segunda-feira, 11 de abril de 2011

68- Ajude seu filho a controlar o humor

As crianças são beneficiadas por aprender a esperar pelos prêmios e por abandonar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por Carol Brady, Ph.D.

Todos nós já enfrentamos esses horríveis displays de doces, tão convenientemente colocados nos caixas das mercearias. Quantos pais exercem o controle e dizem “NÃO” quando “Ah, por que não?” é tão mais fácil do que enfrentar a provável crise de birra, na frente de todo mundo que está na fila? Qualquer revista de aconselhamento de pais no mesmo mostruário ao lado do caixa, nos escarnecerá com “10 maneiras fáceis de estabelecer limites para as crianças”. Não é tão FÁCIL para mim.

Você pode estar se perguntando: “Por que não ser flexível? Por que não ceder?” Embora a flexibilidade ocasional seja legal, o bem que todos podemos dar às nossas crianças é ensinar que a vida tem seus limites. Estabelecer limites claros é confortável para a longa jornada, especialmente para crianças que não têm nenhuma perspectiva sobre como as decisões impulsivas as afete.

Não é justa!

Como adultos, temos a responsabilidade de ensinar às crianças (como sua mãe e a minha geralmente diziam) que a vida “não é justa”. As crianças se beneficiam por aprender a esperar pelas recompensas e por superar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por meio da frustração ocasional, elas desenvolvem a habilidade de tolerar situações que não são como elas querem. Se nós relevamos cada capricho, elas não poderão aprender a lidar com a frustração de um modo saudável e maduro. A vida torna-se mais exigente conforme elas crescem. Ajudá-las a vencer ameaças especiais e a esperar pelas recompensas é o início para ajudá-las a lidar com o seu próprio senso de competência.

Entretanto, uma criança com TDAH é um caso especial no qual uma vontade atual é intensamente perturbadora. Embora cada criança seja única em sua capacidade, esperar por qualquer coisa é mais difícil para essas crianças (e adultos) que precisam exercer maior esforço para controlar sentimentos de todos os tipos. Quando as coisas não seguem seu caminho, a criança com TDAH pode ir da calma à fúria num piscar de olhos.

Muitas crianças com TDAH são obsessivas e incapazes de se livrar de um determinado pensamento. Se elas têm em mente ir nadar, por exemplo, mas não podem ir por causa de uma tempestade inesperada, prepare-se para uma crise de furor. Elas não se esquecerão de nenhuma promessa feita, ou até mesmo de qualquer expectativa que exista somente em sua imaginação. A memória pode aplicar peças em nós se o desejo de um resultado for muito, muito forte.

O que um pai pode fazer?

Não há resposta mágica. É uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do tempo por meio de tentativa e erro, e pela leitura de livros, pela procura de auxílio profissional e por perguntar aos outros pais e parentes. Armado com informação você pode então experimentar abordagens diferentes para descobrir quais métodos funcionam melhor para você e para sua família.

Como estabelecer limites que funcionem.

Enquanto crescem, as crianças com TDAH geralmente enfrentarão desapontamentos de todos os tipos – não somente a recusa de alguma brincadeira. Elas também têm de enfrentar o fato de não serem bem tratadas pelos amigos, de não ganharem um papel em peça de teatro escolar, de descobrir que seu irmão comeu o ultimo pedaço de torta de cereja, ou que seu melhor amigo está se mudando para longe – ou que o trabalho para o qual ela se inscreveu não deu certo – qualquer realidade que as confronte de modo diário e que as faça se sentirem... mal.

Como ajudar seu filho a dar conta

Controle o ambiente. Não programe situações que tenham chance de serem muito estimulantes ou cheias de estresse para seu filho com TDAH, tais como levá-lo ao shopping às cinco e meia da tarde, após um longo dia, ou ficar em uma festa de família até altas horas da noite. Entretanto, isso é dependente da idade e pode ser ajustado com o tempo.

Controle o resultado. Não tenha medo de abandonar uma situação que você vê que está se tornando um conflito para a criança. Aprenda a ler os sinais de ameaça de desapontamento. Por exemplo, um primo adolescente provavelmente não vai convidar o quintanista para se juntar aos seus amigos quando eles sairem da festa do vovô e da vovó. Então, procure sair antes de surgir a sensação de que está sobrando.

Estabeleça limites, e mantenha o seu ponto. Não discuta sobre situações que você sabe que seu filho já entende, mas que continua a perguntar – “Mas por que eu não posso (ter isso, fazer aquilo, ir lá, etc.)?” Estabeleça seu limite, fique calmo e entenda os sentimentos dele: “Sei que você está desapontado, mas sua tática não funciona comigo”.

Ensine paciência. Antes que uma crise de raiva ou uma discussão tenham se iniciado, fale com a criança sobre como esperar pelo que ela quer, ou como planejar para o que ela sente que precisa, ou como ter alternativas que sejam quase como o que ela imaginou.

Minimize a frustração. Ofereça estratégias para lidar com “grandes” sentimentos depois de desapontamentos, tais como falar com um adulto, jogar algo divertido, técnicas de relaxamento ou brincar com animais. Linguagem interna positiva ("Talvez da próxima vez eu ganhe o jogo"), tempo e apaziguamento podem ajudar as crianças a desenvolver uma nova tática ou apenas deixar que elas façam algo que queriam.

Reconheça seus esforços. Observe e comente nas ocasiões em que seu filho esteja propenso a deixar a coisa correr. A aprendizagem da capacidade de lidar com a deslealdade e os desapontamentos demora uma longa jornada de reforço de bons padrões.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

67- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (terceira parte)

Cinco guias para os pais de crianças e adolescentes violentos e desafiadores
Guia 1 – Terapia combinada - é um programa de disciplina mais medicação – é melhor para o comportamento desafiador. A medicação para o TDAH pode ajudar a criança a controlar melhor suas emoções, então ela terá menos probabilidade de reagir explosivamente, mas não mudará seu comportamento desafiador.

Guia 2 – Lembre que o comportamento desafiador de uma criança geralmente piora após participar de um programa de desafio, diz Tim Verduin, da New York University. Como ela não está tendo a resposta que ela quer que você tenha, e a que ela estava acostumada, ela aumenta o comportamento negativo para tentar obtê-la.

Guia 3 – Se as crises de furor do seu filho parecem mais explosivas e frequentes do que as dos seus colegas, ele pode ter TOD. Cerca de 5% das crianças têm TOD, mas 65% das crianças com TDAH também têm TOD, de acordo com algumas estimativas.

Guia 4 – “Nunca é boa ideia estabelecer uma regra que você não consiga manter o tempo todo,” diz Joyce Divinyi, autora de Discipline that Works: 5 Simple Steps. “ Crianças desafiadoras arriscam a sorte. Se elas podem continuar com o comportamento desafiador uma vez – pode ser somente uma vez em seis – elas lutarão por aquela vez”.

Guia 5 – Demora seis meses para mudar o comportamento desafiador, diz a psicóloga Joyce Divinyi. “Eu encorajo os pais a procurar treinamento e apoio durante as fases de desafio. Diga a um terapeuta, ´Li este livro, ou estou fazendo aquele programa. Faz muito sentido para mim, mas preciso de apoio enquanto estiver lidando com isso. O que você sugere? ´”.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

66- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (segunda parte)

Cursos de Treinamento para os pais: como escolher

Nos Estados Unidos há muitos cursos de treinamento de pais. Cada um deles oferece algo único.

1- Terapia de Interação pais-criança (Parent-Child Interaction Therapy – PCIT)

A PCIT geralmente é oferecida em centros ligados a universidades e por terapeutas individualizados.

É melhor para os pais de crianças dos dois aos sete anos de idade. A PCIT envolve a terapia um-a-um com os pais, e possivelmente outros membros da família, assim como com a criança desafiadora. Você interage com seu filho em sala com falso espelho. O terapeuta fica sentado do outro lado do espelho, falando com você por um ponto eletrônico. “A vantagem de se comunicar com o pai é que a criança associa essas habilidades ao pai, não ao terapeuta,” diz Timoty Verduin, Ph. D., diretor clínico do Institute for Attention Deficit Hyperactivity and Behavior Disorders no New York University Study Center.

Para encontrar um terapeuta: PCIT International

2- Ajudando uma criança não complacente (Helping a Noncompliant Child)

É um programa usado com a criança e os seus pais, descrito no livro de Rex Forehand “Parenting the Strong-Willed Child”.

É melhor para crianças de três a oito anos de idade. Você lê e segue as intruções do livro, participa de programas de grupo, ou trabalha em base um-a-um com um terapeuta. “A criança deve estar num sala com um pai, para que o terapeuta possa demonstrar a melhor resposta e encorajar o pai,” diz Forehand.

Para encontrar um terapeuta: Association for Behavioral and cognitive Therapies (ABCT)

3- Seu filho desafiador (Your Defiant Child)

É um programa descrito por Russell Barkley em seu livro de mesmo nome.

É melhor para crianças de quatro a doze anos de idade, especialmente aquelas grave ou persistentemente desafiadoras. Nas primeiras quatro semanas, os pais aprendem a dar aprovação, elogios e reconhecimento e a estabelecer incentivos e brindes para encorajar o bom comportamento. Nas outras quatro semanas os pais aprendem como corrigir o comportamento desafiador, usando estratégias focalizadas em um problema de cada vez e agindo em 10 segundos após a ocorrência do problema. Outro elemento é chamado “Ajude o professor a ajudar seu filho”, no qual os pais usam um cartão diário de notas para se comunicar com o professor. Os pais também aprendem como ajustar o sistema de recompensas de acordo com a idade da criança.

