segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

179- TDAH - Soluções para a distração


“Oh, isto parece interessante!”

Nós nos tornamos uma sociedade que persegue a gratificação instantânea. Não podemos esperar. Queremos saber. Necessitamos saber. Agora!
Infelizmente, a maioria da informação nova não é urgente e, talvez, nem mesmo importante. Entretanto, não treinamos nossos cérebros para lidar com o segundo passo: perguntar “Isto é urgente?”
Para superar a distração, você precisa desenvolver um padrão cerebral de dois passos:
1- Avalie a informação que chega.
2- Volte ao presente, se a informação não for urgente, ou mude seu foco para a nova informação se você julgar que ela tem alta prioridade.
Uma boa maneira de fazer isso é dar nota para a urgência e a importância de cada nova mensagem ou informação. Dê notas de zero a dez. Tudo que estiver acima de sete requer atenção imediata. Tudo que estiver em quatro, ou mais baixo, provavelmente poderá ser ignorado pelo tempo necessário.
Lembre-se de que a tecnologia pode nos ajudar: A maioria dos telefones celulares agora nos pergunta se queremos ouvir um e-mail de voz ou ler novo texto, agora ou mais tarde. Com e-mail você tem a opção de clicar, ou não, no pop-up que anuncia uma nova mensagem.


Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore

178- TDAH - Soluções para o esquecimento


Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore

"Onde deixei minhas chaves?"
Esquecimento

Quando perdemos nossa atenção plena - significando nosso atendimento e atenção à tarefa em curso – parece que estamos perdendo a nossa mente. Quando estamos no chuveiro, estamos pensando em um desentendimento com um colega de trabalho. Quando guardamos as chaves, ou estacionamos nosso carro no estacionamento, já estamos pensando na próxima tarefa e não nos lembramos de onde os deixamos.

Há muitos modos de recuperar a atenção plena que todos nós tivemos na infância. Aqui está um modo a ser utilizado para nos levar de volta às nossas chaves perdidas:

Cultive a atenção. Comece por notar quando você está atento e quando você perdeu sua atenção plena – anote num notebook ou crie uma página de avisos no seu telefone celular.

Estabeleça uma meta. Pense sobre o percentual de tempo em que você está alerta, ou vigilante ou completamente consciente e presente no momento. Talvez você esteja em 50 por cento. Aonde você quer chegar e em quanto tempo?

Veja o momento presente como uma dádiva. Aprecie-o. Ou pare para respirar fundo e prestar atenção à sua respiração para acalmar sua mente.

Pratique o tornar-se consciente. Por exemplo, "Esta semana eu estarei consciente sobre onde pus meu celular. Vou reservar alguns segundos para pensar onde guardá-lo, em minha pasta ou bolso, e para lembrar quando o estiver guardando. Na próxima semana, vou cuidar das minhas chaves. Na outra semana, dos meus óculos. Então vou poder saborear minha primeira  xícara de café de manhã ou um pequeno pedaço de chocolate escuro no final da tarde."

domingo, 5 de fevereiro de 2012

177- TDAH - Organize sua mente e o descanso virá

O TDAH tem deixado você sobrecarregado pela distração e pelo caos? Cultivar estes hábitos metódicos de pensamento pode ajudá-lo a recuperar o controle de sua vida.
Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore
A porta se abriu de repente e Jill entrou, sem fôlego, depois de subir dois lances de escada até o meu consultório no segundo andar. Ela estava nervosa e contrariada,
“Me desculpe, estou atrasada”! Disse Jill, ao se jogar na cadeira em frente à minha mesa. “Você não vai acreditar no dia que eu tive”.
Jill foi diagnosticada com TDAH e é uma das minhas pacientes. Ela tem mais de 30 anos e é uma pesquisadora de ponta em Boston. Está vivendo temporariamente com sua amiga, enquanto sua casa própria está sendo reformada.
“Na última noite, quando cheguei”, ela diz, “botei minha chaves em algum lugar, e, hoje cedo, não tinha a menor ideia de onde elas podiam estar. Procurei por todo canto – os lugares usuais, que, naturalmente, para mim, não são os lugares usuais, porque este não é o meu apartamento. Se você acha que eu sou desorganizada, você devia ver a casa dela”.
“Então, você as encontrou?” Perguntei.
Ela fez que sim, encabulada. “Por acaso”.
“Onde estavam?”
“Bem em cima da mesa da cozinha da minha amiga”! “Elas estavam lá o tempo todo”... “Bem na minha frente. Inacreditável!” “Parece frustrante, mas muito verdadeiro, porque estas chaves já sumiram antes.”
“Meu dia foi um desastre depois disso”.

