terça-feira, 3 de maio de 2011

82- Autismo ou TDAH?

Suspeita que seu filho com TDAH também seja autista? Aqui está o que você precisa saber sobre o diagnóstico e o tratamento do autismo em crianças com TDAH.    Por Eileen Costello

O que é Autismo?

Autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que atinge quatro vezes mais meninos do que meninas. Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são geralmente denominados pelos médicos como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) . TGD é um grupo de três condições – Transtorno Autista, Síndrome de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento Não Especificado. As condições são caracterizadas por problemas de comunicação e de relacionamento com os outros, e uma necessidade de seguir rígidas rotinas e de se engajar em comportamentos repetitivos, além de problemas de linguagem.

Alguns pediatras são competentes para diagnosticar os TGDs, mas a maioria necessita do apoio de um especialista, principalmente se a criança já tenha recebido um diagnóstico de TDAH.

As semelhanças entre TDAH e Autismo

A sobreposição de sintomas de TDAH e de Autismo tem confundido muitas famílias. Quando uma criança não consegue ficar sentada quieta para uma tarefa escolar ou para uma refeição, ou ficar atenta na sala de aula, quando ela mexe muito com as mãos ou quando fala de modo exagerado e muito insistente, muitos pais, educadores, tutores e treinadores pensam “Esta criança deve ter TDAH!”

A primeira explicação que muitos médicos têm também é de TDAH. A condição é familiar, tem existido por um longo tempo, e há técnicas eficazes para o seu controle. É importante lembrar, entretanto, que quase todo transtorno psicológico do desenvolvimento da infância pode se parecer com o TDAH, com ou sem hiperatividade. Crianças sob estresse, causado por dificuldades de aprendizagem, ansiedade, depressão, ou por problemas de integração sensorial podem exibir os mesmos sintomas. É necessária uma avaliação competente para conseguir explicação para os comportamentos.

Diagnóstico do Autismo

O diagnóstico dos TEAs requer a avaliação por um pediatra, psiquiatra da infância ou um neuropediatra. Muitas companhias de seguro de saúde, e virtualmente todas as escolas públicas, requerem uma avaliação por escrito feita por um especialista, antes de fornecer ou pagar pelos serviços de que necessitam as crianças autistas.

Como o autismo não pode ser diagnosticado por testes médicos, a triagem e o diagnóstico envolvem entrevistas, observação e avaliações. Mesmo quando um profissional emite uma opinião, ele geralmente se protege dizendo, “Bem, ele é manhoso e tem alguns comportamentos típicos que são, de algum modo, consistentes com um diagnóstico de Transtorno Global do Desenvolvimento”. Esse tipo de conversa é frustrante para os pais e para a criança, mas, às vezes, é inevitável. Outra avaliação, depois de um ano, geralmente esclarece as coisas e algumas vezes a criança não precisa de um diagnóstico, desde que esteja recebendo a ajuda de que necessita.

Controle dos sintomas do Autismo

Geralmente uma criança que tenha sido diagnosticada com TEA não recebe um diagnóstico adicional de TDAH. Isto não quer dizer, entretanto, que crianças com autismo não se beneficiam das intervenções que ajudam as crianças com TDAH sem autismo.

Muitos pais e pediatras preferem começar com tratamentos não medicamentosos para controlar os sintomas que atrapalham o desempenho acadêmico e social e que levam a uma vida turbulenta no lar. A base do tratamento do autismo é a terapia comportamental, que reforça os comportamentos desejáveis e desencoraja os indesejáveis. Pregar listas, regras, e tabelas para manter as crianças com TEA organizadas pode ser útil. Listas de checagem podem dar às crianças autistas um senso de realização quando elas completam as tarefas.

O exercício físico é uma boa intervenção para o déficit de atenção e para o autismo, já que ambos parecem possuir energia sem limite. Canalizar o excesso de energia para uma atividade física, tal como natação ou caratê, que não requerem muita interação com outras crianças, permite a queima da energia excessiva sem a pressão da sociabilização.

Opções de medicamentos para o autismo

Se as intervenções educativas e comportamentais não forem suficientes, a medicação pode ajudar. Como as crianças com autismo têm reações imprevisíveis aos estimulantes, a classe mais comum de medicamentos utilizados nas crianças com TDAH, eles são menos receitados para as crianças autistas. Muitos pediatras e virtualmente todos os psiquiatras da infância sentem-se competentes para receitar estimulantes para o TDAH. Um pediatra pode indicar uma avaliação psiquiátrica para uma criança com autism, se as doses tiverem de ser aumentadas.

Uma classe de medicamentos chamada de neurolépticos atípicos geralmente é eficaz no tratamento da inquietação motora, dos comportamentos repetitivos e dos distúrbios de sono das crianças com autismo. Entre eles estão o aripiprazol, a quetiapina, e a risperidona (a única dos três que foi aprovada pelo FDA para o tratamento dos comportamentos associados ao autismo). Uma boa resposta a um neuroléptico atípico pode eliminar a necessidade de um estimulante.

Toda criança com autismo se beneficiará do apoio de um pediatra ou psiquiatra especializados em desenvolvimento e em comportamento e com treinamento em espectro autista. Ter um especialista que entende o que é viver com uma criança autista ativa (há alguma de outro tipo?) é também uma benção para os pais.

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