Uma mesada semanal funciona para Christopher Covello, um menino de 13 anos, de Norwalk, Connecticut, que foi diagnosticado como TDAH aos 5 anos de idade e tem episódios ocasionais de birras e de desafios. Sua mãe, Jennifer, pregou uma lista de tarefas na geladeira. Se Christopher as faz sem queixas, ele tem a mesada ao final da semana. Se ele não as faz, ou reclama, sua mesada é diminuída em parte. “Ele mesmo organizou a lista, de modo que ele tem propriedade sobre seu arranjo”, diz Jennifer. “Fizemos um acordo e ambos o assinamos”.

4- Programas em grupo

Os programas em grupo ensinam os princípios da PCIT para grupos de 25 pais e têm o benefício adicional de dar apoio aos pais e custar menos do que a terapia privada. Existem três programas: COPE (Community Parent Education), difícil, de estilo conservador, ministrado à noite por paraprofissionais aos pais de crianças e adolescentes; Incredible Years, para os pais de pré-escolares, focalizando na intervenção precoce para prevenir a piora do comportamento desafiador; e Positivfe Parenting Program, dirigido aos adolescentes e também fornecendo estratégias para controlar os problemas conjugais causados pelo comportamento desafiador.

Auxílio para adolescentes violentos e desafiadores

Se o comportamento desafiador não tiver sido solucionado quando a criança atinge sua adolescência, o treinamento dos pais não funcionará. Você não consegue colocar de castigo um adolescente que é maior e mais forte que você. Entre no Collaborative Problem Solving (CPS), um programa criado por Ross W. Greene, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School, e descrito em seu livro “The Explosive Child” (Harper Collins).

A premissa: Crianças desafiadoras, com TDAH não são obstinadas ou manipuladoras. Seu comportamento desafiador resulta de uma falta de controle emocional e de habilidades comportamentais. Os proponentes do CPS veem o comportamento desafiador como uma dificuldade de aprendizagem. “Em vez de ter dificuldade com matemática ou com a leitura, essas crianças têm dificuldade com a solução de problemas, em flexibilizar o pensamento e a frustração,” diz J. Estuart Ablon, Ph.D., diretor do Think:Kids, no Massachusetts General Hospital.

Como funciona: O programa dá às crianças as habilidades que elas não têm – desde habilidades sociais até habilidades de função executiva – em vez de usar um sistema de premiação e punição. O primeiro passo é identificar e entender a preocupação da criança em relação a um problema (terminar o trabalho de casa ou uma tarefa), e assegurar a ela que o problema será resolvido pela criança e por um adulto, juntos. O segundo passo é identificar a preocupação do adulto a respeito do mesmo problema. O terceiro passo convida a criança para as soluções pensadas com o adulto, para encontrar um plano que seja mutuamente satisfatório.

O que você aprende: Como fazer perguntas ao seu filho, de um modo que o ajude a explicar o que desencadeia o comportamento desafiador; como compartilhar as suas preocupações com ele e ajudá-lo a compartilhar as dele.

O CPS controlou os problemas de comportamento que Armen Afarian, de 12 anos, tinha na escola. Quando estava no ensino médio, Armen foi suspenso porque os professores notaram seu comportamento desafiador no intervalo. A regra era de que quando o sino tocasse, os estudantes tinham de parar de jogar basquete e correr para a sala de aula. Em alguns dias, Armen jogou ainda depois do toque do sino, o que o levou a ser suspenso.

A mãe de Armen, Debra Ann, que tinha feito a terapia do CPS com seu filho, pediu uma reunião com os professores dele para discutir soluções para o problema. Armen disse, “Eu paro às vezes, porque estou em um número par de jogadas”. “Se não paro quando o sino toca é porque estou em um número ímpar, e eu não posso parar nada em um número ímpar.”

“Não vamos puni-lo, porque nada vai mudar isso,” disse um professor. “Como você acha que poderemos resolver este problema?” Armen respondeu, “O intervalo é de 15 minutos; eu poderia parar em um número par se eu soubesse que estivesse chegando o fim do intervalo.”

Não importa a abordagem que você adotar para controlar o comportamento desafiador do seu filho, a recompensa vai além de evitar brigas. Melhorando a maneira que você interage com seu filho, você melhorará seu relacionamento e aumentará sua autoestima e autoconfiança. Estes benefícios duram a vida toda.

Esta parte é continuação da postagem 64 (continua)

sábado, 2 de abril de 2011

65- Bullying: colégio terá que indenizar família de aluna

Pais de aluna, que haviam alertado colégio sobre humilhações, obtêm indenização na Justiça do Rio - Clarissa Thomé, O Estado de S.Paulo.

O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.

Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.

A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastada, causando arranhões.

Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.

Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.

Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."

J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.

"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam."

Publicado no Blog do Noblat em 02-04-2011  
(Vejam a postagem no. 20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

64- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos: programas de treinamento de pais que auxiliam a mudar o comportamento

Tentando lidar com TOD, TDAH e/ou comportamento desafiador? Estes programas de treinamento podem ajudar a mudar e controlar as explosões de raiva e o comportamento obstinado. Por Laura Flynn McCarthy

Chame-o de voluntarioso ou corajoso. De qualquer modo, o comportamento briguento e explosivo é comum nas crianças com TDAH, e pode tornar exaustos os pais mais pacientes e carinhosos. Se o comportamento desafiador do seu filho está limitado a um punhado de itens – fazer a tarefa de casa ou arrumar o quarto – ou se ele preenche os critérios do transtorno de oposição e desafio (TOD), há estratégias que podem contornar o comportamento difícil.

“Quase 65% das crianças desenvolverão o TOD até dois anos após o diagnóstico de TDAH”, diz Russell Barkley, Ph. D., professor de clínica psiquiátrica na Medical University of South Carolina, e autor de Your Defiant Child (Guilford Press). “As crianças com TDAH têm 11 vezes mais chances de ter TOD do que quaisquer outras na população. As duas condições caminham juntas.”

Crianças com TDAH têm dificuldade de controlar sua emoção. “Crianças desafiadoras estão reagindo por causa dos centros emocionais dos seus cérebros, e não estão pensando ´Se eu fizer isso, vou me meter em apuros´”, diz a psicoterapeuta Joyce Divinyi, autora de Discipline That Works: 5 Simple Steps (Wellness Connection). “O comportamento desafiador é um impulso emocional, não uma ação pensada.”

Quanto mais graves forem os sintomas do TDAH de uma criança, maior é a chance de que ela se comporte de maneira desafiadora. Manter os sintomas sob controle com medicação, terapia cognitivo-comportamental, ou ambos, pode diminuir o comportamento desafiador. O estilo dos pais também tem grande importância na gravidade do desafio de uma criança.

“Os pais deveriam entender que este é um comportamento difícil de resolver”, diz Barkley. “Seu filho está gritando, berrando, empurrando e batendo, e pode chegar ao comportamento destrutivo e, às vezes, à violência. Você pode estar cansado. Pode ter tido um dia difícil no trabalho. Pode ter outro filho que esteja exigindo a sua atenção. Pode ser que você esteja deprimido. Ou também pode ser que você tenha TDAH, e tenha dificuldade de controlar suas próprias emoções.”

Os pais de crianças com TDAH enfrentam essas situações muitas vezes mais do que outros pais, ele acrescenta, e têm mais chance de ceder em algum tempo. É por isso que o treinamento dos pais é tão importante. Ele lhe dá as habilidades, o suporte e a ajuda que você necessita para ser consistente.

Como funcionam os programas de treinamento dos pais

A American Academy of Child and Adolescent Psychiatry reconhece dois tratamentos para o comportamento desafiador – treinamento dos pais e Collaborative Problem Solving (CPS). Como as crianças não desenvolvem as habilidades necessárias para o CPS até os 10 anos ou mais, o treinamento dos pais é provavelmente a melhor opção para crianças mais novas.

A premissa: O comportamento desafiador aparece quando a criança descobre que pode obter o que quiser por meio do mau comportamento. Você diz ao seu filho, “Desligue o vídeo game e vá fazer sua lição de casa,” e ele se recusa a obedecer e discute com você. Se você não mantiver sua postura, você criará a condição para o comportamento desafiador. “Você não precisa punir todas as vezes para fazer valer a pena para ele lutar; só tem de punir algumas vezes,” diz Barkley. Os especialistas chamam este padrão de interação de “o circulo coercitivo”.

Como funciona: A meta do treinamento de pais é quebrar o circulo e ajudar os pais a disciplinar os seus filhos de modo mais eficaz. “Crianças desafiadoras causam estresse na família,” diz Rex Forehand, Ph. D., professor de psicologia na University of Vermont, e coautor de Parenting the Strong-Willed Child (McGraw-Hill). “ Para contornar o comportamento – e eu sei que todo mundo já ouviu isto antes – os pais precisam ser consistentes, estabelecer limites, criar estrutura e ser positivos.

O treinamento de pais ensina a você essas habilidades em duas partes:

1- Você mostra ao seu filho o que você quer dele, dá a ele os incentivos para que se comporte de acordo e reforça o comportamento positivo dando aprovação, elogios, reconhecimento, pontos, presentes e ou recompensas.

2- Você aprende estratégias para corrigir os comportamentos negativos e desafiadores – ignorando os pequenos comportamentos maus e estabelecendo consequências consistentes, como castigos.

O que você aprende: Como dar ordens com autoridade, a usar o castigo eficazmente, a ensinar seu filho a pensar sobre as consequências de suas ações, a elogiar e a criar e usar sistema de recompensas.

