terça-feira, 24 de janeiro de 2012

174- TDAH (ADHD) - Dar remédio para meu filho de 4 anos?

Por Laura Flynn McCarthy

A revisão de protocolos dá aos médicos a permissão para diagnosticar e tratar as crianças mais novas com TDAH, mas os pais estão confiantes em avaliar os pré-escolares em relação ao TDAH?

Ann Marie Morrison suspeitou que seu filho tivesse TDAH quando ele tinha três anos.

“As crises de birra do John eram mais intensas do que as dos outros meninos de três anos, e apareciam sem motivo algum”, diz Morrison, de Absecon, New Jersey. “Demorava uma eternidade tirar ele da porta do apartamento. Ele tinha de se vestir no corredor, onde não havia quadros ou brinquedos que o distraíssem. Ele não ficava sentado quieto, e quebrava todos os brinquedos. Eu tinha cartões de presentes na minha bolsa, de modo que, quando ele quebrava um brinquedo na casa de um amigo, eu pudesse dar à mãe do amigo um cartão de presente para que ela o substituísse.”

Quando Morrison discutia a hiperatividade e o comportamento impulsivo de John com os seus médicos, suas preocupações eram rechaçadas. “Ele é somente um menino ativo”, eles diziam. “Um pediatra disse, `Mesmo que ele tenha TDAH, não há nada que se possa fazer até que ele tenha cinco anos de idade`”,  lembra-se Morrison. “Isto é como dizer: ´Seu filho tem uma doença grave, mas não podemos tratá-lo por ainda dois anos´. O que poderemos fazer  enquanto isso?”. A família mudou-se para outra região do estado quando John tinha cinco anos de idade, e, por acaso, sua nova pediatra era uma especialista em TDAH. Ela mesma tinha sido diagnosticada com TDAH e criou um filho com esse transtorno.

“Durante o exame, ela estava anotando a história médica do John e ele, como sempre, incapaz de parar sentado quieto. Ela parou e perguntou ´Você já fez nele um teste para TDAH? ´. Eu comecei a chorar. Pensei: Oh, obrigado Deus. Alguém mais percebeu isso”. “Depois de anos de escutar os parentes dizendo que eu tinha de dar mais disciplina a ele, depois de anos de me sentir física e mentalmente exausta, e de pensar que eu era uma péssima mãe, alguém viu com o que estávamos lidando”.

Uma avaliação completa de John, que incluiu informações dos professores dele e da família, levou ao diagnóstico de TDAH. Logo em seguida ele recebeu medicação, que o ajudou a focalizar a atenção e melhorou  seu controle do impulso. O tratamento mudou a vida dele e de sua família. “Se John tivesse sido diagnosticado mais cedo, teria ajudado muito,” diz Morrison. “Não sei se lhe daria medicação quando ele tinha três ou quatro anos, mas teria aprendido as técnicas para mantê-lo organizado, disciplinado e teria ajudado a estabelecer uma rotina, sem ter de descobrir tudo por mim mesma. Se eu soubesse mais cedo que ele tinha TDAH, teria me cuidado melhor, também. Eu não estava preparada. Não é somente a criança que é atingida pelo TDAH. É toda a família,”

Hoje, é provável que crianças como John sejam diagnosticadas e auxiliadas mais cedo na vida, graças a novos protocolos da American Academy of Pediatrics (AAP). Os achados incluem recomendações para a avaliação e o tratamento de crianças pré-escolares e adolescentes com idades de 4 a 18 anos. Os protocolos anteriores a 2001 atingiam somente crianças de 6 a 12 anos.

“A AAP tem um comité que revisou as pesquisas sobre TDAH feitas nos últimos 10 anos e concluiu que há benefícios em diagnosticar e tratar crianças de idade inferior a seis anos com TDAH”, diz Michael Reiff, M.D., professor de pediatria na Universidade de Minnesota, que atuou no comité que desenvolveu os novos protocolos.

domingo, 1 de janeiro de 2012

173- Aprender ou passar no vestibular?

