sábado, 23 de julho de 2011

117- Transtornos do processamento auditivo central (TPAC) e TDAH

Tudo que você precisa saber sobre os transtornos do processamento auditivo central (CAPD – Central Auditory Processing Disorders)(TPAC em potuguês) – incluindo uma lista de checagem de sintomas e informação sobre diagnóstico e tratamento. Mais, como adultos com TPAC e TDAH podem usar atividades de processamento auditivo e estratégias para melhorar a comunicação. Por Gina Pera – ADDitude

“Deturpada”. É assim que Diane descreve a comunicação com seu noivo George. Uma vez ela o encontrou na porta de entrada com um sorriso caloroso, viu que tinha lama nos sapatos, e pediu a ele que os deixasse nos degraus (stairs). Confuso, ele disse, “Seu terno encara? O quê? (Your suits stare? What?)”.
Apesar da explicação de Diane, George insistiu que ela tinha dito exatamente aquilo – e em tom de voz desaprovador.
Diante da conversa confusa, e do costume de George de ver TV a todo volume, Diane pensou que ele tivesse um problema de audição, mas os testes afastaram esta hipótese. O terapeuta do casal sugeriu que George tinha uma sólida resistência em ouvir Diane, então ele bloqueava a sua fala. Diane não aceitou essa explicação: “Não é que ele não ouvisse ou que não quisesse ouvir. Ele estava olhando direto para mim, prestando atenção. Mas a mensagem foi picada e repicada no trajeto da minha boca até a sua compreensão do que eu tinha falado.” Diane estava certa.
Quando a comunicação entre eles atingiu um estado febril, George foi diagnosticado com TDAH. O casal ficou aliviado quando o terapeuta cognitivo explicou a eles que o TDAH tem uma condição comórbida comum, chamada Transtorno do Processamento Auditivo Central (Central Auditory Processing Disorder) (TPAC). Simplesmente dito, o TPAC faz com que a pessoa interprete mal o que alguém está dizendo e o tom de voz em que está falando.
Transtorno do Processamento Auditivo Central e TDAH
O terapeuta deu a Diane e George estratégias para melhorar a comunicação. O casal também descobriu que a medicação estimulante podia corrigir o desentendimento por meio do “reforço do sinal” da via neuroquímica do ouvido (onde o som penetra) até o córtex processador auditivo cerebral (onde os sons são interpretados e ganham significado). “Nunca mais tivemos alguma mensagem deturpada depois que George começou a tomar a medicação para o TDAH”, conta Diane.
“Não há nenhum pequeno alto-falante dentro do seu cérebro que transmita as mensagens do exterior”, explica o neurologista Martin Kutscher. M.D., autor de “Kids in the Syndrome Mix of ADHD, LD, Asperger´s, Tourette´s, Bipolar, and More! “O que você pensa que ouve é uma recriação virtual da realidade de sons que atingem seu tímpano e, daí em frente, existem como impulsos elétricos silenciosos.”
Eis aqui o que acontece numa troca entre quem fala e quem escuta:
As pregas vocais do falante produzem uma sequência de vibrações que viajam invisivelmente pelo ar e batem no tímpano do ouvinte.
O tímpano do ouvinte vibra, causando a movimentação de três pequenos ossinhos que, por sua vez, estimulam a cóclea e o nervo coclear. É aqui que o som termina
Deste ponto em diante, o que o ouvinte pensa que escuta é na verdade uma série de estímulos elétricos silenciosos transportados pelos fios neuronais.
“O cérebro processa esses impulsos elétricos em som, daí em palavras, e então em sentenças e ideias com significado”, diz Kutscher. “A maioria de nós faz isso sem esforço. Alguns adultos têm problemas na conversão desses impulsos elétricos neuronais em significado. Nós chamamos esses problemas de Transtornos do Processamento Auditivo Central”.
TDAH ou Transtorno do Processamento Auditivo?
Ouvimos muita coisa sobre crianças de têm TPAC ou Transtorno do Processamento Auditivo (APD). Mas os psicólogos e os psiquiatras raramente usam esses termos, que são originados nas profissões da fala e da linguagem. Evidência limitada sugere que o TPAC é, às vezes, uma condição separada do TDAH. Ainda, como um trabalho de revisão resumiu: “Para a criança (ou adulto) receber o diagnóstico de TPAC ou de TDAH, pode depender dela ter sido avaliada primeiro por um audiólogo ou um psicólogo”.
Uma leitura rigorosa da literatura aponta um “vício de disciplina” – a condição é diagnosticada de maneira diferente, dependendo da especialidade do profissional. A diferença reside no tipo de tratamento disponível – uma importante distinção, porque a pesquisa nesta área sugere que o metilfenidato (nome genérico dos medicamentos Ritalina e Concerta) pode melhorar os sintomas do TPAC, geralmente de modo dramático.
Em contraste, as intervenções não médicas para o TPAC são limitadas a estratégias tais como o uso de aparelhos eletrônicos e a mudança no ambiente de aprendizado (menos barulho no ambiente).
As seguintes características do TPAC, segundo o National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (Instituto Nacional de Surdez e Outros Transtornos da Comunicação), parecem semelhantes às do TDAH:
Tem dificuldade de prestar atenção e de lembrar-se da informação apresentada oralmente
Tem problemas de seguir ordens com várias etapas
Tem fraca capacidade de ouvir
Precisa de mais tempo para processar a informação
Tem problemas de comportamento
Tem dificuldade com a leitura, compreensão, soletração e com o vocabulário.
Crianças com TDAH podem ser mal diagnosticadas com CAPD, mas se um adulto tem capacidade auditiva menor do que um parceiro, ele pode ser visto como passivo-agressivo, oposicionista, emocionalmente introvertido, ou briguento, em vez de ser visto como um indivíduo com déficit de atenção.
Identificando os sintomas do TPAC
E sobre o tom de voz que George se queixou de ter ouvido de Diane? O problema pode começar no lobo temporal direito, de acordo com o neurocientista clínico Dr. Charles Parker, fundador do CorePsych Blog. O lobo temporal não dominante (geralmente o direito) processa as expressões faciais, os tons verbais e as entonações dos outros, assim como a audição de ritmos e de música.
Parker cita o exemplo de um esquiador olímpico que sofreu uma grave queda durante o treinamento. Tendo sofrido um traumatismo craniano e uma concussão, seu lobo temporal direito mostrou uma função significativamente diminuída. Ele apresentava negação (também chamada de baixa consciência) em relação à comunicação deteriorada que tinha com sua mulher e colegas, afirmando firmemente que ele não tinha nenhum problema. Assim, ele tinha muito em comum com aqueles adultos com TDAH que não têm nenhuma  noção de seus desafios. Para essas pessoas, é importante saber que a terapia enfatizando estratégias de melhor comunicação pode não resolver os problemas.
Após ver o SPECT do esquiador, Parker disse a ele, “Você é o tipo de gente que não entende e não admite que não entenda”. O paciente deu um profundo suspiro e, com um ar confuso, respondeu rapidamente, “Não, eu entendo”. Parker apontou que ele tinha feito isso novamente – dado uma resposta correta que não refletia compreensão – e pediu ao paciente para repetir o que Parker havia acabado de dizer. Ele murmurou uma resposta inteligente, mas cheia de jargões. Sua esposa interrompeu: “É isso que acontece o tempo todo”.
Comenta Parker: “Ultimamente ele compreende, por causa do SPECT e dos problemas com os outros, que não podem ser negados. A medicação e suplementos dirigidos melhoraram suas habilidades de comunicação”.
Não é preciso que alguém tenha uma lesão cerebral para sofrer de TPAC, afirma Parker. “Muitos fatores contribuintes podem criar uma diminuição da função do lobo temporal”, ele diz, “de forma geral, de mudanças sutis na sensibilidade ao glúten até medicamentos para dormir. Qualquer dessas agressões ao cérebro, amplificadas pelo TDAH coexistente, trarão problemas de comunicação a um relacionamento”.
Estratégias de audição para o TPAC e TDAH
Os sinais centrais do TDAH – distração, desatenção e memória de trabalho fraca – além do TPAC, podem contribuir para uma Torre de Babel a dois. Estas práticas estratégias podem desatar os nós da comunicação.
Para os parceiros de adultos com TDAH:
Elimine os barulhos que distraem (desligue a TV ou o computador) antes de falar com seu par.
Toque seu par no braço ou no ombro antes de falar, permitindo a ele um tempo para mudar seu foco do que estava fazendo para a conversa que você está iniciando.
Peça ao seu par para que ele repita o que você disse, para ter certeza que ele entendeu.
Fale concisamente, eliminando os detalhes supérfluos.
Para adultos com TDAH:
Reconheça que ouvir de perto o seu par significa que você o valoriza.
Primeiro ouça, depois responda. Deixe de lado o que você estava fazendo ou pensando em fazer, quando seu par terminar de falar, ou mudar de assunto. Se você precisar de um tempo para dar uma resposta, peça-o.
Use técnicas de relaxamento para clarear sua mente antes de conversas importantes.
Para casais:
Para alguns assuntos, o e-mail funciona melhor. Um adulto com TDAH precisa de tempo para formular uma resposta, sem sentir a pressão de ter de responder imediatamente.
Não insista no contato pelo olhar quando estiver falando sobre algo importante.
O contato pelo olhar distrai alguns portadores de TDAH.
Fale e ande. O exercício reduz o estresse e aumenta o fluxo de sangue para o cérebro.
Quando essas estratégias fracassam, pense em tomar um estimulante, se você ainda não o estiver usando.  “Os estimulantes geralmente ajudam a transmitir as mensagens de maneira mais confiável”, diz Kutscher, “assim como permitem que a pessoa preste atenção na informação que estiver sendo passada”. Ambas são essenciais para manter um relacionamento.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