(continua)

quinta-feira, 31 de março de 2011

63- Lista dos artigos já publicados no blog

1- Saudações
2- O TDAH e os professores
3- Dicas para a sala de aula
4- Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief
5- Cartilha do Educador
6- Preocupado? Leia isto:
7- Novas Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade
8- Quais são as características ideais de um professor para crianças e adolescentes com TDAH
9- O que os professores devem esperar do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH?
10- Acomodações em classe e auxílios para os alunos com TDAH
11- O que acontece com quem herda a predisposição para o TDAH?
12- O comportamento dos pais em relação aos filhos pode agravar o TDAH?
13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?
14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH
15- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio
16- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio – Dados para as famílias
17- Os sintomas do TDAH
18- TDAH – Sintomas em adultos
19- Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manterem organizados
20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying
21- O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento?
22- Dicas para os pais
23- Vinte e cinco (25) coisas boas do TDAH
24- Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler, escrever e em matemática.
25- Pai de criança com TDAH? Cinco segredos para uma disciplina melhor
26- Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e estudo criando rotinas para seu filho com TDAH
27- Estratégias amigáveis, aprovadas pelos pais, para ajudar crianças com TDAH a fazerem seu trabalho de casa.
28- Acabe com a distração: Melhorando o foco do TDAH em casa e na escola
29- Vinte e sete (27) acomodações que funcionam para o TDAH
30- Risco de depressão e suicídio no TDAH adolescente
31- Dicas de comportamento escolar: Controle do impulso para crianças com TDAH
32- Para os pais de crianças com TDAH
33- TDAH – Sugestões para intervenções do professor
34- Como falar com uma criança ou adolescente sobre o TDAH?
35- Falta conhecimento sobre o TDAH. Isso é grave!
36- Quando mudar de médico
37- Álcool e medicamentos para o TDAH: O que é seguro?
38- Evite a destruição das festas de Natal: Auxílio para crianças com TDAH
39- Medicamentos ou tratamento alternativo para o TDAH?
40- TDAH é uma doença inventada?
41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação
42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro
43- Sete soluções para problemas de sono
44- Reduza a ansiedade naturalmente
45- Memória de trabalho e memória de curto prazo
46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento
47- Simplifique sua vida com o TDAH aprendendo a dizer “não”
48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação
49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH
50- Cecília Meireles – Motivo
51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH
52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH
53- 10 maneiras de arruinar um bom relacionamento
54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade
55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH
56- Lição de casa
57- A perspectiva das crianças que vivem com TDAH
58- TDAH em adultos
59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)
60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva
61- TDAH e dificuldades com matemática: semelhanças cognitivas e intervenções
62- Quando os professores culpam os pais pelo TDAH e pelas dificuldades de aprendizagem do aluno

terça-feira, 29 de março de 2011

62- Quando os Professores Culpam os Pais pelo TDAH e pelas Dificuldades de Aprendizagem do Aluno

O TDAH e a disgrafia do meu filho fizeram com que ele ficasse atrasado na classe tradicional e sua professora culpou-me por aceitar sua dificuldade de aprendizagem. Como encontramos uma escola acolhedora que acomodou suas diferenças. Por Deborah Thorpe

Faço parte de um grande grupo de apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem e TDAH, e o mesmo assunto aparece toda semana: “A escola diz que eu estou incentivando meu filho a ser como ele é”, diz uma mãe. “A professora diz que se eu o disciplinasse mais, ele se sairia melhor”, diz outra mãe. Pais de crianças com dificuldades invisíveis são frequentemente culpados pelas dificuldades delas na escola. Somos alvos fáceis.

É devastador ouvir essas acusações. Muitos de nós gastamos horas pesquisando as dificuldades dos nossos filhos e procurando o médico certo para fazer o diagnóstico e o tratamento dos sintomas. Tentamos explicar esses sintomas para a escola, esperando encontrar as acomodações e o apoio que nossos filhos precisam para serem bem sucedidos. Quando surge uma crise na classe, entretanto, os pais geralmente estão na mira dos professores. Recebi recentemente uma carta, escrita em vermelho, com palavras raivosas, da professora do meu filho, que dizia: “Se ele apenas fizesse o trabalho, não haveria nenhum problema”. Ela se referia ao fato de eu estar permitindo que meu filho ditasse as respostas do seu trabalho de casa para mim.

Entendi a frustração dela. Eu também estava frustrada. Meu filho não queria escrever nada – trabalhos de classe ou tarefa de casa. Ele tem disgrafia, a incapacidade de escrever a mão de modo legível. Para ele, a escrita a mão era uma batalha: Ele demorava uma eternidade para escrever uma simples sentença, e o resultado final parecia uma coisa de bebê. Ele sabia que não poderia se equiparar aos seus colegas de classe.

A psicóloga dele disse que seria melhor para ele não escrever nada do que parecer bobo. Eu concordei, mas não consegui fazer com que a professora compreendesse. Não éramos uma equipe. Logo no início do ano, ela havia me chamado para o que disse ser “uma conversa de mulher para mulher”, e me acusou de prejudicar meu filho. Disse que era minha culpa ele ter problemas para escrever.

Fui tomada pela surpresa e chorei. Comecei a repensar minhas ações. Na semana seguinte, não conseguia pensar em outra coisa. Teria eu realmente causado os problemas do meu filho?

Eu estaria prejudicando e não ajudando?

Foi um alívio falar com a psicóloga do meu filho. Seria eu uma má influência? Perguntei. “Não”, ela disse. Eu não tinha impedido que meu filho superasse as dificuldades que ele enfrenta. Um pai se torna desesperado e amedrontado quando sua criança não vai bem nos estudos, ela explicou, mas a ajuda que eu dei a ele foi uma acomodação legítima para uma criança com disgrafia. A escola insistiu, entretanto, que ele fizesse tudo por si mesmo, não importando o tempo que levasse. Eles forçariam uma criança em cadeira de rodas a participar de uma aula de ginástica normal?

Um amigo, que recentemente conquistou seu PhD, estudou crianças com artrite reumatoide juvenil e descobriu que as que tinham a doença crônica precisavam de um “facilitador” – alguém que garantisse que a criança tivesse o que fosse necessário e que a protegesse quando fosse o caso. Sem essa pessoa vital, sua doença – e sua qualidade de vida – piorava.

Eu sou essa pessoa para o meu filho. Eu torno o seu campo de batalha justo para ele, de modo que ele queira lutar e não fique acovardado.

Mudando a vida dele

Aquele dia está chegando. Nos últimos dois anos ele frequentou uma escola privada que permitiu que ele não escrevesse no primeiro ano e que focalizasse em suas potencialidades. Ele atingiu as metas em escrita por meio de desenhos de histórias em quadrinhos, algo em que ele é bom e que gosta de fazer. Participou de uma competição de Lego, e seus trabalhos artísticos foram expostos num show de arte local. Ele interessou-se por fotografia. Também ensinamos a ele como escrever num teclado, algo que sua escola antiga deveria ter insistido que ele aprendesse.

Neste ano ele está fazendo mais trabalhos escritos, incluindo um sobre ciências. Ele já não se opõe mais a fazer seus trabalhos. De fato, recentemente ele até recusou um convite para ir até a casa de um amigo, porque tinha um trabalho escolar a ser feito.

Entendo por que as escolas querem que nossas crianças sejam pessoas responsáveis e produtivas, mas quando uma criança não acompanha, a “solução” é às vezes a repetição ou o fracasso escolar. Essa abordagem de “um tamanho serve para todos” é danosa para nossas crianças com dificuldades. No início, eu pensava ser a única vítima dessa culpa mal posta. Não era. Agora eu me importo por todos os outros pais que trabalham tão duro quanto eu para garantir a independência e o sucesso acadêmico de nossos filhos. Facilitar, no melhor sentido, pode ser uma coisa boa para nossas crianças.

Extraído de hoagiesgifted.com, por Deborah Thorpe
ADDitude, Spring 2011 issue.

terça-feira, 15 de março de 2011

61- TDAH e Dificuldades com Matemática: Semelhanças Cognitivas e Intervenções

Os estudos indicam que entre 4 e 7% da população em idade escolar apresentam algum tipo de dificuldade com matemática, e que 26% das crianças com TDAH têm uma dificuldade específica com matemática.
Em crianças com TDAH foram descobertas fraquezas da memória de trabalho que promovem as dificuldades com os problemas que envolvem a manipulação da informação verbal e não verbal..
Pesquisas recentes focalizaram a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com matemática, especificamente aritmética, algoritmos do conhecimento e resolução de problemas.
Swanson e Beebe-Fraser descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribui para a dificuldade de solucionar problemas matemáticos de palavras mais do que o processamento fonológico isolado. Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado com as dificuldades em matemática e o TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades de resolver problemas aritméticos, algorítmicos e matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade de bloquear os estímulos estranhos para a memória de trabalho.
A pesquisa focalizou uma variedade de intervenções na tentativa de encontrar um modo de instruir melhor as crianças com TDAH e dificuldades de matemática.
Acompanhamento, reforço no uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são quatro métodos que podem ajudar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.
Amy Platt.

terça-feira, 8 de março de 2011

60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva

Introdução
Embora o diagnóstico de TDAH seja baseado nos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a evidência sugere que crianças com TDAH também apresentam significativas deficiências cognitivas em áreas que são essenciais para o funcionamento diário, tanto na escola quanto em casa. Especificamente, pesquisas indicam que crianças com TDAH frequentemente têm problemas em:

• funções executivas (por exemplo, o planejamento de um projeto, manter a atenção na tarefa, ignorando informações irrelevantes)

• memória de trabalho (que é muitas vezes considerada uma função executiva)

• a velocidade de processamento (crianças com TDAH processam as informações de forma mais lenta do que seus pares)

No entanto, é importante notar que muitos desses processos cognitivos são frequentemente inter-relacionados. Por exemplo, problemas na memória de trabalho podem afetar negativamente outras funções executivas, ou velocidade de processamento lenta pode reduzir a habilidade de recordar e organizar as informações.