Joca Levy (advogado,  pai de três adolescentes) - O Estado de S.Paulo

Discute-se muito a baixa qualidade do ensino público, com efeitos sobre as classes de menor poder aquisitivo. Deveriam também causar aflição sérios tropeços das escolas privadas, inclusive as que obtêm as melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Esses problemas, que passam despercebidos pela maioria dos pais e educadores, afetam jovens das classes mais altas, supostos candidatos mais prováveis à elite intelectual do País.
Os pais precisam desde cedo decidir se o plano para seu filho é aprender ou passar no vestibular. É possível aprender e passar no vestibular, mas é limitada e frustrante a trajetória intelectual da criança cujos pais estabelecem como meta o vestibular, não o aprendizado.

As escolas chamadas "convencionais" parecem ter por objetivo boas notas no Enem e no vestibular, não propriamente o aprendizado. Há crescente pressão dos pais nesse sentido. Não percebem que educação voltada para a competição e o vestibular é, acima de tudo, desinteressante para a criança. E sem interesse não há aprendizado.

A educação voltada para o vestibular busca prioritariamente habilitar o profissional a competir dentro de padrões estabelecidos por uma conveniência de massificação. Talentosos e ignorantes são, juntos, conduzidos como gado para uma mesma faixa de referência na vizinhança da média.
Os mais inteligentes (não necessariamente os mais bem treinados para tirar notas) não têm oportunidade de seguir seus processos próprios de exploração, retenção e desenvolvimento intelectual. São forçados a seguir método desenhado com requisitos mínimos para a compreensão dos medíocres.

A ideia de permitir que desponte uma elite intelectual sofre resistência, silenciosamente. Por séculos de tradição aristocrática, a elite, ainda que tivesse maior oportunidade de desenvolvimento intelectual, dominou pelos sobrenomes, não por méritos pessoais. A democracia trouxe o desprezo pela elite e a noção irrefletida de que todos devem ser iguais. Grande erro! Todos não devem ser iguais, mas devem, sim, ter iguais oportunidades de desenvolvimento de suas habilidades. E os mais talentosos devem ser estimulados e prestigiados.
Cada pai deve empenhar-se em livrar os filhos da cultura da comparação, que os aprisiona na mediocridade, e habilitá-los a usufruir plenamente seus talentos, tendo por referência apenas a excelência, não a concorrência.

O jovem deve, sim, ter disciplina, mas não aprender por disciplina. Equívoco corriqueiro é estabelecer que aprender e tirar boas notas são obrigações da criança. Só se aprende por interesse. Para uma criança, as obrigações são chatas e desinteressantes. Toda criança sadia, minimamente bem educada e com ambiente emocional estimulante é capaz de aprender. Basta que o aprendizado seja interessante. Se lhe for apresentado como obrigação, contudo, o melhor que uma criança disciplinada fará é decorar, o que ajuda a tirar notas e passar no vestibular, mas não a integrar o conhecimento ao processo mental, ou seja, aprender.
Notas não avaliam a criança, mas a capacidade de ensinar e de disciplinar das escolas e dos pais, que, portanto, exigem boas notas em benefício de sua própria imagem na sociedade, não em benefício da criança. Boas notas não preparam a criança para uma vida de realizações.

O típico adulto moderno dá prioridade ao cultivo de seu próprio sucesso, numa rotina, no mais das vezes, intelectualmente improdutiva. Mais fácil é não se envolver na formação intelectual dos filhos, não ler para eles sobre a História do homem, não explicar por que a Terra é redonda, o que são as estrelas, a origem da vida, a evolução e as diferenças das espécies, não ensinar a brincar com números (no lugar de videogames, que mantêm a criança abobalhada), não despertar logo cedo o interesse pelo conhecimento, a curiosidade pelas coisas da natureza.
Mais conveniente é terceirizar por completo a educação, entregar as crianças à escola e esperar que voltem com um diploma, que não diz que o filho se tornou uma pessoa instruída, mas apenas que os pais cumpriram o seu dever segundo a convenção dos nossos tempos. Para o filho pouco serve aquele canudo, senão, talvez, para arrumar um emprego. Para o pai o diploma do filho é uma sentença absolutória da negligência intelectual a que abandonou a cria.