Jill chegou atrasada para uma reunião no trabalho  e voltou à sua mesa e deu de cara com uma pilha de e-mails de recados, que a incomodaram mais e a deixaram oprimida. Ela mandou uma resposta ríspida para a pessoa errada. Esta gafe do e-mail fez com que perdesse um projeto que se realizaria ao meio-dia. Ela perdeu a hora, voltou duas horas mais tarde, e recebeu uma recepção fria do seu supervisor.
“Isto acontece o tempo todo”, diz Jill, com os olhos marejados, brava e envergonhada do seu fraco desempenho no trabalho. “Desse jeito, vou perder meu emprego... só porque não consigo encontrar coisas bobas como as chaves”.
Iniciando uma nova estratégia
Depois de um tempo, propus uma solução para Jill. “Pensei num jeito de você iniciar o seu dia, amanhã. Você precisa de uma base para as suas chaves. Um lugar onde você sempre as colocará, e pode ser também sua identidade e os seus óculos. Desse jeito, você saberá que esse é o lugar em que eles sempre estarão... e a cada manhã, será o lugar onde você começará o seu dia, pronta para levantar voo”.
Isto combinou com Jill. Foi uma solução orientada pela ação, algo que ela podia fazer direito e sem grande dificuldade. Mas mais importante, a base servia como uma imagem, um lembrete de como um dia pode começar, não em confusão e distração, mas com precisão e previsibilidade.
Com Jill adotou duas bases – uma em casa e uma no trabalho, para o material de projetos e lembretes – ela não tem mais se atrasado para os encontros comigo ou deixou de cumprir alguma tarefa crítica no trabalho. Este pequeno sucesso ajudou Jill a se tornar mais confiante. Ela começa sua manhã de um modo mais positivo, saindo de casa no horário e pronta para um dia de trabalho bem sucedido, em vez de ficar desmoralizada, frustrada e abatida por causa de um momento de desatenção.
Minha experiência com Jill ilustra alguns pontos importantes sobre organização. Para começo de conversa, como muitos adultos com TDAH já aprenderam, momentos de esquecimento e de desorganização podem ter graves consequências. (segue)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

176- A leitura de livros na rede pública do Rio de Janeiro


RJ: 14% dos alunos da rede pública não leram nenhum livro em 5 anos. Estudo foi feito com 4 mil estudantes do ensino médio
Dados divulgados pela Secretaria estadual de Educação do Rio mostram que os estudantes do ensino médio da rede pública não leem muito. A pesquisa feita com 4 mil alunos mostra que 14% não leram nenhum livro nos últimos cinco anos. Outros 11% leram apenas um, e 26% somente dois ou três, ou seja, 51% dos alunos leram de 0 até 3 livros nos últimos 5 anos. Já 49% leram de 4 a mais de 20 livros.
A diretora executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, considera o resultado alarmante. Para ela, a leitura do texto literário no ensino médio é, sem dúvida, muito importante para o aluno nesta fase de formação.
- Isso é sofrível. Como esses estudantes cumpriram essa etapa da vida acadêmica sem ler um livro sequer? A literatura faz parte do ensino médio. Esse tipo de aluno nunca vai conseguir passar no Enem, por exemplo. É somente por meio da leitura que descobrimos as múltiplas faces da linguagem - diz.
Para Priscila, a qualidade do ensino nessas escolas tem que ser mais bem avaliada e mais bem monitorada.
- É preciso saber como o professor atua. Faz parte do trabalho dele incentivar a leitura. O custo dos livros não pode ser desculpa para isso. Hoje temos bibliotecas públicas e na web também é possível fazer download de várias obras. O hábito da leitura deve fazer parte da rotina dos estudantes - conta
A pesquisa também revelou que 78% dos estudantes têm computador com acesso a internet.
- Era muito melhor dar livros para esses jovens do que um computador. A internet deve ser usada como uma ferramenta de acesso para a leitura - explica.
De acordo com a pesquisa, a qualidade do ensino nas escolas estaduais foi bem avaliada por 67% dos alunos. Para 13% é excelente, enquanto que para 54% é bom. Apenas 4% o avaliam negativamente.

