quarta-feira, 16 de novembro de 2011

160- Comece Pequeno: O controle do dinheiro para os TDAH

“Preciso de uma estratégia detalhada para manter o controle do meu dinheiro e me manter dentro do orçamento. As sugestões padronizadas, que funcionam para o restante das pessoas , não ajudam aqueles de nós com TDAH”.

Por Stephanie Sarkis, PH.D.

Como as pessoas com TDAH tendem a ser impulsivos gastadores e a ter dificuldade de se manter em dia com suas finanças, isso pode causar muita discórdia em casa.

Divida e Conquiste

Eu recomendo que os casais tentem manter contas separadas. Isto pode reduzir o conflito sobre cheques não anotados nos canhotos, ou num programa de gerenciamento do dinheiro, e as compras por impulso.

Chame os Profissionais

Eu também recomendo a procura de um profissional da área financeira – e isto inclui contadores e planejadores financeiros.

Muitas vezes, as pessoas com TDAH ouviram dizer ao longo de suas vidas, “Você deveria ser capaz de fazer isto por sua própria conta”. Isto pode levar as pessoas que têm dificuldade  a procurar apoio. Entretanto, é importante lembrar que saber que você precisa de ajuda é um sinal de força. Obtenha as recomendações do profissional financeiro por meio de amigos de confiança e de membros da família. Faça uma consulta com um médico para ajudar a determinar se um profissional seria bom para você.

Simples é melhor do que nada

Em relação ao orçamento financeiro, no meu livro “ADD and Your Money” (TDAH e seu dinheiro), eu apresento um esquema de orçamento e instruções.

Criar um orçamento tende a ser uma tarefa orientada por detalhes, o que é um desafio para as pessoas com TDAH. Um orçamento simplificado, tal como o que pode ser encontrado no meu livro, é um tipo com número limitado de itens divididos em “necessidades” e “desejos”. Um orçamento simplificado exige números arredondados ou estimativos, em vez de gastar tempo com a procura por números com exatidão até de centavos. Mesmo seguindo um orçamento simplificado, você poderá ser ajudado a atingir sua meta – economizar mais dinheiro do que você gasta.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

