segunda-feira, 7 de novembro de 2011

156- Recomendações atualizadas para o TDAH incluem faixas de idade revisadas

Contexto clínico

O transtorno neurocomportamental pediátrico da infância mais comumente diagnosticado é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que tem repercussão significativa no desempenho escolar, no bem estar e nas interações sociais das crianças atingidas. Em 2000, a Academia Americana de Pediatria publicou pela primeira vez as recomendações clínicas para avaliação e diagnóstico do TDAH, e em 2001, publicou as recomendações para o tratamento.

Esta nova revisão leva em conta informações e evidências recentes em relação ao diagnóstico e manejo do TDAH que se tornaram disponíveis depois que aquelas primeiras recomendações foram publicadas. Embora as primeiras recomendações discutissem o diagnóstico e tratamento do TDAH em crianças de 6 a 12 anos, as evidências que apareceram suportam um alargamento da faixa de idade das recomendações para 4 a 18 anos. As recomendações atuais também têm um objetivo ampliado, porque os autores reconheceram que as intervenções comportamentais podem ajudar as famílias de crianças com comportamentos hiperativos e impulsivos que não preenchem completamente os critérios diagnósticos para o TDAH.

Resumo do estudo e perspectiva

Pela primeira vez em uma década, a Academia Americana de Pediatria publicou uma atualização de recomendações para o diagnóstico e tratamento do TDAH que, agora, incluem crianças mais novas, pré-escolares e adolescentes.

As recomendações, “ADHD: Clinical Practice Guidelines for the Diagnosis, Evaluation and Treatment of Children and Adolescents with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder," foram liberadas pela “American Academy of Pediatrics National Conference & Exhibition” e simultaneamente publicadas online em 16 de outubro na “Pediatrics”.

“Escrevemos as recomendações originais em 2000 e em 2001, e elas foram escritas para crianças com idade entre 6 e 12 anos porque esta era a evidência disponível na época”, disse Mark Wolraich, M.D., professor de pediatria CMRI/Shaun Walters e chefe da   Section of Developmental and Behavioral Pediatrics do University of Oklahoma Health Sciences Center, Oklahoma City.

“Ao longo dos anos, ouvimos falar sobre a preocupação quanto às crianças pré-escolares e adolescentes, e sobre o que deveria ser feito com eles. Expandimos o grupo de idade para incluir crianças de 4 a 18 anos, porque há certamente novas evidências para apoiar as recomendações para um grupo mais amplo”, disse o Dr. Wolraich, o autor principal das recomendações.

Aumento dos medicamentos aprovados

Os últimos 10 anos também viram um aumento do número de medicamentos que foram aprovados pela US Food and Drug Administration, para o tratamento do TDAH, e as novas recomendações refletem isso. Elas também enfatizam a natureza crônica do transtorno.

“Nós apoiamos a ideia de que o TDAH era uma doença crônica nas recomendações iniciais, e que os médicos precisavam usar os princípios de doenças crônicas para trata-lo, e isso foi posteriormente enfatizado”, disse o Dr. Wolraich.

Outras recomendações chave incluem:

Avaliar as crianças para outras condições que podem coexistir com o TDAH, tais como os transtornos de oposição e desafio, de conduta, de ansiedade e de depressão;

Ter certeza de que os critérios do DSM-IV tenham sido preenchidos;

Obter informação principalmente dos relatos de pais ou guardiães, professores e outros profissionais da escola ou de saúde mental envolvidos nos cuidados da criança;

A primeira linha de tratamento para crianças pré-escolares de 4 a 5 anos deveria ser a terapia comportamental aplicada pelos pais ou professores, baseada em evidências;

Aumento gradual das doses dos medicamentos para atingir o benefício máximo com os menores efeitos adversos; e

Para adolescentes, o clínico geral, que dá o atendimento primário, deveria prescrever medicamentos aprovados pelo FDA, com o consentimento deles.

“O desafio com adolescentes é você não ter mais professores individuais como bons informantes dos seus comportamentos, porque eles vão de classe em classe e não os seguem por um longo período de tempo. Há tendência a ficar difícil de obter boa informação”, disse o Dr. Wolraich.

Ele acrescentou que é importante iniciar o tratamento das crianças em idade baixa.

“Quando podemos identificar mais cedo e proporcionar o tratamento adequado, podemos aumentar suas chances de sucesso escolar. Com nossa maior vigilância atualmente em relação ao TDAH e as melhores maneiras de diagnosticar e de tratar este transtorno, mais crianças estão sendo ajudadas”.

O julgamento clínico não é suficiente

Peter Jensen, MD, codiretor da Division of Child and Psychology na Mayo clinic, Rochester, Minessota, contou a Medscape Medical News que as recomendações revisadas dão instruções mais detalhadas para ajudar os médicos de primeiros cuidados a controlar esses pacientes.

“O que é bom em relação às atualizações das recomendações é que elas propiciam orientação adicional e especificidade sobre as que foram publicadas entre 2000 e 2001”, disse o Dr. Jensen.

“Algumas dessas crianças têm problemas muito complexos; muitas também têm ansiedade e depressão. As recomendações cuidam disso, e elas também enfatizam o uso de escalas de medida pelos professores e pelos pais. Elas nos colocam um passo a frente”, ele acrescentou.

Propiciar orientação mais detalhada sobre o diagnóstico e o tratamento de crianças com TDAH é importante., disse ele.

“Muitos médicos tratam o TDAH com preguiça”, disse ele. “Eles são bem intencionados, mas quando estamos no meio de um dia com o consultório movimentado e pais histéricos, e com poucos auxiliares, nosso julgamento clínico não é o suficiente, e ficamos inclinados a cometer erros. Se a mãe sorri, pensamos que está tudo bem. Mas, isto não é tão correto como verificar as escalas de avaliação dos pais, dos professores e falar com a criança”.

“O julgamento clínico não é suficiente para substituir esses tipos de ferramentas, e as recomendações acrescentam mais daquele tipo de detalhe e terão maior probabilidade de nos ajudar a não cometer erros por omissões e por instruções equivocadas”.

Dr. Jensen disse que suspeita de que o TDAH possa estar aumentando porque muitas cobranças por atenção sustentada estão sendo postas no dia das crianças.

“Queremos que nossas crianças aprendam mais, que façam mais, queremos que elas não apenas vão à escola, mas que tenham 3 ou 4 outras atividades que fazem à tarde e que façam rapidamente o trabalho de casa, e as expomos a muitos estímulos diferentes.”