Quanto mais nova ou complexa uma tarefa, maior será a necessidade de funções executivas. Tarefas exigentes podem incluir aprender a conduzir um carro pela primeira vez ou escrever uma redação.

Funções executivas

As funções executivas contribuem tanto para o processamento dinâmico, bem sucedido, em tempo real, de momento a momento, da informação, quanto das ações de autor-regulação que ocorrem durante um longo período de tempo (como o planejamento e tomada de decisão).

Uma das maneiras mais fáceis de entender o impacto de momento a momento das funções executivas no comportamento é pensar sobre o papel do maestro de uma orquestra. Uma orquestra é composta de muitos tipos diferentes de instrumentos (oboé, clarinete, violino, e assim por diante) e cada um desses instrumentos pode ser tocado de forma independente. O papel do maestro é dinamicamente integrar e organizar os vários elementos da orquestra, de momento a momento, para alcançar a sua meta em relação à peça musical. Da mesma forma, são as funções executivas do cérebro que organizam as ações em curso e as emoções do indivíduo para guiar o comportamento intencional de momento a momento. Assim, os indivíduos com deficiências da função executiva muitas vezes têm falta de organização e de foco, e têm dificuldade de adaptar-se com flexibilidade para o contexto ou situação.

Para entender o papel que desempenham as funções executivas no comportamento de um indivíduo que ocorre em períodos de tempo mais longos, pense sobre o papel do executivo-chefe (CEO) em uma grande corporação. O CEO funciona como principal tomador de decisão, organizando, planejando, orientando e integrando as diversas ações e decisões dos departamentos das empresas. Da mesma forma, as funções executivas organizam as ações e as emoções de um indivíduo para controlar o comportamento intencional, como o planejamento, tomada de decisão e monitoramento dos resultados. As funções executivas podem ser divididas em diferentes subfunções e cada um contribui para a capacidade de um indivíduo a agir de uma dirigida e intencional modo objetivo. Estas subfunções incluem a capacidade de um indivíduo para:

• representar ou identificar um problema,

• desenvolver planos e executá-los,

• organizar a si mesmo e às atividades,

• inibir ações e regular as emoções,

• resistir a distrações e controlar a atenção,

• automonitorar-se e auto-avaliar pensamentos e ações.

Os pesquisadores examinaram uma série destas subfunções inter-relacionadas em crianças e adultos e descobriram que a capacidade das crianças para exibir funções executivas (por exemplo, ações de autorregularão e comportamento), melhora durante o desenvolvimento. No entanto, mesmo crianças muito jovens podem apresentar funções executivas, tais como a capacidade de inibir uma ação ou regular as emoções. (continua na próxima postagem) http://research.aboutkidshealth.ca/teachadhd/abc/chapter3/document_view

segunda-feira, 7 de março de 2011

59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)

Um jornalista costuma dizer que o "futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes". Parece-me uma boa definição... Essa importância paradoxal, no entanto, atinge cada vez mais as áreas verdadeiramente "importantes" da vida. O caso mais recente, e cansativamente comentado, refere-se ao jogador santista Neymar, seu ex-técnico Dorival Júnior e o Santos Futebol Clube. Temos, portanto, dois funcionários, hierarquicamente distintos, e uma instituição quase centenária. Os fatos todos conhecem: desrespeito do jogador, punição do técnico, não aceitação da instituição, demissão do técnico, "vida normal" ao jogador. As discussões sobre esse caso se desdobraram em interessantes questões. Talvez a mais importante delas esteja na ideia de que faltou disciplina ao jogador. E aqui está uma palavra que nos últimos tempos está sendo carregada de sentidos pejorativos e perigosos.
Disciplina pode ser entendida como obediência, como respeito (moral) e até mesmo como "força de vontade". Nos dois primeiros significados (pois o terceiro é pouco usado), a disciplina passou a ser negativa: ela tolhe a criatividade, a liberdade, o vínculo afetivo, a jovialidade (já que pais e filhos não cumprem mais seus papéis sociais,mas são meros amigos que moram juntos, e que possuem "quase" a mesma idade - moral, comportamental, consumidora). Por que obedecer? O que respeitar? Neymar é mais talentoso que Dorival; Neymar ganha mais e gera mais lucros ao clube que lhe paga; Neymar é ídolo, Dorival não. Neymar sofreu o pênalti... é justo que ele queira bater; por que ele tem que obedecer seu treinador?

É isso que aconteceu com a disciplina. De virtude, tornou-se vício, repressor e opositor ao talento. E é isso também que ocorre diariamente nas salas de aula. Os alunos não precisam obedecer... eles são mais importantes que os professores, eles geram lucros para as instituições educativas, eles, se infelizmente não forem professores, ganharão mais que seus mestres. Eles serão Neymar! E o que será feito?

A escola precisa recordar seu papel primordial de, na ausência da instituição família, por exemplo, educar moralmente seus alunos. Uma pessoa alfabetizada moralmente aplica princípios, pois não há regras para todas as situações. O princípio não diz o que fazer, mas inspira uma conduta. O princípio do dia é a disciplina. A mesma que faltou a Neymar, que não obedeceu e respeitou seu treinador; a mesma que faltou a Dorival, que não ensinou a disciplina a seus atletas em inúmeras situações anteriores; a mesma que também faltou à instituição Santos F.C., que refugou à hipótese de disciplinar seu jogador mais importante.

O futebol precisa de talento e de disciplina. A educação também!

Prof. João Marcello Almeida
Historiador e Pedagogo, Professor do Colégio São Luiz/SP
Publicado em http://www.aprendercrianca.com.br/

domingo, 6 de março de 2011

58- TDAH em adultos

Algumas pessoas com TDAH continuam a ser desatentas, desorganizadas, impulsivas e temperamentais na vida adulta.  Embora adultos com TDAH possam obter significativo sucesso na vida, as pesquisas mostram que os adultos com TDAH correm maior risco de resultados negativos. Em comparação aos seus colegas sem TDAH, os adultos com TDAH tendem a:

§  Ter rendimentos significativamente menores e sofrer níveis mais elevados de estresse do que adultos sem TDAH com níveis equivalentes de educação.
§  Ter menor posição hierárquica no emprego.
§  Ter problemas emocionais e sociais mais graves.
§  Ter maiores taxas de divórcio.
§  Ter uma autoimagem menos positiva.

Além disso, adultos com TDAH podem ter maior dificuldade no papel de pais, especialmente se forem pais de uma ou mais crianças que também tenham  TDAH. Alguns pais com TDAH podem ter dificuldade em aderir a esquemas e a rotinas e podem sentir dificuldade de acrescentar mais itens à sua rotina diária.
Do ponto de vista do professor, pais com TDAH podem representar desafios para a comunicação entre a escola e a família. Veja a lista:
Lista: Possíveis Desafios de Comunicação com os Pais que têm TDAH
Desatenção:
Podem esquecer-se de assinar documentos, permissões e as tarefas de casa.
Podem perder partes da conversa entre professor e pais.
Podem não seguir planos elaborados em conjunto com a escola.
Podem chegar atrasados para a reunião com os professores, ou no dia errado.
Impulsividade/hiperatividade:
Podem dominar a conversa ou interromper frequentemente a entrevista de pais e professor.
Podem bater o lápis, esfregar as mãos ou mudar frequentemente de posição durante a entrevista de pais com o professor.
Podem parecer impacientes, irritados, ou desinteressados.
Outros problemas relativos ao TDAH:
Podem tratar cada incidente envolvendo seu filho como uma grave crise.
Podem não conseguir modular a voz ou o tom durante a entrevista, podendo parecer bravos, irritados, acusadores etc.
As seguintes propostas foram feitas aos professores que trabalham com pais que podem ter TDAH:
• Não julguem e somente discutam os tipos de comportamento (acadêmicos ou sociais) que estão prejudicando o desempenho da criança na sala de aulas.
• Lembrem-se de que os sintomas do TDAH não são “ruins” mas que interferem no aprendizado e no sucesso acadêmico do aluno.
• Forneçam aos pais um resumo escrito ou uma breve conversa sobre os pontos chave de uma reunião e revejam os passos chave do plano de ação.
• Peçam aos pais informações sobre o que eles fazem para ajudar a criança em casa (por exemplo, estratégias que funcionam) ou informações sobre os tipos de atividades que a criança demonstra ser capaz de gostar.
• Trabalhem em equipe. Criem estruturas que ajudem vocês e os pais a lidar com situações comuns (por exemplo, devolver livros ou trabalhos). Perguntem aos pais o que seria melhor para eles ou o que encaixaria com as suas rotinas já existentes.
• Se os pais estiverem interessados, encaminhem-nos para os recursos e apoios (tais como os recursos da comunidade, livros e sítios da internet) que possam fornecer-lhes mais informação sobre os cuidados paternos para uma criança com TDAH.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

57- A Perspectiva das Crianças que Vivem com TDAH

Uma área importante e relativamente negligenciada da pesquisa sobre TDAH é a de como as crianças com o transtorno sentem suas vidas. Como o objetivo essencial do tratamento do TDAH vai além da redução dos sintomas, para melhorar a qualidade de vida das crianças em casa, na escola e com os amigos, é muito importante aprender como as crianças com TDAH sentem suas vidas . O que torna isso especialmente verdadeiro é que a percepção que as crianças têm de si mesmas pode ser muito diferente da opinião dos seus professores e dos seus pais.

