos com problemas de comportamento e de aprendizagem em relação às crianças do grupo de controle (43% versus 16%). Nenhuma diferença foi encontrada entre as meninas.

- A duração média da amizade dos amigos confirmados era significativamente mais curta para as crianças com TDAH do que para as crianças do grupo controle – cerca de 10 meses a menos, com base nos relatos das crianças, e de 14 meses a menos, com base nos relatos dos pais.

- Embora a quantidade de contato telefônico com os melhores amigos fosse semelhante em ambos os grupos, as crianças com TDAH tinham significativamente menos contato direto com amigos fora da escola. Isto foi encontrado tanto no relato das crianças quanto no relato dos pais.

Resumo e implicações

Embora as crianças com TDAH não relatassem menos amigos que as outras crianças, elas podem ter superestimado seus amigos com base no fato de que seus pais e professores confirmaram menor número de amizades. Entretanto, mesmo assim, é positivo notar que elas tinham só um pouco menos de amigos em média do que as outras crianças, e que quase todas tinham amigos confirmados. De fato, nesta amostra, somente 3 das 50 crianças com TDAH não tinham nenhuma amizade.

Outros aspectos destes dados também eram notáveis. Em primeiro lugar, entre os meninos, uma porcentagem significativamente maior de amigos de crianças com TDAH tinha problemas de aprendizagem e de comportamento, de acordo com os pais e os professores. Isto não é necessariamente negativo, mas indica que meninos com TDAH são mais propensos a ter amigos que estejam de algum modo com dificuldades. Ter amigos com problemas significativos de comportamento pode promover ou exacerbar comportamentos negativos entre os meninos com TDAH e as crianças pode reforçar mutuamente essas tendências um no outro.

Também é importante que as amizades entre crianças com TDAH fossem de duração mais curta do que para as outras crianças em cerca de um ano. Para crianças dessa faixa de idade, isto é substancial e pode refletir maior renovação de amizades nas crianças com TDAH. É importante porque “... um ano a mais de amizades pode contribuir para maior cordialidade, proximidade, companheirismo, e melhor ajustamento escolar entre os amigos.” Este seria um assunto importante a ser examinado mais cuidadosamente em pesquisas subsequentes. Também seria interessante verificar se essa tendência em direção a amizades mais curtas em crianças com TDAH também é encontrada entre os adolescentes.

Também foi encontrado que as crianças com TDAH têm menos contato com seus amigos fora da escola. Isto pode ocorrer por uma variedade de razões. Por causa do seu humor desafiador, as crianças com TDAH podem requerer maior supervisão e assim serem menos propensas a serem convidadas às casas dos amigos. Os pais podem estar mais preocupados com o comportamento de seus filhos quando não podem monitorá-los, e, assim, serem mais relutantes em permitir os encontros fora de casa.

Não importando a razão deste achado, níveis menores de contato direto sugere que as amizades entre crianças com TDAH podem fornecer menor companheirismo e menos oportunidades de desenvolvera espécie de aproximação entre amigos que encoraja autoafirmação e a criação de apoio emocional. Este é outro assunto a ser verificado mais cuidadosamente em pesquisa subsequente.

É importante notar que os achados discutidos acima refletem as diferenças encontradas em média entre crianças com e sem TDAH e as conclusões não se aplicam a todas as crianças com TDAH, muitas das quais podem atuar muito bem em seus relacionamentos sociais. Com em todos os estudos, seria importante replicar esses achados em nova amostra, para estabelecer melhor a confiabilidade desses resultados.

Quando crianças com TDAH estão tendo dificuldades em seus relacionamentos com os colegas, é importante saber se há alguma abordagem promissora para ajuda-las. Uma abordagem particularmente interessante envolve ter pais que assumam o papel de tutores de amizade para seus filhos, o que se baseia na noção de que os pais podem desempenhar um papel importante na criação de oportunidades sociais para seus filhos, organizando dias de encontros para eles e treinando seus filhos para que o encontro de brincadeiras corra bem.