“Elas veem TV e vão a jogos. Todas essas coisas são competidoras com a atenção. Se você tivesse uma sociedade na qual o trabalho de casa não importante, quase por definição, você teria menos pais se queixando sobre a falta de atenção dos seus filhos”, disse o Dr. Jensen.

Dr. Wolraich declarou que foi consultor de Shire, Lilly, Shinogi e Nextwave, todos produtores de medicamentos para o TDAH.

Dr. Jensen declarou que não tem nenhum relacionamento financeiro relevante.

American Academy of Pediatrics National Conference & Exhibition 2011. Apresentado em 16 de outubro de 2011.

Destaques do estudo

Toda criança de 4 a 18 anos que apresente problemas acadêmicos ou de comportamento e sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade deve ser avaliada para o TDAH (qualidade de evidência B/ forte recomendação).

As recomendações para o controle de TDAH variam de acordo com a idade do paciente.

O tratamento de primeira linha para o TDAH de crianças pré-escolares (idade de 4 a 5 anos) deveria ser terapia comportamental baseada em evidências fornecidas pelos pais e/ou pelos professores (qualidade de evidência A/forte recomendação). Metilfenidato pode ser prescrito se as intervenções comportamentais fracassarem.

Em áreas nas quais o tratamento comportamental baseado em evidências não estiver disponível, os riscos de iniciar a medicação muito cedo deveriam ser pesados em contraste com o risco de atrasar o diagnóstico e o tratamento (qualidade de evidência B/recomendado).

Crianças da escola elementar (idade de 6 a 11 anos) com TDAH deveriam receber medicamentos aprovados pela FDA (qualidade de evidência A/forte recomendação) e/ou terapia comportamental baseada em evidências, administrada pelos pais e/ou professores, e de preferência por ambos (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Evidências para a farmacoterapia com estimulantes em crianças de 6 a 11 anos são fortes e suficientes, mas são menos fortes para a atomoxetina, guanfacina de liberação estendida e clonidina de liberação estendida, nesta ordem (qualidade de evidência A/forte recomendação).

Adolescentes (12 a 18 anos de idade) deveriam aceitar e receber medicamentos para o TDAH aprovados pela FDA (qualidade de evidência A/forte recomendação) e/ou terapia comportamental (qualidade de evidência C/recomendado) e, preferivelmente, ambos.

O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais, quarta edição (DSM-IV) tem os critérios que devem ser preenchidos para o diagnóstico, e qualquer causa alternativa deve ser afastada (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Estes critérios incluem a documentação do prejuízo em mais de um local. A informação deve ser obtida primariamente de relatos dos pais, guardiães, professores e outros profissionais da escola e de saúde mental envolvidos com os cuidados com a criança.

Quando da avaliação de uma criança para o TDAH, o clínico deveria incluir a avaliação para as condições comórbidas possíveis (por exemplo: condições emocionais ou comportamentais; do desenvolvimento e físicas (qualidade de evidência B/forte recomendação).

O TDAH é uma condição crônica associada a necessidades especiais de cuidados de saúde. O controle de crianças e adolescentes com TDAH deveria seguir os princípios dos modelos de cuidados crônicos e de medicina de família (qualidade de evidência B/forte recomendação).

As doses dos medicamentos para o TDAH devem ser aumentadas gradualmente para atingir o máximo de benefícios com o mínimo de efeitos colaterais (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Implicações Clínicas

As Recomendações Revisadas da American Academy of Pediatrics para o tratamento do TDAH estenderam a faixa de idade das recomendações de 4 a 18 anos, com base em evidências emergentes. Qualquer criança de 4 a 18 anos que apresente problemas acadêmicos ou de comportamento e sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade deve ser avaliada para o TDAH. As recomendações para o tratamento do TDAH variam com base na idade do paciente.

As recomendações correntes também têm um escopo estendido, na medida em que os autores reconhecem que as intervenções comportamentais podem auxiliar as famílias das crianças com comportamentos hiperativos e impulsivos que não preenchem completamente os critérios de diagnóstico para o TDAH. A avaliação de uma criança para o TDAH deveria incluir avaliação para o controle de condições comórbidas.

sábado, 29 de outubro de 2011

155- Amigos: Um tratamento natural para o TDAH adulto

A medicação e o aconselhamento podem ajudar a tratar os sintomas do TDAH, mas, para muitos adultos, ter um bom amigo é o melhor tratamento alternativo. Por Zoe Kessler

Nan Bailey, de 42 anos, uma consultora de marketing, foi diagnosticada com TDAH há um ano e meio. A medicação e o yoga têm sido úteis, mas a melhor arma de Nan contra os sintomas do TDAH é a sua amiga Janice, uma artista gráfica, que trabalha com ela ocasionalmente. Ela compreende os comportamentos de Nan, e ajuda a controlá-los.

Por que amigos ajudam a tratar os sintomas do TDAH

A pesquisa revela a importância da amizade para o TDAH adulto. Em um estudo chamado “Biobehavioral Responses to Stress in Females: Tend-and-Befriend, Not Fight-or-Flight”, publicado no Psychological Review, pesquisadores da UCLA sugerem que ter um amigo íntimo ajuda as mulheres a manejar o estresse e a viver mais tempo e com mais saúde. A amizade é especialmente importante para mulheres com TDAH que foram diagnosticadas em seus 30 a 40 anos. Muitas dessas mulheres perderam um emprego, amizades e possivelmente um casamento, e algumas se isolaram e evitaram tentar fazer amigos. As mulheres com amigas íntimas, entretanto, são mais capazes de controlar suas vidas e de curar as feridas do passado relacionadas ao TDAH.

“As mulheres com TDAH acham que é mais difícil fazer amigos e socializar”, diz Timothy S. Bilkey, M.D., diretor da Bilkey ADHD Clinics, em Ontário, Canadá. “Se uma mulher perdeu amigos por causa de um comentário impulsivo ou de alguma coisa que ela tenha dito, sua autoestima sofrerá. Mulheres com TDAH não percebem que fazem comentários impróprios ou que tenham comportamentos ofensivos que afastam algumas pessoas. Essas mulheres são sensíveis à rejeição. Encontrar um bom amigo é crítico para atravessar essa parede”.

“Ter alguém a quem você possa relatar suas dificuldades é extremamente importante para a autoestima e para promover a compreensão de si mesmo”, diz Nancy A. Ratey, coach em TDAH e autora de “Desorganized Mind”. Ratey foi diagnosticada com 29 anos de idade, e ela usa sua experiência quando atua como coach de adultos com TDAH.