A pequena quantidade de pesquisa nesta área trouxe resultados variados. Quando foram examinados os relatos dos pais, as crianças com TDAH tinham qualidade de vida mais baixa do que as crianças com outras doenças mentais e as que tinham outras doenças crônicas, como asma. Entretanto, quando os pesquisadores avaliaram os relatos das próprias crianças, alguns encontraram qualidade de vida mais baixa do que os colegas sem TDAH, enquanto outros não encontraram nenhuma diferença.

Também é o caso de um conjunto de pesquisas que identificou o que alguns pesquisadores chamam de “viés positivo ilusório”, em jovens com TDAH, pelo qual eles fornecem relatos positivos inesperados sobre sua própria competência. E alguns pesquisadores indicaram que a maioria das crianças com TDAH superestimou sua competência no domínio do seu maior déficit. Nesses estudos, os relatos dos pais e ou dos professores foram tidos como reveladores da competência real das crianças, e os relatos das crianças que excediam esses níveis foram tidos como reveladores das avaliações não realistas das crianças.

Estudos anteriores não examinaram cuidadosamente o que realmente significam as discrepâncias na avaliação da competência e nos relatos de qualidade de vida entre as crianças com TDAH e seus pais. Entretanto, esta é uma questão importante a ser esclarecida. Esta questão foi uma das que foram estudadas em recente pesquisa publicada com o título ‘The Child's Experience of ADHD’, que apareceu em número recente do Journal of Attention Disorders [Sciberras et al., (2010)]. The child's experience of ADHD. Journal of Attention Disorders, publicado online em Dezembro, 2010].

Os participantes eram 47 jovens de 8 a 18 anos de idade, diagnosticados com TDAH, e seus pais. Quarenta e cinco eram masculinos e somente duas eram femininas. Todos foram recrutados dos ambulatórios clínicos do Royal Children's Hospital em Melbourne, Austrália. Durante o estudo, aproximadamente 90% estavam sendo tratados com medicação estimulante.

Para saber sobre as percepções das crianças e dos pais sobre a qualidade de vida das crianças, os participantes completaram o Pediatric Quality of Life Inventory, uma lista de 23 itens para medir a qualidade de vida em seis domínios: físico, emocional, social, escolar, psicossocial e de funcionamento geral. Esta é uma medida bem estabelecida e validada da qualidade de vida da criança. Os pais também completaram uma escala de avaliação do comportamento para indicar a gravidade dos sintomas e dos problemas de comportamento dos seus filhos.

Além disso, as crianças completaram o Harter Self-Perception Profile for Children. Ele avalia os sentimentos das crianças a respeito de sua própria competência em seis domínios: competência escolástica, aceitação social, aparência física, conduta comportamental e auto avaliação global.

Finalmente, as crianças completaram um teste denominado 'What am I like?' (Como eu sou?) que foi planejado para avaliar sua visão a respeito de seus sintomas e comportamentos. Uma amostra dos itens inclui 'Tenho muita energia', 'Tenho TDAH', 'Tomar remédio me ajuda', 'Acho que sou burro', 'Poderei ser o que eu quiser quando crescer'. Para cada item, as crianças marcavam se concordavam ou discordavam em uma escala de 4 pontos. Como é evidente pelos exemplos, os itens cobriam uma variedade de assuntos, indo da consciência dos sintomas e dificuldades, a sentimentos sobre o uso de medicação e o otimismo quanto ao futuro.

- Resultados -

O resultado mais surpreendente deste estudo foi que em todos os domínios de qualidade de vida, exceto para o ´físico´, as crianças informaram taxas maiores de qualidade de vida do que os seus pais. Estas diferenças não eram somente estatisticamente significantes, mas também eram de grande magnitude. Então, está claro que as crianças com TDAH relatam que se sentem muito melhor em relação à sua vida acadêmica, social e emocional do que imaginam os seus pais.

Na busca do entendimento do significado das diferenças entre as taxas de qualidade de vida da criança e dos seus pais, os pesquisadores focalizaram o domínio social, porque ele refletia a escala mais ampla de qualidade de vida. Nessa escala, 77% das crianças relataram qualidade de vida maior do que seus pais. Interessante que não houve nenhuma diferença na gravidade do TDAH ou dos sintomas oposicionistas entre as crianças que relataram valores maiores em contraste com as que relataram valores menores de qualidade de vida neste domínio, em relação aos seus pais. Entretanto, as crianças que relataram menores taxas de qualidade de vida do que seus pais mostraram valores mais baixos na escala de auto-avaliação global do Harter Self-Perception Profile for Children.

Resultados do 'Como eu sou?' também forneceram achados interessantes. A maioria das crianças, isto é, ao menos 70%, concordaram com a afirmação que indicava a consciência de comportamentos hiperativos, desatentos e impulsivos. Por exemplo, 76% das crianças concordaram que tinham dificuldade de se concentrar. Então, a maioria das crianças concordava em admitir suas dificuldades nessas áreas.

Uma porcentagem significativa de crianças também admitiu ter preocupação em áreas relacionadas. Assim, 44% sentiam que os problemas em sua família eram por sua culpa, 53% sentiam que elas perturbavam sua classe, 32% sentiam que eram ´burras´, e 46% relataram que ´se preocupavam muito´.

Apesar desses achados, muitas crianças concordaram com as afirmações que traziam otimismo sobre si mesmo e seu futuro. Assim, 79% pensavam que seu TDAH ´ficaria melhor´ e que elas poderiam ´ser o que eu quiser quando eu crescer´. Mais de 60% pensavam que podiam ´aprender as coisas rapidamente´, 66% pensavam que eram ´legais´ e 83% concordavam em que ´acompanhavam as outras crianças´.

Os resultados específicos para o TDAH e seu tratamento também foram interessantes. A maioria (70%) não se importava em ter de tomar medicação, 85% concordavam que a medicação os ajudava, e somente 20% relataram preocupação sobre 'os comprimidos poderem causar dano'. Quarenta e quatro por cento estavam preocupados ´por ter TDAH´ e somente 23% concordavam que TDAH é uma ´doença´.

- Resumo e Implicações -

Os resultados deste estudo fornecem fortes evidências de que os jovens com TDAH tendem a ver suas vidas de modo mais positive do que os seus pais. Alguns pesquisadores sugeriram que isto reflete um 'viés positivo ilusório' por parte das crianças com TDAH que serve uma importante função autoprotetora, mas que pode prejudicar sua motivação para superar dificuldades importantes em suas vidas. Em outras palavras, estas visões mais positivas podem ser um problema em vez de uma ´proteção´.

Por outro lado, esses autores verificaram que crianças com taxas de qualidade de vida menos positivas do que a dos seus pais tinham significativamente menor autovalorização, o que sugere afetos negativos associados com a visão menos positiva de suas vidas. Claramente, não é possível aprender deste estudo sozinho quais são as possíveis implicações do fato de jovens com TDAH terem maior tendência a relatar qualidade de vida mais positiva do que os seus pais, e o significado destas discrepâncias certamente irá variar entre os pares individuais de pais e filhos. Como os autores notam, mais pesquisa sobre esse assunto é necessária, seguindo as crianças por mais tempo, para entender melhor o possível significado das discrepâncias que eles encontraram.

Apesar das taxas de qualidade de vida mais positivas, não é o caso de jovens com TDAH estarem alheios a suas dificuldades. A maioria admitiu dificuldades ligadas ao núcleo dos sintomas do TDAH e uma substancial minoria relatou sentimentos de preocupação, culpando-se pelas dificuldades da família, sentindo-se burra e percebendo que atrapalhavam as aulas. Isto ressalta a importância de avaliar cuidadosamente estes tipos de problemas, porque preocupações dessa natureza certamente deverão ser resolvidas no tratamento da criança.

Uma descoberta que eu achei surpreendente foi a de que uma pequena porcentagem de jovens – somente 23% - via o TDAH como uma doença. A concepção do TDAH como um transtorno com importantes aspectos biológicos é certamente a visão predominante no campo, mas isto não parece ser consistente com quantas crianças veem sua condição. Seria certamente interessante saber o que as crianças acreditam que seja o TDAH, e eu não sei de pesquisa que tenha examinado este assunto básico.

Há várias limitações neste estudo que foram admitidas pelos autores. Em primeiro lugar, as amostras eram quase somente do sexo masculino, e em que extensão esses achados podem ser aplicados às meninas não está claro. Em segundo lugar, a amostra foi relativamente pequena, baseada mais na clínica do que na comunidade, e foi recrutada de uma só região geográfica. Em que extensão estes achados se aplicam a uma amostra mais representativa de jovens com TDAH é incerto.

Seria também interessante se os autores comparassem os achados para os jovens de acordo com sua medicação, para saber se a autopercepção poderia ser influenciada pelo tratamento. A idade dos participantes, 8-18, é também muito ampla e o exame da autopercepção em grupos com idade mais estreitamente definida permitiria estudar as mudanças na autopercepção promovidas pelo desenvolvimento.

Finalmente, e mais importante, não há nenhum grupo comparativa de jovens com TDAH neste estudo. Assim, em que extensão a percepção da qualidade de vida difere entre os jovens com e sem TDAH não pôde ser determinada.