Meu comentário: O estudo não considerou a prevalência de 4 a 9% do TDAH nessa população de estudantes. Entretanto, isto não invalida as considerações feitas por Priscila.

domingo, 29 de janeiro de 2012

175- Vencendo a desorganização do TDAH com criatividade

Uma mulher TDAH combate a desorganização com um sistema altamente personalizado de controle da bagunça – e vence. Por Linda Roggli.

Érica, a mulher que eu, em desespero, pedi que me ajudasse a resolver minha desorganização, pegou um pedaço de papel amarelado e eu me encolhi de vergonha. Eu tinha deixado essa nota no fundo de uma cesta de roupas cheia de papéis que eu recolhi no escritório do meu marido. O papel ficou escondido lá por dois anos.
Nós, mulheres com o transtorno de déficit de atenção, precisamos das nossas pilhas de trastes. Temos tanto medo de perder alguma coisa numa gaveta ou numa pasta – “longe dos olhos, longe da mente TDAH” – que conservamos tudo à vista, onde podemos achar. Mas, depois de um par de dias, não conseguimos ver mais a “coisa importante”. Ela está enterrada debaixo de novas coisas que não queremos perder.
O preço de ser desorganizado
A desorganização me custa caro. Perdi, duas vezes, o contrato para um artigo de revista que escrevi, e fiquei muito envergonhada para pedir uma terceira via. Quando limpei meu carro, uma semana antes de vendê-lo, encontrei um cheque não descontado que já tinha oito meses de idade.
A bagunça também me causa ferimentos. Estava tentando achar o caminho no meio de uma estreita faixa entre as coisas na garagem e tropecei num vaso que estava no meio do caminho. Cai no concreto, fraturei duas costelas e o punho. Ainda dói quando penso nisso. E há o agravo de não ser capaz de encontrar as coisas quando preciso delas. Um pesquisador, que estuda tais assuntos, diz que se gastamos cinco minutos procurando a chave do carro a cada dia, gastamos nisso 30 horas por ano. Multiplique por uma expectativa de vida de 80 anos e dará 13 semanas de nossas vidas tentando encontrar as malditas chaves do carro.
A verdade é que a desordem me deixa maluca. Eu juro, as coisas de casa gritam silenciosamente para que eu as arrume conforme passo por elas: “Me ponha na lava-louças!”, “Chame o técnico, para que eu pare de vasar!”. Eu não paro para fazer essas coisas no momento porque meu cérebro está sobrecarregado de milhares de outras chamadas: “Será que você não pode ser pontual ao menos uma vez?”, “Estas calças estão muito justas; você precisa de uma dieta”. Érica tentou me organizar do jeito dela. Encontramos no sótão um arquivo rotatório com muitas gavetas fininhas. Nós arrumamos o arquivo e o colocamos na cozinha – a central da bagunça da minha casa – e etiquetamos cada gaveta. O arquivo teria ajudado se eu o usasse. Não conseguimos usar sistemas que funcionam para as outras pessoas. Precisamos de sistemas que sejam nossos.
Maluco mas prático
Achei meu sistema. Uma amiga com TDAH me falou sobre um organizador plástico rotatório que ela usa com grande sucesso. Funcionou como uma luva para mim. Meus documentos mais importantes estão guardados, e posso sempre achar a correspondência não aberta.
Érica chama meu sistema de arquivamento de “criativo”. Ela faz careta e franze a testa porque eu não arquivo em ordem alfabética. Eu arquivo por assunto. Às vezes, as associações na minha cabeça são esquisitas. Se meu cérebro pensa que apólices de seguro e garantias de bicicletas são a mesma coisa, então eu as arquivo assim. Quando voltar àquela pasta, encontrarei as duas.
Outro sistema que eu uso é o que chamo “Pense uma vez”, também conhecido como “Pense muito uma vez e então não pense mais novamente”. Pego um problema chato e persistente – lidar com a correspondência que chega, por exemplo – e o vejo por todos os ângulos. Gasto um bocado de tempo trabalhando em todos os desafios e em minhas soluções para eles, então, eventualmente, descubro um sistema prático que me permitirá não pensar mais nisso novamente.
Uma estratégia que funciona para mim é ter duplicatas das coisas que uso com frequência, como óculos de leitura. Há provavelmente 15 pares espalhados pela minha casa, escritório e carro, a qualquer hora, cada par com um colar, para que eu não os perca. Tenho quatro estojos de maquiagem: um para casa, outro para o carro, um para o trabalho e um para viagem. Medicamentos, canetas e copos de medida são algumas das coisas que tenha duplicadas.
Embora eu duvide que me torne uma organizadora profissional, penso realmente que ganhei outro título. Que tal “Desorganizadora profissional”? Este é um rótulo que uma mulher com TDAH pode usar com simpatia e bom humor.
Agora, onde foi que eu enfiei o meu rotulador Brother novinho?
(Extraído de Confessions of an ADDiva, por Linda Roggli). ADDitude 2012.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