Eu revisei um estudo com esta abordagem em um número anterior de Attention Research Update e o aconselho a vê-lo. Você pode encontrar o artigo em www.helpforadd.com/2010/november.htm

David Rabiner, Ph.D.
Research Professor
Dept. of Psychology & Neuroscience
Duke University
Durham, NC 27708

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

228- Carta do Dr Marco Antônio Arruda à Comunidade Aprender Criança

Caros Amigos,
nem precisa dizer, quem esteve lá viu!
         Para mim, essa edição do APRENDER CRIANÇA foi a melhor até aqui realizada, numa escalada de qualidade e público que começamos em 2006. Na verdade, por favor, deixando de lado qualquer obviedade narcisista, gostaria de lhes confessar que esse foi o melhor congresso da minha vida. Por que? Porque aprendi muito, mudei condutas, fiz reflexões sobre mim mesmo e me emocionei, me emocionei demais. Numa comparação grosseira com a culinária, uma das minhas paixões, a degustação foi diversa, alta culinária, os pratos além de muito saborosos tinham sabores complexos, picantes às vezes, comoventes sempre, por nos fazer lembrar de passagens que vivemos e que para sempre ficarão impressas em nossa memória. Dopamina pura como disse a Judy! Jamais vou esquecer o que ouvi nos corredores, pessoas que vinham me contar suas experiências, sua opinião e,muitas vezes, seus dramas pessoais. A ficha agora está caindo e mais comovido ainda estou. Tentando resumir:
         Primeiro, falar em INCLUSÃO é falar sobre todos e cada um de nós, sobre experiências atuais e passadas. Como disse o Mauro, o lema deveria ser ampliado para o “eu me incluo”!
Segundo, a COMUNIDADE APRENDER CRIANÇA comprova que Platão e os que hoje difundem a desinformação, estão errados em seu paradigma dicotômico de mente e corpo, algo como querer separar as Ciências do Homem e as Biológicas, opor o biológico ao cultural, a natureza à cultura, os genes à aprendizagem, ou o Neurocientista à Educação, ao Psiquismo e à Sociedade. Ao dicotomizar eles não têm conhecimento suficiente “de que o cultural (o social) não pode(m) ser pensado(s) sem o biológico e que o cerebral não existe sem uma impregnação poderosa do ambiente” 1. O verdadeiro processo de inclusão tem um só caminho, a autofagia, o banimento eterno da palavra INCLUSÃO. Explico. Se as robustas evidências científicas comprovam que o desenvolvimento da criança é diverso e que,portanto, todas devem ser incluídas, um dia o termo, por fim, deverá ser sepultado. E isso, definitivamente, não será mudado por decreto, nem será um processo de cima para baixo, mas baseado em evidências científicas.
         E, para finalizar, inspirado no discurso de inclusão ampla, total e irrestrita do grande “Mártir” Martin Luther King, gostaria de premeditar o breque: “Nós tivemos um sonho e, embora enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã, nós ainda temos um sonho. É um sonho profundamente enraizado na inclusão da criança com desenvolvimento atípico, na inclusão da deficiente, da portadora de transtornos mentais como o TDAH e de distúrbios específicos do aprendizado como a Dislexia, na inclusão da diversidade do desenvolvimento infantil, tendo em conta suas habilidades e dificuldades naturais. Nós temos um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado dessa crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que as crianças devem ser tratadas iguais. Temos o sonhoque um dia, por fim, consigamos romper todas nossas barreiras atitudinais, sim, ocorrem sem percebermos e machucam demais. Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que nos prepararemos para o nosso dia a dia inclusivo. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, defender nossos ideais de liberdade juntos, e quem sabe sermos um dia livres. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado: "Livre afinal, livre afinal”. Abraço a todos e não percam o novo vídeo da série “Changing the Brains” sobre desenvolvimento da atenção.
         Grande abraço.
         Marco Antônio Arruda
         Diretor do Instituto Glia
1. Changeoux J-P. Prefácio. In: Dehane S, ed. Scliar-Cabral L, trans. Os neurônios da leitura - como a Ciência explica a nossa capacidade de ler. 1a. ed. ed. Porto Alegre - RS: Penso; 2012.

sábado, 4 de agosto de 2012

227- Não livre Arbítrio


A escolha, como autocontrole, exerce poder de veto sobre os impulsos.