Embora estas limitações sejam todas importantes, os achados deste trabalho certamente sugerem um número interessante e importante de perguntas a ser respondido em pesquisa subsequente, O estudo também fornece um valioso lembrete do valor da atenção às experiências de vida das crianças com TDAH e como elas veem essas experiências.

David Rabiner, Ph.D. Associate Research Professor Dept. of Psychology & Neuroscience Duke University - Durham, NC 27708

sábado, 5 de fevereiro de 2011

56- Lição de casa

Diminua as brigas por causa do estudo e das lições de casa por meio de rotinas para o seu filho com TDAH. Por Vicki Siegel

Voltar às aulas significa voltar às lições de casa. Significa também brigas, lágrimas e frustração, porque o trabalho de casa exige mais disciplina e consistência do que muitas crianças com TDAH (ou qualquer criança, afinal) conseguem ter. Mas você pode tornar as tarefas de casa mais fáceis criando uma rotina baseada com três perguntas fundamentais: Quando? Onde? Como?

1. Quando?

• Determine um horário para os trabalhos de casa para todos os dias.

Faça isso de acordo com o temperamento do seu filho. Talvez ele esteja no seu melhor momento logo depois de chegar da escola, ou pode ser que seja uma hora depois. Evite as noites, que para a maioria das crianças é uma hora ruim.

• Seja consistente no dia a dia.

Se depois das atividades escolares for impossível o trabalho, afixe um plano diário ou um calendário semanal na sua cozinha, incluindo os horários de início e de término para cada dia.

• Determine o tempo necessário para completar as tarefas sem correria, baseado no nível de rendimento do seu filho e na história a respeito de completar as tarefas.

• Avise com antecedência sobre a hora das tarefas. Isto é importante, porque as crianças com TDAH não mudam facilmente de uma atividade para outra – especialmente de brincadeiras para trabalho. Você deve dizer, “Você pode brincar por mais 15 minutos, então venha fazer seus deveres de casa”.

2. Onde?

• Ajude seu filho a escolher um lugar de trabalho em casa. Tente a mesa da cozinha, onde ele pode espalhar o material. Ou talvez sua criança prefira sentar-se numa escrivaninha num local silencioso.

• Tente ficar longe de eletrônicos (TV, CD player). Mas se sua criança fica mais concentrada com algum ruído baixo, tente alguma música suave de fundo.

• Fique por perto (se possível). Crianças com TDAH ficam mais concentradas quando você estiver por perto. Se o seu filho precisar ir ao banheiro, lembre-o de que deve voltar logo em seguida. Quando ele sair do banheiro, lembre-o de que deve retornar ao seu trabalho.

3. Como?

• Estabeleça regras. Organize e imprima uma lista que especifique: horário de início e do fim; lugar; quando fazer pausas e por quanto tempo; e que você estará por perto para ajudar a entender as tarefas determinadas, a permanecer organizado e para dar apoio – mas não faça a lição de casa para o seu filho. Evite brigas – calmamente mostre-lhe as Regras.

• Ajude-o a começar. Certifique-se de que seu filho sabe qual é o trabalho e como fazê-lo. Ofereça assistência que seja de acordo com seu estilo de aprender. Para um processador verbal, leia as instruções para ele e faça-o ler em voz alta; para um processador visual, mostre-lhe como usar um marca-texto e marcadores coloridos para realçar as palavras chave e as frases importantes.

• Mantenha-o ocupado. Se o seu filho tenta parar antes de terminar, encoraje-o a continuar um pouco mais, e lembre-o de que haverá uma pausa logo mais.

• Faça uma pausa. Crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem podem ficar cansadas por causa da distração, dos desafios da concentração, da frustração e da inquietação. Ajude seu filho a se recuperar, fazendo pausas curtas frequentes.

• Corrija ao final. Revise o trabalho do seu filho para ver se está completo. Se o seu filho sempre demora mais tempo do que o combinado, fale com o professor para ver se ele concorda em diminuir a quantidade de trabalho de casa.

• Elogie. Cumprimente seu filho quando ele ficar trabalhando, com atenção, quando for criativo etc. Seja específico. Diga, por exemplo, “Eu gosto do jeito com que você se concentra neste problema e insiste até que ele esteja resolvido.” Faça um carinho nele ou dê-lhe um abraço na metade da tarefa, também.

• Premie. É correto dar um premio para motivar. Para uma criança pequena, tente um tempo a mais para brincar, um lanche preferido ou um jogo, ou uma história especial lida em voz alta; para uma criança maior, um programa de TV favorito, um tempo a mais no computador, ou no telefone.

• Persista. Uma nova rotina de tarefas de casa requer sólido compromisso. Leva de um a três meses para que uma rotina se torne um hábito – até mesmo mais tempo para uma pessoa com TDAH. Mas a recompensa será disciplina, autocontrole e sucesso na aquisição de habilidades.
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sábado, 29 de janeiro de 2011

55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH

Use estas seis estratégias para auxiliar os estudantes com déficit de atenção e reter a informação e a se lembrar do que aprenderam.
Por Sandra Rief

Crianças com TDAH e dificuldades de aprendizagem geralmente têm problemas para se lembrar e para reter a informação ensinada em classe. Para melhorar suas habilidades de memória, ajude-as a criar ligações e associações visuais, auditivas e conceituais entre as partes da informação. Eis aqui seis maneiras para fazer isso:

1. Desenhe ou imagine figuras relativas à informação que precisa ser memorizada.

Como a memória é reforçada por exagero, emoção, ação e cor, quanto mais ridícula e detalhada for a imagem, melhor. Para ajudar um estudante com déficit de atenção a lembrar-se do significado de uma palavra, faça um desenho de algo que seja o mais semelhante ao seu significado ou que tenha sonoridade parecida. Veja dicionários de sinônimos.

Use dispositivos mnemônicos

2. Ensine estratégias de memorização.

Alguns sistemas mnemônicos populares incluem HOMES (os Grandes Lagos: Huron, Ontario, Michigan, Erie, e Superior) e Dead Monsters Smell Bad. Faça adaptações para o português.

3. Crie acrósticos ou sentenças completas.


“Every Good Boy Does Fine” é uma maneira excelente de ajudar as crianças com TDAH a se lembrar da sequência de linhas na clave aguda (música) (EGBDF) (Mi, Sol, Si, Ré, Fá). Faça adaptações para o português.
Transforme em música

4. Tente melodia e ritmo para ensinar uma série ou sequência.

Há raps, rimas, e canções para ajudar os estudantes com déficit de atenção a memorizar as tabelas de multiplicação (tabuada), dias da semana, presidentes da república etc.

5. Use músicas criadas especialmente para ensinar o conteúdo relativo à série ( ou ano escolar).

Procure na internet o material em lígua portuguesa.

Continue o processo por meio de perguntas

6. Após a aula, faça os estudantes com TDAH escrever uma lista das coisas de que eles se lembram.

Peça a eles que o façam o mais rápido que puderem, para aumentar a recuperação dos fatos memorizados.

Adapatado com permissão de sandrarief.com, How to Reach & Teach Children with ADD/ADHD, Second Edition, Copyright 2005, and The ADD/ADHD Checklist, Second Edition, Copyright 2008, by Sandra F. Rief.

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade

Adolescentes com déficit de atenção estarão aptos para a faculdade se aprenderem estas cinco habilidades no ensino médio. Por Ben Mitchell

Seu filho adolescente com TDAH pretende ir para a faculdade? Ele está pronto para fazer a transição do ensino médio? De acordo com o Departamento de Estatísticas da Educação, dos Estados Unidos, somente 54% de todos os estudantes que vão para a faculdade recebem o diploma ao final de seis anos. De acordo com Segundo Estudo Nacional de Transição Longitudinal, somente 28% dos estudantes que entram na faculdade com transtornos diagnosticados, incluindo dislexia e TDAH, completam seu curso. Embora boas notas no ensino médio sejam indicadores de sucesso, outros fatores são importantes para o sucesso na faculdade.

Foram identificadas cinco áreas que parecem influenciar no sucesso acadêmico na faculdade.

Habilidades acadêmicas: A habilidade para ler e escrever com pouca assistência.

Seu filho deve ser capaz de ler um número de páginas num livro de texto e entender o que o autor está dizendo. Deve ser capaz de escrever um texto bem organizado usando duas ou mais fontes. Deve ter também um sistema de tomar notas na aula e de preparar-se para as provas. Crianças com diagnóstico de dificuldade de aprendizagem devem passar por uma avaliação psico-educacional no primeiro ou no segundo ano do ensino médio, para se conhecer seu potencial acadêmico.

Auto-advocacia: A habilidade de solicitar e lutar por serviços e apoio.

Estudantes universitários são adultos, e, portanto, precisam advogar para si mesmos e solicitar os serviços de apoio e as acomodações de que necessitam. Um estudo mostra que 75% dos estudantes que se qualificam nunca utilizam os serviços oferecidos pelas faculdades.

Função executiva: A habilidade de administrar os compromissos, organizar os livros e o material, e de gerenciar o tempo.

De acordo com um levantamento conjunto, em 2007, conduzido pelo Landmark College, em associação com a Association on Higher Education and Disability, um estudante que tem problemas de função executiva tem menos probabilidade de obter sucesso na faculdade do que um estudante que não consegue ler.

Funções executivas é o processo cognitivo que organiza os pensamentos e as atividades, dá prioridade a tarefas, gerencia o tempo eficientemente e toma decisões. Um treinador para TDAH pode ajudar os estudantes a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determinar as ações necessárias para o andamento de cada projeto.

