quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como orientar seu adolescente sem castigo ou raiva - 438

Como orientar seu adolescente sem castigo ou raiva

Por PEG DAWSON, ED.D.

Adolescentes e gêmeos com deficit de funções executivas precisam de um estímulo extra para continuarem em frente. Aqui estão 8 maneiras de ajudá-los a encontrar e a permanecer no caminho certo, sem se tornar um pai “helicóptero”.

1- O Cérebro Adolescente

Por que todo o drama? Ele vai falar comigo de novo? Por que ele se transforma tão rapidamente num anjo ou num demônio? A química cerebral muda dramaticamente durante a adolescência e a puberdade. Os pais devem se inteirar dos processos neurológicos e emocionais que estão em jogo, antes de tentar melhorar a comunicação com seus gêmeos ou adolescentes com TDAH, e ajudá-los a construir habilidades de funções cognitivas. Suas estratégias devem levar em conta as realidades do desenvolvimento do cérebro do adolescente. Suas mentes estão mudando diariamente, e assim deve ser com suas estratégias de ajuda.

2- Quais São as Habilidades Executivas?

Habilidades executivas são funções cerebrais que ajudam os adolescentes a controlar o comportamento, estabelecer e conquistar metas, equilibrar desejos com responsabilidades, e a aprender a agir de modo independente, embora reconhecendo a necessidade de orientação. Clinicamente, elas compreendem onze habilidades críticas para o sucesso na escola e na vida:

- inibição da resposta

- memória de trabalho

- controle emocional

- flexibilidade

- atenção sustentada (mantida)

- inicio de atividades

- planejamento e estabelecimento de prioridades

- organização

- controle do tempo

- persistência na direção dos objetivos a conquistar

- metacognição

3- Deficit de Função Executiva, Não Defeitos de Personalidade

Em muitos adultos, as funções executivas demoram 25 anos para se desenvolver. Para adolescentes com TDAH, pode ser até a idade de 30 anos. Quando as habilidades de função executiva permanecem atrasadas, nós frequentemente rotulamos os adolescentes como preguiçosos ou oposicionistas, quando, na verdade, os problemas são neurológicos, com o iniciar atividades e atenção mantida. Quando se comunicar com seu adolescente, fale sobre os problemas e frustrações que eles estão encontrando em vez de falar das habilidades ou da falta de habilidades por trás desses problemas.

4- Escolha Suas Batalhas

Você não tem de brigar por tudo. Há ocasiões nas quais você pode, e deve, se afastar. Você pode decidir não transformar algo em uma briga, tentando conhecer seu filho (e a si mesmo) bem o suficiente para descobrir maneiras rápidas de esfriar qualquer situação. Não deixe que seu filho lhe domine, em vez disso, mostre que você está no comando e como você reage, modelando o controle emocional para seu filho. É uma arte, não uma ciência, então não se culpe se perceber que está falhando mais do que queria, ao longo dessa jornada.

5- Use As Consequências Naturais

Em alguns cenários, a punição do adolescente é o suficiente. Por exemplo, uma criança que excede a quantia permitida no telefone. Ela tem de pagar a quantia extra ou perder o privilégio de usar seu telefone quando atingir o limite combinado. São consequências naturais das ações. Deixe seu adolescente passar por isso, para que ele entenda a conexão entre causa e efeito. Ou,você pode lembrá-lo de que o seu comportamento é o gatilho das consequências. Diga, “Quando eu escuto aquele tom, significa que você está de castigo. Quando você se desculpar pela coisas más que falou, você poderá sair”. Isso dará ao seu filho um papel ativo em evitar punições.

6- Dê Privilégios De Acordo Com O Desempenho

Em termos leigos, isso significa: Se você fizer isso, ganhará aquilo. Pode ser algo muito simples, como: se você terminar sua lição de casa, você poderá gastar maia hora se divertindo com o que quiser, antes de ir dormir. Ou, se você terminar seu trabalho de casa, terá seu celular de volta. Determine os privilégios de presentes para que os adolescentes tenham um incentivo real para terminar o trabalho que se relaciona com as coisas que eles querem, como tempo para videogames. Adicionalmente, mantenha o compromisso de premiar as crianças pelo bom comportamento. Se você notar que seu filho está sendo amável co o irmão, coloque uma bola de gude em um jarro. Quando o jarro estiver cheio, ele ganhará uma guloseima especial.

7- Esteja Aberto À Negociação E A Fazer Acordos

Na adolescência, os meninos devem ter mais responsabilidades e os pais devem relaxar um pouco a autoridade (não toda). Para que isso funcione, os pais devem tentar entender respeitosamente de onde os filhos estão vindo, o que eles querem que os filhos queiram e estar dispostos a negociar uma solução que deixe a todos contentes. Pergunte a seu filho como ele resolveria o problema. Adolescentes estão mais dispostos a participar de um plano se eles se sentirem um parceiro igual, contribuindo para a elaboração das regras.

8- Mantenha-se Vigilante

Quando você ajusta um contrato de comportamento, ou um acordo, você não pode achar que a palavra do seu filho seja o bastante para garantir que ele esteja seguindo as regras. Você precisa criar um modo confiável para verificar isso. Por exemplo, se você criar um plano de controle de entrega de trabalho de casa, passe e-mail aos professores toda quinta-feira à noite para perguntar: “Você pode me dizer se meu filho fez seu trabalho de casa essa semana?”. Esse relatório semanal pode ser escrito no plano escolar IEP ou 504 [nos Estados Unidos há leis para o controle escolar de TDAH], e isso pode determinar se seu filho está fazendo a parte dele no acordo.

9- Envolva Os outros

Você não precisa fazer tudo sozinho. Às vezes, faz mais sentido encaminhar o adolescente para mais alguém. Por exemplo, se o seu filho tem TDAH, deixe que ele fique mais um tempo com seu tio, um adulto bem sucedido, com TDAH, ou um amigo de escola para ver um modelo diferente de atitude. Algumas vezes, adolescentes responder melhor às perspectivas que não são as dos seus pais.

10- Faça Perguntas

Em vez de fazer sugestões ou de dar ordens, tente fazer perguntas para obter informação. “Então, o que você tem de trabalho de casa para esta noite?” Quando você está pensando em começar aquele trabalho de ciências?” “Você acha que vai ter o tempo suficiente para terminá-lo?” Isso ajuda os garotos a percorrer o processo de um modo em que eles não haviam pensado. Então, use uma linguagem que dê apoio ao desenvolvimento de funções executivas, tal como “Qual é o seu plano? O que você tem de fazer primeiro? Quanto tempo isso vai demorar?”

11- Use Dicas Positivas De Comunicação

Essas ideias estão em um livro de Arthur Robin, e sugerem maneiras de trocar maus padrões quando os membros das famílias não estão se comunicando bem entre si. Se isso estiver acontecendo com sua família, tente essas estratégias.

- Xingar um ao outro . > Expresse sua raiva sem machucar.

- Ofender uma ao outro. > Diga, “Estou bravo porque você fez isso.

- Interromper uma ao outro. > Cada um fala por vez, sendo breve.

- Criticar muito. > Aponte o que é bom e o que é ruim.

- Ficar na defensiva. > Escute, então, calmamente discorde.

- Dar lição. > Fale direto e pouco.

- Falar em tom sarcástico. > Fale em tom normal.

- Revolver o passado. > Atenha-se ao fato presente.

- Ler a mente dos outros. > Peça outras opiniões.

- Comandar, dar ordens. > Peça gentilmente.

- Atitude de ficar em silêncio. > Diga o que o está incomodando.

- Dar pouca importância a algo. > Leve tudo a sério.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH - 437

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos porque eles se recusam a pedir ajuda” Como ajudar seu filho a reconhecer suas habilidades, ter responsabilidade e ter sucesso no ensino médio.

Por Blythe Grossberg, PSY.D.

Meninos adolescentes enfrentam sua carga de obstáculos na escola: Geralmente eles estão inquietos na sala de aula, e suas habilidades verbais estão atrasadas em relação às das meninas. Como resultado, eles ficam atrasados em relação às meninas com TDAH (e em relação às meninas sem o transtorno) nas notas dos testes padronizados e taxas de admissão à universidade. Isso é especialmente verdadeiro para os adolescentes meninos com TDAH.

Enquanto os meninos com TDAH tipicamente têm maior necessidade do que as meninas de ajuda acadêmica de seus pais e professores, eles são menos dispostos a aceitar isso por causa de seu ímpeto independente.

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos,” diz Judith Levy Cohen, M.Ed., uma especialista certificada, com prática privada em Nova Iorque.

Eles se recusam a pedir ajuda quando precisam; em vez disso, seu mantra é ´Quero fazer tudo por mim mesmo!´ [ I want to do it all MY BYSELF!} Isso não é um erro de impressão [O correto seria dizer ALL BY MYSELF = Tudo por mim mesmo]. Dois meninos em minha classe, ambos com TDAH, são tão distraídos que eles invertem as palavras e nunca percebem!”

Aqui estão algumas estratégias que lhe permitirão ajudar seu filho, sem pisar nos pés dele.

1- Reforce suas habilidades

Procure atividades em que um menino seja bom e que ame”, sugere Fiona St. Clair, uma especialista em aprendizagem de Manhattan, que trabalha com crianças com TDAH. “É impressionante como os esportes, a música, ou outras artes podem melhorar os problemas de atenção.”

Encontrar uma atividade favorita do menino e elogiá-lo por suas conquistas, pode remover os obstáculos para ele pedir ajuda.

Se o seu filho estiver praticando guitarra, você pode dizer. `Você está fazendo um bom trabalho, aplicando-se nele. Como nós poderíamos utilizar essa capacidade sua em outras áreas, como, digamos, matemática ou ciências?” [Prepare-se para a cara feia].

2- Conecte-o a bons modelos

Eles podem não dizer, mas muitos meninos com TDAH têm a crença de que eles nunca terão sucesso neste mundo”, diz Michael Riera, Ph.D., chefe da Redwood Day School, em Oakland, Califórnia, e autor do livro Staying Connected To Your Teenager: How To Keep Them Talking To You And How To Hear What They´re Really Saying.[Fique ligado ao seu adolescente. Como mantê-lo conversando com você e como ouvir o que ele realmente está dizendo].

Saber sobre pessoas bem sucedidas com TDAH e encontrar-se com elas, pode mudar aquele medo na cabeça dele. Riera aconselha meninos com TDAH a seguir um adulto com TDAH em seu local de trabalho, por um dia, para ver se alguns trabalhos são amigáveis para quem tem TDAH. (Os pais podem procurar alguma organização local para encontrar esses mentores [Nos Estados Unidos é fácil. Aqui, duvido que achem]. “Adultos podem contar o que o TDAH fez com eles e como eles lutaram para serem bem sucedidos”, diz Riera.

3- Seja paciente em relação ao progresso

Nos primeiros anos da adolescência, os estudantes recebem uma grande carga de trabalho, mas alguns deles não têm as habilidades necessárias para lidar com isso. Meninos com TDAH tendem a ficar para trás de colegas nas habilidades de funções executivas – a habilidade de planejar, priorizar e organizar seu trabalho.

A cultura exige que os meninos sejam mais independentes que as meninas, mas se eles têm problemas com as funções executivas, eles não estão prontos para serem mais independentes”, diz St. Clair. “Então eles se tornam difíceis de se alcançar”

Os especialistas recomendam que os pais sejam pacienciosos.”Os meninos geralmente fazem grande progresso aos 15 ou 16 anos” diz St. Clair. “Nessa época, eles estão se acostumando a trabalhar de maneira independente.”

Na adolescência, muitos meninos com TDAH começam a dominar técnicas que ajudam os estudantes de ensino médio a terminar os trabalhos, tais como partir sua tarefa em partes menores, mais fáceis de realizar.

Os pais devem se lembrar que um menino não precisa dominar tudo ao final do ensino médio”, diz Riera.

4- Deixe que ele tome as próprias decisões

Riera aconselha os pais a deixarem que seus filhos adolescentes tomem suas próprias decisões, dentro e fora da escola.