174- TDAH (ADHD) - Dar remédio para meu filho de 4 anos?

Por Laura Flynn McCarthy

A revisão de protocolos dá aos médicos a permissão para diagnosticar e tratar as crianças mais novas com TDAH, mas os pais estão confiantes em avaliar os pré-escolares em relação ao TDAH?

Ann Marie Morrison suspeitou que seu filho tivesse TDAH quando ele tinha três anos.

“As crises de birra do John eram mais intensas do que as dos outros meninos de três anos, e apareciam sem motivo algum”, diz Morrison, de Absecon, New Jersey. “Demorava uma eternidade tirar ele da porta do apartamento. Ele tinha de se vestir no corredor, onde não havia quadros ou brinquedos que o distraíssem. Ele não ficava sentado quieto, e quebrava todos os brinquedos. Eu tinha cartões de presentes na minha bolsa, de modo que, quando ele quebrava um brinquedo na casa de um amigo, eu pudesse dar à mãe do amigo um cartão de presente para que ela o substituísse.”

Quando Morrison discutia a hiperatividade e o comportamento impulsivo de John com os seus médicos, suas preocupações eram rechaçadas. “Ele é somente um menino ativo”, eles diziam. “Um pediatra disse, `Mesmo que ele tenha TDAH, não há nada que se possa fazer até que ele tenha cinco anos de idade`”,  lembra-se Morrison. “Isto é como dizer: ´Seu filho tem uma doença grave, mas não podemos tratá-lo por ainda dois anos´. O que poderemos fazer  enquanto isso?”. A família mudou-se para outra região do estado quando John tinha cinco anos de idade, e, por acaso, sua nova pediatra era uma especialista em TDAH. Ela mesma tinha sido diagnosticada com TDAH e criou um filho com esse transtorno.

“Durante o exame, ela estava anotando a história médica do John e ele, como sempre, incapaz de parar sentado quieto. Ela parou e perguntou ´Você já fez nele um teste para TDAH? ´. Eu comecei a chorar. Pensei: Oh, obrigado Deus. Alguém mais percebeu isso”. “Depois de anos de escutar os parentes dizendo que eu tinha de dar mais disciplina a ele, depois de anos de me sentir física e mentalmente exausta, e de pensar que eu era uma péssima mãe, alguém viu com o que estávamos lidando”.