159- O sofrimento diário em mães de crianças com TDAH

www.helpforadd.com/2011/november.htm

Os pais de crianças com TDAH sofrem de níveis elevados de estresse e de desconforto, segundo múltiplos estudos. Isto não é surpreendente devido aos grandes desafios associados à criação de criança que consistentemente exibe altos níveis de sintomas de TDAH.
Estudos do estresse de crianças com TDAH e de seus pais tipicamente se baseiam nas medidas globais e estáticas dos problemas de comportamento das crianças, por exemplo, dando aos pais escalas para que eles deem notas e relatórios sobre estresse e desconforto. A correlação desses relatórios fornece informação útil sobre como os sintomas de TDAH das crianças se relacionam com a média dos níveis de desconforto dos pais, mas dizem pouco sobre as flutuações de momento a momento do estresse dos pais, que pode ocorrer em resposta às flutuações do comportamento de seus filhos. Este aspecto dinâmico do relacionamento dos pais com os filhos somente pode ser capturado pelo relacionamento do estresse dos pais ao comportamento das crianças conforme ele ocorra em tempo real.
Examinar o vai e vem do desconforto dos pais em relação ao comportamento das crianças foi o foco de um interessante estudo recentemente publicado no Journal of Family Psychology [Whalen et al., (2011). Dissecando o estresse diário em mães de crianças com TDAH: Um estudo eletrônico diário. Journal of Family Psychology, 25, 402-411. Os participantes foram 51 crianças de 8 a 12 anos com TDAH e suas mães (cerca de 70% meninos) e 58 duplas para comparação, nas quais a criança não tinha TDAH. Os autores tentaram incluir os pais mas foram incapazes de recrutar um número suficiente. Todas as crianças com TDAH estavam sendo tratadas com medicação de longa ação durante o estudo e foram avaliadas por suas mães como estando beneficiadas pela medicação.
Durante um período de sete dias, nas horas fora da escola, mães e crianças avaliaram seu humor e comportamento usando Assistentes Pessoais Digitais, isto é, PDAs, mais ou menos a cada 30 minutos, quando avisadas por um bip do aparelho. A cada instante em que o bip ocorria, as mães avaliavam o nível de atenção e de concentração, o comportamento hiperativo e impulsivo, e o comportamento oposicionista da criança. Elas também avaliavam o quão estavam estressadas, preocupadas, preocupadas com seu filho, e diziam o que estavam sentindo naquele instante. Essas avaliações (notas) foram computadas e uma média foi obtida para se medir o desconforto total materno em cada ponto de medida.
As crianças usavam seu eDiary para avaliar seu humor e comportamento, indicando o quão bravas, inquietas, impacientes e focalizadas elas estavam se sentindo a cada instante em que eram bipadas.
Mães e crianças foram instruídas a completar seus diários de modo independente e privadamente, sem um consultar o outro, para não influenciar na avaliação. A obediência foi excelente com as mães e crianças no grupo com TDAH e no controle, com avaliações completadas em 90% dos bips. Assim, os pesquisadores foram capazes de obter dados que forneceram uma visão refinada de como o desconforto das mães variava diretamente em relação ao comportamento da criança no curso de uma semana típica.
Medidas adicionais
Os pesquisadores também obtiveram a medida do “risco materno” na linha de base, usando uma composição dos relatos dos sintomas do TDAH feitos pelas mães, da depressão e da intensidade dos estressores relacionados com a criança que ela experimentou nos 6 meses anteriores. Obter uma estimativa do risco materno na linha de base permitiu aos pesquisadores testar se as mães que sofriam risco maior estavam mais negativamente reativas aos comportamentos de suas crianças no momento.
Resultados
Características de linha de base das mães
Não surpreendentemente, as notas de risco de base foram substancialmente mais altas para as mães de crianças com TDAH, quando comparadas com as outras mães, Essas mães eram mais deprimidas, relatavam mais comportamentos de TDAH em si mesmas, e estavam sofrendo estresse significativamente maior relacionado a seus filhos.
Questão 1: Os comportamentos correntes da criança e o desconforto materno flutuam juntos
Como esperado, a resposta a esta questão foi claramente sim. E, ambos os grupos de mães, níveis elevados de desconforto foram relatados durante os momentos em que a mãe percebia que seu filho estava hiperativo, oposicionista ou com falta de concentração. De modo semelhante, o desconforto materno era mais alto quando a criança relatava que estava brava, impaciente ou inquieta,
Questão 2: As mães de crianças com TDAH são mais reativas aos comportamentos negativos de seu filho?
Novamente, a resposta foi sim. O aumento do desconforto materno relatado pelas mães cujos filhos tinham TDAH era significativamente maior quando a criança apresentava humor e comportamentos negativos, em comparação com as outras mães. Então, mesmo que o desconforto aumentasse durante esses momentos para todas as mães, o desconforto das mães do grupo TDAH era negativamente afetado em um grau muito maior.
Questão 3: A ligação entre comportamento negativo da criança e desconforto materno é mais forte nas mães com risco maior?
A resposta a esta questão também foi claramente sim. Mães com notas maiores do índice de risco na linha de base relataram maiores aumentos do desconforto quando seus filhos apresentavam comportamentos negativos do que as mães com notas menores do índice de risco. Isto era verdadeiro para ambos os grupos de mães, mas lembre-se de que mães de crianças com TDAH têm notas substancialmente mais altas logo de início. Então, isto foi especialmente problemático para estas mães.
Resumo e implicações
Os resultados deste estudo vão além das pesquisas já existentes,  demonstrando que as mães de crianças com TDAH têm estresse paternal mais elevado pela documentação de como esta associação opera durante o vai e vem da vida diária. Quando as crianças apresentam comportamentos negativos ou estados de humor negativo, por exemplo, comportamento oposicional, hiperatividade, raiva, os níveis de desconforto materno aumentam significativamente. E, esses aumentos são maiores nas mães cujas crianças têm TDAH e que relatam níveis mais elevados de sintomas de TDAH, depressão e de estresse relacionado à criança já desde o início da pesquisa. Essas mães parecem ser especialmente sensíveis aos comportamentos negativos dos seus filhos e tenderem mais a responder com sensação de desconforto aumentado.
Os resultados deste estudo têm várias implicações importantes. Primeira, a linha de base de risco mais elevada nas mães do grupo TDAH, e a maior reatividade dessas mães ao comportamento de seus filhos realçam a importância de reconhecer o impacto que o TDAH tem sobre os pais e de propiciar aos pais o tratamento e apoio necessários. Geralmente, as crianças são o único foco do tratamento do TDAH e problemas importantes com que os pais estão lutando não recebem a atenção suficiente.
Segunda, estes resultados ressaltam as dificuldades particulares que as mães sofrem para lidar eficazmente com os comportamentos negativos que ocorrem mais frequentemente nas crianças com TDAH. Como esses comportamentos desencadeiam aumentos significativos no que já podem ser níveis elevados de desconforto, responder consistentemente, nos modos que geralmente são discutidos nos programas de treinamento de comportamento dos pais, pode ser especialmente difícil. Isto sugere que seria de importante valia ajudar as mães a desenvolverem habilidades para controlar seu desconforto no momento, e a aprenderem a reconhecer os gatilhos particulares de aumento do desconforto. Isto poderia diminuir a “carga emocional cumulativa de criar uma criança com uma doença crônica”. E, diminuindo as reações emocionais negativas que desafiam o comportamento da criança, poderia tornar mais fácil para as mães seguir consistentemente as estratégias de comportamento que elas estão tentando aplicar.  
Em trabalho futuro, seria importante incluir os pais para que os processos aqui estudados possam ser investigados também nos pais. Também seria valioso incluir um número maior de meninas, para que as potenciais diferenças nas reações das mães a filhos e filhas pudessem ser investigadas. Usar esses achados para desenvolver meios para ajudar as mães a manejar seu desconforto no momento, também seria importante.
Em suma, os resultados deste estudo acentuam as ligações entre o desconforto materno e os comportamentos negativos das crianças e o fato de que essas ligações são mais fortes nas famílias com criança com TDAH. Como o autor conclui “Este tipo de informação pode ajudar a guiar não somente intervenções destinadas a melhorar a qualidade de vida das famílias de crianças com TDAH, mas também a melhorar programas para ajudar todos os pais a reconhecer e a manejar os estressores diários da criação de um filho”
Os pais de crianças com TDAH sofrem de níveis elevados de estresse e de desconforto, segundo múltiplos estudos. Isto não é surpreendente devido aos grandes desafios associados à criação de criança que consistentemente exibe altos níveis de sintomas de TDAH.
Estudos do estresse de crianças com TDAH e de seus pais tipicamente se baseiam nas medidas globais e estáticas dos problemas de comportamento das crianças, por exemplo, dando aos pais escalas para que eles deem notas e relatórios sobre estresse e desconforto. A correlação desses relatórios fornece informação útil sobre como os sintomas de TDAH das crianças se relacionam com a média dos níveis de desconforto dos pais, mas dizem pouco sobre as flutuações de momento a momento do estresse dos pais, que pode ocorrer em resposta às flutuações do comportamento de seus filhos. Este aspecto dinâmico do relacionamento dos pais com os filhos somente pode ser capturado pelo relacionamento do estresse dos pais ao comportamento das crianças conforme ele ocorra em tempo real.
Examinar o vai e vem do desconforto dos pais em relação ao comportamento das crianças foi o foco de um interessante estudo recentemente publicado no Journal of Family Psychology [Whalen et al., (2011). Dissecando o estresse diário em mães de crianças com TDAH: Um estudo eletrônico diário. Journal of Family Psychology, 25, 402-411. Os participantes foram 51 crianças de 8 a 12 anos com TDAH e suas mães (cerca de 70% meninos) e 58 duplas para comparação, nas quais a criança não tinha TDAH. Os autores tentaram incluir os pais mas foram incapazes de recrutar um número suficiente. Todas as crianças com TDAH estavam sendo tratadas com medicação de longa ação durante o estudo e foram avaliadas por suas mães como estando beneficiadas pela medicação.
Durante um período de sete dias, nas horas fora da escola, mães e crianças avaliaram seu humor e comportamento usando Assistentes Pessoais Digitais, isto é, PDAs, mais ou menos a cada 30 minutos, quando avisadas por um bip do aparelho. A cada instante em que o bip ocorria, as mães avaliavam o nível de atenção e de concentração, o comportamento hiperativo e impulsivo, e o comportamento oposicionista da criança. Elas também avaliavam o quão estavam estressadas, preocupadas, preocupadas com seu filho, e diziam o que estavam sentindo naquele instante. Essas avaliações (notas) foram computadas e uma média foi obtida para se medir o desconforto total materno em cada ponto de medida.
As crianças usavam seu eDiary para avaliar seu humor e comportamento, indicando o quão bravas, inquietas, impacientes e focalizadas elas estavam se sentindo a cada instante em que eram bipadas.
Mães e crianças foram instruídas a completar seus diários de modo independente e privadamente, sem um consultar o outro, para não influenciar na avaliação. A obediência foi excelente com as mães e crianças no grupo com TDAH e no controle, com avaliações completadas em 90% dos bips. Assim, os pesquisadores foram capazes de obter dados que forneceram uma visão refinada de como o desconforto das mães variava diretamente em relação ao comportamento da criança no curso de uma semana típica.
Medidas adicionais
Os pesquisadores também obtiveram a medida do “risco materno” na linha de base, usando uma composição dos relatos dos sintomas do TDAH feitos pelas mães, da depressão e da intensidade dos estressores relacionados com a criança que ela experimentou nos 6 meses anteriores. Obter uma estimativa do risco materno na linha de base permitiu aos pesquisadores testar se as mães que sofriam risco maior estavam mais negativamente reativas aos comportamentos de suas crianças no momento.
Resultados
Características de linha de base das mães
Não surpreendentemente, as notas de risco de base foram substancialmente mais altas para as mães de crianças com TDAH, quando comparadas com as outras mães, Essas mães eram mais deprimidas, relatavam mais comportamentos de TDAH em si mesmas, e estavam sofrendo estresse significativamente maior relacionado a seus filhos.
Questão 1: Os comportamentos correntes da criança e o desconforto materno flutuam juntos?
Como esperado, a resposta a esta questão foi claramente sim. E, ambos os grupos de mães, níveis elevados de desconforto foram relatados durante os momentos em que a mãe percebia que seu filho estava hiperativo, oposicionista ou com falta de concentração. De modo semelhante, o desconforto materno era mais alto quando a criança relatava que estava brava, impaciente ou inquieta,
Questão 2: As mães de crianças com TDAH são mais reativas aos comportamentos negativos de seu filho?
Novamente, a resposta foi sim. O aumento do desconforto materno relatado pelas mães cujos filhos tinham TDAH era significativamente maior quando a criança apresentava humor e comportamentos negativos, em comparação com as outras mães. Então, mesmo que o desconforto aumentasse durante esses momentos para todas as mães, o desconforto das mães do grupo TDAH era negativamente afetado em um grau muito maior.
Questão 3: A ligação entre comportamento negativo da criança e desconforto materno é mais forte nas mães com risco maior?
A resposta a esta questão também foi claramente sim. Mães com notas maiores do índice de risco na linha de base relataram maiores aumentos do desconforto quando seus filhos apresentavam comportamentos negativos do que as mães com notas menores do índice de risco. Isto era verdadeiro para ambos os grupos de mães, mas lembre-se de que mães de crianças com TDAH têm notas substancialmente mais altas logo de início. Então, isto foi especialmente problemático para estas mães.
Resumo e implicações
Os resultados deste estudo vão além das pesquisas já existentes,  demonstrando que as mães de crianças com TDAH têm estresse paternal mais elevado pela documentação de como esta associação opera durante o vai e vem da vida diária. Quando as crianças apresentam comportamentos negativos ou estados de humor negativo, por exemplo, comportamento oposicional, hiperatividade, raiva, os níveis de desconforto materno aumentam significativamente. E, esses aumentos são maiores nas mães cujas crianças têm TDAH e que relatam níveis mais elevados de sintomas de TDAH, depressão e de estresse relacionado à criança já desde o início da pesquisa. Essas mães parecem ser especialmente sensíveis aos comportamentos negativos dos seus filhos e tenderem mais a responder com sensação de desconforto aumentado.
Os resultados deste estudo têm várias implicações importantes. Primeira, a linha de base de risco mais elevada nas mães do grupo TDAH, e a maior reatividade dessas mães ao comportamento de seus filhos realçam a importância de reconhecer o impacto que o TDAH tem sobre os pais e de propiciar aos pais o tratamento e apoio necessários. Geralmente, as crianças são o único foco do tratamento do TDAH e problemas importantes com que os pais estão lutando não recebem a atenção suficiente.
Segunda, estes resultados ressaltam as dificuldades particulares que as mães sofrem para lidar eficazmente com os comportamentos negativos que ocorrem mais frequentemente nas crianças com TDAH. Como esses comportamentos desencadeiam aumentos significativos no que já podem ser níveis elevados de desconforto, responder consistentemente, nos modos que geralmente são discutidos nos programas de treinamento de comportamento dos pais, pode ser especialmente difícil. Isto sugere que seria de importante valia ajudar as mães a desenvolverem habilidades para controlar seu desconforto no momento, e a aprenderem a reconhecer os gatilhos particulares de aumento do desconforto. Isto poderia diminuir a “carga emocional cumulativa de criar uma criança com uma doença crônica”. E, diminuindo as reações emocionais negativas que desafiam o comportamento da criança, poderia tornar mais fácil para as mães seguir consistentemente as estratégias de comportamento que elas estão tentando aplicar.  
Em trabalho futuro, seria importante incluir os pais para que os processos aqui estudados possam ser investigados também nos pais. Também seria valioso incluir um número maior de meninas, para que as potenciais diferenças nas reações das mães a filhos e filhas pudessem ser investigadas. Usar esses achados para desenvolver meios para ajudar as mães a manejar seu desconforto no momento, também seria importante.
Em suma, os resultados deste estudo acentuam as ligações entre o desconforto materno e os comportamentos negativos das crianças e o fato de que essas ligações são mais fortes nas famílias com criança com TDAH. Como o autor conclui “Este tipo de informação pode ajudar a guiar não somente intervenções destinadas a melhorar a qualidade de vida das famílias de crianças com TDAH, mas também a melhorar programas para ajudar todos os pais a reconhecer e a manejar os estressores diários da criação de um filho”.