Da escola elementar em diante, as atividades acadêmicas são selecionadas e reunidas para crianças, e as escolas exigem dos estudantes, em detrimento de sua vida social”, ele diz. “Quando os filhos vão para a faculdade, eles devem estar academicamente à frente, mas provavelmente não têm se desenvolvido social e moralmente.”

Riera sugere que “os pais deem aos filhos a oportunidade de testar sua capacidade de tomar decisões, permitindo que eles tomem decisões erradas.” Ele acredita que cometer erros dá aos meninos com TDAH algumas vantagens sobre seus colegas não TDAH quando entram na faculdade.

Riera conta às crianças com diferenças de aprendizagem e TDAH, “que a boa notícia é que, quando você se graduar do ensino médio, você estara sabendo como trabalhar sob pressão. Para mim, isso é a chave do sucesso.”



Quer o segredo para motivar adolescentes? Comece com essas três questões – 436


Tirar um adolescente com TDAH da cama é muito difícil. Fazer com que ele planeje o futuro? Quase impossível. Ponha seu adolescente nos trilhos encorajando-o a fazer a si mesmo essas perguntas, quo o tornarão mais produtivo – e motivado – em somente cinco minutos. Por Wes Crenshaw, PH.D.

Para quem tem TDAH, lidar com cada objeto, ideias, obrigações, acontecimentos, relacionamentos, prazos, o fazer, e expectativas é devastador. Mesmo que você utilize listas e apps (aplicativos) para mantê-lo em dia com suas atividades, ter as coisas feitas acaba sendo o resultado de como você faz seu cérebro se debruçar sobre o problema que você precisa resolver, quando você precisar resolvê-lo.

Seja o caso de terminar uma obrigação diária, ou tomar uma decisão importante em sua vida, ou apenas levantar-se pela manhã, a resolução de problemas requer atenção plena – estar ciente de si mesmo, de seus pensamentos e de suas intenções. Isso é onde muitas pessoas com TDAH falham. Estar completamente atento traz imagens de olhar para um abismo imaginário, de meditação ou de seguir os conselhos de um guru. Não é disso que estou falando agora.

A meditação é benéfica, e atingir a atenção completa é mais da prática e menos complicado do que você pode pensar. Você pode viver uma existência mais consciente se fizer três perguntas:

1 – O que eu estou fazendo? Você precisa fazer essa pergunta umas 20 vezes ao dia. Muitas vezes nós tropeçamos vida afora sem nos perguntarmos com o que estamos envolvidos e para onde estamos indo com isso. Sim, algumas pessoas seguem somente sua intuição, sentindo sua trajetória de uma situação a outra. Mas para o pessoal com TDAH, isso é um arranjo para um mau dia. Melhor voltar atrás e avaliar o que está acontecendo nesse momento com você, com seu ambiente e com os que estão à sua volta.

Sente-se em seu carro pela manhã, ou antes de deixar sua casa para pegar o ônibus, e pergunte-se se você tem tudo o que precisa para fazer suas obrigações do dia. Veja o que há em sua agenda e verifique sua mochila ou maleta. Eu toco em meu telefone, na minha carteira, nos meus óculos de leitura, e na caixinha de remédios para me assegurar que tudo está bem. Quando você sabe o que está fazendo, você pode fazer a próxima pergunta.

2- O que eu penso que estou fazendo? Essa questão é a raiz do que chamamos intenção, que é necessária para a tomada de decisões, planejamento, estabelecimento de metas e realizações, grandes ou pequenas. Para fazer com que as coisas boas aconteçam em sua vida (levantar-se, ir à faculdade, encontrar-se com a namorada, manter um emprego, decidir se vai ter sexo), você tem de saber o que você quer e ir em frente. Isso parece correto, mas os humanos não são animais que agem somente por instinto. Temos pensamentos conflitantes e emoções que influenciam nosso comportamento. Separar essas coisas é um pesadelo de organização para os que foram diagnosticados com TDAH. Um bom começo para fazer algum progresso é responder à terceira questão.

3- Por que isso é importante? Fazer o que você deseja fazer somente dá certo se você somar alguma coisa à sua vida. Você sabe o que os pais sempre dizem, “Nós só queremos que você seja feliz!” Isso parece doce, mas, creia-me, eles não querem isso. O que eles realmente querem de você é uma vida que tenha significado – para você e para os que estão à sua volta. Para ter uma vida com significado, pergunte a si mesmo por que é importante que você acorde cedo, que estude biologia, que vá trabalhar, ou comprar alguma coisa. Muitas coisas são importantes em sua vida, e você precisa descobri-las.

Para quem tem TDAH, pode ser difícil conseguir um significado. Para alguns, muitas coisas são importantes, e é difícil escolher entre elas qual é prioritária. Para outros, nada importa o suficiente para fazer uma diferença. Em cada caso, a resposta é perguntar a si mesmo se o que você está fazendo importará em uma grande diferença hoje, e realizar essa diferença.

Outro truque para construir uma prática de meditação diária é limitar o tempo que você gasta nisso. Se você tirar, digamos, uma hora para pensar nas três questões, você desistirá, porque essa não é uma maneira eficiente de gastar o tempo. Em vez disso, tire entre um e cinco minutos várias vezes ao dia. Eu não envio um e-mail importante sem fazer as três questões.

Todos têm problemas com a intensidade da vida. Por ser a organização difícil para algumas pessoas com TDAH, esse esforço pode ser insuperável. Não é. Faça a si mesmo as três perguntas e tome alguns minutos para escutar suas próprias respostas.




sexta-feira, 16 de junho de 2017

TDAH - ADHD - Você esqueceria sua cabeça se ela não estivesse grudada no seu pescoço” - 435

Você esqueceria sua cabeça se ela não estivesse grudada no seu pescoço”

Se o seu filho se esquece de entregar o trabalho de casa já feito à professora, se ele se esquece das tarefas a serem feitas, ou de trazer para casa os boletins, tente essas estratégias testadas pelas mães para melhorar a memória de trabalho das crianças com TDAH.

