terça-feira, 29 de abril de 2014

334- TDAH e Procrastinação - Questionário: Você deixa tudo para depois?


Sua tendência a procrastinar é muito grave? Nós todos deixamos coisas para depois, mas se a procrastinação estiver prejudicando sua vida, o primeiro passo é entender seu próprio comportamento.

Questões:

1- Quase sempre pago minhas contas no último minuto ou até mesmo depois do vencimento.
Resposta:

2- Tenho uma tendência de adiar o término das coisas, mesmo quando sei que são importantes.
Resposta:

3- Quando viajo, chego ao aeroporto em cima da hora.
Resposta:

4- Geralmente retorno as ligações telefônicas dias após tê-las recebido - ou nem isso faço.
Resposta:

5- Todo ano juro começar mais cedo, mas termino comprando presentes de aniversário ou de Natal na correria de última hora.
Resposta:

6- Quando sou solicitado a confirmar minha presença em algum evento (RSVP), costumo esperar em vez de responder prontamente.
Resposta:

7- Quando vou me deitar, à noite, geralmente estou estressado com coisas que não realizei durante o dia.
Resposta:

8- Frequentemente inicio novos projetos, mas geralmente não termino nenhum deles.
Resposta:

9- Geralmente estou atrasado para reuniões ou eventos.
Resposta:

10- Mesmo quando tenho um prazo final importante, geralmente começo a trabalhar no último minuto.
Resposta:

11- Decisões importantes causam estresse, então eu geralmente evito tomá-las pelo maior tempo possível.
Resposta:

12- Tenho dificuldade de sair de casa no horário, pela manhã.
Resposta:

13- Minha lista de coisas a fazer geralmente contém os mesmos itens no final, por vários dias. Eu simplesmente não consigo decidir fazê-las.
Resposta:

14- Quando há algo muito importante a ser feito, tenho a tendência de achar outras coisas para fazer e perder o tempo.
Resposta:

15- Geralmente faço planos para encontrar amigos ou ir a reuniões no último minuto.
Resposta:

16- Quando estou trabalhando, gasto meu tempo verificando meu email ou sites sociais.
Resposta:



Publicado em ADDitudeMag.com

quinta-feira, 17 de abril de 2014

333- TDAH - Ensinando aos alunos um "Manual do Proprietário do Cérebro"


