terça-feira, 29 de abril de 2014

334- TDAH e Procrastinação - Questionário: Você deixa tudo para depois?


Sua tendência a procrastinar é muito grave? Nós todos deixamos coisas para depois, mas se a procrastinação estiver prejudicando sua vida, o primeiro passo é entender seu próprio comportamento.

Questões:

1- Quase sempre pago minhas contas no último minuto ou até mesmo depois do vencimento.
Resposta:

2- Tenho uma tendência de adiar o término das coisas, mesmo quando sei que são importantes.
Resposta:

3- Quando viajo, chego ao aeroporto em cima da hora.
Resposta:

4- Geralmente retorno as ligações telefônicas dias após tê-las recebido - ou nem isso faço.
Resposta:

5- Todo ano juro começar mais cedo, mas termino comprando presentes de aniversário ou de Natal na correria de última hora.
Resposta:

6- Quando sou solicitado a confirmar minha presença em algum evento (RSVP), costumo esperar em vez de responder prontamente.
Resposta:

7- Quando vou me deitar, à noite, geralmente estou estressado com coisas que não realizei durante o dia.
Resposta:

8- Frequentemente inicio novos projetos, mas geralmente não termino nenhum deles.
Resposta:

9- Geralmente estou atrasado para reuniões ou eventos.
Resposta:

10- Mesmo quando tenho um prazo final importante, geralmente começo a trabalhar no último minuto.
Resposta:

11- Decisões importantes causam estresse, então eu geralmente evito tomá-las pelo maior tempo possível.
Resposta:

12- Tenho dificuldade de sair de casa no horário, pela manhã.
Resposta:

13- Minha lista de coisas a fazer geralmente contém os mesmos itens no final, por vários dias. Eu simplesmente não consigo decidir fazê-las.
Resposta:

14- Quando há algo muito importante a ser feito, tenho a tendência de achar outras coisas para fazer e perder o tempo.
Resposta:

15- Geralmente faço planos para encontrar amigos ou ir a reuniões no último minuto.
Resposta:

16- Quando estou trabalhando, gasto meu tempo verificando meu email ou sites sociais.
Resposta:



Publicado em ADDitudeMag.com

quinta-feira, 17 de abril de 2014

333- TDAH - Ensinando aos alunos um "Manual do Proprietário do Cérebro"