Por Melinda Boring

Você sempre ajudou seu filho com as tarefas de casa apenas para ele esquecer de entregá-las à professora? Você fica desconcertada quando seu filho consegue soletrar as palavras corretamente em casa, mas, na escola ele erra as mesmas palavras no teste de soletração?
Essas experiências são comuns nas crianças com TDAH. Ter uma memória de trabalho fraca, além de ser facilmente distraído, leva muitas dificuldades para reter a informação. Aqui estão várias estratégias de lembrar-se, que funcionaram para melhorar a memória dos meus filhos.

1- Seja emocional. Emoções positivas estabelecem um novo palco para novos aprendizados. Quando você se envolve nas emoções do seu filho, ele estará mais apto a se lembrar da informação. Tente introduzir um tópico contando uma história com um personagem ou circunstância com que seu estudante possa se identificar. Quando seu filho estiver se esforçando para memorizar os fatos da matemática, lembre a ele de uma história ou de um filme ou vídeo que ele leu, ou assistiu, no qual um cachorro ou um menino descobre o caminho de volta para casa em mio a vários desafios. Se você não consegue pensar em uma história pertinente, ajude o estudante a se lembrar de uma ocasião em que ele enfrentou uma tarefa muito difícil e conseguiu completá-la. Esses sentimentos agradáveis podem motivar e envolver o estudante conforme ele aprende novas matérias.

2- Seja criativo. A novidade ajuda as crianças com TDAH a se lembrarem da informação. Introduza um assunto com uma breve demonstração, usando objetos reais ou atividades com as mãos, para atrair a atenção dos estudantes.. Escreva palavras num papel em branco, de modo a que eles consigam enxergar através de uma folha de plástico com bolhas. Dê 30 segundos para o estudante ler tantas palavras quanto ele conseguir, estourando cada bolha à medida que ele prossegue. Outras estratégias criativas incluem inserir um lápis em uma laranja para mostrar como a terra gira e orbita ao mesmo tempo, ou deixe as crianças assistirem a um vídeo no YouTube sobre um acidente de skate, antes de ensinar sobre anatomia ou primeiros socorros.

3- Utilise dicas sensoriais. As pesquisas mostram que o cheiro do hortelã-pimenta aumenta a atenção e facilita a aprendizagem. Deixe seu filho chupar pastilhas de hortelão enquanto ele estuda. Se a escola não permite doces em classe, pingue algumas gotas de óleo essencial de hortelã em uma bolinha de algodão. Seu filho pode puxá-la da bolsa e dar uma cheiradinha quando sua concentração precisar de um empurrão.

4- Crie métodos mnemônicos. Esses auxiliares e estratégias da memória melhoram a memorização. Eis aqui os meu favoritos:
- Acrônimos usam a primeira letra de cada palavra em uma sequência para melhorar a evocação do seu filho. Por exemplo, use COW (vaca) para que ele se lembre dos estados da costa oeste dos Estados Unidos (Califórnia, Oregon e Washington)
- Acrôsticos ajuda a criança a se lembrar pelo uso de frases que começam com a primeira letra de cada item a ser lembrado. Em ciências, você pode usar a frase Kings Play Chess On Finely Ground Sand para que ele se lembre de Kindon (Reino), Phylum (Filo), Class (Classe), Order (Ordem), Family (Família), Genus (Gênero), Species (Espécie).
Para a ordem algébrica das operações use Please Excuse My Dear Aunt Sally (Parênteses, Expoentes, Multiplicação, Divisão, Adição, Subtração). Em música, para lembrar-se das notas das linhas de baixo até em cima, use Every Good Boy Does Fine
(EGBDF). Para geografia, Never Eat Sggy Waffles (Norte, Este, Sul, Oeste), aguçarão as habilidades da criança com os mapas. Acrósticos farão com que você saiba que se lembrou de todos os itens de uma lista.
- Mnemônica de rima de números. Selecione objetos que rimam com os números de 1 a 10. Exemplo: 1 = sun (one = sun)(uã = sã)(um = sol); 2 = shoe, 3 = tree etc. Para aprender a informação nova, o estudante visualiza a rima dos números interagindo com os itens a memorizar. Exemplo: A criança precisa precisa ir ao quarto de dormir e trazer de volta três coisas: um lápis, um moleton e um livro. Um estudante pode imaginar um lápis pegando fogo no sol, tirando o moleton de um sapato e subir numa árvore para pegar o livro. [NT - Sejam criativos professores brasileiros e portugueses, para as adaptações do ingês para o português]

5- Movimente-se. Permitir que o estudante se movimente enquanto aprende é, às vezes, tudo o que é preciso para aumentar a motivação e a retenção da matéria. A atividade física reduz o estresse e aumenta a energia, e pode ajudar a informação cruzar a linha média do cérebro, de modo a que ela seja compartilhada pelos dois hemisférios. Isso aumenta a possibilidade de que a informação mude da memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Uma criança pode permanecer ativa e melhorar a evocação ao brincar com um objeto nas mãos. Manipular objetos com as próprias mão estende a faixa de atenção e o foco.
O cérebro TDAH ama variedade, brevidade e novidade. Depois que você ensinar as estratégias acima ao seu filho, deixe que ele crie as suas próprias. Embora essas dicas e truques de memória suportem a memória de trabalho fraca e melhorem a evocação, sempre haverá alguns novos para experimentar. Trabalhe com seu filho para descobrir novas estratégias.


segunda-feira, 3 de abril de 2017

van Gogh

Um melhor jeito de achar a dose ideal de metilfenidato de liberação controlada (Ritalina LA e Concerta) - 434

Um  melhor jeito de achar a dose ideal de metilfenidato de liberação controlada (Ritalina LA e Concerta) - 434

Acrescentar mais medicação aos poucos por um longo período de tempo pode ajudar adultos com TDAH mais eficientemente a reduzir seus sintomas.

Por Devon Frye - 24/março/2017

Uma nova pesquisa sugere que a remissão dos sintomas do TDAH – assim como melhor tolerância à medicação – é mais provável de acontecer com longos períodos de ajuste crescente da medicação, até encontrar a dose ideal.
A pesquisa, publicada no número de janeiro do Journal of Clinical Psychiatry, examinou 279 pacientes adultos, tratando 141 deles com metilfenidato de longa liberação e os restantes 138 com um placebo. Cada paciente iniciou com dose de 18 mg. Por um período de seis semanas, a dosagem podia ser aumentada pela adição de mais 18 mg por semana – processo conhecido como titulação – até que os sintomas fossem reduzidos abaixo de um nível ou que os efeitos colaterais se tronassem intoleráveis.