domingo, 13 de novembro de 2011

158- Ajude o estudante com TDAH a se preparar para a faculdade

Adolescentes com déficit de atenção estarão preparados para a faculdade se aprenderem estas cinco habilidades no ensino médio.

Por Ben Mitchell

Seu filho adolescente com TDAH quer fazer faculdade? Ele está pronto para a transição a partir do ensino médio? De acordo com a estatística do Departamento de Educação (dos Estados Unidos), somente 54 % de todos os estudantes que iniciam a faculdade recebem o diploma de formatura em seis anos. De acordo com o National Longitudinal Transition Study-2, somente 28% dos estudantes que começam a faculdade com dificuldades diagnosticadas, incluindo dislexia e TDAH, completam o curso. Embora boas notas no ensino médio e no vestibular sejam indícios de sucesso, outros fatores são cruciais para ir bem na faculdade.

O Landmark College identificou cinco áreas que parecem influenciar o sucesso acadêmico na faculdade.

1- Habilidades acadêmicas: A capacidade de ler e de escrever com pouca assistência.

Sua criança deve ser capaz de ler um número de páginas em um livro de texto e compreender o que o autor quis dizer. Ela deve ser capaz de escrever um trabalho organizado usando duas ou mais fontes. Ela também deve ter um sistema para tomar notas em classe e na preparação para as provas. Crianças que tenham sido diagnosticadas com uma dificuldade devem receber testes psico-educacionais no primeiro ou no último ano do ensino médio, para avaliar seu potencial acadêmico.

2- Advogar em causa própria

É a capacidade de pedir e lutar por serviços e apoios. Estudantes de faculdade são adultos, e, assim, precisam advogar para si mesmos e pedir os serviços de apoio e as acomodações de que precisam. Um estudo mostra que 75% dos estudantes que se qualificam nunca fazem uso dos serviços oferecidos pelas faculdades.

3- Funções executivas: A capacidade de dar conta das obrigações, organizar livros e matérias, e gerenciar o tempo.

De acordo com uma avaliação feita em 2007 pelo Landmark College, em associação com a Association on Higher Education and Disability, um estudante que tem dificuldade de função executiva tem menor chance de ser bem sucedido na faculdade do que um estudante que não consegue ler.

Função executiva é o processo que organiza os pensamentos e as atividades, dá prioridade a tarefas, gerencia eficazmente o tempo e toma decisões. Um coach para TDAH pode ajudar os estudantes a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determinar as ações requeridas para tocar cada projeto para frente.

4- Auto entendimento

Auto entendimento é a consciência das potencialidades e desafios da aprendizagem. Estudantes neurotípicos se beneficiarão do entendimento de seu perfil de aprendizagem, mas isso é essencial para os estudantes com dificuldades de aprendizagem ou TDAH. Você e seu adolescente devem se encontrar com o psicólogo ou neurofisiologista que conduz o teste – ou outro provedor qualificado – para ter uma explicação dos resultados do teste psicoeducacional, assim como das estratégias para o aprendizado.

5- Motivação e confiança

Habilidade de desenvolver metas claras e acreditar que elas podem ser alcançadas. Muitos estudantes que fracassam ou que abandonam a faculdade são incapazes de visualizar o término da educação superior. Estudantes de faculdade que devem estar em outro lugar – trabalhando, estudando em escola de comércio, ou viajando para o exterior – terão menos probabilidade de aproveitar os recursos necessários para conquistar o grau superior. Estudantes que lutam com a insegurança e falta de confiança, ou que não acreditam que possam fazer o trabalho, desistem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

157- Sobre os alunos superdotados (com ou sem TDAH)

Por Anthony S. Colucci

Você pode imaginar ter um jovem Mark Zuckerberg na sua classe? E sobre Lady Gaga na sua pré-adolescência? Ambos participaram de programas de talentosos e superdotados quando eram estudantes.