Formam-se legiões de burros, rasos, ignorantes, imaturos com diplomas (muitos com boas notas!). Pessoas destituídas da oportunidade de desenvolver seus talentos individuais. Enlatadas, padronizadas, comoditizadas. Dirão os pais que bem preparadas para competir no mundo moderno, mas, na verdade, aleijadas de suas competências subjetivas e jogadas para competir na mediocridade a que foram rebaixadas.
Não é à toa que no curso da educação moderna pessoas brilhantes - de Winston Churchill, Albert Einstein e Warren Buffett a Bill Gates e Steve Jobs - em algum momento se desgarraram da educação convencional ou a deixaram ter influência secundária em sua formação intelectual. São pessoas que se recusaram a entrar na competição e se desenvolveram muito acima dela.

"Aprendizagem que privilegia apenas o intelecto dificilmente atinge o ser humano completo. O melhor exemplo disso são as informações formatadas exclusivamente para o vestibular. É um rio que passa na vida do vestibulando e que deságua no oceano do esquecimento… Quando a gente aprende algo e dele não se esquece nunca mais, é porque o coração e a alma também foram tocados… Quando o conhecimento é elaborado no intelecto, passa pelo sentimento e determina uma vontade, aí, sim, ele não desgruda mais da gente." (Helena Trevisan)
Extraído do Blog do Noblat em 01-01-12

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

172- Estatísticas sobre as postagens (quantidade de visualizações), desde o início do blog.




1.       Saudações – 16

2.       O TDAH e os professores – 18

3.       Dicas para a sala de aula – 144

4.       Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief – 157

5.       Cartilha do Educador – 111

6.       Preocupado? Leia isto – 18

7.       Novas diretrizes para o tratamento do déficit de atenção – 96

8.       Quais são as características ideais de um professor – 78

9.       O que os professores devem esperar do desempenho... – 49

10.   Acomodações em classe e auxílios para os alunos... – 32

11.   O que acontece com quem herda a predisposição... – 36

12.   O comportamento dos pais em relação aos filhos... – 110

13.   O TDAH não pode pura e simplesmente ser... – 58

14.   Focalizando a atenção de crianças desatentas... – 46

15.   Crianças com o Transtorno de Oposição e Desaf... – 194

16.   Crianças com Transtorno de Oposição... – 154

17.   Os sintomas do TDAH – 197

18.   TDAH – Sintomas em adultos – 173

19.   Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manter... – 135

20.   Quando o seu filho é o culpado pelo bullying – 117

21.   O que os pais podem fazer para ajudar... – 38

22.   Dicas para os pais – 35

23.   Vinte e cinco coisas boas do TDAH – 107

24.   Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler... – 269

25.   Pai de criança com TDAH? Cinco segredos... – 74

26.   Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e... – 34

27.   Estratégias amigáveis aprovadas pelos pais... – 85

28.   Acabe com a distração: Melhorando... – 98

29.   Vinte e sete acomodações que funcionam... – 45

30.   Risco de depressão e suicídio no TDAH... – 123

31.   Dicas de comportamento escolar... – 134

32.   Para os pais de crianças com TDAH – 103

33.   TDAH – sugestões para intervenções... - 202

34.   Como falar com uma criança ou adolescentes... – 79

35.   Falta conhecimento sobre o TDAH... – 51

36.   Quando mudar de médico – 75

37.   Álcool e Medicamentos para O tdah... – 123

38.   Evite a destruição das festas... – 19

39.   Medicamentos ou Tratamento alternativo... – 155

40.   TDAH é uma doença inventada? – 124

41.   Melhorando o comportamento em classe... – 30

42.   Dez ou mais ferramentas de relacionamento... – 172

43.   Sete soluções para problemas de sono – 122

44.   Reduza a ansiedade naturalmente – 409

45.   Memória de trabalho e memória de curto... – 247

46.   Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças – 107

47.   Simplifique sua vida com o TDAH... – 59

48.   Sei maneiras para o adulto com TDAH... – 97

49.   A instabilidade na carreia mostra... – 52

50.   Cecília Meireles – Motivo – 22

51.   Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH – 72

52.   Você ouve os outros? Como brilhar em... – 19

53.   10 maneiras de arruinar um bom relacionamento – 161

54.   Como ajudar estudantes com TDAH no ensino... – 90

55.   Seis truques para a memória de estudantes... – 81

56.   Lição de casa. – 41

57.   A perspectiva das crianças que vivem com... – 51

58.   TDAH em adultos – 40

59.   Disciplina (Prof. João Maurício Almeida) – 19

60.   Repensar o TDAH a partir... – 44

61.   TDAH e dificuldades com a matemática... – 118

62.   Quando os professores culpam os pais... – 5

63.   Lista dos artigos já publicados no blog – 28

64.   Crianças e adolescentes desafiadores... – 64

65.   Bullying: colégio terá que indenizar... – 63

66.   Crianças e adolescentes desafiadores e... – 30

67.   Crianças e adolescentes desafiadores e viol... – 35

68.   Ajude seu filho a controlar o humor – 32

69.   Déficits das funções executivas... – 85

70.   Os 10 piores terapeutas... – 52

71.   Dicas para as mães sobre o tratamento... – 63

72.   Técnicas de gerenciamento do tempo... – 93

73.   Desafios podem tornar prazeroso... – 12

74.   Levando a sério o controle dos sintomas... – 29

75.   Crianças e adolescentes desafiadores... – 30

76.   Picking ou conduta autolesiva... – 93

77.   Conduta Autolesiva (Skin Picking)... – 117

78.   Soluções para o sono em crianças... – 49

79.   Ansiedade? Depressão? Algumas mudanças... – 49

80.   O TDAH falsificado – 34

81.   Alguns dados sobre dislexia... – 84

82.   Autismo ou TDAH? – 158

83.   TDAH e dificuldades com a matemática... – 74