Uma avaliação completa de John, que incluiu informações dos professores dele e da família, levou ao diagnóstico de TDAH. Logo em seguida ele recebeu medicação, que o ajudou a focalizar a atenção e melhorou  seu controle do impulso. O tratamento mudou a vida dele e de sua família. “Se John tivesse sido diagnosticado mais cedo, teria ajudado muito,” diz Morrison. “Não sei se lhe daria medicação quando ele tinha três ou quatro anos, mas teria aprendido as técnicas para mantê-lo organizado, disciplinado e teria ajudado a estabelecer uma rotina, sem ter de descobrir tudo por mim mesma. Se eu soubesse mais cedo que ele tinha TDAH, teria me cuidado melhor, também. Eu não estava preparada. Não é somente a criança que é atingida pelo TDAH. É toda a família,”

Hoje, é provável que crianças como John sejam diagnosticadas e auxiliadas mais cedo na vida, graças a novos protocolos da American Academy of Pediatrics (AAP). Os achados incluem recomendações para a avaliação e o tratamento de crianças pré-escolares e adolescentes com idades de 4 a 18 anos. Os protocolos anteriores a 2001 atingiam somente crianças de 6 a 12 anos.

“A AAP tem um comité que revisou as pesquisas sobre TDAH feitas nos últimos 10 anos e concluiu que há benefícios em diagnosticar e tratar crianças de idade inferior a seis anos com TDAH”, diz Michael Reiff, M.D., professor de pediatria na Universidade de Minnesota, que atuou no comité que desenvolveu os novos protocolos.

domingo, 1 de janeiro de 2012

173- Aprender ou passar no vestibular?

Joca Levy (advogado,  pai de três adolescentes) - O Estado de S.Paulo

Discute-se muito a baixa qualidade do ensino público, com efeitos sobre as classes de menor poder aquisitivo. Deveriam também causar aflição sérios tropeços das escolas privadas, inclusive as que obtêm as melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Esses problemas, que passam despercebidos pela maioria dos pais e educadores, afetam jovens das classes mais altas, supostos candidatos mais prováveis à elite intelectual do País.
Os pais precisam desde cedo decidir se o plano para seu filho é aprender ou passar no vestibular. É possível aprender e passar no vestibular, mas é limitada e frustrante a trajetória intelectual da criança cujos pais estabelecem como meta o vestibular, não o aprendizado.

As escolas chamadas "convencionais" parecem ter por objetivo boas notas no Enem e no vestibular, não propriamente o aprendizado. Há crescente pressão dos pais nesse sentido. Não percebem que educação voltada para a competição e o vestibular é, acima de tudo, desinteressante para a criança. E sem interesse não há aprendizado.

A educação voltada para o vestibular busca prioritariamente habilitar o profissional a competir dentro de padrões estabelecidos por uma conveniência de massificação. Talentosos e ignorantes são, juntos, conduzidos como gado para uma mesma faixa de referência na vizinhança da média.
Os mais inteligentes (não necessariamente os mais bem treinados para tirar notas) não têm oportunidade de seguir seus processos próprios de exploração, retenção e desenvolvimento intelectual. São forçados a seguir método desenhado com requisitos mínimos para a compreensão dos medíocres.

A ideia de permitir que desponte uma elite intelectual sofre resistência, silenciosamente. Por séculos de tradição aristocrática, a elite, ainda que tivesse maior oportunidade de desenvolvimento intelectual, dominou pelos sobrenomes, não por méritos pessoais. A democracia trouxe o desprezo pela elite e a noção irrefletida de que todos devem ser iguais. Grande erro! Todos não devem ser iguais, mas devem, sim, ter iguais oportunidades de desenvolvimento de suas habilidades. E os mais talentosos devem ser estimulados e prestigiados.
Cada pai deve empenhar-se em livrar os filhos da cultura da comparação, que os aprisiona na mediocridade, e habilitá-los a usufruir plenamente seus talentos, tendo por referência apenas a excelência, não a concorrência.