Hoje, a National Association of Gifted Children (Associação Nacional de Crianças Superdotadas) calcula que aproximadamente três milhões de estudantes americanos são superdotados ou talentosos. Ensinar a essas crianças pode ser gratificante. Elas geralmente aprendem rapidamente novas habilidades, absorvem uma montanha de informação, assumem papel de liderança e empregam entusiasticamente habilidades de pensamento de ordem mais superior. Mas, para realmente atingir as necessidades dos estudantes superdotados, especialmente os que, como Mark Zuckerberg e Lady Gaga, podem ter uma índole independente – pode ser um desafio. Aqui vão algumas dicas práticas para ajudá-lo a dar conta.

Descubra o que “dotado” significa no seu distrito ou no seu estado.

Estados e distritos (nos Estados Unidos) não são obrigados a usar a definição do governo federal para “dotados e talentosos” , assim, há uma considerável diversidade em como esses estudantes são avaliados para os programas de dotados. Alguns estados focalizam em estudantes que têm boas notas nos boletins e em testes padronizados; alguns se apoiam em testes de QI e outros têm avaliações mais sofisticadas.

Ajude a identificar estudantes que se qualifiquem para “programas para dotados e talentosos” – e os que não, mas que precisam de apoios individualizados.

Saber a definição que o seu distrito tem sobre “dotados e talentosos” ajudará a dar aos estudantes o apoio de que eles necessitam. Não se acanhe de recomendar um estudante para uma avaliação – geralmente é um processo fácil e pode ser uma mudança de vida para alguns alunos. Se o seu estado for um dos que adotam outras medidas além de notas e testes padronizados, rever a lista de características de estudantes dotados pode ajudar na sua identificação. Tenha em mente que um estudante dotado pode vir de qualquer cultura, grupo étnico ou grupo socioeconômico!

Conforme você aprende mais sobre os critérios para os programas para dotados do seu distrito, você também identificará os que não oficialmente se qualificam mas que se beneficiariam de estratégias e desafios individualizados em sua sala de aula.

Use os dados para diferenciar a instrução e criar desafios apropriados.

Atualmente, os professores têm uma abundância de dados sobre nossos estudantes – e se nós não os temos, podemos obtê-los. Analise os dados de desempenho para determinar o que o seu aluno dotado já sabe e o que ele ainda precisa aprender. Se os estudantes sabem a matéria, eles devem aprender alguma outra coisa.

No início deste ano, eu fiz uma avaliação de leitura básica e de matemática com os meus alunos. Não foi surpresa que alguns dos meus alunos fizeram 90 por cento ou mais do total... um deles chegou a 100 por cento! Os dados me mostraram áreas em que estudantes individuais precisavam de instrução própria do nível e áreas em que eles estavam prontos para receber conceitos e habilidades mais avançados. Posso fazer um trabalho melhor para ensinar meus alunos quando sei a situação deles.

Mantenha expectativas realistas sobre o que seus alunos sabem e podem fazer.

Este é o comentário mais cruel que um educador pode fazer para um aluno dotado: “Você compreendeu isso... você é dotado”.  Estudantes dotados ainda precisam ser ensinados. Embora muitos sejam capazes de absorver uma grande quantidade de informação de modo independente, eles ainda precisam de nossa experiência e orientação. Ainda estou para ver um aluno que possa entender uma longa divisão sem instrução.

Não fique intimidado pela inteligência dos seus alunos.

Estou quase convencido de que todos os meus alunos têm QIs mais altos do que o meu. Se eu falo uma palavra incorretamente, eles me corrigem. Se o meu sotaque de Nova Iorque escapa, eles comentam. Meus alunos do terceiro ano me falam as definições de palavras que eu não conheço. Ao mesmo tempo, eu tenho alguma vantagem sobre eles: muitos anos de educação, experiência de vida e capacidade de ensinar. Seus estudantes podem ensinar-lhe coisas novas todos os dias – se você tiver uma atitude receptiva. Mas você ensinará a eles muito mais coisas se você ajudá-los a construir seu conhecimento, cultivar seu talento e fazer conexões entre a escola e o “mundo real”.

Apoie o aprendizado social e emocional dos seus alunos.

Você já notou que algum dos seus alunos não gosta de trabalhar em grupo ou que tem uma estranha capacidade de “pegar no pé” dos seus colegas? Cerca de duas vezes mais alunos dotados, em comparação com os não dotados, têm dificuldades sociais e emocionais (aproximadamente 20 a 25%), de acordo com a National Association for Gifted Children.

Trabalhe com colegas para identificar os apoios próprios para esses alunos, tais como programas de tutores, instrução direta de habilidades sociais, ou aconselhamento. Achei que o tutoramento é particularmente eficaz para trabalhar com alunos com QI alto, uma vez que esses alunos geralmente preferem a companhia de adultos à de crianças de sua idade. Uma vez ligados a um tutor, podem ocorrer poderosas transformações.

Ria!

Ter um bom senso de humor e ser generoso são traços importantes para qualquer professor – e eles são especialmente críticos quando ensinam alunos dotados e talentosos, que geralmente têm eles mesmos senso de humor apurado. Quando este humor aparece na hora errada (como às vezes acontece), eu recomendo corrigir o comportamento com gentileza.

Focalize o aprendizado – não as notas.

Alguns professores falam aos alunos que as notas não importam, desde que eles tentem o seu melhor, mas esperam que os alunos dotados tirem todos os As em cada matéria acadêmica. Tenha em mente que alunos dotados não são necessariamente dotados em todas as áreas... e tendem a ter melhor desempenho nos assuntos que mais os interessam.

Também é muito importante lembrar que estudantes dotados e talentosos são geralmente marcados pelo perfeccionismo e um medo do fracasso. Ensinando-os sobre notas pode apenas exacerbar esses problemas – ou levar a uma disputa pelo poder. Mantenha o foco no esforço e no aprendizado, não nas notas.

Apoie todos os programas para dotados e talentosos que sua escola ofereça.

Muitos dos meus alunos gostam das aulas de enriquecimento dos dotados que eu leciono. Gosto de me gabar um pouco – mas sei que não sou eu. Esses alunos apreciam os desafios que eu lhes dou e a camaradagem de estar com outros alunos dotados e talentosos. Quando alunos dotados retornam das aulas de enriquecimento e dizem que foi “legal”, por favor entendam que “legal” não significa “farra”. Significa que eles experimentaram uma dose concentrada de instrução – numa velocidade que é natural para eles. A educação de dotados e talentosos não é sobre um grupo de alunos “obtendo algo extra”. É sobre um grupo de alunos obtendo o que eles precisam.

Estas sugestões não são “estratégias tipo bala de prata” para apoiar seus alunos dotados e talentosos, mas elas oferecem um ponto de início. Pense em obter desenvolvimento profissional para aprofundar sua capacidade nesta área, ou ao menos se aproxime do staff de enriquecimento de sua escola para aprender mais. E, se como eu, você se especializar em ensinar alunos dotados, procure oportunidades para compartilhar sua capacidade com seus colegas, mais além de um trabalho sobre algum aluno em particular.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

156- Recomendações atualizadas para o TDAH incluem faixas de idade revisadas

Contexto clínico

O transtorno neurocomportamental pediátrico da infância mais comumente diagnosticado é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que tem repercussão significativa no desempenho escolar, no bem estar e nas interações sociais das crianças atingidas. Em 2000, a Academia Americana de Pediatria publicou pela primeira vez as recomendações clínicas para avaliação e diagnóstico do TDAH, e em 2001, publicou as recomendações para o tratamento.

Esta nova revisão leva em conta informações e evidências recentes em relação ao diagnóstico e manejo do TDAH que se tornaram disponíveis depois que aquelas primeiras recomendações foram publicadas. Embora as primeiras recomendações discutissem o diagnóstico e tratamento do TDAH em crianças de 6 a 12 anos, as evidências que apareceram suportam um alargamento da faixa de idade das recomendações para 4 a 18 anos. As recomendações atuais também têm um objetivo ampliado, porque os autores reconheceram que as intervenções comportamentais podem ajudar as famílias de crianças com comportamentos hiperativos e impulsivos que não preenchem completamente os critérios diagnósticos para o TDAH.

Resumo do estudo e perspectiva

Pela primeira vez em uma década, a Academia Americana de Pediatria publicou uma atualização de recomendações para o diagnóstico e tratamento do TDAH que, agora, incluem crianças mais novas, pré-escolares e adolescentes.

As recomendações, “ADHD: Clinical Practice Guidelines for the Diagnosis, Evaluation and Treatment of Children and Adolescents with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder," foram liberadas pela “American Academy of Pediatrics National Conference & Exhibition” e simultaneamente publicadas online em 16 de outubro na “Pediatrics”.

“Escrevemos as recomendações originais em 2000 e em 2001, e elas foram escritas para crianças com idade entre 6 e 12 anos porque esta era a evidência disponível na época”, disse Mark Wolraich, M.D., professor de pediatria CMRI/Shaun Walters e chefe da   Section of Developmental and Behavioral Pediatrics do University of Oklahoma Health Sciences Center, Oklahoma City.

“Ao longo dos anos, ouvimos falar sobre a preocupação quanto às crianças pré-escolares e adolescentes, e sobre o que deveria ser feito com eles. Expandimos o grupo de idade para incluir crianças de 4 a 18 anos, porque há certamente novas evidências para apoiar as recomendações para um grupo mais amplo”, disse o Dr. Wolraich, o autor principal das recomendações.

Aumento dos medicamentos aprovados

Os últimos 10 anos também viram um aumento do número de medicamentos que foram aprovados pela US Food and Drug Administration, para o tratamento do TDAH, e as novas recomendações refletem isso. Elas também enfatizam a natureza crônica do transtorno.

“Nós apoiamos a ideia de que o TDAH era uma doença crônica nas recomendações iniciais, e que os médicos precisavam usar os princípios de doenças crônicas para trata-lo, e isso foi posteriormente enfatizado”, disse o Dr. Wolraich.

Outras recomendações chave incluem:

Avaliar as crianças para outras condições que podem coexistir com o TDAH, tais como os transtornos de oposição e desafio, de conduta, de ansiedade e de depressão;

Ter certeza de que os critérios do DSM-IV tenham sido preenchidos;

Obter informação principalmente dos relatos de pais ou guardiães, professores e outros profissionais da escola ou de saúde mental envolvidos nos cuidados da criança;

A primeira linha de tratamento para crianças pré-escolares de 4 a 5 anos deveria ser a terapia comportamental aplicada pelos pais ou professores, baseada em evidências;

Aumento gradual das doses dos medicamentos para atingir o benefício máximo com os menores efeitos adversos; e

Para adolescentes, o clínico geral, que dá o atendimento primário, deveria prescrever medicamentos aprovados pelo FDA, com o consentimento deles.

“O desafio com adolescentes é você não ter mais professores individuais como bons informantes dos seus comportamentos, porque eles vão de classe em classe e não os seguem por um longo período de tempo. Há tendência a ficar difícil de obter boa informação”, disse o Dr. Wolraich.

Ele acrescentou que é importante iniciar o tratamento das crianças em idade baixa.

“Quando podemos identificar mais cedo e proporcionar o tratamento adequado, podemos aumentar suas chances de sucesso escolar. Com nossa maior vigilância atualmente em relação ao TDAH e as melhores maneiras de diagnosticar e de tratar este transtorno, mais crianças estão sendo ajudadas”.

O julgamento clínico não é suficiente

Peter Jensen, MD, codiretor da Division of Child and Psychology na Mayo clinic, Rochester, Minessota, contou a Medscape Medical News que as recomendações revisadas dão instruções mais detalhadas para ajudar os médicos de primeiros cuidados a controlar esses pacientes.

“O que é bom em relação às atualizações das recomendações é que elas propiciam orientação adicional e especificidade sobre as que foram publicadas entre 2000 e 2001”, disse o Dr. Jensen.

“Algumas dessas crianças têm problemas muito complexos; muitas também têm ansiedade e depressão. As recomendações cuidam disso, e elas também enfatizam o uso de escalas de medida pelos professores e pelos pais. Elas nos colocam um passo a frente”, ele acrescentou.

Propiciar orientação mais detalhada sobre o diagnóstico e o tratamento de crianças com TDAH é importante., disse ele.

“Muitos médicos tratam o TDAH com preguiça”, disse ele. “Eles são bem intencionados, mas quando estamos no meio de um dia com o consultório movimentado e pais histéricos, e com poucos auxiliares, nosso julgamento clínico não é o suficiente, e ficamos inclinados a cometer erros. Se a mãe sorri, pensamos que está tudo bem. Mas, isto não é tão correto como verificar as escalas de avaliação dos pais, dos professores e falar com a criança”.

“O julgamento clínico não é suficiente para substituir esses tipos de ferramentas, e as recomendações acrescentam mais daquele tipo de detalhe e terão maior probabilidade de nos ajudar a não cometer erros por omissões e por instruções equivocadas”.

Dr. Jensen disse que suspeita de que o TDAH possa estar aumentando porque muitas cobranças por atenção sustentada estão sendo postas no dia das crianças.

“Queremos que nossas crianças aprendam mais, que façam mais, queremos que elas não apenas vão à escola, mas que tenham 3 ou 4 outras atividades que fazem à tarde e que façam rapidamente o trabalho de casa, e as expomos a muitos estímulos diferentes.”

“Elas veem TV e vão a jogos. Todas essas coisas são competidoras com a atenção. Se você tivesse uma sociedade na qual o trabalho de casa não importante, quase por definição, você teria menos pais se queixando sobre a falta de atenção dos seus filhos”, disse o Dr. Jensen.

Dr. Wolraich declarou que foi consultor de Shire, Lilly, Shinogi e Nextwave, todos produtores de medicamentos para o TDAH.

Dr. Jensen declarou que não tem nenhum relacionamento financeiro relevante.

American Academy of Pediatrics National Conference & Exhibition 2011. Apresentado em 16 de outubro de 2011.

Destaques do estudo

Toda criança de 4 a 18 anos que apresente problemas acadêmicos ou de comportamento e sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade deve ser avaliada para o TDAH (qualidade de evidência B/ forte recomendação).

As recomendações para o controle de TDAH variam de acordo com a idade do paciente.

O tratamento de primeira linha para o TDAH de crianças pré-escolares (idade de 4 a 5 anos) deveria ser terapia comportamental baseada em evidências fornecidas pelos pais e/ou pelos professores (qualidade de evidência A/forte recomendação). Metilfenidato pode ser prescrito se as intervenções comportamentais fracassarem.