116- Segredos do Ensino: Ensinando os alunos (com e sem TDAH-ADHD) a aprender

Por Cossondra George
Bons professores não têm somente um firme domínio do conteúdo, mas também são excelentes em ajudar diversos estudantes a dominar os conceitos e habilidades. Pode ser muita coisa para dar conta, e os professores iniciantes, às vezes, perdem de vista outro aspecto importante do nosso papel: guiar os alunos para que se tornem responsáveis pelo próprio aprendizado.
Mesmo professores veteranos alguma vezes dizem aos alunos para “tomar notas” ou para “estudar”, sem ao menos discutir com eles as estratégias para fazer o recomendado. O ensino de técnicas de leitura, de tomar notas, e de estudar pode consumir tempo, mas é um investimento que vale a pena. Encorajando os estudantes a terem a intenção de aprender, você pode equipá-los com as ferramentas necessárias para terem sucesso em sua classe e no futuro.
O conhecimento das armadilhas comuns e das estratégias eficazes pode suportar seus esforços para ajudar o aluno “a aprender a aprender” ao longo dos anos escolares:
Armadilha No.1: Achar que os alunos serão capazes de identificar a informação importante e tomar notas com propriedade. A atividade de tomar notas pode ser atrapalhada por problemas, particularmente se o texto estiver acima do nível de leitura do aluno. Geralmente os estudantes começam a escrever imediatamente, fazendo julgamentos atabalhoados sobre o que pode ser importante. Cegamente juntam dados e pedaços sem um senso de como os fatos se relacionam uns com os outros.
Evitando a armadilha: Trabalhe com os alunos para demonstrar a leitura eficaz e as estratégias de anotar. Leia as seções em voz alta. Ensine (e discuta com os alunos) como selecionar a informação relevante para a inclusão nas anotações. Demonstre técnicas como a leitura prévia, o exame de palavras em negrito e dos cabeçalhos, a colocação das ideias principais em palavras próprias, e a prestar atenção aos títulos.
Explore os diferentes estilos de fazer anotações, e discuta como adaptar os estilos de anotação ao conteúdo em causa. Por exemplo, ajude os alunos a aprender a reconhecer quando será apropriado o uso de um diagrama Venn para comparar e contrastar dois tópicos, ou quando um esquema com estrutura hierárquica ajudará a organizar o estudo de eventos cronológicos. Introduza um conjunto de ferramentas de anotação (incluindo marca-texto, etiquetas autocolantes e cartões de indexação) que preencham as várias necessidades de todos os aprendizes. Pratique a tomada de notas em grupo, engajando os alunos em discussões sobre o que é importante e como anotá-lo.
Armadilha No.2: Achar que os estudantes sabem como “estudar”. A verdade é que muitos alunos não sabem como enfrentar o material de aprendizagem por sua própria conta.
Evitando a armadilha: Depois que os alunos tenham aprendido a ler cuidadosamente e a tomar notas com significado, você pode guiá-los no uso dessas ferramentas para estudar eficazmente.
Separe uma pequena parte da aula, a cada dia, para ensinar os alunos sobre as estratégias para estudar. Demonstre que a repetição é muito importante para reter material novo. Introduza modos diversos de usar suas anotações: perguntando entre si com os cartões de anotação, praticando jogos de revisão, e criando testes de questões de um para o outro. Pratique o vocabulário com eles a cada dia. Trabalhe com métodos mnemônicos para as sequências difíceis. Ajude os alunos a entenderem que aprender é um processo, não uma atividade de memorização na noite anterior à prova.
Armadilha No.3: Achar que os alunos entendem a ligação entre o estudo e o desempenho acadêmico. Alunos que nunca aprenderam a identificar as ideias importantes, a tomar notas com significado, e a estudar eficazmente podem não “acreditar” que estudar aumenta seu desempenho acadêmico. Eles podem até mesmo achar que os alunos com alto desempenho são apenas “muito sabidos”.
Evitando a armadilha: Arrume as condições para expor aos alunos os dividendos que eles receberão por seus esforços. Conforme você os guie no aprendizado de tomar notar e de estudar eficientemente, dê a eles as oportunidades de avaliar e de refletir sobre essas técnicas.
Peça aos alunos para que eles estabeleçam metas de aprendizado para a sua classe (talvez baseados em provas anteriores, se você as fez). Reveja regularmente as metas de aprendizado e faça os alunos refletirem sobre o seu próprio progresso. Faça com que eles descubram o que ainda precisam alcançar para serem bem sucedidos. Conforme você monitora o progresso individual de cada aluno, faça os ajustes em suas aulas e ajude-os a planejar como alcançar suas próprias necessidades de aprendizado.
Depois de uma prova ou outra avaliação da classe, faça os estudantes refletirem sobre o seu próprio progresso desde antes da prova até o resultado final. Como esse processo de estudar os levou ao sucesso? Quais ferramentas de estudo eles acharam ser mais úteis? Em que áreas eles precisam encontrar mais ferramentas para ajudá-los a aprender? Pedir aos alunos que pensem como eles aprendem (e fazer os ajustes necessários) os ajudará a se sentirem mais com o controle do seu próprio progresso acadêmico.
Conforme você trabalha nesse processo ao longo do ano escolar, “aprender a aprender” vai se tornar cada vez mais rápido e mais automático para os alunos. E você terá compartilhado um dom valioso com eles: a habilidade de descobrir, organizar e internalizar novos conceitos em sua vida acadêmica e profissional.
Cossondra George é uma veterana professora de matemática e professora de educação especial em Newberry, Michigan, e membro da Teacher Leaders Network. Ela tem um blog sobre a vida de professor na Middle School, Day by Day.