O jovem deve, sim, ter disciplina, mas não aprender por disciplina. Equívoco corriqueiro é estabelecer que aprender e tirar boas notas são obrigações da criança. Só se aprende por interesse. Para uma criança, as obrigações são chatas e desinteressantes. Toda criança sadia, minimamente bem educada e com ambiente emocional estimulante é capaz de aprender. Basta que o aprendizado seja interessante. Se lhe for apresentado como obrigação, contudo, o melhor que uma criança disciplinada fará é decorar, o que ajuda a tirar notas e passar no vestibular, mas não a integrar o conhecimento ao processo mental, ou seja, aprender.
Notas não avaliam a criança, mas a capacidade de ensinar e de disciplinar das escolas e dos pais, que, portanto, exigem boas notas em benefício de sua própria imagem na sociedade, não em benefício da criança. Boas notas não preparam a criança para uma vida de realizações.

O típico adulto moderno dá prioridade ao cultivo de seu próprio sucesso, numa rotina, no mais das vezes, intelectualmente improdutiva. Mais fácil é não se envolver na formação intelectual dos filhos, não ler para eles sobre a História do homem, não explicar por que a Terra é redonda, o que são as estrelas, a origem da vida, a evolução e as diferenças das espécies, não ensinar a brincar com números (no lugar de videogames, que mantêm a criança abobalhada), não despertar logo cedo o interesse pelo conhecimento, a curiosidade pelas coisas da natureza.
Mais conveniente é terceirizar por completo a educação, entregar as crianças à escola e esperar que voltem com um diploma, que não diz que o filho se tornou uma pessoa instruída, mas apenas que os pais cumpriram o seu dever segundo a convenção dos nossos tempos. Para o filho pouco serve aquele canudo, senão, talvez, para arrumar um emprego. Para o pai o diploma do filho é uma sentença absolutória da negligência intelectual a que abandonou a cria.

Formam-se legiões de burros, rasos, ignorantes, imaturos com diplomas (muitos com boas notas!). Pessoas destituídas da oportunidade de desenvolver seus talentos individuais. Enlatadas, padronizadas, comoditizadas. Dirão os pais que bem preparadas para competir no mundo moderno, mas, na verdade, aleijadas de suas competências subjetivas e jogadas para competir na mediocridade a que foram rebaixadas.
Não é à toa que no curso da educação moderna pessoas brilhantes - de Winston Churchill, Albert Einstein e Warren Buffett a Bill Gates e Steve Jobs - em algum momento se desgarraram da educação convencional ou a deixaram ter influência secundária em sua formação intelectual. São pessoas que se recusaram a entrar na competição e se desenvolveram muito acima dela.

"Aprendizagem que privilegia apenas o intelecto dificilmente atinge o ser humano completo. O melhor exemplo disso são as informações formatadas exclusivamente para o vestibular. É um rio que passa na vida do vestibulando e que deságua no oceano do esquecimento… Quando a gente aprende algo e dele não se esquece nunca mais, é porque o coração e a alma também foram tocados… Quando o conhecimento é elaborado no intelecto, passa pelo sentimento e determina uma vontade, aí, sim, ele não desgruda mais da gente." (Helena Trevisan)
Extraído do Blog do Noblat em 01-01-12

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

172- Estatísticas sobre as postagens (quantidade de visualizações), desde o início do blog.