Embora a pesquisa sobre o cérebro não forneça todas as respostas para nossos problemas educacionais, quando ela é bem fundamentada e correlacionada com estratégias e intervenções consistentes com interpretações de conhecedores do assunto da pesquisa, um entendimento básico de neurociências pode dar aos educadores o embasamento para tomar decisões esclarecidas sobre produtos/currículo que alegam ser focados no cérebro.
Talvez o mais importante é que educadores com esse embasamento possam compreender por que as suas melhores estratégias funcionam e como aplicá-las a diferentes unidades de instrução e como se adequarem aos pontos fortes de educandos individuais. Assim, elas poderão ter mais conhecimento e motivar seus alunos a compartilhar esse conhecimento de como sua própria ferramenta mais importante pode ser otimizada através de seus próprios esforços.
Depois de praticar a medicina como neurologista de adultos e crianças por 15 anos, no início dos anos 90, eu fiquei angustiada pela epidemia de encaminhamentos que eu estava recebendo para avaliar crianças para TDAH, TOC, epilepsia tipo petit mal, síndrome da oposição e desafio, bem como outros transtornos do comportamento e da atenção. A percentagem dessas crianças que apresentavam de fato as condições pelas quais foram encaminhadas não mudava.
Uma vez que os professores é que originaram os encaminhamentos, comecei a observar as turmas, conversar com educadores e ler a respeito do impacto dos testes padronizados sobre o tipo de ensino que estava sendo ministrado nas classes. Descobri que a pressão para ensinar visando o teste era tão intensa que estava embutida num currículo rígido com predominância de exercícios repetitivos e um mínimo de atividades motivadoras centradas nos alunos.
Minha base em neurociências tornou-se a lente pela qual eu podia avaliar a qualidade e potenciais aplicações da nova ciência da aprendizagem. Nos últimos 10 anos como professora, tenho avaliado a pesquisa em neurociência e ciência cognitiva conforme é aplicada a minhas próprias turmas, e, posteriormente, a problemas comuns a muitos professores. Durante esse período, comecei a escrever livros e artigos e a fazer apresentações/oficinas de desenvolvimento profissional em âmbito nacional e internacional sobre a utilização das pesquisas sobre o cérebro como uma ponte para estratégias de ensino “neuro-lógicas”.
Mente, Cérebro e Educação
A união da mente, cérebro e aprendizagem com a pesquisa de laboratório e cognitiva limita-se a sugerir estratégias baseadas no que eu denomino previsões neuro-lógicas. Ao dizer “neuro-lógicas”, eu me refiro a estratégias sugeridas ou apoiadas pela pesquisa e que estão de acordo com minha base em neurociências e a experiência em sala de aula, tanto minha quanto a de outros. Eu considero que uma estratégia é neuro-lógica quando se correlaciona  com os dados acumulados sobre como o cérebro parece processar uma entrada [input] sensorial em aprendizado.
Embora aquilo que vemos em estudos de imagem do cérebro ou outras pesquisas em laboratório não possa prever o que uma estratégia ou intervenção irá significar para alunos individuais, as informações podem orientar o planejamento didático. Caberá cada vez mais a educadores profissionais com conhecimentos básicos sobre o cérebro usar as deduções da pesquisa científica para nortear as estratégias, o currículo e as intervenções que selecionarem para metas específicas e alunos individuais.
Alunos atentos
Como muitas das crianças encaminhadas para o meu consultório foram enviadas para avaliação de problemas de atenção, eu comecei por averiguar as pesquisas referentes a isso. Todo aprendizado vem através dos sentidos e qualquer informação sensorial que chega é a resposta inconsciente dos filtros em nosso primitivo cérebro inferior, o qual é essencialmente o mesmo de outros mamíferos. Os animais precisam que o sistema de filtros dê atenção prioritária a sinais de perigo  e prazer em potencial (a visão de uma presa em potencial ou o cheiro de um parceiro de acasalamento em potencial). Os seres humanos têm este mesmo sistema cerebral primitivo de recepção de informação. Em nível inconsciente, reflexivo, nossos cérebros são programados para dar prioridade de entrada (prestar atenção) a mudança e novidade, especialmente sinais ligados a perigo ou prazer.
O primeiro filtro que determina a entrada no cérebro de nova informação sensorial é o sistema ativador reticular (SAR) nos seres humanos e outros mamíferos. O SAR admite menos de 1%  das informações sensoriais disponíveis para ele a cada segundo. A prioridade para sobrevivência é dada à mudança e à novidade no ambiente que esteja associada com ameaça ou evoque curiosidade.
Basicamente, os alunos que se acreditava não estarem prestando atenção, estavam prestando atenção em alguma coisa, só que não naquilo que o professor oferecia como entrada sensorial. Isso me levou a experimentar, e depois recomendar, que os professores, antes de mais nada, criem e mantenham ambientes seguros e empáticos na classe. Então eles podem usar lições que promovam a curiosidade, que têm maior probabilidade de promover a entrada sensorial da lição aos cérebros dos seus alunos. Exemplos de novidade que aguçam a curiosidade e atenção incluem usar um item incomum de vestuário, colocar algo diferente na parede, tocar uma música quando os alunos entrarem, mudar a disposição da mobília na sala de aula, ou até mesmo fazer uma pausa carregada de suspense durante uma explanação – porque o silêncio muitas vezes é a novidade em uma sala de aula.