sábado, 9 de julho de 2011

115- TDAH - ADHD - Hiperfoco: o que diz Russell Barkley

“Há também outra frase popular em alguns dos livros à venda sobre o TDAH do adulto: Adultos com TDAH são bons na hiperfocalização. Isto, também, é um mito. Hiperfoco é na realidade perseveração. Você é incapaz de interromper o que está fazendo, quando você deveria ter parado, para fazer alguma outra coisa. É igual à criança que continua a jogar videogame por muito tempo depois da hora em que já deveria estar vestida para ir para a escola, e estar lá fora, esperando o ônibus. Se você quer dizer que isso é hiperfocalizar, tudo bem, mas é um sinal clássico de lesão do lobo frontal, e de resposta perseverativa. Você deveria ter parado de fazer o que estava fazendo, mas não parou. Havia outras coisas mais importantes a serem feitas e você as ignorou. Isto não é nenhum dom. É, de fato, um sintoma deste transtorno. Hiperfoco é coisa do autismo. Perseveração é do TDAH.”

sexta-feira, 8 de julho de 2011

114- Tato: A base da comunicação verdadeira - TDAH ADHD

Seis indicadores para acrescentar mais tato em suas interações sociais. Por Michele Novotni, PH. D., em ADDitude

TATO: A arte de escolher as palavras cuidadosamente, delicadamente e de um jeito que não ofenda ou afaste os outros. Tato é uma percepção do que fazer ou dizer, para manter bom relacionamento com as outras pessoas.
Devo dizer que uma das rejeições mais cheias de tato, de artigo escrito por mim, foi dos editores de ADDitude. Em vez de me dizerem que não gostaram do que eu escrevi, eles sugeriram que aquela não era a ênfase que eles estavam procurando. Poderia eu fazer de um modo diferente? Com mais tato ainda, eles começaram sua rejeição me dizendo como eles gostavam de todas as minhas contribuições para ADDitude nos anos anteriores, e como eles geralmente amavam o que eu escrevia.
Muito tato!
Tato é algumas vezes o que falta para quem tem desatenção ou é impulsivo – qualidades não limitadas aos que têm TDAH. Erros de tato podem ser evitados por:
Escolha cuidadosa das palavras

Se alguém lhe pede uma opinião sobre a aparência, pelo amor de Deus, não responda dizendo “Você não parece tão gorda desse jeito”, como um dos meus clientes me disse uma vez. O mesmo pode ser dito por meio de uma variedade de palavras, tais como “Amei, mas ainda acho que preta é uma cor mais emagrecedora para você.”
O impacto das palavras varia dependendo do significado das que você escolher.

Falta de tato: “Eu discordo completamente.”

Tato: “Tenho dificuldade de entender o que você diz. Me ajude a entender melhor o seu pensamento sobre este assunto.”

Focalize o positivo

Focalize nos aspectos positivos da conversa. Procure respostas que indiquem uma visão de mundo do tipo copo cheio pela metade, em vez da de copo metade vazio. Uma perspectiva positiva sobre as coisas faz a diferença nos relacionamentos. As pesquisas têm mostrado que as pessoas gostam de estar com pessoas que sejam positivas em vez de críticas.

Evite o pensamento "tudo ou nada"

Muitas pessoas cometem o erro de ver o mundo em somente dois campos – o certo ou errado, o bom ou mau. Esta visão de mundo cria sérios problemas sociais porque não permite diferenças de opinião, um espectro de ideias e pensamentos diferentes. Algumas pessoas jogam fora uma maçã se ela tiver um machucadinho, outras cortam fora o machucado e usam o resto da maçã.

Estou sugerindo que você considere o que é bom no que alguém acabou de lhe dizer e estar aberto a pensamentos que sejam diferentes dos seus. Assuma uma visão de mundo do tipo arco-íris, entendendo que há várias cores e misturas de cores.

Fale menos

Tato requer de você diga o que tem de ser dito e nada mais que isso. Por exemplo, “Oi! Como vai?” Realmente significa “Oi”. Uma resposta extensa sobre como você está realmente indo é considerada socialmente imprópria. Se alguém realmente quer saber, ele perguntará novamente. Tenha também o cuidado de não falar muito com pessoas que você apenas encontrou em restaurantes ou aviões. E tenha o cuidado de não falar muito sobre problemas pessoais no seu emprego. As pessoas gostam de limiteis saudáveis.

Batatas quentes

Tato requer evitar tópicos como dinheiro, religião e política, exceto com pessoas que você conhece muito bem. Tais assuntos precisam ser abordados com o máximo cuidado e com a sensibilidade para as diferenças que geralmente são sentidas muito fortemente em relação a estes tópicos. Declarações como “É definitivamente...” ou, “Qualquer idiota sabe que... “ são garantias de ofensa. Para ser socialmente seguro e ter tato, evite os assuntos “batata quente” sempre que for possível.