84.   O que é a dificuldade com a matemática? – 39

85.   Dificuldades com a matemática e TDAH – 60

86.   Tudo é memória de trabalho? – 48

87.   TDAH e Dificuldades com a matem ética... – 90

88.   Uso do computador aind assusta professores – 40

89.   O Tratamento do TDAH – 61

90.   Medicações utilizadas no tratamento... – 261

91.   O que as crianças necessitam para aprender... – 18

92.   Problemas com a medicação do TDAH... – 77

93.   Decida com facilidade – 34

94.   TDAH – Dificuldade de aprendizagem... – 45

95.   TDAH do adulto – Motivação... – 64

96.   TDAH e sexo – Redescobrindo o romance... -167

97.   Dificuldades de concentração no ambiente... – 85

98.   Pesquisadores investigam as causas... – 61

99.   Quantificação e análise da concordância... – 17

100- TDAH do adulto – Sempre atrasado? – 65

101- Estudos se voltam para os estudantes... – 30

102- TDAH e SEXO – Melissa Orlov – 141

103- Carreiras para adultos TDAH... – 56

104- TDAH no trabalho – 67

105- 3º. Congresso Internacional do Transtorno... – 33

106- 3º. Congresso Internacional do Transatorno... – 124

107- TDAH – tratamento. Resposta a alguém... -31

108- Carta de Princípios da ABDA – 20

109- TDAH na escola. Como descobrir... – 26

110- Nove dicas para bloquear o barulho... – 65

111- Auxílio para crianças TDAH desorga... – 62

112- Aprenda sobre o TDAH... – 96

113- Quebrando a maldição do hiperfoco... – 64

114- Tato: A base da comunicação... – 57

115- TDAH-ADHD – Hiperfoco... – 130

116- Segredos do Ensino... – 11

117- Transtornos do processamento... – 70

118- É TDAH ou envelhecimento? – 16

119- É TDAH ou Menopausa? – 12

120- É transtorno bipolar ou TDAH? – 58

121- É Depressão ou TDAH? – 32

122- É ansiedade ou TDAH? – 40

123- é uma dificuldade de aprendizagem... – 36

124- Sete soluções para problemas... – 47

125- Ajudando pré-Adolescentes com TDAH a... – 62

126- Como os sintomas do TDAH... – 15

127- Guia de diagnóstico do TDAH... – 30

128- Passo 2 do diagnóstico do TDAH... 26

129- Mitos sobre os medicamentos... – 50

130- Cinco questões que vão melhorar... – 14

131- TDAH – Preparação para a volta... – 6

132- TDAH(ADHD) na Escola... – 10

133- Adultos TDAH – Sentindo-se antissocial? – 26

134- Minha luta com a disgrafia – 18

135- Doze maneiras de ajudar os alunos... – 16

136- Medo do estigma prejudica... – 5

137- Eficácia dos ácidos ômega-3... – 23

138- Como parar de se preocupar – 9

139- TDAH(ADHD) – Preocupado?... – 15

140- Estudo revela biologia cerebral... – 18

141- TDAH – A procrastinação nos estudantes. – 14

142- Sete modos rápidos para resolver... – 24

143- A melhora do comportamento em classe... – 5

144- Crianças agressivas em sala de aula... – 8

145- TDAH – Dez maneiras de arruinar ... – 26

146- Hipersensibilidade: Você é uma... – 83

147- Ajudando os estudantes com TDAH... – 18

148- Como os professores podem ajudar... – 17

149- Estudos indicam novas maneiras... – 6

150- Rituais para a hora de dormir. – 10

151- Tratamentos para o sono de crianças TDAH. – 10

152- Passe em todos os exames... – 19

153- Adultos com TDAH... – 26

154- Fazendo amigos... – 4

155- Amigos. Um tratamento natural... – 31

156- Recomendações atualizadas... – 14

157- Sobre os alunos superdotados... – 31

158- Ajude o estudante com TDAH a se preparar... – 15

159- O sofrimento diário em mães... – 5

160- Comece pequeno... – 7

161- Ajude seu filho com TDAH a fazer amigos. – 13

162- Encontrando a alegria no trabalho... – 9

163- Encontrando a alegria no... – 16

164- Encontrando a alegria no... – 10

165- A solução alimentar para o TDAH... – 35

166- As medicações para o TDAH... – 13

167- Peregrino DDA (TDAH) para mim – 2

168- Os professores como transformadores... – 4

169- Como tratar a depressão em crianças TDAH – 4

170- Melhore a memória de trabalho... – 2

171- ANSIEDADE  – 5

domingo, 25 de dezembro de 2011

171- ANSIEDADE

Tendo em vista que uma das postagens mais lidas, até agora, foi a de número 44, "Controlando a ansiedade naturalmente", achei bom postar este artigo de um site português, com as adaptações de grafia, com a esperança que ele contribua para a melhor compreensão do que seja ANSIEDADE. Notei que o artigo não fala em tratamento psicoterápico. Isso é uma falha. Dr. Menegucci.