Depois de alguns anos, percebi que meus alunos estavam particularmente curiosos a respeito de seus cérebros. A princípio, passei informações sobre como seus estados emocionais podem determinar a via que uma nova informação percorre no cérebro. Nós discutimos que quando o cérebro está muito estressado ou muito confuso e frustrado, ele entra no modo sobrevivência e as informações  serão enviadas para o cérebro inferior, onde os comportamentos resultantes relacionam-se com a sobrevivência, tais como luta/fuga/imobilização. Expliquei que a amígdala, uma parte do sistema límbico emocional do cérebro, pode modificar isso quando o estresse é reduzido. O objetivo era ficar no estado relaxado, alerta, para que a informação nova viaje através da amígdala para o córtex pré-frontal cognitivo superior, onde pode ser reconhecida e processada pelo pensamento ao invés de gerar uma reação.
Calmo e Focado para Memória Aprimorada
O cérebro produz ondas com frequências elétricas variáveis, medidas em hertz (ciclos por segundo). Durante as frequências elétricas de ondas cerebrais chamadas  Teta, a frequência de 4 a 7 Hz correlaciona-se com um estado de calma e períodos de consciência intensificada. A frequência Teta pode ser vista durante devaneios com explosões de insight criativo e meditação avançada. Resultados de pesquisas recentes com estudos de EEG utilizando eletrodos implantados (em pacientes sob avaliação para remoção cirúrgica de áreas gatilho de crises epilépticas) mostraram que no estágio relaxado e alerta, quando as ondas teta são proeminentes no EEG, as memórias são mais fortes (Rutishauser, Ross, Mamelak, & Schuman, 2010).
Uma das aulas que mais empolgavam os alunos era aquela em que eles descobriam que seu humor e atenção concentrada determinam qual informação é assimilada por seus cérebros reflexivos “pensantes”. Nós revisamos a amígdala e eles lembraram que, se estão calmos e concentrados, suas amígdalas tomarão a “decisão” de enviar a informação a seu cérebro pensante no córtex pré-frontal. Expliquei sobre a pesquisa com EEG e que no estado atento de alerta concentrado eles aprenderão mais do que ouvirem e lerem, e serão capazes de ter controle mais consciencioso de suas emoções e criatividade.
Fizemos então atividades de atenção e eles experimentaram a consciência intensificada quando intencionalmente focaram a atenção em um som ou a visualização de alguma coisa que aprendem em história. Depois disso, nós frequentemente fazíamos respiração de relaxamento antes de começar testes ou lições desafiadoras, e os alunos descreviam seu humor mais tranquilo e consciência mais alerta e sentiam que compreendiam e se lembravam de mais coisas.
Uma menina da sétima série com TDAH que também sofria de ansiedade antes dos testes disse: “Eu quero que o meu SAR deixe entrar a informação que eu quero e que minha amígdala mantenha o que eu ouço na aula fluindo para meu cérebro pensante. Funcionou na aula, então eu tentei sozinha em casa. Funcionou. Eu fiz a tarefa mais rápido e até acertei os problemas difíceis, porque eu não fiquei frustrada no minuto em que não entendia alguma coisa. Eu só visualizei meu próprio cérebro abrindo o fluxo para meu córtex pré-frontal e voltei ao problema difícil com uma atitude melhor. Deu certo em casa e agora funciona nas provas.” 
Ensinando aos alunos um Manual do Proprietário do Cérebro
Descobri que quando os alunos sabem como seu cérebro aprende, eles se motivam para agir. Principalmente quando os alunos sentem que “não são inteligentes” e que nada do que façam possa mudar isso, a constatação de que eles podem literalmente mudar o cérebro através de estratégias de estudo e revisão é empoderadora. As crianças, assim como muitos adultos, acham que a inteligência é determinada ao nascimento ou antes disso, e nenhum esforço mudará seu nível de sucesso acadêmico.
Quando ensinei a meus alunos dos últimos anos do ensino fundamental e posteriormente a meus alunos do ensino médio sobre as modificações em seus cérebros que acontecem através da neuroplasticidade, eles até “captaram” o propósito de revisões e tarefas para casa. Eu explico, mostro a eles imagens do cérebro, e nós desenhamos diagramas sobre a construção de conexões entre neurônios que crescem quando uma nova informação é aprendida, e como mais dendritos crescem quando a informação é revisada. Suas reações são maravilhosas. Um menino de 10 anos disse: “Eu não sabia que podia fazer meu cérebro crescer. Agora eu sei sobre o crescimento dos dendritos quando eu estudo e quando tenho uma boa noite de sono. Agora, quando eu penso em assistir TV ou revisar minhas anotações, eu digo a mim mesmo que tenho o poder de fazer crescer células cerebrais se eu fizer a revisão. Eu ainda prefiro ver TV, mas faço a revisão porque quero que meu cérebro fique mais esperto. Já está dando certo e é muito bom sentir isso.”
Eu uso analogias com esportes, sobre os alunos desenvolverem maior habilidade quanto mais praticam um lance de basquete, e analogias de dança para alunos que viram seu desempenho melhorar à medida que ensaiam mais. Então fazemos ligações para explicar que seus cérebros respondem da mesma forma quando praticam suas tabuadas ou relêem partes confusas de um livro.
Meus alunos contaram a seus pais sobre "fazer meu cérebro trabalhar do jeito que eu quero" e logo outros professores estavam me pedindo as minhas aulas sobre. Escrevi uma versão para o ensino médio das aulas sobre o Manual do Proprietário do Cérebro para educadores fazerem modificações a seu critério e usarem para seus alunos, especialmente aqueles com dificuldades de atenção ou deficiências de aprendizagem.
Quando fiz a faculdade de medicina e me tornei uma neurologista, eu não sabia que um dia seria professora e escreveria sobre estratégias de ensino baseadas nas pesquisas sobre o cérebro, mas uma vez que comecei a fazer conexões entre minhas duas profissões, as ligações ficaram evidentes. Quando vi como meus alunos reagiram e o interesse que desenvolveram pela ciência do cérebro, fiquei muito feliz por poder passar um Manual do Proprietário do Cérebro para outros educadores compartilharem com seus alunos.
Dra. Judy Willis, MD, Mestre em Educação
Neurologista e Professora do Ensino Médio, Santa Barbara, Califórnia.
 
