sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

TDAH - Na sombra de um estereótipo 443


TDAH - Na sombra de um estereótipo

Novos fatos sobre o TDAH – “Descobertas das neurociências, de imagem cerebral e de pesquisas clínicas mudaram dramaticamente o conhecimento antigo sobre o TDAH como essencialmente um transtorno do comportamento”. Esta é uma leitura obrigatória. Os editores de ADDitude.

1- TDAH 2.0 – Agora, os especialistas veem o TDAH como um defeito do desenvolvimento do sistema cerebral de autocontrole – as funções executivas. Atualize seus conhecimentos sobre o transtorno, e abandone os mitos que ainda existem, com esses fatos sobre o TDAH:

2- Novos versus Antigos Modelos – O Novo modelo do TDAH difere de muitas maneiras da visão histórica desse transtorno como um conjunto de problemas de comportamento das crianças pequenas. O novo modelo é uma mudança de tipo paradigma para o entendimento do TDAH. Ele se aplica a crianças, adolescentes e adultos. Ele se focaliza em uma ampla faixa de funções de autocontrole ligadas a complexas operações cerebrais, e estas não estão limitadas a comportamentos prontamente observáveis. Mas, há uma substancial superposição entre o velho e o novo modelo de TDAH.

3- Foco ligado-desligado – Os dados clínicos indicam que os prejuízos das funções executivas são variáveis de acordo com a situação. Cada pessoa com TDAH pode, em cenários e situações específicas, não apresentar nenhuma dificuldade no uso das funções executivas, que estão significativamente comprometidas na maioria das outrs situações. Tipicamente, são atividades nas quais o indivíduo com TDAH tem um interesse pessoal forte ou situações com consequências desagradáveis por falha em agir.

4- Sinais na infância – Pesquisas recentes mostram que muitas pessoas com TDAH funcionam bem durante a infância e não manifestam nenhum sintoma significativo até a adolescência, ou mais tarde, quando desafios às funções executivas de multiplicam. As agora mostram que os sintomas do TDAH persistem até a idade adulta em muitos pacientes. Em outros, os sintomas do TDAH da infância se dissipam significativamente com a idade.

5- QI alto e TDAH – A inteligência, medida pelos testes de QI, não tem nenhuma relação sistemática com os prejuízos das funções executivas associados ao TDAH. Estudos mostram que crianças e adultos até mesmo com QI elevados podem sofrer os prejuízos do TDAH. Isso torna difícil utilizar, consistente e efetivamente, fortes habilidades cognitivas em muitas situações de vida.

6- Conexão emocional – Pesquisas recentes mostraram o papel importante das emoções no TDAH. Algumas pesquisas focalizaram somente os problemas no controle das emoções sem inibição suficiente. As pesquisas também mostraram que um deficit crônico nas emoções que compõem a motivação é um prejuízo para muitos indivíduos. Isso torna difícil, para eles, iniciar e sustentar a motivação para atividades que não dão reforço imediato e contínuo.

7- Mapeando os deficit – As funções executivas são complexas e envolvem não somente o córtex pré-frontal do cérebro. Indivíduos com TDAH demonstraram ser diferentes quanto à taxa de maturidade de áreas específicas do córtex na espessura do tecido cortical, nas características das regiões parietais e cerebelares, assim com nos núcleos da base e nos tratos da substância branca que conectam e proporcionam comunicação, criticamente importante, entre várias regiões do cérebro.

8- Desequilíbrio químico – