sábado, 4 de dezembro de 2010

42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro

Com o TDAH adulto, tudo que você precisa para tornar um casamento ou uma parceria duradoura é amor, certo? Errado. Você também vai precisar destas ferramentas de relacionamento.
by Jonathan Halverstadt

Apaixonar-se é fácil, não obstante o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Uma onda de euforia bioquímica coincide com um “novo amor”. Aqueles de nós com TDA/TDAH geralmente hiperfocalizamos no romance, não apenas pelo romance, mas também para aumentar os neurotransmissores produtores de prazer (dopamina) que estão em falta em nossos cérebros. Emoções altamente carregadas não são parte do amor duradouro. São apenas sentimentos – fortes e maravilhosos – mas, você precisa de muito mais para fazer uma relação TDAH durar.

Relacionamentos são difíceis, e quando aceitamos esse fato, estamos lidando com a realidade, não com a fantasia de que “tudo que necessitamos é de amor” Tudo que necessitamos é de amor? Não penso assim. Precisamos aprender habilidades para compensar nossa fraqueza. Quais as ferramentas que devemos ter em nossa maleta?

1: Administre os sintomas

Você e o seu parceiro devem assumir sua condição. Tratar o TDAH de modo responsável pelo uso da terapia comportamental e dos medicamentos próprios para controlar os sintomas, aumentar a dopamina e ajudar o cérebro a trabalhar como deve. Quando você faz tudo isso, você observa uma diminuição dos sintomas do TDAH – como a incapacidade de prestar atenção quando seu parceiro está falando com você, ou completar suas obrigações ou tarefas, como pagar as contas a tempo.

Não ser ouvido é a maior queixa daqueles envolvidos em relação íntima com um parceiro TDAH. Para muitos TDAH, ouvir os outros é muito difícil. Para aumentar sua capacidade de escutar, pratique este exercício:

Sente-se com seu parceiro e deixe-o falar por cinco minutos – ou mais, se você puder suportar. Faça contato visual e incline-se para ele, mesmo que não esteja entendendo nenhuma palavra.

Depois de escutar por cinco minutos, resuma o que você ouviu. Você pode dizer “Uau, parece que você teve um dia muito movimentado. A internet horrível, a reunião chata. Depois, você teve de ir até a academia antes de vir para casa”.

Depois desta troca, faça algo que você quer fazer. Diga “Agora que você está em casa, você se importa de cuidar do bebê enquanto eu saio para caminhar?”.

Seu parceiro provavelmente estará chocado, e encantado, porque você o ouviu por cinco minutos.

2: Ligue-se na relação

Os sintomas mais importantes do TDA/TDAH – impulsividade e a constante necessidade de estimulação – podem realçar, assim como ameaçar, relacionamentos. Como os adultos com TDAH são impacientes e facilmente se aborrecem, as aventuras sexuais são altamente estimulantes. A atração pelo novo e diferente pode tornar difícil a monogamia. Por isso é vital estar ligado na ideia de “ relacionamento” – até mesmo mais do que seu parceiro.

Encontrei uma velha senhora de 93 anos que tinha ficado casada com o mesmo homem por 70 anos. Ela me contou que eles tiveram bons tempos e maus tempos nos seus anos de vida juntos, e que ela nunca pensou, nem por uma vez, em divórcio, embora gracejasse que tivesse pensado em assassinato uma ou duas vezes. Ela sabia que tinha de ser mais ligada à instituição do casamento do que seu marido para fazer o relacionamento funcionar. Houve ocasiões em que o casal não se sentia ligado um ao outro, mas a sua dedicação ao marido fez com que seguissem juntos.
[Bons tempos aqueles... O mundo e os costumes, e as mulheres, mudaram muito, ultimamente...  (Comentário do tradutor)]

3: Terapia do riso

Aprenda a rir de você mesmo (não do seu parceiro) e enfrente seus problemas de modo mais suave. O TDAH nos induz, às vezes, a fazer e dizer raras coisas lindas.

Em vez de ficar magoado ou enraivecido pelas palavras e ações não entendidas, veja-as pelo que são: sintomas de uma condição que você está tentando administrar. Uma boa risada permite que você siga adiante na relação. Sei que isso pode ser muito difícil. É fácil ser defensivo porque você teve de explicar nosso comportamento por anos – quando agíamos impulsivamente ou sufocados pelos detalhes devido à nossa falta de atenção. Deixe cair suas defesas, então siga em frente.

4: Perdoe e esqueça

É tentador apontar o dedo para a outra pessoa e culpá-la por seus problemas no relacionamento. Mas é preciso de dois para o tango. Quando admitimos os problemas que podemos estar causando, em vez de apontar o que nosso parceiro fez de errado, crescemos espiritualmente. Quando eu reconheço minhas limitações – identifico-as, me esforço para mudá-las, e me perdoo a mim mesmo por não ser perfeito – fica mais fácil aceitar meu parceiro e perdoar suas limitações.

Uma frase que resume esse conceito de esqueça-e-perdoe é: “Fiz o melhor que podia naquela hora. Se pudesse fazer melhor, teria feito.” Isso tira a culpa de uma má experiência, e permite que você e seu esposo falem um com o outro civilizadamente. Não é mais sobre um de vocês “fazer de novo”, é sobre ser humano e cometer erros – algo que é possível esquecer.

5: Procure ajuda profissional: Terapia da relação

Muitas duplas casadas com um ou mais parceiros diagnosticados com TDAH pretendem permanecer casadas “até que a morte nos separe”. Mas, como as realidades do viver junto se instalam, pequenos problemas seguem não resolvidos e tornam-se maiores até parecerem insuperáveis.

Um dos erros mais comuns que os casais problemáticos cometem é esperar muito antes de procurar ajuda profissional para a sua relação. Quando chegam ao terapeuta, já jogaram a toalha e estão apenas procurando um modo de validar sua miséria e justificar sua decisão de separação. Não espere muito para procurar ajuda. Um terapeuta de família e do casamento pode ensinar técnicas de comunicação e de resolução de conflitos.

6: Mais ferramentas de relacionamento no TDAH

Lembre-se de manter-se fazendo as coisas engraçadas que faziam juntos quando se apaixonaram pela primeira vez.

Estabeleçam uma regra: Somente um maluco na casa, de cada vez. Se o seu parceiro estiver surtando, você deve ficar frio e reservado.

Saiam ao menos uma vez por semana (cinema, teatro, concerto, baile, restaurante, aniversário)
Tratem um ao outro com respeito. Aprendam a amar as esquisitices um do outro.

Não se preocupe com quem está certo. O objetivo é seguir em frente – não ficar grudado numa briga. É mais importante ter uma relação mutuamente satisfatória do que estar certo o tempo todo.

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