Os sintomas foram medidos com o uso de uma escala (AISRS) – Escala de Avaliação por Notas de Sintomas do TDAH.
As notas da AISRS variavam de zero a 54, com 18 sendo geralmente considerado a nota da linha de base de adultos com sintomas não controlados do TDAH.

No grupo que tomou metilfenidato, 13,6% permanecerm na dose inicial de 18 mg até o final da sexta semana, enquanto 23,1% teve de aumentar até 36 mg, 24,3% até 54 mg e 39,1% terminou com 72 mg.
Quase a metade dos do grupo de metilfenidato – 45% - tiveram uma completa remissão dos sintomas (indicados por uma nota da AISRS de 18 ou menos). Os indivíduos que tomaram metilfenidato também relataram melhor qualidade de vida, maior produtividade no trabalho e melhora da função cognitiva quando comparados ao grupo placebo.

A pesquisa difere de outras, segundo os autores, por permitir um maior período para descobrir a dose ideal de medicação de cada indivíduo. Pesquisas anteriores com o metilfenidato “não exploraram a possibilidade de que ao permitir ajustes adicionais do metilfenidato de liberação controlada – sistema OROS - (Ritalina LA e Concerta) poderia ser obtida melhora mais significativa, com remissão dos sintomas ou melhor tolerabilidade”, escreveram os autores.

"Essa melhora ao longo do tempo, assim como as pioras e melhoras dos sintomas e as respostas, sugerem que os clínicos devem pensar em um maior período de tempo, semanas ou até mais, para o ajuste das doses do metilfenidato OROS (Ritalina LA e Concerta), com o contínuo monitoramento, de tal modo que os benefícios de uma dose particular tenham tempo suficiente para aparecer”, concluem.








terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Grande Pesquisa de Imagem Mostra Diferenças Estruturais do Cérebro em Pessoas com TDAH. - 433

Grande Pesquisa de Imagem Mostra Diferenças Estruturais do Cérebro em Pessoas com TDAH.

Áreas críticas do cérebro são menores em pessoas com TDAH, dizem os pesquisadores, provando que a condição, tão frequentemente marginalizada, deveria ser vista como um transtorno originado no cérebro. Por Devon Frye – Fevereiro de 2017


Ressonâncias magnéticas cerebrais de mais de 3 mil pessoas forneceram mais evidências de que as pessoas com TDAH têm cérebros estruturalmente diferentes das pessoas sem o transtorno, de acordo com um novo estudo promovido pelo National Institute of Health. As diferenças – que foram mais pronunciadas nas crianças do que nos adultos – tornam mais claro do que nunca que o TDAH é um transtorno do desenvolvimento cerebral e não simplesmente um rótulo, diz o artigo dos autores.

A pesquisa, publicada dia 15 de fevereiro no The Lancet, foi financiada pelo NIH, mas conduzida pelo ENIGMA Consortium, uma cooperativa internacional que se focaliza nas bases genéticas dos transtornos psiquiátricos. ENIGMA recrutou 3.242 voluntários com idades de 4 a 63 anos, 1.713 com TDAH e 1.529 sem, para fazer as ressonâncias magnéticas.

Os participantes com TDAH mostraram volumes menores em sete regiões-chave do cérebro: núcleo caudado, putamen, núcleo acumbens, pálido, tálamo, amígdala e hipocampo. Dessas regiões, muitas foram associadas ao TDAH no passado, mas a amígdala pode ser particularmente importante, apontaram os pesquisadores, porque ela tem um papel importante na memória, na tomada de decisões e no controle emocional. O hipocampo é igualmente envolvido tanto na memória de curto prazo quanto na memória de longo prazo, áreas que geralmente são deficientes nas pessoas com TDAH. Diferenças similares foram encontradas nos cérebros de pessoas com Transtorno Depressivo Maior, uma condição geralmente comórbida com o TDAH.

As variações foram maiores nas crianças, disseram os pesquisadores, e, embora muitos do grupo TDAH estivessem tomando remédios para tratar seu TDAH, isso pareceu não ter nenhum efeito nos resultados das ressonâncias magnéticas. A disparidade entre as crianças e adultos levaram os pesquisadores a fazer a hipótese de que o TDAH esteja ligado a um atraso na maturação cerebral – embora mais pesquisa longitudinal seja necessária para maior entendimento de como o cérebro muda durante o ciclo da vida.

No conjunto, embora essas diferenças sejam pequenas, disseram os pesquisadores, em alguns casos somente poucos pontos percentuais, o grande tamanho da amostra permitiu-lhes identificar padrões mais claros, confirmando estudos anteriores que chegaram às mesmas conclusões, mas cujos tamanhos pequenos das amostras os tornaram inconclusivos. Com mais de 3 mil participantes, esse foi o maior estudo dessa espécie, mostrando clara evidência de que o TDAH seja um transtorno originado no cérebro e não o resultado de falta de educação dada pelos pais ou falta de força de vontade.

" Os resultados de nossa pesquisa confirmam que as pessoas com TDAH têm diferenças em sua estrutura cerebral e, por isso, sugerem que o TDAH seja um Transtorno do cérebro", disse Martine Hoogman, Ph.D., o principal investigador da pesquisa. " Esperamos que isso ajude a reduzir o estigma de que o TDAH seja somente um rótulo para as crianças difíceis, ou que seja causado por má educação dada pelos pais. Isso, definitivamente, não é o caso, e esperamos que este trabalho contribuirá para um melhor entendimento do transtorno"
ADDitude

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Os medicamentos para o TDAH raramente funcionam bem na primeira tentativa. 432

Os medicamentos para o TDAH raramente funcionam bem na primeira tentativa.

Encontrar a medicação mais eficiente para a química própria do seu cérebro ainda é, infelizmente, um processo de tentativa e erro. É difícil, mas não desista, ao menos antes de ler essas soluções para os problemas comuns das medicações para o TDAH. Por Larry Silver, M.D.