LIDAR COM A ANSIEDADE
Introdução
Você consultou o seu médico por apresentar os seguintes sintomas:
- Sensação de bola no estômago
- Palpitações
- Dor de cabeça
- Dores dorsais
- Medo de ter câncer ou outra doença grave
Após ser cuidadosamente examinado pelo seu médico, ele lhe diz que o que o seu exame físico é normal, mas que os sintomas que você apresenta são com certeza de origem nervosa. Isto significa que você sofre de ansiedade e que ela se manifesta sob a forma de vários sintomas físicos.
O que é a ansiedade?
A ansiedade é um problema psicológico que se traduz por um sentimento de insegurança, ou medo sem fundamento real. Todos nós somos ansiosos em determinado momento da vida, sem que isso seja patológico. Existem, contudo, diferentes graus de ansiedade.
Em algumas pessoas, a ansiedade exprime-se por um sentimento de medo, inquietação, sensação de perigo iminente, (medo de insucesso, morte súbita, medo de perder o autocontrole, medo de ficar mentalmente desestabilizado).
Em alguns casos, a ansiedade é acompanhada por algumas manifestações físicas, tais como: secura de boca, pulso acelerado, transpiração, opressão torácica, e vertigens. Nesses casos, nós a chamamos de angústia.
Quais são as causas de ansiedade?
É necessário saber que a ansiedade é, no início, uma reação normal, um sinal de alarme do organismo perante certos acontecimentos da vida quotidiana. Se ela está controlada, a ansiedade atua, sobretudo, como estimulante.
As dificuldades da vida são habitualmente o fator desencadeante da ansiedade e, nos casos agudos, da angústia. Além disso, as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos interiores no domínio afetivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa. A dor e o abuso de certas substâncias (café, chá, tabaco, álcool e drogas diversas) podem também desencadear episódios ansiosos.
Ansiedade e outros problemas psicológicos
Será o stress comparável à ansiedade?
O stress é uma reação de resposta às agressões da vida quotidiana: emoções, choques, ruído, tensão, mudanças, etc. Se as agressões são fortes, o stress pode manifestar-se por ansiedade ou sintomas físicos. As situações de stress permanente podem conduzir a doenças psicossomáticas
Haverá alguma relação entre ansiedade, fobias e ataques de pânico?
A fobia é o medo irracional de um objeto ou situação. Os ataques de pânico são uma manifestação aguda de angústia sem causa aparente declarada, que podem paralisar um indivíduo através de sensação de asfixia e medo de morrer. Todo este conjunto de sintomas não é mais que expressões diferentes de ansiedade
Haverá alguma relação entre ansiedade e depressão?
A ansiedade faz parte do quadro clínico da depressão e está associada de forma variável às alterações de humor e aos estados depressivos. Podemos, assim, dizer que todos os que têm depressão sofrem de ansiedade, mais ou menos pronunciada.
Por outro lado podemos afirmar que a maioria das pessoas em que a ansiedade se manifesta num grau elevado pode acabar num estado depressivo, o que significa que sempre que haja uma ansiedade importante deve-se consultar o médico, visto ser o único que o poderá ajudar.
Que fazer quando se está ansioso?
Alteração de hábitos de vida
É necessário não esquecer que a ansiedade é um fenômeno universal que faz parte da nossa existência. Frequentemente, simples medidas de higiene de vida e a mudança de hábitos quotidianos, podem diminuir ou mesmo eliminar as reações ansiosas. Reconsidere o seu modo de vida
• Espreguiçar
Em vez de contar com o café para acordar, dedique alguns momentos a uma série de pequenos exercícios, que acabarão com a lassidão matinal, permitindo um relaxamento muscular, o que contribui para um bom início do dia.
Espreguice-se lentamente até se aperceber de uma agradável sensação de relaxamento muscular. Pode distender os músculos até sentir um ligeiro incômodo, mas nunca até à dor.
Mantenha a distensão 10 a 30 segundos, pare e recomece de novo, 2 a 3 vezes.
• Massagem
A automassagem estimula e contribui para dissipar a fadiga do início do dia. Comece por estimular o couro cabeludo, agarrando num punhado de cabelos em cada mão e puxando durante 5 segundos, até que todo o seu couro cabeludo esteja estimulado. Feche a mão, mas não com força, e bata ligeiramente em todas as partes acessíveis do seu corpo, à exceção da coluna vertebral.
• Saia a tempo