Autoconhecimento: Consciência do potencial para a aprendizagem e dos desafios.

Estudantes neurologicamente normais serão beneficiados pelo conhecimento do seu perfil de aprendizagem, mas isso é essencial para estudantes com dificuldades de aprendizagem ou TDAH. Você e seu adolescente devem se reunir com o psicólogo ou neuropsicólogo que conduziu os testes – ou outro profissional qualificado – para receber uma explicação sobre os resultados dos testes psicopedagógicos, assim como das estratégias para a aprendizagem.

Motivação e confiança: A habilidade de estabelecer metas claras e acreditar que elas podem ser alcançadas.


Muitos estudantes que não ingressam na faculdade, ou que a abandonam, são incapazes de se imaginar terminando uma formação universitária. Estudantes universitários que gostariam de estar em algum outro lugar – trabalhando, freqüentando uma escola de comércio ou viajando pelo exterior – são menos capazes de tirar vantagem dos recursos necessários para obter um diploma universitário. Estudantes que têm insegurança e duvidam de suas capacidades, ou que não acreditam que possam fazer o trabalho, desistem.

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

53- 10 Maneiras de Arruinar um Bom Relacionamento

Adultos com TDAH devem evitar estes erros comuns, para proteger e conservar importantes relacionamentos na vida. [Minha opinião é a de que, diante de um relacionamento tão tumultuado, por que não viver sozinho? Melhor do que mal acompanhado.]


por Antony Amen , Sharon Johnson

Se você for como muitos adultos com TDAH, seus relacionamentos nem sempre serão fáceis. Você precisa se esforçar na comunicação, organização e no controle da raiva diariamente. A seguir, você encontrará as dicas de nosso especialista para construir relacionamentos TDAH mais estáveis...

Desrespeite a Outra Pessoa

1- Viole a confiança. Desse modo, muitos relacionamentos – entre parceiros com e sem TDAH – terminam depois de uma grave violação da confiança, como um caso amoroso. Mágoas atuais, mesmo as pequenas, podem crescer fora de proporção só porque elas nos fazem lembrar os traumas mais graves do passado. Esforce-se com seu parceiro no perdão e estabeleça um plano para prevenir problemas futuros.

2- Ignore a outra pessoa. Um modo garantido de acabar com um relacionamento é diminuir ou desprezar a outra pessoa, especialmente se ela ou ele tiver dificuldade de lidar com sintomas de transtorno de déficit de atenção. Infelizmente, muitas pessoas usam essas formas de controle negativo para obter o controle de um relacionamento e não entendem como elas podem destruir as bases. Adultos com TDAH e seus cônjuges devem, ambos, proteger o relacionamento por meio do reforço da auto-estima da outra pessoa.

3- Culpe a outra pessoa. Muitas pessoas deixam de assumir responsabilidades e gastam um tempo enorme culpando o outro pessoa pelas dificuldades do relacionamento. Seja proativo e trabalhe com seu parceiro para que ele possa ver as coisas do seu ponto de vista. Procure as coisas que você pode fazer para construir um melhor relacionamento, em vez de esperar pelo seu parceiro.

Veja o lado negativo

4- Fique preso no buraco. Quando os relacionamentos se tornam desgastados ou chatos, eles se tornam vulneráveis. Como os adultos com TDAH se tornam facilmente chateados, fique longe “dessa mesma coisa velha” e procure maneiras novas e diferentes de trazer vida aos seus relacionamentos.

5- Deixe de ver o lado bom. Esposos de adultos com TDAH lhe dirão que é muito fácil notar o que você não gosta em um relacionamento, mas é preciso um esforço real para notar o que você faz. Quando você gasta mais tempo prestando atenção nos aspectos positivos do seu relacionamento, é mais provável que você veja um aumento dos comportamentos positivos.

Comunique-se mal

6- Comunique-se errado. Não entender claramente a outra pessoa, tirar conclusões apressadas ou ler a mente podem arruinar um bom relacionamento. Adultos com TDAH devem tirar um tempo para realmente ouvir e entender claramente as coisas que a outra pessoa diz. Não reaja ao que você pensa que o outro disse, pergunte a ele o que quis realmente dizer e, então, formule sua resposta.

7- Mostre falta de empatia. A muitas pessoas – com e sem TDAH – falta conhecimento ou desejo de entender as coisas do ponto de vista da outra pessoa. Esta atitude egoista destroi o equilíbrio critico que é necessário para o desenvolvimento de uma ligação íntima. Fale com seu parceiro e aprenda que o cérebro TDAH trabalha de modo diferente. Façam estratégias de como vocês poderão trabalhar juntos para entender o ponto de vista um do outro.

8- Evite o conflito. Sempre que você cede a outra pessoa para evitar uma briga, você joga fora um pouco do seu poder. Se você fizer isso repetidamente, você começará a odiar seu relacionamento. Adultos com déficit de atenção precisam brigar pelo que acham certo – é melhor para o relacionamento.

Não invista no relacionamento

9- Não arrume tempo. Infelizmente, o tempo gasto em relacionamentos importantes geralmente é a primeira coisa que se perde nas nossas vidas atribuladas. Especialmente para os adultos TDAH com problemas de atenção, as distrações diárias geralmente interferem na qualidade do tempo gasto com as pessoas amadas. Faça um investimento de tempo para os seus relacionamentos especiais e isso produzirá dividendos nos anos vindouros.

10- Considere o relacionamento estabelecido. Relacionamentos precisam de cuidados constantes e sofrem quando você não faz deles uma prioridade. Focalize no que vocês dois querem numa relação e então imaginem um plano para conseguir isso. De tempos em tempos, adultos com TDAH podem precisar de ser lembrados desse plano e seus esposos podem precisar do desejo de revisá-los, conforme necessário.

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sábado, 15 de janeiro de 2011

52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH

Conselhos do especialista para apurar suas habilidades de interação social

Michele Novotni, Ph.D.

As pessoas geralmente confundem o ouvir como uma atividade passiva, mas ouvir é um processo ativo. Você tem de fazer um esforço consciente para escutar o que alguém está dizendo, e assim fazendo, você faz com que a pessoa se sinta compreendida.

Bons ouvintes mostram aos outros que eles são importantes, assim, naturalmente, quando suas habilidades de ouvir melhoram, também melhoram os seus relacionamentos.

Embora o ouvir com propriedade seja uma habilidade de alto valor social, ela não surge facilmente nas pessoas com TDAH, que têm dificuldade em se concentrar. Felizmente, é uma habilidade que você pode aprender. Para se tornar um bom ouvinte, você precisa identificar como você escuta. Os seguintes estilos de ouvir (ou de não ouvir) são comuns em muitos adultos com TDAH. Se você se reconhece em alguns desses cenários, pratique as estratégias anexas. Com algum esforço, você poderá mudar seus hábitos de escutar os outros.

Falar sem parar

Se você fala com a velocidade da luz, sente-se obrigado a verbalizar cada pensamento que passa por sua mente hiperativa, e não dá chance do outro falar alguma coisa, não há tempo para ouvir. Este tipo, encontrado em adultos inquietos com TDAH forma hiperativa, pode produzir um grave prejuízo em seus relacionamentos.

DESAFIO: Tomar um fôlego.

ESTRATÉGIAS:

• Ir devagar. Uma respirada entre as frases ajudará a controlar a torrente de palavras que brota de sua boca e dará aos outros a chance de entender o que você tem a dizer.

• Esperar sua vez. Os falantes com TDAH têm dificuldade de controlar o impulso de falar e interromper. Além de ser desagradável para os outros, o comportamento torna difícil prestar atenção no que o outro está dizendo. Quando alguém está falando, concentre-se em esperar até que ele termine sua frase, antes de você interromper. Se você tem uma pergunta a fazer, peça permissão antes de fazê-la. “Me desculpe, posso fazer uma pergunta?”

• Falar sobre o que escuta. Quando alguém está falando com você, concentre-se em achar um ponto importante para comentar, em vez de falar a esmo. Isto faz com que o outro saiba que você está ouvindo, ajuda a você seguir acompanhando e abre as portas para a aceitação social.

• Veja o que escuta. Para pensar sobre o que o outro está falando a você, visualize a história na sua mente. Pense que você será interrogado e que terá de resumir a conversa. Você pode fazer isso?

Sem palavras

Quando alguém está falando, você não dá um pio. Enquanto falar demais torna difícil escutar eficazmente, não dizer o suficiente – comum entre as pessoas com o TDAH forma desatenta – pode ser igualmente problemático. Sua mente pode fugir do que está sendo dito. Não participar da conversação, implica em que você não está escutando, que não está entendendo, ou pior, que não se importa.

DESAFIO: Conversar.

ESTRATÉGIAS:

• Fazer teatro. Use dicas não verbais, como movimentos de cabeça e sorrisos, para assinalar que você está ligado na conversa.

• Emitir alguns sons. Diga palavras breves ou alguns sons, como “prossiga”, ou “hã-hã”, para encorajar o outro a continuar.

• Descobrir as oportunidades de comentar polidamente. (Interromper não é educado.) Se você precisa de um tempo para processor seus pensamentos, peça à pessoa com quem está falando para esperar um instante, enquanto você decide o que dizer.

Falar de si

Conversas funcionam melhor como diálogos, não monólogos, e se você sempre fala do seu trabalho, de sua vida e dos seus relacionamentos, provavelmente estará falando muito e não ouvindo nada. Quando você estiver engajado numa conversa, imagine uma gangorra na sua mente, e lembre que a graça da coisa é o vai e vem.