Como os amigos certos podem ajudar nos sintomas do TDAH

Embora o coaching do TDAH seja recomendado como um dos elementos do tratamento, muitas mulheres procuram suas amizades para obter ajuda suplementar. Nan tem amigas TDAH e não TDAH. De suas amigas não TDAH, ela diz, “Algumas descobriram que eu fico oprimida por tarefas simples – preencher papeis ou as tarefas domésticas como passar o aspirador e tirar a poeira – o que me deixa com uma casa espantosamente bagunçada. Minhas amigas me ajudam sem fazer com que me sinta culpada. Elas têm lavado minhas roupas e conferido meu talão de cheques”.

Amelia, 49, é uma artista visual e poeta. Diagnosticada com TDAH adulto há três anos, ela tem uma amiga íntima. “Ela me dá sugestões e dicas para me ajudar a viver em um mundo que eu não entendo”, ela revela.

A chave para uma amizade produtiva e duradoura é escolher os amigos sabiamente. Eu – e muitas das minhas amigas TDAH – procuram por paciência, apoio e um bom senso de humor de um amigo. Minhas amigas me ajudam a controlar minha profunda  insegurança e ansiedade. Até hoje, quando me encontro em uma situação na qual alguém é abusivo, irracional ou que age de modo impróprio, eu penso se devo culpar minhas habilidades sociais. Isto é devido provavelmente ao fato de que minha família via minha hiperatividade como malícia. Eles achavam que eu podia controlar meu comportamento, mas que eu não queria. Uma ligação para minha amiga mais querida põe as coisas nos eixos. Ela sabe o que eu sinto por dentro – e nem sempre sou eu quem está errada.

Amigos TDAH ou não TDAH?

“Amizades com outras mulheres TDAH são difíceis”, diz Amelia, “porque elas parecem exacerbar meus sintomas. Seu próprio TDAH é suficientemente perturbador; lidar com ele em outras pessoas faz você ficar consciente das suas limitações”.

Nan concorda. “Eu tenho uma amiga com comportamentos parecidos com o TDAH”, ela diz. “Sua desorganização e confusão me deixam maluca! Somos ambas facilmente distraídas, e podemos deixar projetos abandonados por meses”. No lado positivo, “Fico menos desapontada comigo mesma quando estou com ela”.

Sarah, de 33 anos, que foi diagnosticada com TDAH hiperativo e impulsivo aos 24 anos, diz que suas amigas não TDAH a acalmam, enquanto sua personalidade altamente energética revela seu lado mais leve. “Eu admiro e gosto de tipos calmos e silenciosos”.

Para alguns, entretanto, amizades com outras portadoras de TDAH funcionam melhor. “Posso recorrer às minhas amigas TDAH a qualquer hora”, diz Ratey. “Mas, se eu recorro às minhas amigas não TDAH, elas levam para o lado pessoal. Parece falta de comprometimento, ou falta de gentileza”.

Ter amizades com adultos TDAH é importante para Ratey, porque eles entendem suas excentricidades e podem rir delas. “Outras mulheres não entendem quão difícil pode ser fazer compras no supermercado”, ela diz. “Mulheres com TDAH sabem muito bem. Se você pula de um item para outro, elas são capazes de lhe acompanhar”.

Ratey se lembra de ter feito amizade com uma mulher que, como Ratey, tinha sido recentemente diagnosticada com o transtorno. Nenhuma delas tinha começado a tomar medicação. Enquanto outras jovens da faculdade estavam tomando pílulas para ficarem estimuladas, elas sentavam-se juntas num banco do campus, segurando a medicação nas mãos. Naquele clássico momento de união que somente os que têm TDAH podem experimentar, elas começaram a tomar seus remédios juntas! Têm sido amigas desde então.

Como manter amizades com adultos TDAH

Conquistar amigos não é difícil para muitos adultos com TDAH. Dada sua abundância de charme, inteligência e humor, não gostar do quê? Manter a amizade é outra história. Comportamento ofensivo errático, impulsividade e imprevisibilidade tornam-se exasperantes.

“O desafio em manter amizades é fazer o esforço de prestar atenção e lembrar-se de coisas, como os nomes dos filhos de uma amiga, onde ela trabalha e por que ela não come em certos restaurantes”, diz Amelia. “Muitas pessoas não se importam de lembrar a você uma ou duas vezes, especialmente nos estágios iniciais de uma amizade, mas, depois de dizer a você pela décima segunda vez que o nome do filho dela é Jason, é compreensível que alguém ficará irritado”.

Por todos esses desafios, a amizade faz a diferença entre uma vida prazerosa e aquele estado de sentir-se oprimida pelo estresse que muitas de nós experimentamos. Ratey diz: “Se um amigo não soma nada ao seu crescimento e autoaceitação, essa pessoa não pertence à sua vida”.

Dicas de amizade para adultos com TDAH

Assuma a responsabilidade de controlar seu TDAH com o melhor das suas habilidades (medicamentos, coaching, grupos de apoio).

Lute por autoconsciência, para saber como conviver com os outros.

Comece a amizade cuidadosamente e vá devagar; lembre-se de que nem todo contato é um amigo em potencial.

Concorde em discordar. Nem sempre você é quem está errado. Mas não deve ser uma quebra de contrato se você não concordar com alguma coisa.

Cumpra suas obrigações; mantenha compromissos feitos com amigos.

Reconheça seus erros e peça desculpas.

Ouça seu amigo quando ele estiver falando, mesmo quando seu cérebro estiver querendo refazer a lista do supermercado.

Mostre interesse na outra pessoa; pense sobre o que é importante para ela. Alguns amigos esperam que você se lembre dos seus aniversários, outros não se importam com um cumprimento atrasado. Alguns gostam de retorno das ligações, outros gostam de se encontrar regularmente.

Esteja atento, e seja aberto, às suas próprias necessidades.

154- Fazendo amigos: Ajuda para adultos com TDAH

Conselhos sobre relacionamentos para fazer novos amigos e manter a amizade com os antigos – sem deixar que o seu TDAH do adulto interfira. Por Michele Novotni

Adultos com TDAH às vezes precisam de um pouco de ajuda para fazer e manter amigos.

Cuidar do estresse da vida com o TDAH – ajudar uma criança a estudar para uma prova, organizar o cardápio da semana, certificar-se da tomada dos medicamentos – geralmente  ganham prioridade em relação a uma vida social. Além disso, há muito trabalho para certificar-se de que não vai, acidentalmente, dizer ou fazer algo ofensivo, esquecer de agradecer por um cartão, ou perder a concentração durante uma conversa.