Embora a pesquisa sobre o cérebro não forneça todas as respostas para nossos problemas educacionais, quando ela é bem fundamentada e correlacionada com estratégias e intervenções consistentes com interpretações de conhecedores do assunto da pesquisa, um entendimento básico de neurociências pode dar aos educadores o embasamento para tomar decisões esclarecidas sobre produtos/currículo que alegam ser focados no cérebro.
Talvez o mais importante é que educadores com esse embasamento possam compreender por que as suas melhores estratégias funcionam e como aplicá-las a diferentes unidades de instrução e como se adequarem aos pontos fortes de educandos individuais. Assim, elas poderão ter mais conhecimento e motivar seus alunos a compartilhar esse conhecimento de como sua própria ferramenta mais importante pode ser otimizada através de seus próprios esforços.
Depois de praticar a medicina como neurologista de adultos e crianças por 15 anos, no início dos anos 90, eu fiquei angustiada pela epidemia de encaminhamentos que eu estava recebendo para avaliar crianças para TDAH, TOC, epilepsia tipo petit mal, síndrome da oposição e desafio, bem como outros transtornos do comportamento e da atenção. A percentagem dessas crianças que apresentavam de fato as condições pelas quais foram encaminhadas não mudava.
Uma vez que os professores é que originaram os encaminhamentos, comecei a observar as turmas, conversar com educadores e ler a respeito do impacto dos testes padronizados sobre o tipo de ensino que estava sendo ministrado nas classes. Descobri que a pressão para ensinar visando o teste era tão intensa que estava embutida num currículo rígido com predominância de exercícios repetitivos e um mínimo de atividades motivadoras centradas nos alunos.
Minha base em neurociências tornou-se a lente pela qual eu podia avaliar a qualidade e potenciais aplicações da nova ciência da aprendizagem. Nos últimos 10 anos como professora, tenho avaliado a pesquisa em neurociência e ciência cognitiva conforme é aplicada a minhas próprias turmas, e, posteriormente, a problemas comuns a muitos professores. Durante esse período, comecei a escrever livros e artigos e a fazer apresentações/oficinas de desenvolvimento profissional em âmbito nacional e internacional sobre a utilização das pesquisas sobre o cérebro como uma ponte para estratégias de ensino “neuro-lógicas”.
Mente, Cérebro e Educação
A união da mente, cérebro e aprendizagem com a pesquisa de laboratório e cognitiva limita-se a sugerir estratégias baseadas no que eu denomino previsões neuro-lógicas. Ao dizer “neuro-lógicas”, eu me refiro a estratégias sugeridas ou apoiadas pela pesquisa e que estão de acordo com minha base em neurociências e a experiência em sala de aula, tanto minha quanto a de outros. Eu considero que uma estratégia é neuro-lógica quando se correlaciona  com os dados acumulados sobre como o cérebro parece processar uma entrada [input] sensorial em aprendizado.
Embora aquilo que vemos em estudos de imagem do cérebro ou outras pesquisas em laboratório não possa prever o que uma estratégia ou intervenção irá significar para alunos individuais, as informações podem orientar o planejamento didático. Caberá cada vez mais a educadores profissionais com conhecimentos básicos sobre o cérebro usar as deduções da pesquisa científica para nortear as estratégias, o currículo e as intervenções que selecionarem para metas específicas e alunos individuais.
Alunos atentos
Como muitas das crianças encaminhadas para o meu consultório foram enviadas para avaliação de problemas de atenção, eu comecei por averiguar as pesquisas referentes a isso. Todo aprendizado vem através dos sentidos e qualquer informação sensorial que chega é a resposta inconsciente dos filtros em nosso primitivo cérebro inferior, o qual é essencialmente o mesmo de outros mamíferos. Os animais precisam que o sistema de filtros dê atenção prioritária a sinais de perigo  e prazer em potencial (a visão de uma presa em potencial ou o cheiro de um parceiro de acasalamento em potencial). Os seres humanos têm este mesmo sistema cerebral primitivo de recepção de informação. Em nível inconsciente, reflexivo, nossos cérebros são programados para dar prioridade de entrada (prestar atenção) a mudança e novidade, especialmente sinais ligados a perigo ou prazer.
O primeiro filtro que determina a entrada no cérebro de nova informação sensorial é o sistema ativador reticular (SAR) nos seres humanos e outros mamíferos. O SAR admite menos de 1%  das informações sensoriais disponíveis para ele a cada segundo. A prioridade para sobrevivência é dada à mudança e à novidade no ambiente que esteja associada com ameaça ou evoque curiosidade.
Basicamente, os alunos que se acreditava não estarem prestando atenção, estavam prestando atenção em alguma coisa, só que não naquilo que o professor oferecia como entrada sensorial. Isso me levou a experimentar, e depois recomendar, que os professores, antes de mais nada, criem e mantenham ambientes seguros e empáticos na classe. Então eles podem usar lições que promovam a curiosidade, que têm maior probabilidade de promover a entrada sensorial da lição aos cérebros dos seus alunos. Exemplos de novidade que aguçam a curiosidade e atenção incluem usar um item incomum de vestuário, colocar algo diferente na parede, tocar uma música quando os alunos entrarem, mudar a disposição da mobília na sala de aula, ou até mesmo fazer uma pausa carregada de suspense durante uma explanação – porque o silêncio muitas vezes é a novidade em uma sala de aula.
Depois de alguns anos, percebi que meus alunos estavam particularmente curiosos a respeito de seus cérebros. A princípio, passei informações sobre como seus estados emocionais podem determinar a via que uma nova informação percorre no cérebro. Nós discutimos que quando o cérebro está muito estressado ou muito confuso e frustrado, ele entra no modo sobrevivência e as informações  serão enviadas para o cérebro inferior, onde os comportamentos resultantes relacionam-se com a sobrevivência, tais como luta/fuga/imobilização. Expliquei que a amígdala, uma parte do sistema límbico emocional do cérebro, pode modificar isso quando o estresse é reduzido. O objetivo era ficar no estado relaxado, alerta, para que a informação nova viaje através da amígdala para o córtex pré-frontal cognitivo superior, onde pode ser reconhecida e processada pelo pensamento ao invés de gerar uma reação.
Calmo e Focado para Memória Aprimorada
O cérebro produz ondas com frequências elétricas variáveis, medidas em hertz (ciclos por segundo). Durante as frequências elétricas de ondas cerebrais chamadas  Teta, a frequência de 4 a 7 Hz correlaciona-se com um estado de calma e períodos de consciência intensificada. A frequência Teta pode ser vista durante devaneios com explosões de insight criativo e meditação avançada. Resultados de pesquisas recentes com estudos de EEG utilizando eletrodos implantados (em pacientes sob avaliação para remoção cirúrgica de áreas gatilho de crises epilépticas) mostraram que no estágio relaxado e alerta, quando as ondas teta são proeminentes no EEG, as memórias são mais fortes (Rutishauser, Ross, Mamelak, & Schuman, 2010).
Uma das aulas que mais empolgavam os alunos era aquela em que eles descobriam que seu humor e atenção concentrada determinam qual informação é assimilada por seus cérebros reflexivos “pensantes”. Nós revisamos a amígdala e eles lembraram que, se estão calmos e concentrados, suas amígdalas tomarão a “decisão” de enviar a informação a seu cérebro pensante no córtex pré-frontal. Expliquei sobre a pesquisa com EEG e que no estado atento de alerta concentrado eles aprenderão mais do que ouvirem e lerem, e serão capazes de ter controle mais consciencioso de suas emoções e criatividade.
Fizemos então atividades de atenção e eles experimentaram a consciência intensificada quando intencionalmente focaram a atenção em um som ou a visualização de alguma coisa que aprendem em história. Depois disso, nós frequentemente fazíamos respiração de relaxamento antes de começar testes ou lições desafiadoras, e os alunos descreviam seu humor mais tranquilo e consciência mais alerta e sentiam que compreendiam e se lembravam de mais coisas.
Uma menina da sétima série com TDAH que também sofria de ansiedade antes dos testes disse: “Eu quero que o meu SAR deixe entrar a informação que eu quero e que minha amígdala mantenha o que eu ouço na aula fluindo para meu cérebro pensante. Funcionou na aula, então eu tentei sozinha em casa. Funcionou. Eu fiz a tarefa mais rápido e até acertei os problemas difíceis, porque eu não fiquei frustrada no minuto em que não entendia alguma coisa. Eu só visualizei meu próprio cérebro abrindo o fluxo para meu córtex pré-frontal e voltei ao problema difícil com uma atitude melhor. Deu certo em casa e agora funciona nas provas.” 
Ensinando aos alunos um Manual do Proprietário do Cérebro
Descobri que quando os alunos sabem como seu cérebro aprende, eles se motivam para agir. Principalmente quando os alunos sentem que “não são inteligentes” e que nada do que façam possa mudar isso, a constatação de que eles podem literalmente mudar o cérebro através de estratégias de estudo e revisão é empoderadora. As crianças, assim como muitos adultos, acham que a inteligência é determinada ao nascimento ou antes disso, e nenhum esforço mudará seu nível de sucesso acadêmico.
Quando ensinei a meus alunos dos últimos anos do ensino fundamental e posteriormente a meus alunos do ensino médio sobre as modificações em seus cérebros que acontecem através da neuroplasticidade, eles até “captaram” o propósito de revisões e tarefas para casa. Eu explico, mostro a eles imagens do cérebro, e nós desenhamos diagramas sobre a construção de conexões entre neurônios que crescem quando uma nova informação é aprendida, e como mais dendritos crescem quando a informação é revisada. Suas reações são maravilhosas. Um menino de 10 anos disse: “Eu não sabia que podia fazer meu cérebro crescer. Agora eu sei sobre o crescimento dos dendritos quando eu estudo e quando tenho uma boa noite de sono. Agora, quando eu penso em assistir TV ou revisar minhas anotações, eu digo a mim mesmo que tenho o poder de fazer crescer células cerebrais se eu fizer a revisão. Eu ainda prefiro ver TV, mas faço a revisão porque quero que meu cérebro fique mais esperto. Já está dando certo e é muito bom sentir isso.”
Eu uso analogias com esportes, sobre os alunos desenvolverem maior habilidade quanto mais praticam um lance de basquete, e analogias de dança para alunos que viram seu desempenho melhorar à medida que ensaiam mais. Então fazemos ligações para explicar que seus cérebros respondem da mesma forma quando praticam suas tabuadas ou relêem partes confusas de um livro.
Meus alunos contaram a seus pais sobre "fazer meu cérebro trabalhar do jeito que eu quero" e logo outros professores estavam me pedindo as minhas aulas sobre. Escrevi uma versão para o ensino médio das aulas sobre o Manual do Proprietário do Cérebro para educadores fazerem modificações a seu critério e usarem para seus alunos, especialmente aqueles com dificuldades de atenção ou deficiências de aprendizagem.
Quando fiz a faculdade de medicina e me tornei uma neurologista, eu não sabia que um dia seria professora e escreveria sobre estratégias de ensino baseadas nas pesquisas sobre o cérebro, mas uma vez que comecei a fazer conexões entre minhas duas profissões, as ligações ficaram evidentes. Quando vi como meus alunos reagiram e o interesse que desenvolveram pela ciência do cérebro, fiquei muito feliz por poder passar um Manual do Proprietário do Cérebro para outros educadores compartilharem com seus alunos.
Dra. Judy Willis, MD, Mestre em Educação
Neurologista e Professora do Ensino Médio, Santa Barbara, Califórnia.
 