1.       Saudações – 16

2.       O TDAH e os professores – 18

3.       Dicas para a sala de aula – 144

4.       Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief – 157

5.       Cartilha do Educador – 111

6.       Preocupado? Leia isto – 18

7.       Novas diretrizes para o tratamento do déficit de atenção – 96

8.       Quais são as características ideais de um professor – 78

9.       O que os professores devem esperar do desempenho... – 49

10.   Acomodações em classe e auxílios para os alunos... – 32

11.   O que acontece com quem herda a predisposição... – 36

12.   O comportamento dos pais em relação aos filhos... – 110

13.   O TDAH não pode pura e simplesmente ser... – 58

14.   Focalizando a atenção de crianças desatentas... – 46

15.   Crianças com o Transtorno de Oposição e Desaf... – 194

16.   Crianças com Transtorno de Oposição... – 154

17.   Os sintomas do TDAH – 197

18.   TDAH – Sintomas em adultos – 173

19.   Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manter... – 135

20.   Quando o seu filho é o culpado pelo bullying – 117

21.   O que os pais podem fazer para ajudar... – 38

22.   Dicas para os pais – 35

23.   Vinte e cinco coisas boas do TDAH – 107

24.   Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler... – 269

25.   Pai de criança com TDAH? Cinco segredos... – 74

26.   Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e... – 34

27.   Estratégias amigáveis aprovadas pelos pais... – 85

28.   Acabe com a distração: Melhorando... – 98

29.   Vinte e sete acomodações que funcionam... – 45

30.   Risco de depressão e suicídio no TDAH... – 123

31.   Dicas de comportamento escolar... – 134

32.   Para os pais de crianças com TDAH – 103

33.   TDAH – sugestões para intervenções... - 202

34.   Como falar com uma criança ou adolescentes... – 79

35.   Falta conhecimento sobre o TDAH... – 51

36.   Quando mudar de médico – 75

37.   Álcool e Medicamentos para O tdah... – 123

38.   Evite a destruição das festas... – 19

39.   Medicamentos ou Tratamento alternativo... – 155

40.   TDAH é uma doença inventada? – 124

41.   Melhorando o comportamento em classe... – 30

42.   Dez ou mais ferramentas de relacionamento... – 172

43.   Sete soluções para problemas de sono – 122

44.   Reduza a ansiedade naturalmente – 409

45.   Memória de trabalho e memória de curto... – 247

46.   Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças – 107

47.   Simplifique sua vida com o TDAH... – 59

48.   Sei maneiras para o adulto com TDAH... – 97

49.   A instabilidade na carreia mostra... – 52

50.   Cecília Meireles – Motivo – 22

51.   Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH – 72

52.   Você ouve os outros? Como brilhar em... – 19

53.   10 maneiras de arruinar um bom relacionamento – 161

54.   Como ajudar estudantes com TDAH no ensino... – 90

55.   Seis truques para a memória de estudantes... – 81

56.   Lição de casa. – 41

57.   A perspectiva das crianças que vivem com... – 51

58.   TDAH em adultos – 40

59.   Disciplina (Prof. João Maurício Almeida) – 19

60.   Repensar o TDAH a partir... – 44

61.   TDAH e dificuldades com a matemática... – 118

62.   Quando os professores culpam os pais... – 5

63.   Lista dos artigos já publicados no blog – 28

64.   Crianças e adolescentes desafiadores... – 64

65.   Bullying: colégio terá que indenizar... – 63

66.   Crianças e adolescentes desafiadores e... – 30

67.   Crianças e adolescentes desafiadores e viol... – 35

68.   Ajude seu filho a controlar o humor – 32

69.   Déficits das funções executivas... – 85

70.   Os 10 piores terapeutas... – 52

71.   Dicas para as mães sobre o tratamento... – 63

72.   Técnicas de gerenciamento do tempo... – 93

73.   Desafios podem tornar prazeroso... – 12

74.   Levando a sério o controle dos sintomas... – 29

75.   Crianças e adolescentes desafiadores... – 30

76.   Picking ou conduta autolesiva... – 93

77.   Conduta Autolesiva (Skin Picking)... – 117

78.   Soluções para o sono em crianças... – 49

79.   Ansiedade? Depressão? Algumas mudanças... – 49