Observe as dicas da linguagem corporal

Veja a linguagem corporal das outras pessoas (ou as mudanças de sua voz) que indicam prazer ou desprazer com seus comentários. As duas podem ser indicadores muito acurados de tato. Quando as pessoas começam a olhar  para os lados, ou a bater os pés, ou dar respostas monossilábicas, tome essas dicas como sinal de que está na hora de calar, mudar de assunto, ou desculpar-se.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

113- Quebrando a maldição do hiperfoco (continuação da 112)

“Muitos cientistas, escritores e artistas com TDAH têm carreiras muito bem sucedidas, em grande parte devido à sua habilidade em focalizar naquilo que estão fazendo, por horas a fio,” diz Nadeau.
Mas o foco intenso e sem controle é mais frequentemente um problema. Deixado sem controle, ele pode levar ao fracasso na escola, perda de produtividade no trabalho e comprometimento dos relacionamentos com amigos e em casa.
“Crianças com TDAH geralmente gravitam ao redor do que é interessante e excitante, e são avessas a fazer coisas que elas não querem fazer,” diz Joseph Biederman, M.D., chefe do programa de psicofarmacologia pediátrica do Massachusetts General Hospital, em Boston. “ Combine isto com o fraco gerenciamento do tempo e problemas da socialização, ambos os quais são típicos das crianças com TDAH, e a criança pode acabar jogando Nintendo durante todo o final de semana.”
Adultos com TDAH contam histórias de falta a encontros ou reuniões e a perda de prazos porque ficaram tão absorvidos em algo a ponto de perder a noção de tempo. Em um caso com história extraordinária, contada por Nadeau, uma mulher com TDAH ficou tão focalizada num projeto que não notou que sua casa estava pegando fogo. “Somente quando os bombeiros chegaram, procurando por alguém dentro da casa, foi que ela olhou para cima e percebeu o que estava acontecendo,” diz Nadeau.

As melhores maneiras de intervenção
Se uma criança com TDAH tende a se perder em sua atividade favorita, os pais ou professores devem primeiramente adotar meios de limitar a quantidade de tempo que a criança tem para gastar na atividade.
“Mesmo que uma criança esteja usando medicação para o TDAH, jogar Nintendo sempre será mais atraente do que estudar para uma prova de matemática,” diz Biederman. “Então a criança deve ter permissão para jogar somente em pequenas doses – não durante o dia todo.”
“Se você tem um filho que hiperfocaliza em uma atividade favorita, você precisará se opor à essa tendência sendo extra vigilante sobre os limites de tempo gasto na atividade e sobre a adesão a este esquema,” diz Carol Brady, PH.D., uma psicóloga de Houston. “Pode também ser útil fazer um acordo antecipado com seu filho sobre a hora em que a atividade pode ser feita, e sobre quando não pode.”
Então, é essencial desenvolver um sistema para ajudar seus filhos a redirecionarem seu foco. Quando chega a hora de parar com a atividade, Brady recomenda ser um pouco flexível, esperando por uma pausa natural – o final de um show de TV, por exemplo.
Mas não é suficiente dar à criança um tempo limite e esperar que ela pare. “Digo aos pais que eles precisam fazer algo para quebrar o transe em que seus filhos estão,” diz Silver, “tal como dar um tapinha no seu ombro, passar a mão na frente do seu rosto, ou ficar entre ele e a TV ou a tela do computador.” A não ser que você faça isso, ele diz, a criança pode nem perceber que você está tentando chamar a atenção dela.
“Estas crianças não são desobedientes,” diz Nadeau. “Seus cérebros só não estão registrando o que você está falando para elas. É por isso que a interrupção nunca deve ser raivosa, e por isso que você deve permitir alguns minutos para que a mudança de atenção dela aconteça. É quase como tirar alguém de um sonho.”
Para ajudar a amenizar o processo, Nadeau recomenda arrumar um tempo para educar seu filho sobre as maneiras como o seu cérebro funciona. “Seu filho precisa entender por que é difícil para ele parar de fazer alguma coisa em que ele realmente esteja interessado”, ela diz. “A criança também precisa saber que, por causa disso, os professores e os pais podem ter de intervir de tempos em tempos para interromper uma atividade.”

Estabelecendo dicas externas
Para adultos com TDAH, controlar os ataques de hiperfoco requer o estabelecimento de dicas externas para redirecionar sua atenção. “Este tipo de foco intenso não é algo que você toma e joga fora,“ diz Barkley.
Nadeau, que tem ela mesma o TDAH, geralmente apresenta hiperfoco quando assume um trabalho escrito. Então ela ajusta um timer para lembra-la de compromissos que ela tem de atender, ou chamadas telefônicas que precisa fazer. Mensagens no computador, ajustadas para surgir na tela de tempos em tempos, podem também ser utilizadas. Assim também, pode ajudar recrutar o auxílio do esposo, ou de um ajudante de trabalho. “Trabalho com um homen que fica tão sobrecarregado no seu trabalho que ele treinou um colega a vir e puxá-lo para fora do seu escritório para reuniões,” diz Nadeau.
Outro paciente de Nadeau tinha o costume de trabalhar em seu computador após o jantar. “Ele ficava completamente no ar,” diz Nadeau, “até o ponto em que sua mulher  ia se deitar e ele nem notava. Ficava trabalhando até duas ou três horas da amanhã.” Desesperada, a mulher começou a literalmente desligar a tomada do computador dele quando chegava a hora de ir dormir. “Era a única maneira de obter sua atenção.” Diz Nadeau.

Tornando as coisas chatas mais atraentes
Finalmente, a melhor maneira de lidar com o hiperfoco é não brigar com ele mas acolhê-lo. “Se a escola ou o trabalho pode ser tornado mais estimulante, ele atrairá o foco do mesmo modo,” diz Nadeau.
“Crianças com TDAH necessitam de um padrão maior de ensino,” diz William Sears, M.D., professor associado de clínica pediátrica na Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em Irvine. “Uma criança com TDAH se torna enfadada rapidamente quando se lhe pede para memorizar um monte de dados de história. Mas se ela se dispõe a escrever uma peça sobre o assunto e a representa-la, ela vai brilhar.”
A mesma coisa é verdedeira para os adultos. “Um trabalho que propicie o reconhecimento público, junto a consequências prazerosas mais imediatas, pode ser ideal para os que têm TDAH,” diz Barkley. “Talvez seja por isto que 35% das pessoas com TDAH sejam autônomas por volta dos seus trinta anos – uma porcentagem muito mais alta do que a normal.”

O outro lado do hiperfoco
Quando você aprende a mudar o hiperfoco a seu favor, isto pode ser uma conquista vantajosa. São inúmeras as histórias sobre portadores de TDAH que podem se concentrar intencionalmente por longos períodos de tempo em projetos complexos.
“Quando eu costumava dirigir comerciais de TV, nunca podia me sentar e fazer um relatório dos gastos financeiros,” diz Frank Coppola, de Nova Iorque. Um coach (treinador) de TDAH, que também tem TDAH. “Mas estando no estúdio, eu fazia nove coisas simultaneamente, e podia prestar atenção em cada uma delas, sem nenhum problema.”
“Eu treino baseball,” comenta Sears, “e sempre escalo os meninos com TDAH como arremessadores e pegadores. Como arremessadores, sua habilidade de hiperfoco os ajuda no alvo, e como pegadores, o hiperfoco aumenta sua consciência do batedor. Crianças com TDAH se tornam grandes jogadores de hockey pelas mesmas razões. Quando a jogada está do outro lado da quadra eles ficam meio distraídos, mas quando a coisa vem para o seu lado, eles se transformam em muito alertas e hiperfocados.” 