©Maio 2010 The Johns Hopkins Universidade New Horizons for Learning  http://educação.jhu.edu
Para obter permissão para redistribuir, acesse: Johns Hopkins University New Horizons for Learning Copyright and Permission Information

Copiado de http://www.aprendercrianca.com.br/ 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

332- O TDAH e Eu


Uma garota de 12 anos medita sobre equilibrar o TDAH com suas habilidades especiais. Por Dana Olney-Bell

Tenho doze anos de idade e, pelo que me lembro, tenho dois lados opostos dentro de mim. Disseram-me que tenho "dons" - muito inteligente e criativa. Mas também tenho de trabalhar muito, muito duramente em coisas que parecem muito mais fáceis para outras garotas, tal como memorizar e prestar atenção.

Eis aqui um exemplo: Em matemática, ciência e artes sou mais rápida que os outros alunos em descobrir as coisas. Como acontece quando o nosso professor ensina uma nova maneira de subtrair frações. Parece óbvio para mim, mas não para os outros alunos. Mas, quando estou tentando escutar alguém falando ou lendo, minha mente começa a vaguear.

Uma vez, quando estávamos falando sobre plantas em ciência, isso me fez pensar em meu jardim e no que iria plantar no próximo ano. E isso me fez pensar em uma nova espécie de pimenta que eu queria plantar para o meu pai, porque ele gosta de coisas apimentadas. E isso me fez pensar nos pratos "quentes" que ele costumava comer quando vivia em Singapura.

Parece como os galhos de uma árvore, e logo eu já não sei mais sobre o que era a discussão. Às vezes isso é bom quando eu estou falando com alguém, porque me ajuda a variar nossa conversa. Se estou na aula, me ajuda a trazer novas idéias que ninguém tinha imaginado. Mas também me machuca em aula porque eu nem sempre entendo o que o professor está dizendo.

Algumas vezes eu tenho idéias complicadas que não consigo explicar para os outros. Isso realmente me deixa frustrada e fico nervosa com a pessoa porque ela não entendeu! Acho que você poderia dizer que eu choro muito facilmente. Isso realmente afeta minha mãe. Às vezes tenho a mesma espécie de problema quando preciso fazer uma pergunta. Fico empacada na pergunta porque não consigo formulá-la. E tenho os mesmos problemas quando tento passar minhas idéias para o papel.