Por Michael Shermer (Scientific American, August 2012, Skeptic pg. 73)
Recentemente, em um restaurante, enfrentei muitas tentações: uma forte cerveja escura, um petisco de escargot amanteigado, um bife marmorizado e uma torta de queijo. As redes neurais do meu cérebro, que evoluíram para produzir a emoção da fome de alimentos doces e gordurosos, que no meio ambiente dos nossos ancestrais eram raros e energéticos, estavam disparando impulsos elétricos para que eu fizesse aquelas escolhas. Competindo com elas, havia sinais de outras redes neurais que evoluíram para me tornar cuidadoso a respeito de minha saúde futura, em particular como eu vejo a imagem do meu corpo por uma questão de status entre os homens e de atração em relação às mulheres, e em quanto eu me sentiria lerdo depois de uma refeição rica, e, também, em quanto teria de me exercitar para queimá-la. Acabei pedindo uma cerveja light, salmão e uma salada com vinagrete, e dividi ao meio, com minha companhia, uma torta leve de chocolate.
Estava eu livre para fazer essas escolhas? Segundo o neurocientista Sam Harris no seu novo livro Free Will (Livre Arbítrio) (Free Press, 2012), eu não estava. “Livre Arbítrio é uma ilusão”, escreve Harris. “Nossas escolhas simplesmente não são feitas por nós”. Cada etapa da cadeia de eventos acima é totalmente determinada por forças e condições que não são de minha escolha, desde as minhas preferências evoluídas do paladar até minhas preocupações aprendidas sobre status social, as vias causais  foram estabelecidas por meus ancestrais e por meus pais, pela cultura e sociedade, grupos de colegas e amigos, mentores e professores, e a contingência histórica, indo até meu nascimento, e antes.

A neurociência apoia esta crença. O recém-falecido fisiologista Benjamim Libet observou, em registros de EEG (eletroencefalograma) de indivíduos engajados em tarefas que requeriam que apertassem um botão cada vez que sentissem vontade, que meio segundo antes que a decisão fosse conscientemente feita o córtex motor se tornava ativo. As pesquisas estenderam o tempo entre a ativação subcortical do cérebro e a consciência da decisão para um total de sete a dez segundos. Uma nova pesquisa encontrou atividade em uma pequena aglomeração de 256 neurônios que permitia aos cientistas prever com 80% de acerto qual seria a escolha do indivíduo antes que ele mesmo soubesse. Muito parecido com isso, logo antes que eu ficasse consciente da minha escolha do cardápio, parte do meu cérebro já havia feito a escolha. “Pensamentos e intenções emergem de causas que estão em segundo plano, ou das quais não temos consciência e sobre as quais não temos nenhum controle consciente”, conclui Harris. “Não temos a liberdade que pensamos ter”.
Muito verdadeiro. Mas, se definimos livre arbítrio como “o poder de fazer de outro jeito”, a escolha de vetar um impulso em relação a outro é “não livre arbítrio”. O não livre arbítrio é o poder de veto sobre inúmeros impulsos neurais que nos induzem a fazer algo de alguma maneira, de modo que a nossa decisão de fazer de outra maneira seja uma escolha real. Eu poderia ter escolhido o bife – e escolhi – mas me engajando em certas técnicas de autocontrole que me lembravam de outros impulsos competitivos, escolhi uma seleção em lugar da outra.

O apoio para esta hipótese pode ser encontrado em um estudo de 2007 no Journal of Neuroscience, feito pelos neurocientistas Marcel Brass e Patrick Haggard, que empregaram  uma tarefa semelhante à usada por Libet, mas na qual os indivíduos podiam vetar sua decisão inicial de apertar o botão até o último momento. Os cientistas descobriram uma área específica do cérebro chamada córtex frontomedial dorsal esquerda que se tornava ativada durante esta inibição intencional de uma ação: “Nossos resultados sugerem que a rede neural do cérebro humano para a ação intencional inclui uma estrutura de controle para a inibição auto-induzida ou para a suspensão de ações intencionais”. Isto é não livre arbítrio.
Além disso, um sistema tem “graus de liberdade”, ou uma faixa de opções que podem resultar de sua complexidade e do número de variáveis que intervêm. Formigas têm poucos graus, ratos têm mais, chimpanzés muito mais ainda, humanos o mais que todos. Algumas pessoas – psicopatas, portadores de lesão cerebral, os gravemente deprimidos ou os dependentes químicos – têm menos graus do que outros, e a lei se ajusta para a sua diminuída capacidade de responsabilidade legal e moral.

Esses impulsos neurais que vetam, em um complexo sistema com muitos graus de liberdade, são parte do universo determinístico. Pensar a vontade como um componente da rede causal permite-nos recolocar a responsabilidade em seu lugar correto na sociedade civil.

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...