Em áreas nas quais o tratamento comportamental baseado em evidências não estiver disponível, os riscos de iniciar a medicação muito cedo deveriam ser pesados em contraste com o risco de atrasar o diagnóstico e o tratamento (qualidade de evidência B/recomendado).

Crianças da escola elementar (idade de 6 a 11 anos) com TDAH deveriam receber medicamentos aprovados pela FDA (qualidade de evidência A/forte recomendação) e/ou terapia comportamental baseada em evidências, administrada pelos pais e/ou professores, e de preferência por ambos (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Evidências para a farmacoterapia com estimulantes em crianças de 6 a 11 anos são fortes e suficientes, mas são menos fortes para a atomoxetina, guanfacina de liberação estendida e clonidina de liberação estendida, nesta ordem (qualidade de evidência A/forte recomendação).

Adolescentes (12 a 18 anos de idade) deveriam aceitar e receber medicamentos para o TDAH aprovados pela FDA (qualidade de evidência A/forte recomendação) e/ou terapia comportamental (qualidade de evidência C/recomendado) e, preferivelmente, ambos.

O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais, quarta edição (DSM-IV) tem os critérios que devem ser preenchidos para o diagnóstico, e qualquer causa alternativa deve ser afastada (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Estes critérios incluem a documentação do prejuízo em mais de um local. A informação deve ser obtida primariamente de relatos dos pais, guardiães, professores e outros profissionais da escola e de saúde mental envolvidos com os cuidados com a criança.

Quando da avaliação de uma criança para o TDAH, o clínico deveria incluir a avaliação para as condições comórbidas possíveis (por exemplo: condições emocionais ou comportamentais; do desenvolvimento e físicas (qualidade de evidência B/forte recomendação).

O TDAH é uma condição crônica associada a necessidades especiais de cuidados de saúde. O controle de crianças e adolescentes com TDAH deveria seguir os princípios dos modelos de cuidados crônicos e de medicina de família (qualidade de evidência B/forte recomendação).

As doses dos medicamentos para o TDAH devem ser aumentadas gradualmente para atingir o máximo de benefícios com o mínimo de efeitos colaterais (qualidade de evidência B/forte recomendação).

Implicações Clínicas

As Recomendações Revisadas da American Academy of Pediatrics para o tratamento do TDAH estenderam a faixa de idade das recomendações de 4 a 18 anos, com base em evidências emergentes. Qualquer criança de 4 a 18 anos que apresente problemas acadêmicos ou de comportamento e sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade deve ser avaliada para o TDAH. As recomendações para o tratamento do TDAH variam com base na idade do paciente.

As recomendações correntes também têm um escopo estendido, na medida em que os autores reconhecem que as intervenções comportamentais podem auxiliar as famílias das crianças com comportamentos hiperativos e impulsivos que não preenchem completamente os critérios de diagnóstico para o TDAH. A avaliação de uma criança para o TDAH deveria incluir avaliação para o controle de condições comórbidas.

sábado, 29 de outubro de 2011

155- Amigos: Um tratamento natural para o TDAH adulto

A medicação e o aconselhamento podem ajudar a tratar os sintomas do TDAH, mas, para muitos adultos, ter um bom amigo é o melhor tratamento alternativo. Por Zoe Kessler

Nan Bailey, de 42 anos, uma consultora de marketing, foi diagnosticada com TDAH há um ano e meio. A medicação e o yoga têm sido úteis, mas a melhor arma de Nan contra os sintomas do TDAH é a sua amiga Janice, uma artista gráfica, que trabalha com ela ocasionalmente. Ela compreende os comportamentos de Nan, e ajuda a controlá-los.

Por que amigos ajudam a tratar os sintomas do TDAH

A pesquisa revela a importância da amizade para o TDAH adulto. Em um estudo chamado “Biobehavioral Responses to Stress in Females: Tend-and-Befriend, Not Fight-or-Flight”, publicado no Psychological Review, pesquisadores da UCLA sugerem que ter um amigo íntimo ajuda as mulheres a manejar o estresse e a viver mais tempo e com mais saúde. A amizade é especialmente importante para mulheres com TDAH que foram diagnosticadas em seus 30 a 40 anos. Muitas dessas mulheres perderam um emprego, amizades e possivelmente um casamento, e algumas se isolaram e evitaram tentar fazer amigos. As mulheres com amigas íntimas, entretanto, são mais capazes de controlar suas vidas e de curar as feridas do passado relacionadas ao TDAH.

“As mulheres com TDAH acham que é mais difícil fazer amigos e socializar”, diz Timothy S. Bilkey, M.D., diretor da Bilkey ADHD Clinics, em Ontário, Canadá. “Se uma mulher perdeu amigos por causa de um comentário impulsivo ou de alguma coisa que ela tenha dito, sua autoestima sofrerá. Mulheres com TDAH não percebem que fazem comentários impróprios ou que tenham comportamentos ofensivos que afastam algumas pessoas. Essas mulheres são sensíveis à rejeição. Encontrar um bom amigo é crítico para atravessar essa parede”.

“Ter alguém a quem você possa relatar suas dificuldades é extremamente importante para a autoestima e para promover a compreensão de si mesmo”, diz Nancy A. Ratey, coach em TDAH e autora de “Desorganized Mind”. Ratey foi diagnosticada com 29 anos de idade, e ela usa sua experiência quando atua como coach de adultos com TDAH.

Como os amigos certos podem ajudar nos sintomas do TDAH

Embora o coaching do TDAH seja recomendado como um dos elementos do tratamento, muitas mulheres procuram suas amizades para obter ajuda suplementar. Nan tem amigas TDAH e não TDAH. De suas amigas não TDAH, ela diz, “Algumas descobriram que eu fico oprimida por tarefas simples – preencher papeis ou as tarefas domésticas como passar o aspirador e tirar a poeira – o que me deixa com uma casa espantosamente bagunçada. Minhas amigas me ajudam sem fazer com que me sinta culpada. Elas têm lavado minhas roupas e conferido meu talão de cheques”.

Amelia, 49, é uma artista visual e poeta. Diagnosticada com TDAH adulto há três anos, ela tem uma amiga íntima. “Ela me dá sugestões e dicas para me ajudar a viver em um mundo que eu não entendo”, ela revela.

A chave para uma amizade produtiva e duradoura é escolher os amigos sabiamente. Eu – e muitas das minhas amigas TDAH – procuram por paciência, apoio e um bom senso de humor de um amigo. Minhas amigas me ajudam a controlar minha profunda  insegurança e ansiedade. Até hoje, quando me encontro em uma situação na qual alguém é abusivo, irracional ou que age de modo impróprio, eu penso se devo culpar minhas habilidades sociais. Isto é devido provavelmente ao fato de que minha família via minha hiperatividade como malícia. Eles achavam que eu podia controlar meu comportamento, mas que eu não queria. Uma ligação para minha amiga mais querida põe as coisas nos eixos. Ela sabe o que eu sinto por dentro – e nem sempre sou eu quem está errada.

Amigos TDAH ou não TDAH?

“Amizades com outras mulheres TDAH são difíceis”, diz Amelia, “porque elas parecem exacerbar meus sintomas. Seu próprio TDAH é suficientemente perturbador; lidar com ele em outras pessoas faz você ficar consciente das suas limitações”.