112- Aprenda sobre o TDAH: Foco no hiperfoco


Informação sobre o sintoma do TDAH chamado hiperfoco . Um sintoma comum, que explica por que muitas crianças e adultos com TDAH podem se concentrar tão intensamente, às vezes. Por Royce Flippin – ADDitude

Não é nenhum segredo que as crianças e adultos com TDAH geralmente têm dificuldade para prestar atenção em tarefas que eles acham sem interesse. Alta distração – em crianças com TDAH que são incapazes de permanecer focalizadas na aula, ou em adultos com TDAH que nunca dão conta de fazer seus trabalhos escritos – é um sintoma-chave no TDAH e um critério para o diagnóstico.
O que você pode não saber sobre o TDAH é que há um outro lado: a tendência das crianças e adultos com transtorno de déficit de atenção de focalizar muito intensamente em coisas do seu interesse. Às vezes, a focalização é tão intensa que eles podem se tornar desligados do mundo que os cerca.
Para crianças, o objeto do hiperfoco pode ser jogar um vídeo game ou ver TV. Para adultos, pode ser fazer compras ou surfar na internet. Mas seja o que for que prenda a atenção, o resultado é o mesmo: a não ser que alguma coisa ou alguém interrompa, horas de devaneio são perdidas enquanto atividades importantes e relacionamentos ficam de lado. “As pessoas que pensam que TDAH significa ter atenção curta não entendem o que seja o TDAH”, diz Kathleen Nadeau, Ph. D., psicóloga de Silver Spring, Maryland, e autora de ADD-Friendly Ways to Organize Your Life. ”Um jeito melhor de olhar para isso é entender que as pessoas com TDAH têm um sistema de atenção desregulado.”

Recompensas imediatas

Como a distração, o hiperfoco é tido como o resultado de níveis anormalmente baixos de dopamina, um neurotransmissor que é particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de dopamina torna difícil a “troca de marchas” para enfrentar as tarefas chatas, mas necessárias.
“Crianças e adultos com TDAH têm dificuldade de mudar a atenção de uma coisa para outra”, diz Russel Barkley, PH. D., um pesquisador e professor de psiquiatria na SUNY Upstate Medical University, em Siracusa, New York. “Se eles estão fazendo algo de que gostem ou achem psicologicamente recompensador, eles tendem a persistir neste comportamento por mais tempo do que outros, que  normalmente já teriam passado para outro assunto. O cérebro de pessoas com TDAH é ligado a atividades que dão recompensa imediata.”
Na visão de Larry Silver, M. D., um psiquiatra da Georgetown University Medical School em Washington D.C., tão intensa concentração é na verdade um mecanismo de compensação.
“É um modo de lidar com a distração,” diz Silver. “Alunos de faculdade com TDAH me contam que eles intencionalmente vão para um estado de intensa focalização para terminar suas tarefas. Crianças mais jovens fazem a mesma coisa de modo inconsciente quando estão fazendo algo prazeroso, como assistir um filme ou jogar no computador. Geralmente elas não estão conscientes de que estão focalizando tão intensamente.”

Oportunidades perdidas

Não há nada inerentemente perigoso com o hiperfoco. De fato, ele pode ser uma vantagem. Alguns portadores de TDAH, por exemplo, são capazes de canalizar seu foco em algo produtivo, tal como uma atividade ou trabalho escolar. Outros se permitem  hiperfocar em algo como uma recompensa para terminar uma tarefa importante, mas chata.
(continua)

domingo, 3 de julho de 2011

111- Auxílio para crianças TDAH desorganizadas: Acabe com a guerra das tarefas

Pais de crianças com TDAH oferecem suas melhores estratégias para fazer com que até mesmo as crianças mais desorganizadas ajudem nas tarefas de casa, sem brigar ou fazer birra! Dos editores de ADDitude