Mas, amigos são importantes. E cada adulto com TDAH poderia usar um ouvinte simpático ou um sorriso reconfortante, de tempos em tempos.

Então, não atire a toalha! Socializar pode nunca ser a sua segunda preferência, mas você pode aprender maneiras de mais facilmente manter e reconquistar amizades perdidas:

Dê prioridade a manter o contato

Mergulhe nos registros de sua rede social, livro de endereços, contatos telefônicos e na caixa de e-mails para fazer uma lista de amigos e contatos. Reveja a lista uma vez por semana ou mais, para ver se há alguém com quem você queira falar ou almoçar.

Alguns portadores de TDAH usam essa lista como um “diário de amigos”, anotando cada vez que vêem ou falam com uma determinada pessoa. Sabendo quando foi a última vez que mantiveram contato ajuda a evitar um longo tempo até o próximo contato. Se quiser, você poderá montar uma agenda estruturada, usando calendários  de alerta de e-mails, ou outros aplicativos de planejamento, que poderão ser usados para avisá-lo quando for a hora de manter contato com as pessoas em intervalos determinados.

Programe as tentativas para contato

Alguns adultos com TDAH gastam uma hora a cada noite de sexta-feira ou de sábado para telefonar ou passar e-mails para os amigos; outros reservam 10 minutos por dia para escrever, conversar ou mandar mensagem. De qualquer modo, ajuda reservar um tempo específico em sua agenda. Se você teme perder a noção de tempo, use um timer, como o do celular, ou de um relógio.

Tente reservar um tempo para os amigos mais chegados, ao menos uma vez por semana, mesmo que seja por meio de um rápido telefonema, e-mail, ou algumas mensagens de texto. Se eles moram perto, visite-os ao menos uma vez por mês, ou uma vez ao ano, se eles moram longe. Para contatos e outros que não sejam tão chegados (pais dos colegas dos seus filhos, por exemplo), um contato mensal seria correto, com uma visita a cada três meses.

Nem todo contato tem de levar a um encontro ou a uma relação mais íntima em sua vida. Você pode estabelecer uma pequena conversa ou somente fazer saber que pensa neles.

Atividades simples, livres de estresse

Eventos sociais não têm de ser coisas complicadas. Que tal oferecer um jantar para por o papo em dia? Ou encontrar amigos numa cafeteria, caminhar pela vizinhança juntos, ou simplesmente convidá-los para assistir TV com você?

Passear com um amigo. Não há também nada de errado em pedir a um amigo que venha junto quando tiver de ir a um supermercado ou a uma oficina mecânica. Fazer duas coisas ao mesmo tempo é uma das vantagens do TDAH – se você tiver pouco tempo, chame um amigo enquanto faz alguma outra coisa de sua lista, como lavar a louça, caminhar passeando, ou até mesmo pegando um ônibus ou o trem para o trabalho.

Arrume um café da manhã ou um almoço com os amigos. Você precisa comer, então, por que não convidar um velho amigo para ir junto a um restaurante?

Envolva-se nas atividades sociais que você mais gosta (ou que menos detesta). Cinema, concertos e outras saídas requerem pouca conversa e são menos cansativas que festas, jantares e outras atividades com muita conversação. Esportes vigorosos, incluindo tênis, pingue-pongue, basquetebol e aulas de aeróbica permitem ao menos pouca conversa, e também lhe dão oportunidade de fazer algum exercício. Da próxima vez que você for para uma aula de aeróbica, convide um amigo!

Quando você sair para jantar, um buffet informal pode ser uma escolha melhor do que uma refeição sentado, onde se espera uma conversação sustentada. Um arranjo tipo buffet dá aos hiperativos a chance de levantar-se frequentemente e deixa os desatentos pausas para se reorganizarem, antes de retomar uma conversa.

Obrigações da amizade: Avaliar o que deu errado

Primeiro, pense sobre alguma de suas amizades passadas, e nomeie três pessoas com que você gostava de ficar, mas que já não vê.

Pergunte a si mesmo:

- O que causou a separação?

- Vocês brigaram?

- Vocês se separaram?

- A outra pessoa parou de responder  às suas chamadas ou e-mails?

- A outra pessoa estava sempre “muito ocupada” para ficarem juntos?

Você pode nunca ficar sabendo o que aconteceu – isso acontece.

Pergunte a si mesmo como se sente a respeito do fim de cada amizade. Você ainda sente falta de gastar um tempo com a outra pessoa? Você está com raiva? Magoado? Confuso?

Depois de avaliar a amizade, você pode decidir que não vale a pena o investimento de tempo e energia para reatá-la. Mas, mesmo que este seja o caso, faça o melhor para se livrar de qualquer emoção negativa que você sinta em relação à pessoa ou ao relacionamento – seja raiva, tristeza ou simples arrependimento. Registrar seus pensamentos num diário é um bom modo de deixar a negatividade de lado. Assim também é com a imaginação visual. Por exemplo, imagine prender seus sentimentos a balões e vê-los flutuar para bem longe no céu. Ou imagine quebrar alguns pratos.

Se você quiser reatar, pense em fazer uma chamada por telefone, enviar uma mensagem no Facebook, ou escrever um e-mail dizendo à pessoa que você está com saudades dela. Pergunte se seria possível se encontrarem e conversar sobre o relacionamento. Se for possível que você tenha feito algo que magoou a outra pessoa, peça desculpas. Pode ser que você seja rejeitado – ou pode ser que você descubra que seu velho amigo esteja tão ansioso quanto você para reatarem. Você nunca saberá, se não tentar.

153- Adultos com TDAH: Como construir habilidades sociais e evitar comportamento ofensivo acidental

Adultos com TDAH às vezes cometem gafes sociais até mesmo sem perceber. Aprenda aqui a reconhecer seus erros e aprenda as regras de falar e escutar que acompanham todas as conversas. Por Michele Novotni

Para os socialmente desajeitados, as gafes parecem inevitáveis – sua língua fica presa, ou sua boca fica solta. Para complicar as coisas, geralmente é visto como deselegante apontar os erros sociais, e assim, isto raramente é feito. Então, o ofensor  sem intenção pode nunca saber que tenha feito algo errado. Mas, imagine tentar aprender matemática se ninguém tiver lhe avisado que há a resposta certa e a errada. Como você poderia?