Nan concorda. “Eu tenho uma amiga com comportamentos parecidos com o TDAH”, ela diz. “Sua desorganização e confusão me deixam maluca! Somos ambas facilmente distraídas, e podemos deixar projetos abandonados por meses”. No lado positivo, “Fico menos desapontada comigo mesma quando estou com ela”.

Sarah, de 33 anos, que foi diagnosticada com TDAH hiperativo e impulsivo aos 24 anos, diz que suas amigas não TDAH a acalmam, enquanto sua personalidade altamente energética revela seu lado mais leve. “Eu admiro e gosto de tipos calmos e silenciosos”.

Para alguns, entretanto, amizades com outras portadoras de TDAH funcionam melhor. “Posso recorrer às minhas amigas TDAH a qualquer hora”, diz Ratey. “Mas, se eu recorro às minhas amigas não TDAH, elas levam para o lado pessoal. Parece falta de comprometimento, ou falta de gentileza”.

Ter amizades com adultos TDAH é importante para Ratey, porque eles entendem suas excentricidades e podem rir delas. “Outras mulheres não entendem quão difícil pode ser fazer compras no supermercado”, ela diz. “Mulheres com TDAH sabem muito bem. Se você pula de um item para outro, elas são capazes de lhe acompanhar”.

Ratey se lembra de ter feito amizade com uma mulher que, como Ratey, tinha sido recentemente diagnosticada com o transtorno. Nenhuma delas tinha começado a tomar medicação. Enquanto outras jovens da faculdade estavam tomando pílulas para ficarem estimuladas, elas sentavam-se juntas num banco do campus, segurando a medicação nas mãos. Naquele clássico momento de união que somente os que têm TDAH podem experimentar, elas começaram a tomar seus remédios juntas! Têm sido amigas desde então.

Como manter amizades com adultos TDAH

Conquistar amigos não é difícil para muitos adultos com TDAH. Dada sua abundância de charme, inteligência e humor, não gostar do quê? Manter a amizade é outra história. Comportamento ofensivo errático, impulsividade e imprevisibilidade tornam-se exasperantes.

“O desafio em manter amizades é fazer o esforço de prestar atenção e lembrar-se de coisas, como os nomes dos filhos de uma amiga, onde ela trabalha e por que ela não come em certos restaurantes”, diz Amelia. “Muitas pessoas não se importam de lembrar a você uma ou duas vezes, especialmente nos estágios iniciais de uma amizade, mas, depois de dizer a você pela décima segunda vez que o nome do filho dela é Jason, é compreensível que alguém ficará irritado”.

Por todos esses desafios, a amizade faz a diferença entre uma vida prazerosa e aquele estado de sentir-se oprimida pelo estresse que muitas de nós experimentamos. Ratey diz: “Se um amigo não soma nada ao seu crescimento e autoaceitação, essa pessoa não pertence à sua vida”.

Dicas de amizade para adultos com TDAH

Assuma a responsabilidade de controlar seu TDAH com o melhor das suas habilidades (medicamentos, coaching, grupos de apoio).

Lute por autoconsciência, para saber como conviver com os outros.

Comece a amizade cuidadosamente e vá devagar; lembre-se de que nem todo contato é um amigo em potencial.

Concorde em discordar. Nem sempre você é quem está errado. Mas não deve ser uma quebra de contrato se você não concordar com alguma coisa.

Cumpra suas obrigações; mantenha compromissos feitos com amigos.

Reconheça seus erros e peça desculpas.

Ouça seu amigo quando ele estiver falando, mesmo quando seu cérebro estiver querendo refazer a lista do supermercado.

Mostre interesse na outra pessoa; pense sobre o que é importante para ela. Alguns amigos esperam que você se lembre dos seus aniversários, outros não se importam com um cumprimento atrasado. Alguns gostam de retorno das ligações, outros gostam de se encontrar regularmente.

Esteja atento, e seja aberto, às suas próprias necessidades.

154- Fazendo amigos: Ajuda para adultos com TDAH

Conselhos sobre relacionamentos para fazer novos amigos e manter a amizade com os antigos – sem deixar que o seu TDAH do adulto interfira. Por Michele Novotni

Adultos com TDAH às vezes precisam de um pouco de ajuda para fazer e manter amigos.

Cuidar do estresse da vida com o TDAH – ajudar uma criança a estudar para uma prova, organizar o cardápio da semana, certificar-se da tomada dos medicamentos – geralmente  ganham prioridade em relação a uma vida social. Além disso, há muito trabalho para certificar-se de que não vai, acidentalmente, dizer ou fazer algo ofensivo, esquecer de agradecer por um cartão, ou perder a concentração durante uma conversa.

Mas, amigos são importantes. E cada adulto com TDAH poderia usar um ouvinte simpático ou um sorriso reconfortante, de tempos em tempos.

Então, não atire a toalha! Socializar pode nunca ser a sua segunda preferência, mas você pode aprender maneiras de mais facilmente manter e reconquistar amizades perdidas:

Dê prioridade a manter o contato

Mergulhe nos registros de sua rede social, livro de endereços, contatos telefônicos e na caixa de e-mails para fazer uma lista de amigos e contatos. Reveja a lista uma vez por semana ou mais, para ver se há alguém com quem você queira falar ou almoçar.

Alguns portadores de TDAH usam essa lista como um “diário de amigos”, anotando cada vez que vêem ou falam com uma determinada pessoa. Sabendo quando foi a última vez que mantiveram contato ajuda a evitar um longo tempo até o próximo contato. Se quiser, você poderá montar uma agenda estruturada, usando calendários  de alerta de e-mails, ou outros aplicativos de planejamento, que poderão ser usados para avisá-lo quando for a hora de manter contato com as pessoas em intervalos determinados.

Programe as tentativas para contato

Alguns adultos com TDAH gastam uma hora a cada noite de sexta-feira ou de sábado para telefonar ou passar e-mails para os amigos; outros reservam 10 minutos por dia para escrever, conversar ou mandar mensagem. De qualquer modo, ajuda reservar um tempo específico em sua agenda. Se você teme perder a noção de tempo, use um timer, como o do celular, ou de um relógio.

Tente reservar um tempo para os amigos mais chegados, ao menos uma vez por semana, mesmo que seja por meio de um rápido telefonema, e-mail, ou algumas mensagens de texto. Se eles moram perto, visite-os ao menos uma vez por mês, ou uma vez ao ano, se eles moram longe. Para contatos e outros que não sejam tão chegados (pais dos colegas dos seus filhos, por exemplo), um contato mensal seria correto, com uma visita a cada três meses.

Nem todo contato tem de levar a um encontro ou a uma relação mais íntima em sua vida. Você pode estabelecer uma pequena conversa ou somente fazer saber que pensa neles.

Atividades simples, livres de estresse

Eventos sociais não têm de ser coisas complicadas. Que tal oferecer um jantar para por o papo em dia? Ou encontrar amigos numa cafeteria, caminhar pela vizinhança juntos, ou simplesmente convidá-los para assistir TV com você?

Passear com um amigo. Não há também nada de errado em pedir a um amigo que venha junto quando tiver de ir a um supermercado ou a uma oficina mecânica. Fazer duas coisas ao mesmo tempo é uma das vantagens do TDAH – se você tiver pouco tempo, chame um amigo enquanto faz alguma outra coisa de sua lista, como lavar a louça, caminhar passeando, ou até mesmo pegando um ônibus ou o trem para o trabalho.

Arrume um café da manhã ou um almoço com os amigos. Você precisa comer, então, por que não convidar um velho amigo para ir junto a um restaurante?