Tomar remédio geralmente é o primeiro passo no tratamento do TDAH. Mas o que fazer se os medicamentos para o TDAH não funcionarem? Ou se os sintomas ficarem piores? Ou quando você ou o seu filho apresentarem efeitos colaterais dos medicamentos?

Leia adiante as soluções para os problemas comuns dos medicamentos que os adultos e as crianças, assim como seus pais, enfrentam.

- Problema: A medicação para o TDAH não funciona.

Quando começam a usar medicação, alguns adultos e pais reclamam que não há nenhuma melhora. A razão mais comum para essa falta de resposta é um diagnóstico errado de TDAH. Pode ser que os comportamentos do seu filho sejam causados por um problema acadêmico, tal como uma Dificuldade de Aprendizagem. Pode ser que seja depressão ou um transtorno emocional e não TDAH adulto. Muitos pacientes contam para seus médicos que eles, ou seus filhos, não conseguem ficar quietos ou prestar atenção às tarefas diárias. Sem fazer perguntas ou realizar testes, o médico faz uma receita.
O diagnóstico de TDAH não é assim tão simples. Critérios específicos devem ser observados antes que um diagnóstico de transtorno de deficit de atenção seja feito: estabelecer que os comportamentos são crônicos (existem desde a infância) e pervasivos (em casa, no trabalho, na escola).

Em alguns casos, o diagnóstico de TDAH pode estar correto, mas a dosagem recomendada pode estar incorreta. Determinar a dosagem correta não se baseia na idade ou no peso corporal, mas em quão rapidamente a medicação é absorvida para a corrente sanguínea e levada ao cérebro. Um adulto de 113 quilos pode precisar de 5 mg, enquanto uma criança de 27 quilos pode precisar de 20 mg. Como a dose necessária é específica para cada paciente, a medicação deve ser iniciada em doses baixas, em 5 mg. Se não aparecerem benefícios, a dose deve ser aumentada em mais 5 mg a cada 5 ou 7 dias até que seja determinada a dose correta.
Finalmente, muitos portadores de TDAH apresentam problemas adicionais, além do seu diagnóstico de TDAH. Os mais frequentes são Dificuldades de Aprendizagem, Transtorno de Ansiedade, Depressão, Problemas com o Controle da Raiva, ou Transtorno Obsessivo-compulsivo. Os estimulantes controlam os sintomas do TDAH, mas não resolvem os sintomas causados pelas outras doenças.

- Problema: A medicação para o TDAH não funciona o tempo todo.

Se as manhãs são difíceis: Pense em como você ou seu filho agem quando estão sob efeito da medicação do TDAH e em como quando não estão. Muitos problemas acontecem antes da medicação começar a funcionar ou quando d dosagem não dura todas as 4 ou 8 horas citadas na bula.

Para se manter, ou ao seu filho, calmo e focalizado pela manhã, tente acordar uma hora mais cedo do que o usual e tomar logo a medicação para o TDAH. Então, volte a se deitar. Para as crianças, se voltar a dormir for difícil, converse com seu médico sobre o uso de Daytrana, um adesivo de metilfenidato (não existe no Brasil). Aplique o adesivo na coxa do seu filho quando ele ainda estiver dormindo e a medicação começará a funcionar em uma hora. Se fizer isso, mais uma dose no começo da tarde poderá ser necessária.

Se você ou seu filho pioram à tarde: Pode ser que haja uma queda da proteção ao meio-dia e as dificuldades apareçam entre as 12 e as 13 horas. Pode ser que você comece a perder o foco em torno das 4 horas da tarde, ou ligado e hiperativo às 8 da noite. Preste atenção para descobrir quando os sintomas do TDAH pioram. Pode ser que o comprimido de 4 horas dure somente 3 horas. Talvez a cápsula de 8 horas que você está dando ao seu filho não esteja liberando o medicamento de modo uniforme. Conte ao seu médico quando a medicação não funciona. Ele poderá reconfigurar a dosagem ou mudar a medicação.

- Problema: A medicação para o TDAH provoca efeitos colaterais.

Perda do apetite. Alguns medicamentos para o TDAH provocam perda de apetite, mas ele costuma voltar ao normal em algumas semanas. Quando não, tente atrasar a primeira dose para depois do café da manhã. O almoço costuma ser o grande desafio. Um almoço diferente do tradicional, tal como um milkshake com suplementos (Ensure), ou uma barra de cereal com proteínas e bem calórica, podem proporcionar os nutrientes enquanto o apetite não estiver muito bom. Para aumentar o apetite na hora do jantar, atrase o comprimido da tarde até a hora do jantar. Se nada disso funcionar, peça ao seu médico um encaminhamento para um nutricionista que tenha experiência no trabalho com TDAH. Se o apetite não voltar, fale com seu médico sobre mudar para outro medicamento estimulante ou para um não estimulante.

Problemas de sono. Os estimulantes afetam a área do cérebro que induz o sono. Pular a dose das 4 horas da tarde pode ajudar, mas não ao custo dos sintomas se tornarem incontroláveis. Se você achar que esse é o caso, tente essa experiência. Com a permissão do seu médico, acrescente um comprimido de 4 horas de ação às 8 horas da noite. Uma pequena dose de estimulante ajuda alguns TDAHs a pegar no sono. Se a experiência falhar e você ou o seu filho não conseguirem dormir, seu médico poderá sugerir Benadryl. Muitas pessoas acham que uma pequena dose de melatonina ajuda no sono.

Outros efeitos colaterais. De trinta a cinquenta por cento dos pacientes com TDAH têm uma comorbidade. Em alguns casos, a medicação estimulante piora essas comorbidades ou faz com que elas se tornem clinicamente aparentes. Se você notar que você ou seu filho se tornem mais ansiosos ou com medo, infelizes ou enraivecidos com os estimulantes, mas que os sintomas somem quando você está sem a medicação, fale com seu médico.

É essencial que os problemas de regulação emocional sejam tratados prontamente. Um médico geralmente receitará um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (SSRI) para tratar esses transtornos. Então a medicação estimulante poderá ser reintroduzida sem causar dificuldades. A medicação poderá ser necessária para tratar o transtorno de tiques, também.