Conseguir que as crianças façam suas tarefas pode ser um desafio em qualquer lar. Nas famílias onde uma ou mais crianças tenham TDAH, o esquecimento, a dificuldade de seguir as instruções tradicionais, as distrações e mais coisas, podem afetar a rapidez com que as tarefas de casa são feitas, quando são. Por isso abrimos nosso website para os comentários de pais que o visitaram e, isto feito, deixaram depoimentos sobre como conseguiram que seus filhos pequenos e adolescentes começassem a ajudar em casa e a manter seus quartos organizados. Eis aqui seus melhores conselhos:
Torne as tarefas alegres e flexíveis para as crianças TDAH
 "Meu filho de 15 anos gosta de usar seu iPod enquanto faz suas tarefas. Isso o ajuda a se concentrar, especialmente se eu o lembro de manter o iPod selecionado no shuffle (selecionar novas músicas provoca distração). Eu também digo a ele o que tem de ser feito (e tenho de repetir isso toda a semana). Explico logo de início que se ele não fizer a coisa direito, ele terá de fazê-las de novo. Uma coisa a ser evitada: Meu marido dará uma lista e, então, começará a acrescentar novas tarefas depois que nosso filho já começou a fazer as coisas, o que realmente elimina a recompensa de ter chegado ao fim das tarefas. Também sugiro que deixe o seu filho TDAH a se movimentar o quanto ele quiser enquanto faz o trabalho, se for possível" -TiggersMom
"Limite a briga pelo poder para fazer o trabalho de casa, permitindo que as crianças TDAH possam escolher as tarefas e permitindo alguma flexibilidade  quanto à hora em que elas farão as tarefas. É aqui que um contrato deve ser feito. Por exemplo, se o seu filho corta a grama, deixe que ele mesmo faça o seu esquema – evitando a chuva ou outras dificuldades. Se ele não cortar a grama, reduza os privilégios – ele não poderá sair no fim de semana até que faça o serviço." -coachjulie
Explique para as crianças TDAH as consequências do não fazer as tarefas.
"Frustrada com as brigas com meus filhos por causa do trabalho de casa, eu, finalmente, fiz uma lista de todas as tarefas que eu fazia em minha casa e que meus filhos eram capazes de fazer. Expliquei que se eles ajudassem, eu teria mais tempo para gastar com eles e ficaria menos cansada e menos explosiva. Disse a eles que dividissem as tarefas e que teriam de fazê-las duas vezes por semana. Teriam de fazê-las corretamente – sem desordem e sem desafio. Se eles tentassem me enganar, expliquei que acrescentaria outra tarefa às suas responsabilidades e isto tiraria parte do tempo que teriam para fazer o que gostassem" -ronsmom
"Minha filha tem os seus dias em que não quer fazer nada. Quando eu pergunto por que ela não faz isso ou aquilo ela diz, 'Você não me avisou'. Agora eu geralmente aviso antecipadamente que ela tem de fazer algo antes de ir a uma festa ou de tirar um cochilo. Se não fizer, não vai." -jinx561
"Quando a minha filha TDAH de 13 anos de idade não faz suas obrigações de sábado, ela não pode ir para a casa das suas amigas, ou não ganha sua mesada. Não ter dinheiro significa nada de cinema, natação, restaurantes e patinação. Eu sempre dou a ela três avisos em meia hora, se ela não fez a tarefa de casa que eu pedi. Se ela começa a discutir, eu ameaço remover a porta do seu quarto, o que tem ajudado a limitar as brigas que temos a respeito das tarefas de casa. Durante a semana escolar, discuto as consequências de ter um quarto bagunçado ou uma cozinha suja. Pratos sujos significam pratos de papelão e comida de micro-ondas. Não lavar suas roupas significa usar roupas sujas. Banheiro sujo significa constrangimento quando as amigas estiverem chegando." –Anika
Ofereça prêmios quando as crianças TDAH fizerem as tarefas
"Se minha filha faz um trabalho logo após a primeira vez que eu peço, ela ganha 50 centavos de dólar. Mantenho um controle do total que ela ganha numa lista grudada na geladeira. Se tenho de pedir várias vezes, tiro 50 centavos. Quando peço a ela para fazer qualquer trabalho, lembro a ela que o dinheiro está chegando. Dinheiro não foi a minha primeira escolha sobre como motivá-la, mas, até agora, está funcionando. Às vezes é preciso descobrir o que motivará nossos filhos. Se as punições e as consequências negativas não estiverem funcionando, então tente usar algo que eles gostem, e que não teriam de outro jeito, como um incentivo. Minha filha não tem mesada e realmente não tem outra maneira de ganhar dinheiro, então isto é um grande motivador para ela." -KSmommy
"Minhas crianças têm uma tabela semanal de trabalhos. Cada atividade é listada com valor em dólar ou centavos de dólar. Quando elas completam o trabalho, elas checam o item na lista, e no final da semana elas somam e ficam sabendo quanto ganharam. Elas gostam de assumir responsabilidades para ganhar dinheiro. Há também uma oportunidade para ganho extra e uma seção para multas (por quebra das regras da casa)." -michellesamson
"Minha enteada ganha o direito de ver filmes à noite três vezes por semana, se ela faz seus trabalhos sem precisar ser cobrada e sem promover discussões. Nos finais de semana, ela tem dias livres. Não acreditamos que fosse bom dar a ela mais tempo para ver TV ou para jogar videogames, então, para ela, foi melhor ganhar mais noites de cinema." -Dlw5tab
Lembre-se de que organização e memória são desafios para os TDAH
Como acomodar para os desafios com a memória e a organização do seu filho TDAH
"Quando você é pai de uma criança (especialmente um adolescente) com TDAH, você tem mais dificuldade quando ela não se lembra de arrumar seus pertences sem ser avisada. Então, quando você descobre que ela deixou alguma coisa for a do lugar, chame-a ao quarto e peça a ela que ponha as coisas no lugar. Sim, parece ser mais trabalho do que você mesmo colocar as coisas no lugar, mas isso faz com que a responsabilidade seja dela, de um modo que ela pode dar conta, e com o tempo ela vai melhorar (embora demore mais do que você queira ou pense que deveria). As coisas são assim. Antes de você perceber, sua criança estará indo para a faculdade ou começando seu primeiro emprego de verdade. Você quer gastar o tempo que passa com ela, em casa, como punição por não arrumar suas coisas por si mesma, ou você prefere gastá-lo preparando-a para deslanchar (academicamente, moralmente, e emocionalmente) e amá-la  e gostar de estar com ela enquanto ela estiver em casa?" -Jillbb
"O que eu acho que mais ajuda as crianças com TDAH a fazer as coisas simples, como as tarefas, que nós fazemos automaticamente mas que elas se esquecem de fazer, é escrever suas obrigações e pregar em local onde possam ser vistas fácil e frequentemente. Meu filho de 15 anos tem de ser lembrado sobre suas obrigações a maior parte do tempo, mas nos últimos três meses, eu escrevi as tarefas que ele deveria fazer durante o dia – tais como arrumar a cama, fazer chá, tomar banho, escovar os dentes, retirar o lixo – com adesivos para checagem antes de cada tarefa, que são colados na geladeira, onde ele não tem como não ver. Ele ganha 10 pontos por cada tarefa feita. Há cerca de 12 coisas na lista e ele tem de fazer 100 pontos a cada dia em ao menos 8 de cada 10 dias consecutivos. Se ele faz isso, ganha um livro ao final do décimo dia. Até agora, ele tem feito a maior parte das tarefas sem que eu tenha de lembrá-lo do que tem de ser feito. No início, sua  recusa em fazer as tarefas parecia ser preguiça, mas o cérebro deles não funciona como o nosso. Se você espera que esse comportamento mude, temo que você terá de esperar para sempre." -dolphin70

domingo, 26 de junho de 2011

110- Nove dicas para bloquear o barulho – TDAH - ADHD

Um leitor nos conta: “Não importa onde você esteja em nossa casa, sempre há algum tipo de barulho que torna difícil estudar e pensar”. “Há alguma técnica ou ferramenta (como tecnologia) que possamos usar para bloquear o barulho, de maneira que consigamos nos concentrar no que queremos, em vez de prestar atenção nas distrações externas?” Por Beth Main 
 
Bloquear o barulho pode ser um desafio para os adultos e as crianças com TDAH – e para os que não sofrem do problema. Para responder diretamente a sua pergunta, há várias ferramentas que você pode usar para ajuda-lo a prestar atenção e evitar as distrações externas:
1-    Use ruído branco, tal como um ventilador ou aspirador.

2-    Toque música de fundo que o ajude a focalizar, em vez de música do tipo que exija sua atenção (um dos meus clientes tem uma lista que ele chama de “Adderall auditivo”).

3-    Escute sons da natureza, em disco ou via um smartfone (procure por “sons da natureza” e veja o que pode encontrar).

4-    Crie barreiras sonoras, como acrescentar isolamento acústico às suas paredes, ou usar toalhas nas frestas das portas.

5-    Use tampões de ouvido ou fones de ouvido canceladores de ruídos.
Você tem duas chances aqui: reduza o barulho na sua casa ou encontre outro lugar para pensar e estudar. Eu sei, eu sei... você pode achar que isso não dá para ser feito! Mas talvez possa:
6-    Diga à sua família (ou colegas de quarto) que você precisa de algum tempo de silêncio e peça a eles ideias sobre como conseguir isso. Faça-os saber como isso é importante para você. Talvez você estabeleça um compromisso com eles para que o barulho fique baixo durante seus períodos de estudo. Você pode até estabelecer consequências para a quebra das regras.

7-    Coordene os esquemas para que todos na casa fiquem quietos juntos. Talvez você possa designar um horário em que as crianças estejam lendo ou jogando algum gueime de estratégia, sua mulher esteja trabalhando no quintal e você esteja fazendo o seu trabalho que exige foco. Você terá de combinar isto com antecedência – as chances de que isto aconteça espontaneamente são tão remotas quanto as de a dívida pública nacional desaparecer no seu tempo de vida.