Leia a linguagem corporal para identificar os sinais de que você cometeu um erro

A primeira coisa a ver são as dicas de que você cometeu uma gafe. Gary, um cliente que eu tratei, queixava-se de que sua mulher geralmente ficava brava e saía da sala, batendo a porta sem nenhum aviso. Pedi a ele que procurasse por dicas de que ela estivesse ficando brava, para ver o que, se houvesse, fazia com que ela batesse a porta. Eu tinha certeza de que ela devia dar alguma indicação verbal ou não verbal de que estava ficando contrariada.

Depois de uma semana, ele voltou, muito excitado. “Doutora, você estava certa. Eu nunca havia notado antes, mas os olhos dela ficam semicerrados, ela fica vermelha. Cerra os dentes e aperta os lábios, e a voz dela fica mais aguda. Então ela sai da sala batendo a porta. Foi ótimo. Antes, eu nunca tinha percebido ela brava. Sempre pensava que ela somente tinha batido a porta.”

Assim, tive de trabalhar com ele no mudar  ou em explicar seu comportamento a sua mulher enquanto ele ainda pudesse. Na hora em que ela atingisse a fase de bater a porta, ela já não conseguiria falar ou ouvir.

Adulto TDAH desajeitado socializando

O ponto de vista da Maria

Ontem à noite convidei minha amiga, Lisa, para vir à minha casa. Quando ela chegou, eu a recebi na porta e elogiei sua aparência. Tentei iniciar vários diálogos, mas Lisa não falava muito, e foi embora em menos de uma hora. Depois que ela saiu, eu fiquei pensando o que estaria acontecendo de errado com ela. Na verdade, fiquei um pouco brava com sua visita tão curta.

O ponto de vista de Lisa

Fiquei contente que minha amiga, Maria, tenha me convidado para visitá-la ontem à noite, mas quando cheguei lá, ela disse, “Ei, você não fica tão gorda com essa roupa!” Fiquei arrasada. Meu rosto vermelho e meu olhar hostil deixaram bem claro que ela tinha ferido meus sentimentos, e fiquei a me perguntar por que Maria não me pediu desculpas. Depois de uma hora, como ela não houvesse se desculpado, eu decidi ir para casa.

Lisa foi vítima do equivalente TDAH ao nocaute de dois socos.

1.   Maria disse algo ofensivo, mas o fez sem intenção.

2.   Ela não notou a linguagem não verbal de sua amiga, que indicava que ela, Maria, havia cometido uma gafe.

Se as situações de Maria ou de Gary lhe parecem familiares, você, também, pode estar dando esses dois socos involuntariamente. Use estas estratégias para perceber as dicas e facilitar seus relacionamentos pessoais:

Mantendo a elegância social

Fique atento às dicas não verbais. As pessoas podem estar lhe dando dicas não verbais indicando seu desprazer. Estas incluem a linguagem corporal, tal como afastar-se de você, responder com poucas palavras, ou cruzar os braços ou as pernas. Note, também, as expressões faciais, como ruborização, caretas, aperto de lábios ou olhar ofendido ou raivoso.

Reveja a cena. Revise a conversa em sua mente para lembrar se você disse ou fez alguma coisa provocativa.

Peça o apoio dos amigos. Pergunte se você disse ou fez algo ofensivo. Se você estiver com problemas com sua esposa ou com alguém mais que lhe seja próximo, peça a essa pessoa para fale sobre sua raiva em vez de ficar lhe mandando dicas não verbais.

Leia sobre habilidades sociais. Reveja o livro “What does everybody else know that I don´t” (O que todo mundo sabe que eu não sei?) Dicas de habilidades sociais para adultos com TDAH (Novotni, 2000), para mais ajuda nesse assunto.

Procure assistência. Um conselheiro ou coach com experiência em TDAH adulto e em habilidades sociais pode ajudar.

Mesmo que, como Maria e Gary, ofender alguém não seja sua intenção, a ofensa pode acontecer muito frequentemente. Mas, com observação cuidadosa e mais persistência, você pode aprender a parar de dar aqueles dois socos antes que atinja, sem querer, o alvo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

152- Passe em todos os exames: Dicas de estudo TDAH para exames de matemática, dissertação e testes de múltiplas escolhas.

Os estudantes TDAH temem a pressão e o excesso de informação dos exames finais. Use estas dicas específicas para se preparar sabiamente e superar todos os testes de múltiplas escolhas, de matemática e de dissertação na escola. Por Michael Sandler

Eu me lembro de um teste que fiz no colegial. Tinha estudado muito, mas quando li a primeira pergunta, meu cérebro desligou. Não podia me lembrar de nenhuma das respostas ou resolver nenhum problema. O medo me paralisou.

O seu aluno com TDAH já teve este bloqueio? Se for assim, há maneiras de manter o cérebro funcionando na sala de exame, apesar de alguns sintomas paralisantes do TDAH.

Antes da prova, siga estas dicas gerais para maximizar seu desempenho.

Peça mais tempo ao professor

Para relaxar sua mente, visualize-se sentado, respondendo as questões, e obtendo uma boa nota

Descubra qual o tempo médio que você terá para responder a cada pergunta (se forem 10 questões e 30 minutos de tempo, você terá somente 3 minutos para cada questão)

Porte um relógio e utilize-o para manter-se no tempo

Agora, eis aqui marcadores para ajudá-lo a vencer qualquer tipo de exame:

Dicas para múltipla-escolha

Verifique seu tempo. Leia cada questão e cada resposta – duas vezes. Sublinhe enquanto lê, para garantir que tenha lido cada palavra da questão e todas as respostas.

Seguindo com sua intuição, marque a resposta correta. Em nove vezes de cada dez, nosso primeiro palpite é o correto, mas geralmente nós nos desviamos dele. Não mude uma resposta a não ser que esteja absolutamente seguro.

Responda todas as questões que você tenha certeza. Ponha um traço ao lado das que você não tem certeza e uma estrela nas que você não sabe mesmo.

Depois que você tiver lido toda a prova, reveja as questões difíceis. Se houver tempo, releia lentamente cada resposta a cada questão. A não ser que você entenda uma questão de modo diferente nesta segunda vez, permaneça com sua primeira resposta.

Dicas para matemática e cálculos

Escreva todas as fórmulas. Você poderá querer escrever rapidamente um problema que você resolveu em casa para dar a si mesmo uma chave para os problemas mais difíceis de matemática.

