sábado, 19 de janeiro de 2013

260- Capacidade do Cérebro e Exercício: Como Melhorar a Memória e o Aprendizado


 
A atividade física não somente facilita o nascimento de novas células cerebrais como também produz substâncias químicas que facilitam o aprendizado. Por John Ratey, M.D.

O corpo foi feito para ser usado, e quando nós usamos nosso corpo, usamos nosso cérebro também. Aprendizado e memória evoluíram junto com as funções motoras que permitiram aos nosso ancestrais procurar comida. No que diz respeito ao nosso cérebro, se não estivéssemos nos mexendo, não haveria necessidade de aprendermos nada.
O exercício melhora a memória em três níveis: Ele aperfeiçoa sua mente, melhorando a consciência, a atenção e a motivação. Ele prepara e estimula as células nervosas a se ligarem umas às outras, o que é a base celular para o aprendizado de informação nova. E desencadeia o desenvolvimento de novas células nervosas derivadas das células tronco no hipocampo, uma área do cérebro relacionada à memória e ao aprendizado.
Várias escolas progressistas experimentaram o exercício para ver se ele, antes das aulas, aumentava a habilidade de leitura e o desempenho das crianças em outros assuntos. Adivinhe? Aumentava.
Agora sabemos que o cérebro é flexível, ou plástico, no modo de falar dos neurocientistas. É um órgão que se adapta e que pode ser moldado pelas informações do mesmo modo que um músculo pode ser modelado pelo levantamento de pesos. Quanto mais você o utilizar, mais forte e mais flexível ele será.
Longe de ter os circuitos definitivos, como os cientistas pensavam antes, o cérebro está constantemente renovando seus circuitos. Estou aqui para ensiná-lo a ser seu próprio eletricista.
Exercício: Uma droga para o seu cérebro?
Tudo é questão de comunicação. O cérebro é formado por centenas de bilhões de neurônios de vários tipos que conversam um com os outros por meio de centenas de diferentes substâncias químicas, para governar nossos pensamentos e ações. Cada célula cerebral precisa receber a informação de centenas de milhares de outras antes de liberar o seu sinal. A junção entre as células é a sinapse, e é aí onde a borracha encontra o asfalto. O jeito que isso funciona é assim: o sinal elétrico sai pelo axônio, um filamento de saída, até que encontre a sinapse, onde um neurotransmissor leva a mensagem através da fenda sináptica na forma química. No outro lado, no dendrito, ou o filamento receptor, o neurotransmissor liga-se ao receptor – como uma chave na fechadura – e isso abre canais iônicos na membrana celular, que transformam o sinal novamente em eletricidade.
Cerca de 80% dos sinais do cérebro são transmitidos por dois neurotransmissores que equilibram um o efeito do outro: Glutamato aumenta a atividade para iniciar a cascata de sinais, e o ácido gama-aminobutírico (GABA) interrompe a atividade. Quando o glutamato libera um sinal entre dois neurônios que nunca se comunicaram antes, a atividade liga o motor. Quanto mais a conexão é ativada, mais forte a ligação fica. Como se diz, neurônios que disparam juntos forma redes juntos. Isso torna o glutamato um ingrediente crucial no aprendizado.
A psiquiatria se dedica a um grupo de neurotransmissores que agem como reguladores – do processo de sinalização e de tudo mais que o cérebro faz. Esses são serotonina, norepinefrina e dopamina. E, embora os neurônios que os produzem sejam apenas um por cento dos centenas de bilhões de neurônios do cérebro, esses neurotransmissores desempenham influência poderosa. Eles podem instruir um neurônio a fazer mais glutamato, ou ele pode fazer o neurônio mais eficiente ou alterar a sensibilidade dos seus receptores. Eles podem diminuir o “ruído” no cérebro, ou, inversamente, amplificar esses sinais.
Eu digo às pessoas que sair para correr é como tomar um pouco de Prozac e um pouco de Ritalina porque, como as drogas, o exercício aumenta esses neurotransmissores. A melhor explicação é que o exercício equilibra os neurotransmissores – assim como o resto da neuroquímica do cérebro.

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