80.   O TDAH falsificado – 34

81.   Alguns dados sobre dislexia... – 84

82.   Autismo ou TDAH? – 158

83.   TDAH e dificuldades com a matemática... – 74

84.   O que é a dificuldade com a matemática? – 39

85.   Dificuldades com a matemática e TDAH – 60

86.   Tudo é memória de trabalho? – 48

87.   TDAH e Dificuldades com a matem ética... – 90

88.   Uso do computador aind assusta professores – 40

89.   O Tratamento do TDAH – 61

90.   Medicações utilizadas no tratamento... – 261

91.   O que as crianças necessitam para aprender... – 18

92.   Problemas com a medicação do TDAH... – 77

93.   Decida com facilidade – 34

94.   TDAH – Dificuldade de aprendizagem... – 45

95.   TDAH do adulto – Motivação... – 64

96.   TDAH e sexo – Redescobrindo o romance... -167

97.   Dificuldades de concentração no ambiente... – 85

98.   Pesquisadores investigam as causas... – 61

99.   Quantificação e análise da concordância... – 17

100- TDAH do adulto – Sempre atrasado? – 65

101- Estudos se voltam para os estudantes... – 30

102- TDAH e SEXO – Melissa Orlov – 141

103- Carreiras para adultos TDAH... – 56

104- TDAH no trabalho – 67

105- 3º. Congresso Internacional do Transtorno... – 33

106- 3º. Congresso Internacional do Transatorno... – 124

107- TDAH – tratamento. Resposta a alguém... -31

108- Carta de Princípios da ABDA – 20

109- TDAH na escola. Como descobrir... – 26

110- Nove dicas para bloquear o barulho... – 65

111- Auxílio para crianças TDAH desorga... – 62

112- Aprenda sobre o TDAH... – 96

113- Quebrando a maldição do hiperfoco... – 64

114- Tato: A base da comunicação... – 57

115- TDAH-ADHD – Hiperfoco... – 130

116- Segredos do Ensino... – 11

117- Transtornos do processamento... – 70

118- É TDAH ou envelhecimento? – 16

119- É TDAH ou Menopausa? – 12

120- É transtorno bipolar ou TDAH? – 58

121- É Depressão ou TDAH? – 32

122- É ansiedade ou TDAH? – 40

123- é uma dificuldade de aprendizagem... – 36

124- Sete soluções para problemas... – 47

125- Ajudando pré-Adolescentes com TDAH a... – 62

126- Como os sintomas do TDAH... – 15

127- Guia de diagnóstico do TDAH... – 30

128- Passo 2 do diagnóstico do TDAH... 26

129- Mitos sobre os medicamentos... – 50

130- Cinco questões que vão melhorar... – 14

131- TDAH – Preparação para a volta... – 6

132- TDAH(ADHD) na Escola... – 10

133- Adultos TDAH – Sentindo-se antissocial? – 26

134- Minha luta com a disgrafia – 18

135- Doze maneiras de ajudar os alunos... – 16

136- Medo do estigma prejudica... – 5

137- Eficácia dos ácidos ômega-3... – 23

138- Como parar de se preocupar – 9

139- TDAH(ADHD) – Preocupado?... – 15

140- Estudo revela biologia cerebral... – 18

141- TDAH – A procrastinação nos estudantes. – 14

142- Sete modos rápidos para resolver... – 24

143- A melhora do comportamento em classe... – 5

144- Crianças agressivas em sala de aula... – 8

145- TDAH – Dez maneiras de arruinar ... – 26

146- Hipersensibilidade: Você é uma... – 83

147- Ajudando os estudantes com TDAH... – 18

148- Como os professores podem ajudar... – 17

149- Estudos indicam novas maneiras... – 6

150- Rituais para a hora de dormir. – 10

151- Tratamentos para o sono de crianças TDAH. – 10

152- Passe em todos os exames... – 19

153- Adultos com TDAH... – 26

154- Fazendo amigos... – 4

155- Amigos. Um tratamento natural... – 31

156- Recomendações atualizadas... – 14

157- Sobre os alunos superdotados... – 31

158- Ajude o estudante com TDAH a se preparar... – 15

159- O sofrimento diário em mães... – 5

160- Comece pequeno... – 7

161- Ajude seu filho com TDAH a fazer amigos. – 13

162- Encontrando a alegria no trabalho... – 9

163- Encontrando a alegria no... – 16

164- Encontrando a alegria no... – 10

165- A solução alimentar para o TDAH... – 35

166- As medicações para o TDAH... – 13

167- Peregrino DDA (TDAH) para mim – 2

168- Os professores como transformadores... – 4

169- Como tratar a depressão em crianças TDAH – 4

170- Melhore a memória de trabalho... – 2

171- ANSIEDADE  – 5

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...