Problemas com a educação dos filhos. Seu filho resiste ou se recusa a tomar a medicação. Eduque seu filho sobre a medicação que ele está tomando. Não conte a ele que é um comprimido de vitamina. Você terá muita dificuldade de reconquistar a confiança dele mais tarde, quando ele descobrir a verdade. Explique o que é o TDAH e como ele afeta sua vida. Conte a ele como a medicação diminui os sintomas do TDAH. Explique que ele pode sentir efeitos colaterais, mas que eles serão controlados pelo médico e por você. Seu filho será mais cooperativo se ele participar do processo de tratamento.

Desacordo entre marido e mulher quanto à medicação do TDAH. No caso de uma criança com TDAH, se um dos progenitores achar de maneira muito segura que ela não deveria tomar a medicação, e dizer isso para a criança, poderão ocorrer sérios problemas. Se a criança tiver visões conflitantes sobre os benefícios da medicação, ela poderá parar de tomar ou questionar o por quê dela ter de tomá-la. Se você é um adulto com TDAH e seu companheiro/a não acreditar que você precise de medicação, isso poderá criar uma tensão em seu relacionamento ou causar dificuldades em outras áreas da sua vida. Marque um encontro com seu médico para discutir o diagnóstico do TDAH e o valor da medicação, junto com seu cônjuge.


domingo, 8 de janeiro de 2017

TDAH - O tratamento do seu filho é do tipo “pacote completo”? - 431

O tratamento do seu filho é do tipo “pacote completo”?

A medicação trata somente as deficiências neuroquímicas do deficit de atenção. Precisamos tratar, também, os problemas psicológicos e sociais. Por Larry Silver, M.D.

Fiz meu treinamento em Psiquiatria Geral, seguido por treinamento em Psiquiatria da Criança e do Adolescente, na metade dos anos sessentas. Minha especialidade médica era uma subespecialidade relativamente nova da Psiquiatria. Naquela época, a teoria para a compreensão e o tratamento de crianças era centrado na teoria psicanalítica e na psicoterapia psicoanaliticamente orientada. Todo meu treinamento e supervisão clínica foi baseado nesse modelo. Eu era fascinado pela psicologia da mente. Mas eu era igualmente interessado na compreensão do funcionamento cerebral e nas relações entre o cérebro e a mente.

Com a permissão do diretor do meu programa de treinamento, atendia discussões de casos para residentes em outra nova subespecialidade médica, Neurologia da Infância. Um dos casos era de um menino com algo chamado de “Reação Hipercinética da Infância”. Isso, agora, é chamado de Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH. A criança era hiperativa e ia muito mal nos estudos. Foi medicado com dextro-anfetamina e seus sintomas melhoraram.

Eu lidava com uma criança que tinha sintomas semelhantes na terapia. Ela tinha todas as características da Reação Hipercinética da Infância. Discuti minha ideia de tentar a medicação. Meu supervisor não ficou contente com a minha ideia de tentar usar medicação em vez de psicoterapia, e encorajou-me a me concentrar na “psicodinâmica do caso”. Eu estava frustrado com a falta de progresso do caso e, então, assumi o risco de me meter em problemas. Em colaboração com o pediatra do meu paciente, providenciei para que ele começasse a tomar a medicação (dextroanfetamina). Os pais, os professores e o próprio paciente notaram uma dramática melhora. Ele se tornou capaz de ficar sentado durante as aulas e de se concentrar em seu trabalho. Seus comportamentos disruptivos cessaram. Eu não podia dizer ao meu supervisor que tinha ignorado suas ordens e providenciado o uso de medicação. Então, tive de exaltar como a psicoterapia e a orientação dos pais tinha resultado na melhora dos sintomas. Meu supervisor elogiou meu trabalho.

Como as coisas mudaram

A Psiquiatria da Infância e da Adolescência evoluiu muito desde então. Usamos um modelo biopsicossocial que leva em conta o funcionamento cerebral, assim como o funcionamento psicológico e social – tudo no contexto da vida da criança na família, na escola e com os colegas. As pesquisas com crianças TDAH nos ensinaram sobre as relações entre o funcionamento cerebral ou sua disfunção e os comportamentos clínicos observados.

Muitos acreditam que o TDAH foi o primeiro transtorno em que se demonstrou ser o resultado de uma produção deficiente de um neurotransmissor específico em áreas cerebrais específicas. A descoberta de que um grupo de medicações - chamadas de “estimulantes” porque estimulam células nervosas específicas a produzir mais desse neurotransmissor deficiente – causava uma diminuição ou interrompia a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade, abriu o campo da psicofarmacologia da infância.

Atualmente, sabemos que outros transtornos são o resultado de uma deficiência de neurotransmissores específicos em áreas cerebrais específicas. (Até agora, não encontramos um transtorno que pareça ser o resultado de uma produção excessiva de um neurotransmissor específico em áreas específicas do cérebro.) Para cada um desses transtornos, temos medicações que aumenta a produção do neurotransmissor, levando à melhora. Foram as pesquisas com o TDAH que expandiram nosso conhecimento da neurociência e do tratamento de transtornos com base neurológica.

Lições Aprendidas

Deixem-me voltar à minha história. Depois dos meus anos de treinamento, liguei-me à faculdade de um centro médico universitário. Doze anos mais tarde, mudei-me para o National Institute of Mental Health (Instituo Nacional de Saúde Mental). Depois, voltei ao centro médico universitário. Nesses mais de 40 anos, minhas principais áreas de pesquisa, trabalhos clínicos escritos e atividade clínica focalizaram o TDAH e as Dificuldades de Aprendizagem. Durante esses anos, o pêndulo gradualmente balançou dos modelos psicológicos para os modelos biológicos, para o entendimento do comportamento normal e da psicopatologia. Atualmente o pêndulo mudou para o centro, com igual atenção nas disfunções cerebrais e nos desafios psicológicos e sociais.

Hoje, sabemos que uma deficiência de um neurotransmissor específico em áreas específicas do cérebro explica as dificuldades encontradas em uma criança ou em um adulto com TDAH. Sabemos que certos medicamentos corrigem a deficiência do neurotransmissor, resultando na redução ou eliminação dessas dificuldades. Aprendemos, também, que a medicação isoladamente não é o suficiente. Uma pessoa diagnosticada com TDAH vive em uma família e deve funcionar no mundo real, com todas suas expectativas e cobranças. Não podemos tratar somente a deficiência neuroquímica.

Ainda há médicos, incluindo alguns psiquiatras da infância e da adolescência, que parecem ter pendido para um lado do arco. Seu foco é muito centrado na medicação e pouco na exploração dos possíveis problemas psicossociais e familiares.

Deixem-me dar um exemplo. Um pai leva seu filho a um médico de família. O pai diz: “O professor dele diz que ele não consegue ficar sentado quieto e que não presta atenção na aula. Em casa, vejo a mesma coisa.” O médico ouve hiperatividade e desatenção, conclui que é TDAH e escreve uma receita de um estimulante. No que o médico possivelmente falhou? A inquietação e a desatenção podem ser o resultado de dificuldades acadêmicas, possivelmente devidas a uma Dificuldade de Aprendizagem. Ou as dificuldades podem refletir estresses na família por causa de problemas entre os pais. A hiperatividade poderia ser o resultado da ansiedade, não de TDAH.

Médicos e pais devem lembrar-se de que nem todos os indivíduos que são hiperativos, desatentos e/ou impulsivos têm TDAH. Os comportamentos vistos em crianças, adolescentes ou adultos que têm TDAH também podem ser vistos em indivíduos com outros transtornos – depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, para citar alguns. Também é possível que tais comportamentos sejam o resultado da frustração de um aluno na escola por causa de Dificuldades de Aprendizagem, outro transtorno de origem no cérebro.

Dicas para todos nós

É importante determinar se os comportamentos são neurologicamente baseados ou psicologicamente baseados. Temos guias clínicos em nosso DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) para ajudar a distinguir entre os dois. Se a inquietação, desatenção, dificuldades de organização ou impulsividade começam em uma ceerta época ou ocorrem somente em certas situações, provavelmente será um problema psicológico. Se os comportamentos são crônicos ( ou se foram notados desde a infância) e pervasivos (ocorrem em casa, na escola, no trabalho, e com os colegas), provavelmente será um problema cerebral, tal como o TDAH.

Para seu médico fazer um diagnóstico de TDAH, ele deve demonstrar que os comportamentos observados são o resultado de problemas com base cerebral, não psicológicos, familiares ou estresses sociais. Como isso é feito?
1- Documente quais comportamentos o adulto ou a criança tem.
2- Mostre que esses comportamentos são crônicos.
3- Mostre que esses comportamentos são pervasivos.

Se os comportamentos identificados começaram em certa época da vida ou se ocorrem em somente algumas circunstâncias, o TDAH não deve ser considerado.

Foram 40 anos maravilhosos para mim, ser parte da transição de um modelo psicológico para a compreensão do comportamento para um modelo que envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais. Em grande parte, o estudo do TDAH abriu o caminho.


ADDitude.

sábado, 19 de novembro de 2016

Oito motivos pelos quais os professores devem repensar as tarefas de casa - 430

Oito motivos pelos quais os professores devem repensar as tarefas de casa

Peça ao professor do seu filho para avaliar e implementar essas boas práticas de tarefa de casa, para tornar a noite de estudos mais simple e mais eficaz, para todos. Por Sandra Rief, M.A.

Os professores de crianças com TDAH e Dificuldades de Aprendizagem deveriam ter em mente que essas crianças precisam de mais tempo para fazer as tarefas de casa do que seus colegas neurotípicos. O que uma criança sem TDAH ou Dificuldade de Aprendizagem faz em 15 ou 20 minutos, frequentemente leva de 3 a 4 vezes mais tempo para uma criança com TDAH.

Menos estresse, por favor.

Além disso, os professores deveriam estar atentos para o fato de que as famílias têm conflitos em sua casa em relação às tarefas de casa. Em famílias com crianças com TDAH, o estresse em relação às tarefas de casa é intenso, tornando o relacionamento pais/criança estressante. Aqui estão oito dicas de sala de aula para tornar mais produtivas as tarefas de casa:

1- Seja receptivo aos pais que relatam grande frustração em relação às tarefas de casa. Esteja disposto a fazer ajustes, de modo que os alunos gastem um tempo razoável para fazer suas tarefas.

2- Entenda que os alunos com TDAH que recebem medicação durante o dia escolar (para ajudá-los a se manterem focalizados e ligados no trabalho) geralmente não recebem medicação à noite. Os alunos com TDAH estão na sala de aulas durante seu tempo ótimo de produtividade, e ainda assim não conseguem completar suas atividades. Não é razoável pensar que os pais sejam capazes de fazer com que seus filhos produzam em casa, à noite, o que não foram capazes de produzir na escola.

3- Muitos professores têm o costume de mandar para terminar em casa o trabalho não completado em classe. Evite ou reduza isso ao mínimo, se possível. Em vez disso, proporcione as modificações necessárias para os alunos com TDAH, de modo que trabalho de classe seja trabalho de classe e tarefa de casa seja tarefa de casa.

4- A tarefa de casa é um tempo para revisar e praticar o que os estudantes aprenderam em classe. Não dê tarefas que envolvam informação nova, que se espera seja ensinada pelos pais.

5- Tarefa de casa não deve ser muita tarefa. Faça a tarefa de casa ser relevante e com propósito, de modo que o tempo gasto nela reforce as habilidades e conceitos que você já ensinou.

6- Nunca dê mais tarefa de casa como punição para mau comportamento na escola.

7- Designe colegas de estudos que sejam responsáveis e dispostos a serem contatados depois das aulas, para os alunos com TDAH.


8- Faça as adaptações das tarefas de casa para cada estudante. Pergunte a si mesmo "O que eu quero que os alunos aprendam com essa tarefa?", "Esse aluno pode entender todos os conceitos sem ter de fazer tudo por escrito?", "Ele pode demonstrar que entendeu por meio de um formato mais motivador?".

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