Quando estou fazendo algo que é difícil para mim, como escrever, eu fico vagando facilmente e acabo fazendo um trabalho rápido, de modo que possa fazer algo em que eu me saia melhor. Mas quando não consigo uma nota muito boa no meu trabalho, me sinto mal. O problema é que há tantas coisas interessantes para fazer em minha casa; coisas que eu acho que sejam tão educativas quanto escrever. Eu prefiro fazer experiências químicas e cozinhar na cozinha, ou experimentar novas espécies de sementes e de misturas de solos em meu jardim, ou assistir ao History Channel ou a Popular Mechanics for Kids, ou a resolver problemas de lógica e jogos. Eu estudo o comportamento dos pássaros (com meus pássaros, é claro!), trabalho no meu Web site com meu pai, e construo novas coisas com madeira ou qualquer coisa que estiver sobrando em torno. Amo minha escola, mas odeio que as tarefas de casa me tomem tanto tempo que eu poderia usar para fazer outras coisas. É assim que é ter dons e TDAH.

Lições de Vida

Tentei alguns remédios para me ajudar a prestar atenção. É tão esquisito que façam remédios para isso! Um me ajudava a me concentrar e a ter mais disposição na escola. Agora, outro me ajuda a ser mais otimista, mas quando o efeito some, me sinto menos alegre e me desligo mais. Meu remédio ajuda alguma coisa, mas não resolve completamente o problema da atenção. Ainda tenho de me esforçar para prestar atenção, e algumas vezes ainda fico vagando mesmo com o remédio.

O remédio não ajuda nos problemas que tenho para memorizar e estudar para as provas. Meu tutor sugere que eu faça desenho de figuras quando tenho de memorizar fatos para a minha prova de história. Por exemplo, quando estávamos estudando a Renascença, eu desenhei uma harpa pelo renascimento da música e uma cruz pelo renascimento da cultura. Isso me ajudou a lembrar dessas coisas para uma prova. Mas demora muito tempo estudar desse jeito, então eu não conseguia estudar tudo e tirava notas baixas porque havia muitas partes que eu não tinha visto. Às vezes isso me faz querer desistir quando eu descubro o quanto tenho de estudar a mais coisas que não são tão difíceis para os outros colegas.

Japonês foi mais fácil para eu aprender porque quando você escreve em japonês, é arte, e eu adoro desenhar. A escrita japonesa é cheia de detalhes, e eu gosto de ficar por um tempo longo em alguma coisa e fazer tudo exato. Mas a lentidão é um outro problema que eu tenho e que frustra as pessoas. E o meu tutor diz que eu às vezes tenho muita dificuldade em decidir quando caprichar nos detalhes vai fazer meu trabalho ficar melhor ou quando vai prejudicá-lo porque "eu não consigo ver a floresta pelas árvores". Há uma parte do japonês que tem sido muito difícil para mim. Estou atrasada em relação à minha classe no que diz respeito à memorização dos caracteres japoneses e nas combinações de caracteres.

No terceiro ano eu fui para uma escola especial para crianças com dificuldades de aprendizagem, onde eu aprendi o método Singerland para leitura. Aquilo foi realmente bom para mim. Agora eu leio livros que são realmente difíceis, como o The Golden Compass (A Bússola Dourada) e The Amber Spyglass (A Luneta Âmbar).

Visualização e verbalização foram realmente úteis, também, para descobrir a prosódia. Ainda sou má em leitura em voz alta, mas estou melhor do que era! Mas as outras partes da escola eram tão fáceis para mim, e eu ficava aborrecida porque eu já sabia o conteúdo. Quando voltei para minha escola pública, as crianças me perguntavam, "Dana, você vai para a escola especial no terceiro ano?" A Educação Especial não é uma coisa popular. Você tem de ser normal para ser legal.

Algumas pessoas idolatram os estudantes bem dotados porque pensam que eles são bons em todos os assuntos, mas isso não é verdade. Não somos superinteligentes em tudo, como um computador. Sou boa em algumas áreas. Meu tutor diz que sou uma aprendiz visual. Por exemplo, em história, quando minha professora estava falando sobre a segunda guerra mundial, ela mostrou fotos das trincheiras em que eles lutavam. Sempre vou me lembrar daquelas cenas.

Ser superdotado é uma coisa má em algumas das escolas em que eu estive. No cinema, os geniosinhos não são geralmente bons nos esportes. As pessoas pensam que se você é superinteligente, então você será provavelmente fraco. É muito bom ser um mago em matemática, mas é bem mais legal se você for realmente atlético. Foi o que descobri em minha velha escola pública.

Agora frequento uma escola para alunos superdotados e temos muito atletismo aqui. Fazemos exercícios, dança e artes marciais quase todos os dias. Fico feliz por ver que os meus colegas de escola não ligam muito para a moda e não estão nem aí para o tipo de roupa que você usa. Para mim, é muito mais confortável desse jeito.

Estamos juntos nessa

Qual a melhor maneira de ajudar crianças como eu? Precisamos de muito apoio dos pais e não de gritos quando tiramos notas baixas. A melhor coisa que os pais podem fazer é ajudar seus filhos a superar suas dificuldades. Me ajudou muito quando minha mãe me mostrou novas maneiras de estudar para uma prova. Me ajudou a encontrar amigos que sejam honestos e que não me critiquem pelas costas. Ajudou-me a achar uma escola onde os professores vejam que há coisas em que eu sou muito boa. Uma vez minha mãe me contou uma história sobre os nerds de computador que terminaram por tomar conta do mundo, e às vezes eu penso nessa história e isso faz com que eu me sinta melhor, também.