Contra o atraso dos transportes públicos ou o congestionamento de trânsito, nada se pode fazer. No entanto, você pode decidir sair um quarto de hora mais cedo, o que de certo diminuirá consideravelmente a ansiedade matinal no trajeto casa-trabalho
• Organize o seu trabalho
A falta de organização e de planificação são as causas mais frequentes da ansiedade no trabalho. Em cada dia estabeleça um programa de tarefas a cumprir e prioridades. Assim não só evitará os “esquecimentos”, mas, sobretudo, terá a impressão de controlar melhor as suas tarefas.
• Personalize o seu ambiente de trabalho
É no seu local de trabalho que você passa a maior parte do seu tempo, por isso é essencial que o torne não só agradável, mas confortável e com algo seu. Utilize pôsteres, fotografias, plantas verdes, luz, ou todos os elementos de decoração que lhe agradem de modo a criar o “seu canto”.
• Comunique
Muita gente tem tendência a permanecer calado, guardando para si os seus pensamentos e problemas. Fará melhor em conversar. Quer por si, que falando, esclarece e desdramatiza a situação, quer pela sua família e amigos, na medida em que, se ficar calado, pensarão serem culpados dos seus problemas, ou que não deposita confiança neles. Em caso de conflito com alguém não adie o momento de falar à pessoa em questão.
• Relaxamento
Consiste numa contração sistemática dos principais músculos do corpo, seguida de uma distensão. O efeito calmante é muito rápido: 10 a 20 minutos
- Instale-se num lugar tranquilo, descalço e vestido confortavelmente.
- Deite-se de costas, braços ao longo do corpo e com as palmas das mãos viradas para cima.
- Inspire profundamente, retenha a respiração durante alguns segundos e expire lentamente.
- Contraia com a maior força possível os músculos da face durante 5 segundos.
- Faça o mesmo com os músculos dos ombros, dos braços, das mãos, até aos dedos dos pés.
- Finalmente permaneça imóvel durante alguns minutos imaginando algo de agradável.
• Sono
Alguns pequenos “truques” para melhor adormecer:
- Evite os excitantes á noite, coma um jantar leve e não muito tarde.
- A leitura é frequentemente um bom meio para relaxar desde que esteja confortavelmente instalado: sentado, com apoio nas costas, pescoço e cabeça.
- Se acordar com dores nas costas, durma de costas com uma almofada debaixo dos joelhos e com uma toalha enrolada apoiando o pescoço.
- Adote uma posição cômoda para dormir; deite-se de lado, coluna vertebral e pescoço nivelados, cotovelos joelhos e fletidos.
Por outro lado, concentrar o seu interesse sobre algo preciso, pode ajudá-lo a eliminar um episódio ansioso.
Tranquilizantes
Porque é que o seu médico lhe receitou um tranquilizante?
Existem situações - quando a ansiedade é muito intensa e se torna um entrave às suas atividades ou às suas relações diárias - em que o diálogo é insuficiente para o ajudar a acalmar-se. Um tranquilizante pode eventualmente ser-lhe receitado, se alguma situação penosa desencadear um estado depressivo-ansioso acompanhado de insônias e pesadelos. Para permitir ultrapassar esse período difícil o seu médico deve receitar-lhe um tranquilizante.
Somente o seu médico está apto  a saber  se a sua ansiedade poderá ser ultrapassada, modificando o seu modo de vida ou se deve ser tratada com medicamentos. De toda a maneira, somente ele, pelos seus conhecimentos profissionais e informação fornecida pela indústria farmacêutica, sabe exatamente quando e porquê deverá receitar um tranquilizante. Assim, a sua utilização deve ocorrer sob indicação do médico, durante um período limitado, e a dose e posologia recomendadas pelo médico devem ser respeitadas.
Uma coisa é certa. A automedicação não é solução e a mudança de medicamento sem o acordo do seu médico também não. Outro erro será você dar tranquilizantes a crianças e jovens sem o seu médico saber, pois corre o risco de eles passarem a recorrer ao medicamento ao mínimo problema e de se tornarem incapazes de controlar as dificuldades nas situações de stress ou de ansiedade.
O seu médico receitou-lhe um tranquilizante – como é que ele atua?
O tranquilizante que o seu médico lhe receitou é um medicamento eficaz, que vai reduzir a sua ansiedade, provocando-lhe uma sensação de calma interior e bem estar. Pode produzir igualmente algum relaxamento muscular que será benéfico se estiver tenso, e, mais ainda, permitir-lhe-á um melhor sono.