©Maio 2010 The Johns Hopkins Universidade New Horizons for Learning  http://educação.jhu.edu
Para obter permissão para redistribuir, acesse: Johns Hopkins University New Horizons for Learning Copyright and Permission Information

Copiado de http://www.aprendercrianca.com.br/ 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

332- O TDAH e Eu


Uma garota de 12 anos medita sobre equilibrar o TDAH com suas habilidades especiais. Por Dana Olney-Bell

Tenho doze anos de idade e, pelo que me lembro, tenho dois lados opostos dentro de mim. Disseram-me que tenho "dons" - muito inteligente e criativa. Mas também tenho de trabalhar muito, muito duramente em coisas que parecem muito mais fáceis para outras garotas, tal como memorizar e prestar atenção.

Eis aqui um exemplo: Em matemática, ciência e artes sou mais rápida que os outros alunos em descobrir as coisas. Como acontece quando o nosso professor ensina uma nova maneira de subtrair frações. Parece óbvio para mim, mas não para os outros alunos. Mas, quando estou tentando escutar alguém falando ou lendo, minha mente começa a vaguear.

Uma vez, quando estávamos falando sobre plantas em ciência, isso me fez pensar em meu jardim e no que iria plantar no próximo ano. E isso me fez pensar em uma nova espécie de pimenta que eu queria plantar para o meu pai, porque ele gosta de coisas apimentadas. E isso me fez pensar nos pratos "quentes" que ele costumava comer quando vivia em Singapura.

Parece como os galhos de uma árvore, e logo eu já não sei mais sobre o que era a discussão. Às vezes isso é bom quando eu estou falando com alguém, porque me ajuda a variar nossa conversa. Se estou na aula, me ajuda a trazer novas idéias que ninguém tinha imaginado. Mas também me machuca em aula porque eu nem sempre entendo o que o professor está dizendo.

Algumas vezes eu tenho idéias complicadas que não consigo explicar para os outros. Isso realmente me deixa frustrada e fico nervosa com a pessoa porque ela não entendeu! Acho que você poderia dizer que eu choro muito facilmente. Isso realmente afeta minha mãe. Às vezes tenho a mesma espécie de problema quando preciso fazer uma pergunta. Fico empacada na pergunta porque não consigo formulá-la. E tenho os mesmos problemas quando tento passar minhas idéias para o papel.

Quando estou fazendo algo que é difícil para mim, como escrever, eu fico vagando facilmente e acabo fazendo um trabalho rápido, de modo que possa fazer algo em que eu me saia melhor. Mas quando não consigo uma nota muito boa no meu trabalho, me sinto mal. O problema é que há tantas coisas interessantes para fazer em minha casa; coisas que eu acho que sejam tão educativas quanto escrever. Eu prefiro fazer experiências químicas e cozinhar na cozinha, ou experimentar novas espécies de sementes e de misturas de solos em meu jardim, ou assistir ao History Channel ou a Popular Mechanics for Kids, ou a resolver problemas de lógica e jogos. Eu estudo o comportamento dos pássaros (com meus pássaros, é claro!), trabalho no meu Web site com meu pai, e construo novas coisas com madeira ou qualquer coisa que estiver sobrando em torno. Amo minha escola, mas odeio que as tarefas de casa me tomem tanto tempo que eu poderia usar para fazer outras coisas. É assim que é ter dons e TDAH.

Lições de Vida

Tentei alguns remédios para me ajudar a prestar atenção. É tão esquisito que façam remédios para isso! Um me ajudava a me concentrar e a ter mais disposição na escola. Agora, outro me ajuda a ser mais otimista, mas quando o efeito some, me sinto menos alegre e me desligo mais. Meu remédio ajuda alguma coisa, mas não resolve completamente o problema da atenção. Ainda tenho de me esforçar para prestar atenção, e algumas vezes ainda fico vagando mesmo com o remédio.