Espero que outras crianças que sejam superdotadas e que tenham TDAH saibam que não estão sós. Espero que isso ajude as crianças a falar com seus pais e professores sobre as coisas que as aborrece e que as fazem se sentir menos esquisitas e solitárias. Falar com eles sobre coisas em que você é bom e sobre coisas que são difíceis para você - e por que elas são difíceis para você - podem ajudar as crianças a descobrir como fazer a escola um pouco melhor. Além de tudo, falar sobre coisas também pode ajudar as crianças a se sentirem melhor a respeito de si mesmas.


ADDitude

terça-feira, 15 de abril de 2014

331- Segredos do Cérebro TDAH


A maioria das pessoas é neurologicamente equipada para determinar o que é importante e motivar-se para o fazer, mesmo quando isso não for do seu interesse. E há o restante, nós, com déficit de atenção. Por William Dodson, M.D.

O TDAH é uma condição confusa, contraditória, inconsistente e frustrante. Ele é muito opressivo para as pessoas que vivem com ele todos os dias. Os critérios de diagnóstico que foram usados nos últimos 40 anos deixam muitas pessoas em dúvida se têm ou não a condição. Os diagnosticadores têm longas listas de sintomas para ler e excluir. O DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) tem 18 critérios e outras listas de sintomas citam ao redor de 100 traços.

Os profissionais, eu inclusive, têm tentado estabelecer um modo mais simples e claro de entender os prejuízos do TDAH. Temos procurado a "linha luminosa e reluzente" que define a condição, explica a fonte dos problemas e dá a direção do que fazer a respeito.

Meu trabalho na última década sugere que temos esquecido de algo importante sobre a natureza fundamental do TDAH. Fui procurar os especialistas nessa condição - as centenas de pessoas e seus familiares com quem trabalhei e que foram diagnosticados com o TDAH - para confirmar minha hipótese. Minha meta era procurar a característica que todos os com TDAH têm, e que as pessoas neurotípicas não têm.

Eu a descobri. É o sistema nervoso TDAH, uma criação única e especial que regula a atenção e as emoções de modo diferente do que o sistema nervoso daqueles sem a condição.

A "Zona TDAH"

Quase todos os meus pacientes e seus familiares gostariam de abandonar o termo Transtorno de Déficit de Atenção, porque ele descreve o oposto do que eles sentem em cada momento de suas vidas. É difícil chamar algo de transtorno quando ele implica em muitas coisas positivas. O TDAH não é um sistema nervoso lesionado ou defeituoso. É um sistema nervoso que trabalha bem usando suas próprias regras. Apesar da associação do TDAH com Dificuldades de Aprendizagem, muitas pessoas com um sistema nervoso TDAH têm QI significativamente acima da média. Elas também usam esse QI mais alto de modo diferente das pessoas normais. Na época em que muitas pessoas com a condição chegam ao colegial, elas são capazes de resolver problemas que bloqueiam qualquer outra pessoa e saírem com soluções que ninguém tinha visto.

A grande maioria dos adultos com sistema nervoso TDAH não é claramente hiperativa. Eles são hiperativos internamente.

Os portadores do problema não têm falta de atenção. Eles prestam muita atenção em tudo. Muitas pessoas com TDAH sem tratamento têm quatro ou cinco coisas na mente ao mesmo tempo. A marca do sistema nervoso TDAH não é o déficit de atenção, mas a atenção inconsistente.

Todos os que têm TDAH sabem que podem "entrar na zona" ao menos quatro ou cinco vezes ao dia. Quando estão "na zona", não têm nenhuma dificuldade e os déficits de função executiva que podiam ter antes de "entrar na zona" desaparecem. Os portadores de TDAH sabem que são espertos e brilhantes, mas nunca estão seguros de que suas habilidades aparecerão quando precisarem delas. o fato de que os sintomas e prejuízos vão e vêm ao longo do dia é o traço definidor do TDAH. Ele torna o transtorno mistificador e frustrante.

As pessoas com TDAH entram na zona principalmente por se interessarem ou ficarem intrigadas com o que estão fazendo. Eu chamo isso de sistema nervoso baseado em interesse. Amigos e familiares críticos vêem isso como ser não confiável ou malandragem. Quando os amigos dizem "Você pode fazer as coisas de que gosta", eles estão descrevendo a essência do sistema nervoso TDAH.

Indivíduos com TDAH também entram na zona quando são desafiados ou lançados em um ambiente competitivo. Às vezes uma tarefa nova ou diferente atrai sua atenção. Entretanto, a novidade tem vida curta, e tudo fica velho num instante.

Muitas pessoas com sistema nervoso TDAH podem se engajar em tarefas e acessar suas habilidades quando a tarefa é urgente - um prazo final, por exemplo. É por isso que a procrastinação é uma dificuldade quase universal em pessoas com TDAH. Elas querem fazer o seu trabalho, mas não conseguem dar início até que a tarefa se torne interessante, desafiadora, ou urgente.

Como o resto do mundo funciona

As 90 por cento de pessoas sem TDAH do mundo são denominadas de neurotípicas. Não é que elas sejam normais ou melhores. Sua neurologia é aceita e aprovada pelo mundo. Para as pessoas com um sistema nervoso neurotípico, ficar interessada na tarefa, ou desafiada, ou achar a tarefa novidade ou urgente, ajuda, mas não é um pré-requisito para fazê-la.