Porque é que os tranquilizantes são objeto de numerosas críticas?
Provém do fato de os tranquilizantes serem atualmente os medicamentos mais receitados e utilizados em todo o mundo, em virtude de aumentar a tendência a resolver os problemas de ansiedade por meios químicos. Estas substâncias provocam um sentimento de bem estar, diminuindo as sensações desagradáveis causadas pela vida quotidiana. Assim os tranquilizantes adquirem um poder mágico e são considerados panaceias capazes de afastar o mal-estar sem que se tenha de fazer esforços para o ultrapassar.
O tranquilizante que o seu médico receitou terá efeitos secundários indesejáveis?
Em geral os tranquilizantes são bem tolerados e isentos de toxicidade, e o que o seu médico escolheu está certamente adaptado ao seu problema. Mas mesmo assim, como todos os medicamentos, eles podem ser acompanhados de efeitos secundários. O seu médico com certeza teve em conta a sua sensibilidade, e se um problema surgir deve informá-lo de forma que possa rever ou adaptar a receita.
No início do tratamento os efeitos indesejáveis podem surgir sob a forma de sonolência eventual, e sensação de fadiga. Se houver abuso ou superdosagem do tranquilizante, podem surgir vertigens e problemas de deslocação, em particular no idoso. É desaconselhado a ingestão de álcool visto ocorrer o risco de diminuição de reflexos e sonolência, o que influenciará, por exemplo, a condução automóvel. Em casos muito raros podem aparecer problemas de memória ou risco de amnésia nas horas imediatas à toma do produto . No entanto, esta situação sucede mais com tranquilizantes usados como indutores do sono.
Em pessoas já habituadas a tomar estes medicamentos, estas reações não são tão intensas.
Pode-se tomar um tranquilizante com outros medicamentos?
De modo geral é possível combinar um tranquilizante com outros medicamentos, sem que surjam problemas. Somente deve saber-se que nas associações com neurolépticos, hipnóticos ou antiepiléticos, o efeito sedativo destes medicamentos pode ser reforçado. De qualquer maneira somente o seu médico pode decidir usar tranquilizantes combinados com outros medicamentos
Que se entende por abuso de tranquilizantes?
O abuso de tranquilizantes é o ato de os tomar em grande quantidade e regularmente, por um ou por outro motivo, mesmo que não seja necessário. Existe igualmente abuso quando estas substâncias são tomadas sem prescrição médica.
Que se entende por dependência de tranquilizantes?
O uso prolongado de tranquilizantes pode provocar dependência. Em certos casos em que o controle da ansiedade é mais difícil, o seu médico poderá receitar-lhe um tranquilizante por um período mais longo. É por esta razão que a duração do tratamento que foi receitado deve ser respeitada.
Um tranquilizante bem receitado deve ser somente uma ajuda passageira, e não o deve levar a perder a sua autonomia de reação, e a sua capacidade de enfrentar a realidade da vida. A dependência de tranquilizantes limita a sua liberdade e facilidade de resolver os seus problemas quotidianos e pessoais.
Quando a dependência de tranquilizantes está instalada, deixa-se de poder passar sem eles. A parada súbita de consumo exagerado de tranquilizantes provoca inevitavelmente um estado de carência. As consequências mais frequentes são: irritabilidade, nervosismo, insônia, e um sentimento geral de mal-estar interior. Perante esta situação somente o seu médico lhe poderá dizer se se trata de um estado de reaparecimento de ansiedade, visto os sintomas serem por vezes idênticos. De qualquer modo o seu médico o informará como ultrapassar esta situação
Como fazer para parar uma medicação com tranquilizantes à qual se está habituado?
Uma vez passado o período crítico, o medicamento não será mais necessário. Impõe-se então uma parada do tratamento, e se ela se tornar difícil, a maneira mais adequada será a diminuição lenta e gradual das doses de tranquilizantes.
É possível reduzir todos os 15 dias a medicação de 1/4 ou 1/8 das doses consoante os casos. Evitar-se-á assim as reações de privação. Além disso, é importante que a redução e suspensão de um tranquilizante seja inserida numa mudança de hábitos quotidianos visto que uma parada brusca pode induzir ao reaparecimento da ansiedade. O seu médico poderá indicar-lhe quais os meios a utilizar se a suspensão se tornar difícil.

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