sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sete déficits de Função Executiva ligados ao TDAH (389)


Dr. Russel Barkley fala sobre o que os pais precisam saber sobre os desafios das funções executivas, que podem começar tão cedo quanto os dois anos de idade, e que servem de sinais de alarme precoces de TDAH nas crianças.

Há muita confusão sobre "funções executivas" - e como elas se relacionam com o TDAH. O TDAH é um transtorno de função executiva? Todo transtorno de função executiva também é TDAH? As respostas dependem do que nós queremos dizer com "funções executivas", e de como elas se relacionam com a autorregulação.

Tradicionalmente o termo "funcionamento executivo" tem sido extensamente utilizado em neuropsicologia, em psicologia clínica e em psiquiatria. Entretanto, nos últimos anos, ele se espalhou para o campo mais amplo da psicologia geral e para a educação, onde é geralmente incorporado às estratégias de ensino e às acomodações em sala de aula.

Falando de modo amplo, função executiva se refere às habilidades cognitivas ou mentais de que as pessoas precisam para perseguir ativamente suas metas. Em outros termos, é sobre como nós nos comportamos na direção de nossas metas futuras e sobre quais habilidades mentais são necessárias para atingir essas metas.

O termo é muito estreitamente relacionado com a autorregulação - funções executivas são coisas que você faz para si mesmo, a fim de mudar seu comportamento. Por meio do emprego eficiente de suas funções executivas, você espera mudar seu futuro para melhor.

A função executiva é julgada pela força dessas sete habilidades:

1- Autoconsciência: Simplesmente dito, é a atenção autodirigida.

2- Inibição: Também conhecida como autolimitação.

3- Memória de Trabalho Não-Verbal: A capacidade de guardar coisas em sua mente. Essencialmente, imagens visuais - quão bem você pode visualizar as coisas mentalmente.

4- Memória de Trabalho Verbal: A fala interior, ou autodirigida. Muitas pessoas pensam nisso como seu "monólogo interno".

5- Autorregulação emocional: A capacidade de usar as quatro primeiras funções executivas para manipular seu próprio estado emocional. Isso significa aprender a usar as palavras, imagens e sua própria autoconsciência para processar e alterar o modo como se sente em relação às coisas.

6- Automotivação: Quão bem você pode se motivar para completar uma tarefa, quando não há nenhuma consequência externa imediata.

7- Planejamento e resolução de problemas: Os especialistas às vezes gostam de pensar nisso como "jogar consigo mesmo" ("self-play") - como lidamos com a informação em nossa mente para inventar novas maneiras de fazer algo. Tomando as coisas em partes e recombinando-as de modos diferentes, estaremos planejando soluções para nossos problemas.

Essa lista lhe parece familiar? Deveria. Qualquer um que tenha os sintomas clássicos do TDAH terá dificuldades com todas, ou quase todas, dessas sete funções executivas. Problemas com a inibição em um TDAH leva a ações por impulso, por exemplo. Problemas com a regulação emocional levam a surtos explosivos indevidos.

Essencialmente, o TDAH é um transtorno de déficit de função executiva (EFDD)(TDFE). O termo guarda-chuva "TDAH" é simplesmente outra maneira de se referir a esses assuntos.

Essas sete funções executivas se desenvolvem ao longo do tempo, em ordem cronológica, geralmente. A autoconsciência inicia seu desenvolvimento por volta dos 2 anos de idade, e ao redor da idade de 30 anos, o planejamento e a solução de problemas devem estar completamente desenvolvidos em uma pessoa normal (neurotípica). Os TDAHs são geralmente 30 a 40 por cento menos aptos que os seus pares na transição de uma função executiva para a próxima. Assim, faz sentido para os TDAHs ter problemas em lidar com situações próprias para a idade - eles estão pensando e atuando de maneiras que são mais próprias de pessoas mais jovens.

A consciência dessas funções executivas pode ajudar os pais a estabelecer um sistema precoce de detecção do TDAH, ajudando-os a procurar avaliação profissional e acomodações antes que a criança comece a ter problemas na escola. Então, com as acomodações adequadas e com o tratamento, os TDAHs podem aprender a usar o que sabem e a reforçar essas funções executivas ao longo do tempo.

Russel Barkley e os editores de ADDitude.


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