O remédio não ajuda nos problemas que tenho para memorizar e estudar para as provas. Meu tutor sugere que eu faça desenho de figuras quando tenho de memorizar fatos para a minha prova de história. Por exemplo, quando estávamos estudando a Renascença, eu desenhei uma harpa pelo renascimento da música e uma cruz pelo renascimento da cultura. Isso me ajudou a lembrar dessas coisas para uma prova. Mas demora muito tempo estudar desse jeito, então eu não conseguia estudar tudo e tirava notas baixas porque havia muitas partes que eu não tinha visto. Às vezes isso me faz querer desistir quando eu descubro o quanto tenho de estudar a mais coisas que não são tão difíceis para os outros colegas.

Japonês foi mais fácil para eu aprender porque quando você escreve em japonês, é arte, e eu adoro desenhar. A escrita japonesa é cheia de detalhes, e eu gosto de ficar por um tempo longo em alguma coisa e fazer tudo exato. Mas a lentidão é um outro problema que eu tenho e que frustra as pessoas. E o meu tutor diz que eu às vezes tenho muita dificuldade em decidir quando caprichar nos detalhes vai fazer meu trabalho ficar melhor ou quando vai prejudicá-lo porque "eu não consigo ver a floresta pelas árvores". Há uma parte do japonês que tem sido muito difícil para mim. Estou atrasada em relação à minha classe no que diz respeito à memorização dos caracteres japoneses e nas combinações de caracteres.

No terceiro ano eu fui para uma escola especial para crianças com dificuldades de aprendizagem, onde eu aprendi o método Singerland para leitura. Aquilo foi realmente bom para mim. Agora eu leio livros que são realmente difíceis, como o The Golden Compass (A Bússola Dourada) e The Amber Spyglass (A Luneta Âmbar).

Visualização e verbalização foram realmente úteis, também, para descobrir a prosódia. Ainda sou má em leitura em voz alta, mas estou melhor do que era! Mas as outras partes da escola eram tão fáceis para mim, e eu ficava aborrecida porque eu já sabia o conteúdo. Quando voltei para minha escola pública, as crianças me perguntavam, "Dana, você vai para a escola especial no terceiro ano?" A Educação Especial não é uma coisa popular. Você tem de ser normal para ser legal.

Algumas pessoas idolatram os estudantes bem dotados porque pensam que eles são bons em todos os assuntos, mas isso não é verdade. Não somos superinteligentes em tudo, como um computador. Sou boa em algumas áreas. Meu tutor diz que sou uma aprendiz visual. Por exemplo, em história, quando minha professora estava falando sobre a segunda guerra mundial, ela mostrou fotos das trincheiras em que eles lutavam. Sempre vou me lembrar daquelas cenas.

Ser superdotado é uma coisa má em algumas das escolas em que eu estive. No cinema, os geniosinhos não são geralmente bons nos esportes. As pessoas pensam que se você é superinteligente, então você será provavelmente fraco. É muito bom ser um mago em matemática, mas é bem mais legal se você for realmente atlético. Foi o que descobri em minha velha escola pública.

Agora frequento uma escola para alunos superdotados e temos muito atletismo aqui. Fazemos exercícios, dança e artes marciais quase todos os dias. Fico feliz por ver que os meus colegas de escola não ligam muito para a moda e não estão nem aí para o tipo de roupa que você usa. Para mim, é muito mais confortável desse jeito.

Estamos juntos nessa

Qual a melhor maneira de ajudar crianças como eu? Precisamos de muito apoio dos pais e não de gritos quando tiramos notas baixas. A melhor coisa que os pais podem fazer é ajudar seus filhos a superar suas dificuldades. Me ajudou muito quando minha mãe me mostrou novas maneiras de estudar para uma prova. Me ajudou a encontrar amigos que sejam honestos e que não me critiquem pelas costas. Ajudou-me a achar uma escola onde os professores vejam que há coisas em que eu sou muito boa. Uma vez minha mãe me contou uma história sobre os nerds de computador que terminaram por tomar conta do mundo, e às vezes eu penso nessa história e isso faz com que eu me sinta melhor, também.

Espero que outras crianças que sejam superdotadas e que tenham TDAH saibam que não estão sós. Espero que isso ajude as crianças a falar com seus pais e professores sobre as coisas que as aborrece e que as fazem se sentir menos esquisitas e solitárias. Falar com eles sobre coisas em que você é bom e sobre coisas que são difíceis para você - e por que elas são difíceis para você - podem ajudar as crianças a descobrir como fazer a escola um pouco melhor. Além de tudo, falar sobre coisas também pode ajudar as crianças a se sentirem melhor a respeito de si mesmas.


ADDitude

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...