Copie cada problema num papel de rascunho. Escreva o problema vagarosamente, numere os passos e cheque duas vezes o que você escreveu. Lembre-se do ditado: Devagar se vai ao longe. Embora nossos cérebros sejam muito rápidos, lento é o modo para a acurácia e as notas mais altas.

Escreva com letras de forma grandes. Isto lhe permitirá ver um erro, evitar confusão com números, letras ou sinais, e dará ao seu cérebro um alívio para pensar. Erros por descuido geralmente aparecem porque você não dá a si mesmo um tempo para ver e resolver o problema. Marque com estrelas ou traços as questões difíceis. Desse modo, você saberá revisá-las depois de ter feito a prova. Nós geralmente transpomos os números; a revisão da prova permite corrigir erros.

Dicas para redação

Responda primeiro as questões simples. Isto constrói a confiança. Se você começa com as questões difíceis, você pode ficar desatento na hora de responder às mais fáceis.

Responda usando o modelo sanduiche – uma sentença principal, duas sentenças de apoio e a conclusão. Se sua escrita a mão for terrível, ou se você for disléxico ou um aprendiz ouvinte, peça para fazer uma prova oral, usar um computador ou digitar suas respostas, ou usar um aplicativo de transformação de fala em texto que “escreve” suas palavras.

Faça um rascunho. Esquematize uma resposta ou rascunhe uma lista de sentenças em papel rascunho (introdução, pontos-chave, conclusão) antes de escrever sua resposta na prova.

Fazer provas é como exercitar seus músculos. No começo é difícil, mas, com o tempo, você vence!

Auxiliares de sala

Alguns professores permitem que os estudantes tragam uma lista de estudos para a sala de exame. Eis aqui como montar uma:

Prepare a lista com dias de antecedência, conforme você vai estudando a matéria, não na noite anterior ao exame.

Escreva as ideias gerais assim como os nomes, datas e fórmulas – isso que a gente geralmente esquece.

Digite a lista de estudo no Word ou Excel, usando uma fonte muito pequena, para ter o mais que puder de informação na página.

Veja a possibilidade de acrescentar cor, ícones ou gráficos para fazer a informação mais importante sobressair.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

151- Tratamentos para o sono de crianças TDAH: 18 soluções aprovadas pelos pais.

Um bom sono leva a um melhor controle dos sintomas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade nas crianças. Por Jeanne Gehret.

Você diz baixinho, “Durma bem, querido”, e apaga as luzes, fecha a porta do quarto e vai para sua cadeira preguiçosa. E seu filho dorme tranquilamente toda a noite, e acorda revigorado na manhã seguinte. Para muitos de nós com crianças que têm TDAH, este cenário é um sonho que não se tornou realidade – ainda.

Em boa noite de sono é vital para o humor e as funções cerebrais do seu filho. Os estudos mostram que não ter um descanso suficiente piora os sintomas do TDAH, levando a perda do controle emocional. Isto pode também afetar negativamente a memória de trabalho, um problema de que muitas de nossas crianças sofrem.

O que fazer? Tente algumas dessas sugestões, todas elas já usadas por mim com sucesso, em meus próprios filhos, um dos quais tem TDAH. Estas estratégias funcionaram para todos nós, durante a noite toda.

Coma, beba e faça exercícios corretos para uma boa noite de sono

Evite comer ou lanchar duas a três horas antes de ir dormir. A digestão, especialmente de alimentos que contêm cafeína ou açúcar, pode manter seu filho acordado. Se ele insiste em lanchar, dê a ele leite morno, bolachinhas salgadas, ou um pouco de peito de peru, que contém triptofano, que é um indutor natural do sono.

Seu filho deve beber água o suficiente durante o dia para prevenir um pedido de copo d´água na hora de dormir – e sua subsequente ida ao banheiro no meio da noite.

Faça seu filho se exercitar – correr, pular corda, andar de bicicleta, caminhar – pela manhã ou durante o dia. A atividade física ajuda nosso corpo a fazer a transição entre as fases do sono. Além disso, como o exercício obriga a algum estresse do nosso corpo, o cérebro aumenta o tempo que a criança gasta em sono profundo.

Reduza as distrações na hora de dormir

Para uma criança sensível à luz, mesmo a luminosidade de um rádio relógio pode provocar insônia. Tente o seguinte:

Escolha um relógio que acende somente quando se aperte um botão – mesmo as luzes fraquinhas podem atrapalhar o sono.

Arrume a cama longe da porta do quarto, para que não haja influência da luz que passa pelas frestas.

Reduza a luz das janelas com cortinas opacas.

Se isto tudo não funcionar, use uma máscara de dormir.

Use plugues de ouvido ou música relaxante para abafar os ruídos incomodativos, seja de uma TV, de um telefone ou de um cão latindo.

Crie e seja seguidor de rituais benéficos para a hora de dormir

Rituais noturnos avisam o cérebro e o corpo para se acalmarem. Eles também propiciam uma proximidade confortável com os cuidadores, que faz com que as crianças medrosas caiam nos braços do sono. Assinale que elas terão de terminar as tarefas de casa uma hora ou mais antes da hora de dormir, para ter o tempo de calmaria com você.

Conte ou leia uma história de dormir para crianças pequenas. Permita que as mais velhas leiam na cama.

Assegure-se de que seu filho tenha o bicho de pelúcia de que ele mais gosta. Crianças maiores podem preferir abraçar um travesseiro macio.

Vista-se confortavelmente para dormir

Calce meias para o frio nos pés. Pés frios mantêm algumas crianças acordadas; o uso de meias pode fazê-las dormir melhor.

Remova todas as etiquetas dos pijamas.

Não combine pijamas de flanela com lençóis de flanela. Os tecidos ficam grudados e dificultam a movimentação na cama.

Mantenha as crianças frias. Se o quarto estiver quente, roupas de tecido próprio para uniforme de atletas que suam muito, ou roupas de algodão podem prevenir a sudorese e a sensação de roupa grudenta. Ar condicionado ou um pequeno ventilador podem resfriar o quarto – e o som suave e monótono das hélices do ventilador pode acalmar a mente da criança.

Rotinas de relaxamento para antes de ir para a cama

Massagem nos pés relaxa uma criança inquieta. Faça seu filho deitar-se de costas – se o quarto estiver frio, cubra-o – e gentilmente segure seu pé com uma mão. Feche a outra mão e suavemente mova-a para cima e para baixo na sola.

Faça seu filho prestar atenção na sua respiração enquanto visualiza um elevador subindo e descendo lentamente a cada inspiração e expiração.

Crie frases afirmativas que ele repete para si mesmo enquanto espera o sono, tais como “Sou bom e competente”.

Pense em oração. Encoraje seu filho a orar a Deus por si e pelos seus entes queridos, para acalmar sua mente inquieta.


sábado, 22 de outubro de 2011

150- TDAH - Rituais para a hora de dormir

Você pensa que um copo de vinho ajuda a acalmar sua mente TDAH antes de dormir? Errado! Aprenda o que todo adulto com déficit de atenção pode fazer para pegar no sono mais depressa e dormir melhor a noite toda. Dr. William Dodson

Muitos adultos e crianças com transtorno de déficit de atenção têm dificuldade para iniciar o sono e ficar dormindo. O sono pode facilmente ser perturbado pela inquietação física e mental, o que por sua vez pode prejudicar o tratamento do TDAH de uma pessoa.
Use estas dicas de sono para o TDAH, para um melhor repouso todas as noites.
Bebidas
SIM: Beba leite morno. O leite contém triptofano – o mesmo sedativo natural encontrado na carne de peru – e ele pode dar certo até mesmo para a mente TDAH mais agitada.
NÃO: Não beba álcool. O metabolismo do álcool pode prejudicar sua capacidade de permanecer dormindo, e pode resultar em despertares frequentes. O álcool é diurético, e também poderá promover frequentes visitas ao banheiro durante a noite.
Cafeína
SIM: Beba chá de camomila. A camomila tem uma leve propriedade sedativa, que aumenta quando combinada com o efeito calmante de um líquido morno.
NÃO: Não beba nada que contenha cafeína (incluindo café, chá cafeinado e chocolate) menos de quatro horas antes de ir dormir. Além de ser um estimulante, a cafeína, como o álcool, é um diurético potente, que pode causar vários despertares para ir ao banheiro.
Banhar-se e Alimentar-se
SIM: Tome um banho quente de chuveiro ou de banheira, uma hora antes de ir para a cama. Isto aliviará e relaxará os seus músculos e avisará seu corpo de que está na hora de ir dormir.
NÃO: Não faça uma refeição pesada. Demora cerca de quatro horas para completar a digestão de uma refeição, o que pode mantê-lo acordado. Então, alimente-se bem antes.
SIM: Faça um pequeno lanche. Quando você fica sem comer por tempo muito prolongado, seu corpo envia sinais para aumentar os níveis de glicose no sangue.
Medicamentos e Doenças
NÃO: Não tome alguns remédios antes de ir dormir. Muitos medicamentos de venda livre contêm altas doses de cafeína – tanto quanto uma xícara de café!
Alguns medicamentos para asma, enxaqueca e resfriados, e antidepressivos podem também contribuir para a insônia.
SIM: Faça uma consulta médica e tratamento para a síndrome das pernas inquietas. O nome deste transtorno comum do sono se refere à sensação incômoda e formigante nas pernas do portador, que provoca uma necessidade incoercível de se mexer e torna difícil pegar no sono.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

149- Estudos indicam novas maneiras de identificar o TDAH

Dois estudos da atividade cerebral e dos movimentos das mãos de crianças com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade podem indicar maneiras mais acuradas de avaliar a causa e a gravidade dos seus problemas.

As pesquisas, conduzidas no Kennedy Krieger Institute, em Baltimore, e no Cincinnati Children´s Hospital Medical Center, e publicadas no número mais recente de Neurology, a revista da American Academy of Neurology, descobriram que crianças com TDAH mostram menor habilidade para controlar os movimentos musculares voluntários e involuntários do que as crianças sem o TDAH.

Esses achados fornecem mais evidências para a causa neurológica do transtorno, e podem também fornecer o primeiro modo objetivo de prever a gravidade dos sintomas de uma criança, o que pode levar a uma identificação  e tratamento mais acurados para o TDAH, que é o transtorno de comportamento da infância mais diagnosticado. Crianças com TDAH demonstram atrasos do desenvolvimento do equilíbrio, do controle motor e do comportamento, e frequentemente mostram dificuldade em se concentrar, em ficar sentadas quietas em classe e em se comportar de maneira adequada à idade em outras situações.

“O problema atual é que o TDAH é algo diagnosticado com base em sintomas... mas não é algo diagnosticado fisiologicamente”, disse o chefe da equipe de pesquisadores Dr. Stewart Mostofsky, neurologista pediátrico e diretor do Laboratory for Neurocognitive and Imaging Research no Kennedy Krieger Institute. A maioria das avaliações atuais sobre o TDAH é baseada em medidas qualitativas, tais como listas de checagem de comportamento preenchidas por pais e professores. “Isso é subjetivo. Em muitos diagnósticos médicos, idealmente, você é capaz de medir fisiologicamente”.

No primeiro estudo, os pesquisadores pediram a 50 crianças destras, com idade entre 8 e 14 anos, metade delas com diagnóstico de TDAH, para fazer uma sequência de toques de dedos em que elas tocavam cada dedo no polegar em uma ordem, alternando as mãos em 10 repetições dos exercícios. Durante o exercício, os pesquisadores seguiam os movimentos musculares na mão oposta da criança.

Os pesquisadores estavam procurando por movimentos excessivos, não intencionais e desnecessários que acompanham os movimentos voluntários. Entre estes, está o excesso em espelho, que é uma forte tendência que a pessoa tem de se movimentar bilateralmente. É um estágio normal do desenvolvimento, disse o Dr Mostofsky, e “é por isso que as crianças pequenas têm dificuldade de bater na cabeça com uma das mãos e esfregar sua barriga com a outra, ao mesmo tempo”.

As crianças típicas começam a perder este espelhamento por volta da pré-adolescência, mas, como os pesquisadores verificaram, crianças com TDAH ainda mostram o dobro dos movimentos espelhados. Em meninos com TDAH, movimentos espelhados eram quatro vezes mais intensos do que nos meninos típicos, o que, disse o Dr. Mostofsky, poderia apontar para um maior desenvolvimento das habilidades motoras nas meninas.

Em um segundo estudo relacionado a esse, os pesquisadores usaram a estimulação magnética transcraniana para fornecer pulsos eletromagnéticos ao córtex motor de 49 crianças destras com e 49 sem TDAH, todas da mesma faixa de idade do primeiro grupo. “Se você estimula o córtex motor com um pulso forte, você obtém uma fisgada na mão”, explicou o Dr Mostofsky, mas um estímulo mais fraco poderia ativar a resposta cerebral para inibir os movimentos involuntários. Assim, eles compararam esta atividade à atividade causada por um único pulso forte. A diferença entre ambas as medidas é a “inibição cortical de curto intervalo”, ou SICI, e ele mede quão bem a criança pode interromper movimentos não intencionais.

Como ficou aparente, as crianças com TDAH tiveram medidas  médias da SICI 40%mais baixas do que seus pares, e quanto menor sua inibição neurológica, mais graves os seus comportamentos.

“Esta diminuição na SICI era altamente previsível” no TDAH, disse o Dr Mostofsky. ”Ela sugere que o problema que as crianças com TDAH têm no controle de suas ações, do seu comportamento e de sua concentração, aparece até mesmo no nível do controle motor básico... Agora temos algum tipo de medida quantitativa desta desinibição.”

A ligação entre o controle mental e o físico tem sentido, ele disse. “Pensa-se que as crianças com TDAH têm dificuldade de inibirem-se a si mesmas para prestar atenção a coisas mais interessantes do seu ambiente”, ele disse. “Quando você presta atenção, sua habilidade de controlar a atenção é  relacionada muito de perto com sua habilidade de controlar suas ações. Vamos em direção a coisas que nos interessam e nos engajamos nelas, mesmo movendo nossos olhos na direção de coisas em que estamos interessados”.

A medida SICI, ele disse, pode eventualmente ajudar os pesquisadores a determinar maneiras de identificar crianças com TDAH precocemente e verificar se as diferentes intervenções são mais eficazes para diferentes grupos de crianças com TDAH.

Sarah D. Sparks

terça-feira, 11 de outubro de 2011

148- Como os professores podem ajudar os alunos com TDAH a se ajustar

Pais de crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem oferecem estas onze estratégias aos professores, para encorajar os alunos distraídos e desorganizados.

ADDitude perguntou: O que seria a melhor coisa que um professor poderia fazer para seu filho, que tem TDAH, ser bem sucedido na escola? Tornar uma criança organizada, dar a ela uma palavra gentil, ou fazê-la sentir-se especial na frente dos colegas produz maravilhas numa criança com TDAH.

“Um professor começou um “clube de matemática”, com bolachinhas, para os alunos com dificuldade na matéria. Eles se sentiram especiais”. Amber, Ohio

“Compreender seu TDAH e simpatizar com ele – e não mantê-lo no mesmo nível das crianças sem TDAH”. Kimm, California

“O professor dele, do terceiro ano, deixa que ele corra uma volta ao redor do pátio, todos os dias, antes da aula, para que ele se acalme e aumente o foco. Agora a classe toda está fazendo isso”. Helene, California

“O conselheiro da escola da minha filha realiza um almoço semanal em grupo para os alunos do quarto e quinto ano que têm TDAH. Durante seu almoço de trabalho, eles focalizam no aperfeiçoamento de suas habilidades de funções executivas”. Um leitor de ADDitude

“Dar uma semana adiantada de trabalhos de casa, para que meu filho possa terminá-los no final de semana, em vez de trabalhar neles todas as noites” Joyce, Massachusetts

“Elogiar meu filho na frente dos seus colegas. Ele descobre que ele é OK”. Kama, Louisiana

“Falar com ele com respeito e gentileza”. Um leitor de ADDitude

“Deixar meu filho ir a outras salas de aula no final do dia para “ajudar” outros professores. Ele gosta de visitar seus professores favoritos, e fica mais calmo quando vai pegar o ônibus”. Kelly, Nova Iorque

“Encontrar tempo para falar com meu filho sobre os assuntos do seu interesse”. Linda Western Australia

“Escrever uma nota de encorajamento antes de minha filha fazer as provas da escola média. Significou bastante para ela”. Lynn, Virginia

“O professor fala calmamente com meu filho e dá a ele tarefas que ele possa terminar – e sentir orgulho por isso – no tempo determinado”. Carl, Colorado

147- Ajudando os estudantes com TDAH que são aprendizes visuais, auditivos e tácteis.

Qual é o estilo de aprendizagem do seu filho? Ajude seu estudante com TDAH a ter sucesso escolar focalizando nos métodos de estudo que utilizam seu modo de aprender visual, auditivo ou táctil. Pelos Editores de ADDitude.

Cada criança tem seu próprio estilo de aprendizagem – um modo único de obter e processar a informação. Muitas crianças – especialmente os alunos com TDAH – usam todos os seus cinco sentidos para aprender, mas frequentemente usam mais um sentido do que os outros.
“Aprendizes visuais” preferem ler ou observar. “Aprendizes auditivos” se saem melhor falando e ouvindo. “Aprendizes tácteis e cinestésicos” se beneficiam mais da abordagem com as mãos.
Descubra como o seu filho com TDAH aprende melhor para criativamente ajudar em seu sucesso escolar.

Se o seu filho é um aprendiz visual:
Faça com que ele digite as notas de aula ou o trabalho de casa com letras de vários estilos, cores e tamanhos.
Use cartões, desenhos e diagramas para ajudá-lo a estudar para uma prova.
Peça ao professor para passar os trabalhos de casa por escrito. Em casa, faça uma lista das instruções, tabelas e rotinas.
Utilize palavras cruzadas, charadas, anagramas e outros jogos de palavras.
Se o seu filho é um aprendiz auditivo:
Faça com que ele leia as anotações e o material de estudo em um gravador, como se ele fosse um disc-jóquei ou um locutor esportivo. Isto manterá o interesse dele quando fizer a revisão para uma prova.
Faça com que ele diga as tabuadas de multiplicação e outros fatos no ritmo de sua música favorita.
Permita que ele estude com um companheiro ou com alguns colegas de classe.
Procure as versões em áudio dos livros que estiver lendo em classe ou por prazer. Seu filho é candidato a pedir emprestados alguns livros de texto da “Recording for the Blind & Dyslexic” (só nos Estates, pessoal) por uma modesta taxa anual de associado – ou a obter uma gravação de livros que não sejam de texto, sem custo, do National Library Service (também, só lá no primeiro mundo, turma).
Se o seu filho é um aprendiz táctil ou cinestésico
• Arrume blocos, confeitos ou cartas de baralho para usar na computação de problemas de matemática; dê peças de jogos de montar ou de cereais em forma de letras do alfabeto, para formar as palavras.
Crie experiências de aprendizagem palpáveis – passeios na natureza, experimentos científicos etc.
Faça com que ele encene fatos históricos ou da literatura.
Explore os vários materiais e técnicas para os trabalhos – uma colagem, dioramas, ou construções em argila.

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