Envolva-se nas atividades sociais que você mais gosta (ou que menos detesta). Cinema, concertos e outras saídas requerem pouca conversa e são menos cansativas que festas, jantares e outras atividades com muita conversação. Esportes vigorosos, incluindo tênis, pingue-pongue, basquetebol e aulas de aeróbica permitem ao menos pouca conversa, e também lhe dão oportunidade de fazer algum exercício. Da próxima vez que você for para uma aula de aeróbica, convide um amigo!

Quando você sair para jantar, um buffet informal pode ser uma escolha melhor do que uma refeição sentado, onde se espera uma conversação sustentada. Um arranjo tipo buffet dá aos hiperativos a chance de levantar-se frequentemente e deixa os desatentos pausas para se reorganizarem, antes de retomar uma conversa.

Obrigações da amizade: Avaliar o que deu errado

Primeiro, pense sobre alguma de suas amizades passadas, e nomeie três pessoas com que você gostava de ficar, mas que já não vê.

Pergunte a si mesmo:

- O que causou a separação?

- Vocês brigaram?

- Vocês se separaram?

- A outra pessoa parou de responder  às suas chamadas ou e-mails?

- A outra pessoa estava sempre “muito ocupada” para ficarem juntos?

Você pode nunca ficar sabendo o que aconteceu – isso acontece.

Pergunte a si mesmo como se sente a respeito do fim de cada amizade. Você ainda sente falta de gastar um tempo com a outra pessoa? Você está com raiva? Magoado? Confuso?

Depois de avaliar a amizade, você pode decidir que não vale a pena o investimento de tempo e energia para reatá-la. Mas, mesmo que este seja o caso, faça o melhor para se livrar de qualquer emoção negativa que você sinta em relação à pessoa ou ao relacionamento – seja raiva, tristeza ou simples arrependimento. Registrar seus pensamentos num diário é um bom modo de deixar a negatividade de lado. Assim também é com a imaginação visual. Por exemplo, imagine prender seus sentimentos a balões e vê-los flutuar para bem longe no céu. Ou imagine quebrar alguns pratos.

Se você quiser reatar, pense em fazer uma chamada por telefone, enviar uma mensagem no Facebook, ou escrever um e-mail dizendo à pessoa que você está com saudades dela. Pergunte se seria possível se encontrarem e conversar sobre o relacionamento. Se for possível que você tenha feito algo que magoou a outra pessoa, peça desculpas. Pode ser que você seja rejeitado – ou pode ser que você descubra que seu velho amigo esteja tão ansioso quanto você para reatarem. Você nunca saberá, se não tentar.

153- Adultos com TDAH: Como construir habilidades sociais e evitar comportamento ofensivo acidental

Adultos com TDAH às vezes cometem gafes sociais até mesmo sem perceber. Aprenda aqui a reconhecer seus erros e aprenda as regras de falar e escutar que acompanham todas as conversas. Por Michele Novotni

Para os socialmente desajeitados, as gafes parecem inevitáveis – sua língua fica presa, ou sua boca fica solta. Para complicar as coisas, geralmente é visto como deselegante apontar os erros sociais, e assim, isto raramente é feito. Então, o ofensor  sem intenção pode nunca saber que tenha feito algo errado. Mas, imagine tentar aprender matemática se ninguém tiver lhe avisado que há a resposta certa e a errada. Como você poderia?

Leia a linguagem corporal para identificar os sinais de que você cometeu um erro

A primeira coisa a ver são as dicas de que você cometeu uma gafe. Gary, um cliente que eu tratei, queixava-se de que sua mulher geralmente ficava brava e saía da sala, batendo a porta sem nenhum aviso. Pedi a ele que procurasse por dicas de que ela estivesse ficando brava, para ver o que, se houvesse, fazia com que ela batesse a porta. Eu tinha certeza de que ela devia dar alguma indicação verbal ou não verbal de que estava ficando contrariada.

Depois de uma semana, ele voltou, muito excitado. “Doutora, você estava certa. Eu nunca havia notado antes, mas os olhos dela ficam semicerrados, ela fica vermelha. Cerra os dentes e aperta os lábios, e a voz dela fica mais aguda. Então ela sai da sala batendo a porta. Foi ótimo. Antes, eu nunca tinha percebido ela brava. Sempre pensava que ela somente tinha batido a porta.”

Assim, tive de trabalhar com ele no mudar  ou em explicar seu comportamento a sua mulher enquanto ele ainda pudesse. Na hora em que ela atingisse a fase de bater a porta, ela já não conseguiria falar ou ouvir.

Adulto TDAH desajeitado socializando

O ponto de vista da Maria

Ontem à noite convidei minha amiga, Lisa, para vir à minha casa. Quando ela chegou, eu a recebi na porta e elogiei sua aparência. Tentei iniciar vários diálogos, mas Lisa não falava muito, e foi embora em menos de uma hora. Depois que ela saiu, eu fiquei pensando o que estaria acontecendo de errado com ela. Na verdade, fiquei um pouco brava com sua visita tão curta.

O ponto de vista de Lisa

Fiquei contente que minha amiga, Maria, tenha me convidado para visitá-la ontem à noite, mas quando cheguei lá, ela disse, “Ei, você não fica tão gorda com essa roupa!” Fiquei arrasada. Meu rosto vermelho e meu olhar hostil deixaram bem claro que ela tinha ferido meus sentimentos, e fiquei a me perguntar por que Maria não me pediu desculpas. Depois de uma hora, como ela não houvesse se desculpado, eu decidi ir para casa.

Lisa foi vítima do equivalente TDAH ao nocaute de dois socos.

1.   Maria disse algo ofensivo, mas o fez sem intenção.

2.   Ela não notou a linguagem não verbal de sua amiga, que indicava que ela, Maria, havia cometido uma gafe.

Se as situações de Maria ou de Gary lhe parecem familiares, você, também, pode estar dando esses dois socos involuntariamente. Use estas estratégias para perceber as dicas e facilitar seus relacionamentos pessoais:

Mantendo a elegância social

Fique atento às dicas não verbais. As pessoas podem estar lhe dando dicas não verbais indicando seu desprazer. Estas incluem a linguagem corporal, tal como afastar-se de você, responder com poucas palavras, ou cruzar os braços ou as pernas. Note, também, as expressões faciais, como ruborização, caretas, aperto de lábios ou olhar ofendido ou raivoso.

Reveja a cena. Revise a conversa em sua mente para lembrar se você disse ou fez alguma coisa provocativa.

Peça o apoio dos amigos. Pergunte se você disse ou fez algo ofensivo. Se você estiver com problemas com sua esposa ou com alguém mais que lhe seja próximo, peça a essa pessoa para fale sobre sua raiva em vez de ficar lhe mandando dicas não verbais.

Leia sobre habilidades sociais. Reveja o livro “What does everybody else know that I don´t” (O que todo mundo sabe que eu não sei?) Dicas de habilidades sociais para adultos com TDAH (Novotni, 2000), para mais ajuda nesse assunto.

Procure assistência. Um conselheiro ou coach com experiência em TDAH adulto e em habilidades sociais pode ajudar.

Mesmo que, como Maria e Gary, ofender alguém não seja sua intenção, a ofensa pode acontecer muito frequentemente. Mas, com observação cuidadosa e mais persistência, você pode aprender a parar de dar aqueles dois socos antes que atinja, sem querer, o alvo.

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