As pessoas neurotípicas usam três diferentes fatores para decidir o que fazer, como dar início e como ficar ligada até o final do trabalho:

1- O conceito de importância (elas pensas que o trabalho deve ser feito).

2- O conceito  de importância secundária - elas são motivadas pelo fato de que seus pais, professores, patrão ou alguém que respeitam pensam que a tarefa seja importante para ser aceita e completada.

3- O conceito de recompensas por fazer uma tarefa e consequências ou punições por não fazê-la.

Uma pessoa com sistema nervoso TDAH nunca é capaz de usar a idéia de importância e recompensas para iniciar e fazer uma tarefa. Ela sabe o que é importante, ela gosta de recompensas, e não gosta de punições. Mas, para ela, as coisas que motivam o resto do mundo são meramente chatices.

A incapacidade de usar a importância e as recompensas para tornar-se motivado tem um impacto durante toda a vida do portador de TDAH:

Como os diagnosticados com a condição podem escolher entre as múltiplas opções se eles não podem usar os conceitos de importância e de recompensa ao final para motivá-los?

Como eles podem tomar decisões importantes se os conceitos de importância e recompensa não são úteis para tomar uma decisão nem uma motivação para fazer o que eles escolheram? 

Esse entendimento explica porque nenhuma das terapias cognitivas e comportamentais usadas para controlar os sintomas do TDAH têm um beneficio duradouro. Os pesquisadores vêem o TDAH como um derivado de um sistema nervoso defeituoso ou baseado em déficit. Eu vejo o TDAH como derivado de um sistema nervoso que funciona perfeitamente bem com suas próprias regras. Infelizmente, ele não funciona com nenhuma das regras ou técnicas ensinadas e encorajadas em um mundo neurotípico. Por isso que:

Os TDAHs não preenchem o padrão do sistema escolar, que é construído na repetição do que alguém pensa que seja importante e relevante.

Os TDAHs não florescem no emprego que paga as pessoas para trabalhar no que alguém (principalmente o chefe) pensa que seja importante.

Os TDAHs são desorganizados porque quase todo sistema organizacional lá fora é construído sobre duas coisas - priorização e gerenciamento do tempo - coisas em que os TDAHs não são muito bons.

Os TDAHs têm dificuldade de escolher entre alternativas porque tudo tem a mesma falta de importância. Para eles, todas as alternativas parecem a mesma coisa.

Pessoas com um sistema nervoso TDAH sabem que, se elas se engajarem em uma tarefa, elas conseguem fazer. Longe de serem mercadoria estragada, pessoas com sistema nervoso TDAH são brilhantes e inteligentes. O principal problema é que elas receberam um manual do proprietário neurotípico ao nascerem. Ele funciona para todo mundo, menos para elas.

Não transforme os TDAHs em neurotípicos

As implicações desse novo entendimento são vastas. A primeira coisa a fazer é para os coaches, médicos e profissionais pararem de tentar transformar as pessoas com TDAH em pessoas neurotípicas. A meta deve ser intervir tão cedo quanto possível, antes do indivíduo com TDAH ficar frustrado e desmoralizado pela batalha em um mundo neurotípico, onde tudo está contra ele. A abordagem terapêutica que tem a chance de funcionar, quando nada mais funcionou, deveria ter duas partes:

Ajustar o campo de ação neurológico com medicação, de modo que o  indivíduo com TDAH tenha a capacidade de atenção, controle de impulso e habilidade de ficar calmo no seu interior. Para muitas pessoas, isso requer duas medicações diferentes. Os estimulantes melhoram o desempenho diário dos portadores de TDAH, ajudando-os a terem as coisas feitas. Não são eficientes para acalmar a hiper-estimulação interna que muitos deles têm. Para esses sintomas, a maioria das pessoas será beneficiada pelo acréscimo de uma medicação alfa-agonista, como a clonidina, ao estimulante.

Entretanto, a medicação não é o suficiente. Uma pessoa pode tomar a medicação correta na dose correta, mas nada mudará se ela ainda se aproximar das tarefas com as estratégias neurotípicas.

A segunda parte do controle dos sintomas do TDAH é fazer o indivíduo criar seu próprio manual do proprietário. O manual do proprietário genérico que foi escrito tem sido desapontador para as pessoas com essa condição. Como quase todo mundo, os que têm TDAH crescem e amadurecem com o tempo. O que interessa e desafia alguém aos sete anos de idade não o interessará mais aos 27 anos.

Escreva suas próprias regras

O manual do proprietário do TDAH tem de ser baseado nos sucessos atuais. Como você entra na zona agora? Sob quais circunstâncias você tem sucesso e progride em sua vida corrente? Em vez de focalizar no que você falha, você precisa identificar como você entra na zona e funciona em níveis extraordinários.

Eu geralmente sugiro que meus pacientes carreguem um notepad ou um gravador de voz por um mês para escrever ou explicar como eles entram na zona.

Foi porque eles ficaram curiosos? Se for por isso, o que, especificamente, na tarefa ou na situação os intrigou? Foi porque se sentiram competitivos? Se foi por isso, o que no oponente ou na situação trouxe os sentimentos competitivos?

Ao final do mês, muitas pessoas compilaram 50 ou 60 técnicas diferentes que elas sabem que funcionam para elas. Quando chamadas a trabalhar e a se engajar, elas agora entendem como seu sistema nervoso trabalha e quais técnicas são úteis.