8-    Se você não consegue de modo algum um tempo de silêncio em sua casa, bibliotecas geralmente são um paraíso livre de barulhos. Ou talvez o escritório, após o horário de trabalho, ou um bar (café) silencioso. Aqui, novamente, a chave é a esquematização – vá quando for menos provável que esteja cheio de gente. Preocupado com o tempo de ida? O tempo que você gasta indo e vindo pode ser menor do que o tempo que você gasta ficando distraído.
Outra abordagem é aumentar sua habilidade em prestar atenção.
9-    Melhore seus hábitos diários de estilo de vida. Sono, dieta, exercício e hidratação são os pontos chave aqui. A desidratação, a privação de sono e a alimentação errada reduzem drasticamente sua capacidade em se concentrar. Comer alimentos saudáveis, descansar o suficiente e beber bastante líquido, por outro lado, mantém seu cérebro trabalhando na eficiência máxima e torna aquelas distrações mais fáceis de ignorar. Igualmente para os exercícios, que aumentam os níveis de neurotransmissores no cérebro e ajudam a melhorar a atenção.
Assim, isolar seus ouvidos funciona, mas não é a única maneira de resolver o problema. Veja se alguma dessas outras estratégias pode funcionar para você.
ADDitude

quinta-feira, 16 de junho de 2011

109- TDAH na escola: Como descobrir o ambiente correto para a aprendizagem do seu filho

Questões essenciais para os pais que estão procurando o melhor ambiente de aprendizado para seu filho que tem TDAH ou Dificuldades de Aprendizagem. Por Nicole Sprinkle

 Se o seu filho foi diagnosticado com TDAH, uma das principais iniciativas será encontrar uma escola que seja adequada ao estilo de aprendizagem dele. Pode parecer uma busca num palheiro, mas se tiver as ferramentas corretas poderá encontrar o premio: uma escola que entenda TDAH.
A chave para encontrar a escola correta é começar cedo a fazer a sua pesquisa. Se você souber o que procurar numa escola – e as perguntas certas a serem feitas – você terá sucesso neste desafio. Aqui, contarei a você tudo o que deve ser conhecido para encontrar a escola certa para sua criança com TDAH. Considere isso uma pequena ajuda ao seu trabalho de casa.

Primeiro passo: Entender seu filho
Analise profundamente o comportamento do seu filho antes de pensar no tipo de escola. Primeiro, gaste alguns minutos para escrever sobre o seu filho como um estudante.

- Ele é um ouvinte ou ele aprende melhor por meio do tato?
- Ele toma a iniciativa ou precisa ser empurrado?
- Ele trabalha bem de modo independente ou se sai melhor em grupo?
Em seguida, faça uma lista das necessidades específicas do seu filho: Ele precisa de uma sala onde possa sentar-se longe das janelas. Ou precisa de uma escola que dê pouca tarefa de casa. Ou precisa de um professor que lhe dê instruções passo-a-passo. Sua lista deve conter as coisas que você espera encontrar, mas também deve ser realista. Inclua as potencialidades do seu filho e as suas fraquezas, tanto as acadêmicas quanto as sociais. Frequentemente, alunos excepcionalmente brilhantes enfrentam programas acadêmicos desafiadores, mas fracassam por causa dos níveis muito altos de estresse. Organize o quadro geral, assim seu filho não terá como destino o fracasso.
Acima de tudo, preste atenção às necessidades do seu filho. Somente porque uma escola é considerada a melhor de todas – e toda a sua vizinhança está querendo matricular seus filhos nela - não necessariamente significa que ela seja o lugar ideal para ele.
Segundo passo: Entreviste a escola.
Você poderá ler pilhas de folhetos, assistir a inúmeros vídeos escolares promocionais e escutar tudo que os administradores têm a dizer. Mas isto é somente a ponta do iceberg. Para entender o que é realmente uma escola, você precisará realizar por sua conta um pouco de perguntas e respostas.
Entreviste os diretores, os professores primários, os terapeutas da fala, os assistentes dos professores e outros provedores de necessidades especiais. E não se esqueça dos pais das crianças matriculadas na escola. Apareça no final das aulas e peça a outras mães e pais para falar sobre o que acham das aulas, dos professores e das tarefas de casa – eles lhe dirão tudo de pronto. Não sabe quais perguntas fazer? Comece com estas:
-  Qual o tamanho da escola? Obviamente, você vai querer saber quantos graus a escola tem – e quantos estudantes estão matriculados em cada um. Mas não pare aí. Pergunte sobre o tamanho físico da escola, assim como sobre a planta do edifício. Se o seu filho tem dificuldades espaciais e de memória – como frequentemente têm as crianças com TDAH – você vai querer saber se ele poderá se orientar por lá.
-  Qual é o tamanho das classes? Uma classe com cerca de 20 alunos provavelmente será o seu melhor cenário, embora estes números pequenos sejam dificilmente encontrados em escolas públicas. Mas não desista ainda do sistema público. Em classes maiores das escolas públicas, um professor auxiliar poderá ser providenciado, e dará ao seu filho a assistência extra de que ele necessita.
-  Qual o nível de treinamento do professor? “Tenha certeza de que há uma equipe experiente de professores de carreira”, diz Colleen Berge, uma consultora educacional em Nova Iorque. Embora você encontre ótimos professores dos primeiros níveis em todo o sistema escolar, seu filho precisa de uma escola onde ele seja adequadamente tutorado.
-  Quão flexível é esta escola? Ela se adaptará ao estilo de aprendizagem do seu filho? Fará acomodações tais como deixa-lo usar um gravador na classe em vez de tomar notas, ou terá mais tempo para as provas? Não se contente com um simples “não”. Peça à escola exemplos específicos de como ela se ajustou a outros alunos no passado. Tipicamente, crianças com TDAH não têm falta de esperteza, mas frequentemente têm falta de habilidades necessárias para o sucesso acadêmico – organização, habilidades de estudo e habilidade para fazer provas.
-  Que papel os pais desempenharão? Se o mantra da escola é, “Você está nos credenciando com o seu filho”, isto pode ser um código para, “Não queremos seu envolvimento”, diz Meyer. Por outro lado, uma filosofia em que a primeira preocupação é o estudante pode significar, “Queremos sua ajuda”.
-  Com que frequência vocês monitorarão o progresso do meu filho nas matérias principais? “A cada semana é o ideal – e de nenhum modo irrealista em escola organizada para atingir as necessidades individuais”, diz Emily Ayscue Hassel, coautora de The Picky Parent Guide: Choose Your Child´s School with Confidence (Armchair Press). Uma escola deve esperar que crianças com TDAH sejam excelentes nas matérias principais – porque elas podem ser.
Terceiro passo: Vá à visita de portas abertas
Depois que você reduziu suas escolhas, você estará pronto para uma visita à escola – uma experiência do tipo “veja por si mesmo” que será valiosa. Muitos pais visitam cerca de cinco escolas antes de decidir por uma. Algumas coisas a ter em mente:

Boas escolas deixam você observam aulas em desenvolvimento – não somente um slide show no auditório. Em visita de portas abertas, a escola está no seu melhor funcionamento. Se você sente-se desconfortável com ela, as chances são de que o desconforto só vai piorar. Conforme você percorre os corredores, entre nas salas de aula, fale com os professores, mantenha a atenção no seguinte:
- Quadros de notas. Esses mostruários vivamente coloridos fazem mais do que avivar as salas e os corredores – eles mostram o trabalho padrão de grupos de idade determinada. Leia os trabalhos. Se os escritos dos alunos não estão à altura dos do seu filho, a escola pode não ser a melhor escolha para ele. Se ele estiver fazendo a visita com você, pergunte a ele se já aprendeu sobre as coisas que vê nas paredes.
- Estrutura da classe. Crianças com TDAH se dão melhor em ambiente estruturado porque elas geralmente têm dificuldade de memória e de atenção. Mas não confunda uma atmosfera controlada com simples rigidez. Professores que passam tarefas de casa verbalmente e escrevem no quadro, que usam linguagem específica quando dão instruções (“Sente no seu lugar com as mãos no colo e seu livro na carteira”), e que combinam gestos com voz expressivas podem ajudar tremendamente o seu filho.
- Classe normal versus classe de necessidades especiais. É virtualmente impossível saber se o seu filho vai se sair melhor em classe regular ou em classe de necessidades especiais  até que ele experimente as duas. Alguns pais tendem à regular para evitar o estigma, mas observam que seu filho não está progredindo. Outros optam por classes de necessidades especiais, somente para descobrir que seu filho não está sendo desafiado.
Antes de decidir qual o local adequado para você, descubra como a escola conduz cada um deles. Se o seu filho estiver em classe regular, ele terá ajuda especial na sala de aula? Se ele estiver em classe de necessidades especiais, ele terá o currículo principal? Que tipo de alunos estará agrupado a ele? Observe ambos os locais em sua visita.
Quarto passo: Observe os estudantes
- Mudança de aulas. Como as crianças se comportam entre as aulas? Elas se movimentam por sua conta ou os professores têm de empurrá-las para a próxima sala? Os alunos estão interagindo de modo seguro e amistoso? Se as crianças estão bagunçando e precisam de contensão dos professores, pode ser sinal de falta de estrutura – dificilmente uma escolha ideal para uma criança que brilha em ambiente controlado.
- Crianças engajadas. Estando em uma aula, no playground, ou em uma aula de educação física, as crianças estão engajadas seguramente em aprendizado e atividades? Sua bandeira vermelha deve ser erguida se muitas crianças estiverem espalhadas sem rumo, olhando para o espaço, ou cutucando outras crianças.
- Tolerância. Muitas crianças com TDAH aprendem melhor por meio de participação ativa, geralmente apoiando-se na movimentação para se manterem alertas. Problemas podem surgir se um professor reprime constantemente um estudante que se retorce na cadeira ou que mude de assento, ou que se levante muitas vezes.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

108- Carta de princípios da ABDA - (TDAH - ADHD)

Os itens listados abaixo, embora não sejam dispositivos legais, são princípios norteadores defendidos pelos associados da ABDA.
Esta carta foi baseada e adaptada da Carta de Princípios sobre TDAH da National Consumer's League (Liga de Defesa do Consumidor) dos Estados Unidos, da qual são signatárias a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria e a Associação Psiquiátrica Americana

I - Fundamentos científicos sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

1) O TDAH é um transtorno médico verdadeiro, reconhecido como tal por associações médicas internacionalmente prestigiadas, que se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

2) O TDAH é um transtorno sério, uma vez que os portadores apresentam maiores riscos de desenvolver vários transtornos psiquiátricos (tais como depressão e ansiedade), abuso e dependência de drogas e álcool, maior freqüência de acidentes, maiores taxas de desemprego e divórcio e menos anos completados de escolaridade.

3) O TDAH pode ser diagnosticado e tratado. Existem diretrizes publicadas por instituições científicas de renome internacional sobre o diagnóstico e seu tratamento adequado. A única linha psicoterápica que se mostrou eficaz, através de evidências científicas no tratamento do TDAH é a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, razão pela qual a ABDA só cadastra profissionais que atuam a partir desta orientação terapêutica.

4) O TDAH também pode ser diagnosticado em adultos. Mais da metade das crianças com TDAH ingressa na vida adulta com sintomas clinicamente significativos do transtorno.

5) O TDAH é muito pouco diagnosticado e tratado na população em geral.

II - A criança, o adolescente e o adulto com TDAH têm responsabilidades e direitos.

1) O direito de ser reconhecido como portador de um transtorno médico sério

2) O direito a diagnóstico e tratamento por um profissional de saúde que conheça adequadamente o transtorno

3) O direito de tomar decisões baseadas nas informações científicas disponíveis acerca dos benefícios, riscos e custos do tratamento de acordo com a individualidade de cada caso.

4) O direito de receber, como aluno, um atendimento especial pelos educadores e instituições.

5) O direito de receber, como empregado, uma alocação ou realocação específicas, bem como as adaptações profissionais necessárias às suas dificuldades.

6) Os portadores de TDAH devem se responsabilizar por seus atos em toda e qualquer circunstância, contribuindo de forma positiva para a comunidade em que vivem.

III - Os familiares de portadores de TDAH têm igualmente responsabilidades e direitos

1) A responsabilidade de se educar, bem como aos outros, sobre a natureza do TDAH seja através de instituições, organizações ou profissionais capacitados.

2) A responsabilidade de aderir ao tratamento proposto e procurar ajuda profissional sempre que necessário.

3) O direito de solicitar ao profissional de saúde informações científicas sobre os tratamentos disponíveis e seus riscos e benefícios

4) O direito de solicitar atendimento especial pelos educadores e instituições para os alunos portadores do TDAH.

IV - Profissionais de saúde têm responsabilidade

1) De diagnosticar e tratar corretamente crianças e adultos com TDAH, de acordo com diretrizes estabelecidas pela comunidade científica.

2) De fornecer ao portador ou seus familiares informações científicas e atualizadas acerca da natureza do TDAH, suas conseqüências e as formas disponíveis de tratamento.

3) De oferecer um tratamento sempre individualizado, levando em consideração aspectos específicos do portador, sua família e o contexto sócio-cultural em que vivem.

V - Educadores têm responsabilidades e direitos

1) A responsabilidade de conhecer os sintomas de TDAH, a principal causa de encaminhamento para serviços especializados da infância e adolescência, alertar familiares ou cuidadores e indicar serviços ou profissionais que ofereçam aconselhamento e tratamento.

2) A responsabilidade de proporcionar aprendizado levando em consideração as particularidades do aluno portador de TDAH, sem comprometer as necessidades dos demais alunos.

3) O direito de ter diálogos abertos e construtivos com familiares, cuidadores e profissionais de saúde sobre as necessidades específicas do aluno portador de TDAH.

4) O direito de solicitar apoio da instituição educacional, familiares, cuidadores e equipe de profissionais responsáveis pelo aluno com vistas a estabelecer um planejamento acadêmico adequado.

VI - A mídia tem a responsabilidade

1) De relatar de modo preciso relatórios científicos e fatos médicos relevantes, apresentando aquilo que é consensual na comunidade científica.

2) De investigar adequadamente a credibilidade das fontes que alegam expertise no TDAH, bem como revelar possíveis conflitos de interesses comerciais ou profissionais naqueles que fazem declarações públicas ou são entrevistados.
 

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...