DESAFIO: Deixar os outros participarem da conversa.

ESTRATÉGIAS:

• Pergunte sobre o outro. Procure sempre ver como os outros estão passando antes de começar a falar dos seus interesses e das suas preocupações. Do modo como você começa uma carta (Querida mamãe, como você está?) é a maneira educada de agir. Assim, você não terá de lembrar-se de perguntar depois.

• Cuidado com as palavras eu, mim, meu, minha. Se você diz constantemente eu, mim, meu, minha, tente dizer você e seu mais frequentemente. (Evite o cliché: “Basta de mim. Agora, o que você pensa de mim?”).

• Faça perguntas. Inicie com algumas perguntas que se aplicam a quase todos com quem você conversa: “Qual foi a melhor coisa que você fez hoje?” “Como vai a sua família?” “Você teve um bom dia no trabalho?” Além de permitir o diálogo, isto o ajuda a prestar atenção a alguém que está ao seu lado.

Liga e desliga

Uma característica do TDAH desatento e hiperativo é que a capacidade de prestar atenção muda de uma coisa para outra sem aviso. Este problema faz com que as pessoas se liguem e se desliguem durante as conversas, e percam informações importantes. Isto é especialmente prejudicial no trabalho, quando as pessoas falam com os seus chefes.

DESAFIO: Obter informação de uma conversa.

ESTRATÉGIAS:

• Repetir. Antes de começar uma tarefa no seu trabalho, repita o que ouviu para ter certeza de que entendeu corretamente e tem toda a informação.

• Tomar notas. Se você estiver em uma reunião ou em uma conversa no trabalho, escreva a informação que você ouvir. O ato de escrever o ajudará a ouvir.

• Grave as conversas, se for possível .

• Conversas em eco. Peça àqueles com quem você conversa regularmente a fazê-lo repetir o que eles lhe disseram.

Este artigo saiu no número de agosto/setembro de 2004 de ADDitude.

domingo, 2 de janeiro de 2011

51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH

Algumas recomendações para alteração de tarefas acadêmicas são as seguintes:

1- Como para todas as crianças, as tarefas acadêmicas devem ser adequadas às habilidades de cada criança com TDAH. No caso das crianças com TDAH, aumentar o nível de novidade e de interesse das tarefas por meio do aumento da estimulação (por exemplo: cor, forma, textura) parece reduzir a hiperatividade, aumentar a atenção e melhorar a performance global (Zentall, 1993).

2- Variar o formato da apresentação e dos materiais da tarefa (por exemplo, por meio do uso de modalidades diferentes) também parece ajudar a manter o interesse e a motivação. Quando são dadas tarefas passivas ou de baixo interesse, elas deveriam ser intercaladas a tarefas ativas e de alto interesse para otimizar o desempenho. Tarefas que requeiram uma resposta ativa (por exemplo, motora) em oposição a uma resposta passiva, também podem permitir às crianças com TDAH um melhor canal para os seus comportamentos destrutivos se tornarem respostas construtivas (Zentall, 1993).

3- Trabalhos acadêmicos devem ser breves (isto é, de acordo com a capacidade de atenção da criança) e apresentados um de cada vez, em vez de todos de uma vez num pacote ou grupo (Abramowitz, Reid, O´Toole, 1994). Limites de tempo curtos para a tarefa também devem ser especificados e devem ser reforçados com o uso de ajudas externas tais como cronômetros. Por exemplo, um cronometro pode ser ajustado para alguns minutos, durante os quais o estudante deve fazer a tarefa. A meta do estudante é completar a tarefa antes do tempo marcado. A recompensa pela boa feitura da tarefa deve ser imediata (isto é, assim que ela for terminada).

4- A atenção das crianças durante as atividades em grupo pode ser aumentada pela apresentação da tarefa em estilo entusiástico, ainda que focalizado na tarefa, sendo breve e permitindo a participação frequente e ativa da criança. Leituras gravadas também podem ser de utilidade.

5- Intercalar leitura de classe ou períodos de estudo com breves momentos de exercício físico pode também ser de utilidade para diminuir o cansaço e a monotonia de longos períodos de trabalho acadêmico. Exemplos incluem fazer as crianças pular linhas entre as carteiras, fazer uma rápida saída da sala de aula, para caminhar por dois minutos, ou formar uma fila e caminhar em volta da sala de modo parecido a dançar a conga.

6- Tentar programar tantos trabalhos acadêmicos quanto possível nas horas da manhã, deixando os trabalhos mais ativos, não acadêmicos, para o período da tarde. Isso é feito tendo em vista a piora progressiva do nível de atividade e da desatenção das crianças com TDAH ao longo do dia.

7- Acomodações para o trabalho escrito podem ser incluídas por meio da redução do tamanho do trabalho escrito (particularmente quando for repetitivo), usando processador de texto para escrever o trabalho, e permitindo tempo extra para completar a tarefa. Dar um tempo extra para as tarefas e os testes escritos é uma acomodação frequente para os estudantes com TDAH, e alguns (especialmente os que têm problemas de processamento da informação) podem se beneficiar do tempo extra por causa da sua velocidade baixa de processamento cognitivo. Entretanto, assim como para outras acomodações, a utilidade dessa intervenção deve ser avaliada em base individual e usada somente se o estudante for capaz de se beneficiar por um tempo a mais.

8- Estudos têm demonstrado que dar escolhas de tarefas aos estudantes com TDAH pode aumentar o comportamento de aderência à tarefa e a produtividade do trabalho (por exemplo, Dunlap et al., 1994). A escolha é tipicamente estimulada pela apresentação ao aluno de um cardápio de tarefas possíveis para um assunto acadêmico determinado. Por exemplo, se o aluno tem dificuldade de terminar uma tarefa específica de matemática, ele pode ter a possibilidade de escolher uma de várias tarefas de matemática que lhe são apresentadas. Deve ser esperado que a criança escolha e termine uma das tarefas listadas no cardápio no tempo permitido. Assim, enquanto o professor tem o controle sobre a natureza geral do trabalho escolhido, o estudante recebe algum controle sobre a tarefa específica.

ADDitude.com

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

50- Cecília Meireles - Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH

Tentando combater minha própria instabilidade provocada pelo TDAH, como posso encontrar um modo de ser útil para o meu excêntrico patrão ?
by Jane D.

Nos últimos dez dias estive viajando pela Ásia. Estou aqui em parte pelo destino e em parte porque eu sou uma louca. Sou, apesar de tudo, o tipo de pessoa que ainda acredita nas cartomantes e nos biscoitos da sorte. Também estou começando a ficar resignada com o fato de que sou destinada a ter uma vida cheia de aventuras. Uma mulher que eu conheci há alguns anos atrás tem um programa de jornalismo na Ásia e leu uma atualização de e-mail minha: Tenho 34 anos de idade, mais uma vez sem emprego, e eu adoro trabalhar. Ela respondeu com um convite de uma linha: Por que você não vem até aqui para conversarmos? Então, aqui estou, num café em Hong Kong. Tenho uma passagem de volta como plano B. Espero ficar aqui um par de meses e esquecer o drama que foi o ano passado. Vou ganhar mais experiência na Ásia e, talvez, a dor do passado vá embora lentamente.

Na véspera de fazer 35 anos, sinto-me um pouco deslocada por ser essa nômade. Vivo ao lado de uma mala, não tenho número de telefone permanente. Estou sempre deixando meus pertences para trás, fazendo mudanças e jogando coisas fora, dizendo adeus e sempre partindo. Minha forma de estabilidade é a mudança. A estrada é minha casa. O TDAH me segue até a Ásia e se manifesta imediatamente no meu novo emprego. Meu novo chefe é uma mulher baixinha, que tem pouco menos de 1 metro e 65 de altura. Ela tem o dobro da minha idade e fala e anda duas vezes mais rápido que eu, fazendo minha cabeça girar. Ela tem muita experiência acumulada, mas até agora, tem me deixado maluca com suas idéias e projetos mirabolantes, todos eles com muitas promessas e possibilidades, mas com falta de planos de execução sólidos. Aqui, como sua convidada, não tenho nem mesmo um trabalho determinado, conforme eu a sigo, tentando encontrar meu lugar.

Este é o tipo de oportunidade maluca que só eu para aceitar. Tenho vivido ao lado da minha maleta Samsonite vermelha e adquiri três telefones celulares usados com três números diferentes. A umidade e as multidões estão começando a me afetar. Depois de viajar por três diferentes cidades chinesas, fiquei esgotada e liguei para o meu pai e minha madrasta em lágrimas. "Por que eu sempre termino trabalhando para gente estranha que também tem TDAH?" Queixei-me. "Todas essas pessoas são criativas e bem sucedidas, mas o que elas não têm é a habilidade de controlar-se a si mesmas e ao seu tempo”.

Meu pai disse que 80 por cento da população têm os pés no chão e o que eu disse é sobre abelhas operárias. “Essas pessoas são chatas”, eu lamentei, mas comparando a confiabilidade delas com meu senso de aventura, posso ver que eu tenho sorte de estar aqui. Uma chefa como a minha não precisa de mais gente excêntrica e indisciplinada à sua volta. Mas, comigo, foi justamente o que ela ganhou.

“Não tenho certeza se posso ser útil aqui,” Disse antes de terminar a chamada internacional.

“Não focalize nas coisas pequenas,” disse o meu pai, me encorajando. “Se você focar em moedinhas, é isso que vai ter no final do dia.”

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