Eu vi muitas dessas estratégias funcionarem para muitas pessoas com TDAH, porque elas pararam e olharam para trás, e descobriram os gatilhos de que precisam para avançar. Essa abordagem não tenta mudar as pessoas com um sistema nervoso TDAH em pessoas neurotípicas (como se isso fosse possível), mas dá um auxílio ao longo da vida porque ela é construída com base em seu potencial.


ADDitude

segunda-feira, 14 de abril de 2014

330- TDAH - O Tratamento Alimentar


Estudos sugerem que mudanças na dieta alimentar podem melhorar os sintomas de hiperatividade, desatenção e impulsividade nas crianças com TDAH. Experimente essas sugestões de menu para o TDAH. Pelos editores de ADDitude

O Tratamento Alimentar do TDAH

Estudos mostram que mudanças na dieta alimentar não somente melhoram os sintomas de hiperatividade, concentração e impulsividade,  como também diminuem o comportamento de oposição das crianças com TDAH. Senhores pais, vocês não estão seguros da maneira de maximizar o uso dos alimentos bons para o TDAH enquanto eliminam aqueles com poder de piorar os sintomas? Leiam adiante para descobrir como tornar a dieta de sua família boa para o TDAH - desde o café da manhã até a sobremesa - com essas sugestões de menus.

O café da manhã para as crianças com TDAH

Um café da manhã rico em proteínas, dizem os especialistas, promove melhor início das atividades de aprendizagem e melhora do comportamento. Por que? A proteína é usada pelo cérebro para fazer os neurotransmissores - substâncias químicas que ajudam as células do cérebro a "conversar" entre si. Para seu menu matinal, tente ovos mexidos com torradas de pão integral; ou manteiga de amendoim natural com pão integral. Evite cereais açucarados, que podem causar picos de glicose no sangue e aumentar a hiperatividade nas crianças com TDAH.

Outro reforço do café da manhã

A combinação de proteínas e carboidratos complexos, que são ricos em fibras e pobres em açúcar, ajudará seu filho a controlar melhor os sintomas do TDAH durante o dia. Os açúcares dos carboidratos são digeridos mais lentamente porque a ingestão conjunta de proteínas com gordura e fibras resulta em liberação mais gradual e sustentada de açúcar para o sangue. Tente essas combinações já aprovadas para o TDAH: omelete vegetal e um bolinho (muffin) com farelo; iogurte com frutas e aveia; torrada com manteiga de amendoim.

Lanches rápidos para o cérebro TDAH

Como os medicamentos tendem a diminuir o apetite, é importante contar cada caloria. Você também vai querer mais proteína (para manter a atenção) e carboidratos complexos (para evitar picos e quedas de glicose no sangue). Lanches rápidos, cheios de calorias para as crianças com TDAH incluem: sopas cremosas ou com queijo, com torradinhas; queijo em fatias, bolachas de água e sal (crackers) e uma maçã; uma banana e manteiga de amendoim.

Almoço e jantar equilibrados para melhorar o comportamento

Quando preparar uma refeição para o TDAH, metade do prato deve ser preenchida por frutas e vegetais, um quarto com proteína e um quarto com carboidrato complexo. Essa combinação de alimentos pode controlar as mudanças de comportamento causadas pela fome, pelos picos de glicose no sangue ou por uma falta aguda de algum nutriente em particular. Além disso, grãos inteiros ajudam a prevenir os níveis altos e as quedas de açúcar no sangue, que podem aumentar a falta de atenção

Opções para almoço e jantar próprios para o TDAH

Enquanto segue as divisões apropriadas no prato, tente servir tantos alimentos aprovados para o TDAH quanto possa em cada refeição: um vegetal verde escuro e um amarelo ou vermelho; grãos inteiros; leite desnatado, iogurte ou queijo; carne magra, peixe, ovos, feijão ou castanhas (por causa da proteína); alimentos ricos em omega-3, como óleo de canola, nozes e peixe de água fria, como salmão fresco.

Sobremesas saudáveis para as crianças

Se o seu filho recusa comida ou se tiver perda de apetite causada pela medicação, use sobremesas para obter as calorias e a nutrição necessárias na dieta dele. Os estudos mostram que dietas com muito açúcar podem aumentar a desatenção nas crianças com TDAH, então, escolha sobremesas menos açucaradas. Eis aqui algumas opções saudáveis de sobremesas: molho de maçã feito em casa, iogurte "parfait" (camadas alternadas de iogurte e de frutas), ou pudim de chocolate feito com leite desnatado.

O que deixar fora do cardápio

Vários estudos sugerem que aditivos artificiais e açúcar podem aumentar a hiperatividade nas crianças com TDAH. Alimentos frescos e não industrializados são a melhor escolha para essas crianças, porque contêm poucos aditivos. Para estar seguro, verifique os rótulos, as tabelas e evite os alimentos que tenham corantes e sabores artificiais, conservantes e excesso de açúcar.

Ainda com fome?

Mais informações sobre a nutrição e o TDAH em
ADDitude magazine (www.additudemag.com) :
Sugary snacks: The Lowdown
Boost Brain Function By Eating More Fish
Fight Back with Food
The ADHD-Friendly Diet
Fish Oil for ADHD
5 All-Natural ADHD Supplements
ADHD Vitamins and Supplements

Veja, também, a postagem 165 deste blog


[Nota: Onde estão os estudos que sugerem essas vantagens?]

sexta-feira, 11 de abril de 2014

329 - Esperto Mas Enrolado: As Emoções do TDAH


Raiva, explosões, ansiedade, irritabilidade, impaciência: Mais do que a maioria das pessoas, os portadores de TDAH podem ser guiados pelas emoções. 

