quarta-feira, 16 de novembro de 2022

TDAH - Por que sou tão sensível? Por que os cérebros com TDAH não podem simplesmente ignorar a injustiça?


(Eis aí um artigo muito atual, diante da situação do nosso país. JAM)


Você fica oprimido ou enfurecido pela injustiça da vida e pelos ataques à justiça social? Se a resposta for SIM, você pode estar sofrendo o impacto de um traço pouco conhecido do TDAH chamado sensibilidade à justiça.

Por Marcy Caldwell, Psy.D.   ADDitude - atualizado em 11/novembro/2022


Passar por um mendigo na calçada dá vontade de chorar?

O cara que corta a fila de um quilômetro na segurança do aeroporto deixa você furioso?

Você se sente paralisado por uma enxurrada de notícias negativas?


Se você respondeu sim a essas perguntas, pode ter o traço de

TDAH amplamente negligenciado, mas extremamente impactante, chamado

sensibilidade à justiça.

Quer seja desencadeada por injustiça social ou pequenas desigualdades, a sensibilidade à justiça faz com que você perceba a injustiça e o mal no mundo com mais frequência - e o sinta com mais intensidade - do que os colegas neurotípicos.

Vários estudos descobriram que os cérebros com TDAH (particularmente do tipo desatento) são significativamente mais sensíveis à justiça do que os cérebros neurotípicos. Possíveis razões para isso incluem labilidade emocional, intensidade e desregulação, que são sintomas comuns de TDAH.

Mas os pesquisadores também teorizam que os cérebros com TDAH tendem a perceber as informações com uma visão menos positiva; isso, junto com a rigidez cognitiva e as redes cerebrais impactadas pelo TDAH, pode levar a uma ruminação intensa.

E não para por aí. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com TDAH sentem uma necessidade tão forte de restaurar a justiça que tomarão medidas para fazê-lo, mesmo que se machuquem a longo prazo. (Cuidado. No Brasil a situação está muito perigosa. O cabeça de ovo pode te prender por qualquer palavra ou opinião que o desagrade. A liberdade de expressão, da nossa constituição, já não vale. Contenha-se. JAM)

Fixado na injustiça: sintomas de sensibilidade à justiça

Como você sabe se pode ser propenso a sensibilidade à justiça? Se você se identifica com as seguintes emoções, você pode ter esta característica:

  • Raiva e ressentimento frequentes sobre a vitimização

  • Medo de futuras vitimizações

  • Indignação sobre a injustiça feita a outros

  • Forte impulso para restaurar a justiça

  • Perceber a injustiça onde os outros não percebem

  • Desesperança sobre questões de grande escala que o mundo enfrenta

  • Sentimentos de inutilidade quando tratados injustamente

  • Ruminação sobre desigualdade e injustiça

  • Culpa ou vergonha intensa por causar injustiça

Quando a injustiça social se torna totalmente consumidora

Como pode dizer qualquer pessoa que já tropeçou na toca do coelho do fim do mundo, a sensibilidade à justiça pode causar estragos no humor, na produtividade e nos níveis de energia. Isso ocorre porque as pessoas com TDAH são mais propensas a ruminar e sentir raiva, desamparo e desespero que a injustiça pode desencadear, impedindo-as de passar para outras tarefas e potencialmente afetando sua saúde mental.

Na verdade, a pesquisa mostrou que a sensibilidade à justiça, em companhia da sensibilidade à rejeição, é amplamente responsável pela associação entre TDAH, depressão e ansiedade.

Mas a sensibilidade à justiça não precisa sobrecarregá-lo, e há muito o que você pode fazer para evitar sentimentos de desamparo e desespero. Para começar, evite ser bombardeado com notícias que aumentam as emoções, filtrando seus feeds de notícias ou desativando as notificações.

Tente integrar uma prática de atenção plena ou estratégias de relaxamento ao seu dia, fazendo exercícios respiratórios, caminhando na natureza ou usando outras estratégias calmantes que o centralizam e aterram quando o mundo parece insuportavelmente injusto.

Aproveitando seu poder: agindo sobre questões de justiça social

Se administrada corretamente, uma boa dose de frustração e tristeza em relação às desigualdades pode ser útil. Afinal, o mundo precisa de indivíduos comprometidos em fazer uma diferença positiva na vida dos outros — desde que isso não tenha um custo pessoal muito grande.

Em vez de sucumbir à fúria e ao desespero, mobilize-se para fazer algo positivo. Mesmo pequenas ações podem ajudar as pessoas a se sentirem mais fortalecidas e menos desanimadas. Aqui estão algumas sugestões:


  • Sentindo-se desesperado com as mudanças climáticas? Tome medidas para reduzir sua pegada de carbono diária. (Ou veja a opinião de climatologistas que explicam a falácia do efeito estufa. O Professor MOLION, por exemplo. Procure no YouTube. JAM)

  • Com o coração partido por causa dos sem-teto em sua cidade? Ofereça-se para ser voluntário em um abrigo local. (Mas tenha mais cuidado ainda com o MST e o MTST, porque agora eles vão agir livremente. O seu direito à propriedade foi para o beleléu. JAM)

  • Ansioso para fortalecer a prevenção do crime local? Entre em contato com as autoridades policiais locais e pergunte como você pode ajudar. (Deixe de ser ingênuo, isso só vale fora do Brasil. Aqui, o crime compensa. Alcaguetas morrem. JAM)

Marcy Caldwell, Psy.D., é psicóloga clínica e fundadora da Rittenhouse Psychological Services, especializada em TDAH adulto, na Filadélfia, Pensilvânia. Ela também criou ADDept.org. Publicado em ADDitude


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