Por Thomas E. Brown, Ph.D., autor de "Smart but Stuck: Emotions in Teens and Adults with ADHD"

As Emoções Governam

Poucos médicos levam em conta os desafios emocionais quando fazem o diagnóstico de TDAH. De fato, os critérios atuais de diagnóstico do TDAH não mencionam "problemas com as emoções", embora as pesquisas recentes revelem que os que têm TDAH sofrem significativamente mais de dificuldades como baixa tolerância à frustração, impaciência, temperamento difícil e excitabilidade em comparação a um grupo controle.

Processar a Emoção: Uma Coisa do Cérebro

Os desafios com as emoções começam no próprio cérebro. Algumas vezes as dificuldades de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte, invadindo o cérebro com uma emoção intensa. Outras vezes, a pessoa com TDAH parece insensível ou alheia às emoções dos outros. As redes cerebrais de conexão que carregam informação relativa à emoção parecem de algum modo mais limitadas nos indivíduos com TDAH.

Preso em um Sentimento

Quando um adolescente com TDAH se torna enfurecido porque um pai não o deixa usar o carro, por exemplo, sua resposta extrema pode ser por "inundação" - uma emoção momentânea pode tomar todo o espaço na mente de um portador de TDAH, como um vírus de computador que pode ocupar todo o espaço de um disco rígido. Esse foco em uma emoção bloqueia informação importante que poderia ajudar a modular sua raiva e seu regular seu comportamento.

Extrema Sensibilidade à Desaprovação

Os TDAHs geralmente se tornam rapidamente imersos em uma emoção saliente e têm problemas com a mudança de foco para outros aspectos da situação. Ouvir uma pequena incerteza na reação de um colega a uma sugestão pode levar à interpretação disso como uma crítica e a uma explosão de autodefesa imprópria, sem ter ouvido cuidadosamente à resposta do colega.

Paralisado pelo Medo

Ansiedade social significativa é uma dificuldade crônica sentida por mais de um terço de adolescentes e adultos com TDAH. Eles vivem quase constantemente com medos exagerados de serem vistos pelos outros como incompetentes, pouco atraentes ou não serem bacanas.

Ceder à Esquiva e Negação

Algumas pessoas com TDAH não sofrem de uma falta de consciência de emoções importantes, mas de uma incapacidade de tolerar essas emoções o suficiente para lidar eficientemente com elas. Elas se tornam presas em padrões de comportamento para evitar emoções dolorosas que parecem muito opressoras - aproximação de prazos finais ou encontro com um grupo de pessoas desconhecidas.

Levados pela Emoção

Para muitos TDAHs, o mecanismo cerebral de comporta para regular a emoção não distingue entre ameaças perigosas e problemas menores. Esses indivíduos são frequentemente atirados ao modo de pânico por pensamentos e percepções que geralmente não levariam a essa reação. Como resultado, o cérebro TDAH não pode lidar mais racionalmente realisticamente com eventos que são estressantes.

Tristeza e Baixa Autoestima

Pessoas com TDAH não tratado podem sofrer de distimia - uma forma leve mas prolongada de depressão ou tristeza. Geralmente são desencadeadas por viver com frustrações, fracassos, feedback negativo e estresses da vida causados por falta de tratamento ou por mau tratamento do TDAH. Pessoas distimicas sofrem quase todo dia de pouca energia e baixa autoestima.

Emoções e Mãos à Obra

As emoções motivam a ação - ação para se engajar ou para evitar. Muitas pessoas com TDAH não tratado podem rapidamente mobilizar interesse somente em atividades que ofereçam gratificação muito imediata. Elas tendem a ter graves dificuldades em ativar e sustentar esforço para tarefas que ofereçam recompensa a longo prazo.

Emoções e Mãos à Obra 2

Estudos de imagens cerebrais demonstram que as substâncias químicas que ativam os circuitos de reconhecimento de recompensa do cérebro tendem a se ligar a menos receptores nas pessoas com TDAH do que no grupo controle. As pessoas com TDAH são menos capazes de antecipar o prazer ou a registrar a satisfação com tarefas para as quais o pagamento é demorado.

Emoções e Memória de Trabalho

A memória de trabalho faz entrar em jogo, consciente ou inconscientemente, a energia emocional necessária para nos ajudar a organizar e a sustentar a atenção, a monitorar e auto-regular. Muitos TDAHs, entretanto, têm memória de trabalho inadequada, o que pode explicar por que eles geralmente são desorganizados, perdem a calma ou procrastinam.

Emoções e Memória de Trabalho 2

Algumas vezes as dificuldades de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte. Outras vezes, as dificuldades de memória de trabalho deixam as pessoas com sensibilidade insuficiente para a importância de uma emoção particular porque elas não mantiveram outra informação relevante na mente.

Tratamento dos Desafios Emocionais


O tratamento dos desafios emocionais do TDAH requer uma abordagem multimodal: ela começa com uma avaliação cuidadosa e acurada do TDAH, que explique o TDAH e seus efeitos sobre as emoções. A medicação para o TDAH pode melhorar o funcionamento das redes neurais do cérebro. A psicoterapia pode ajudar a pessoa a controlar a raiva ou a baixa autoestima. O coaching pode ajudar uma pessoa a superar os problemas para terminar as tarefas aborrecidas.

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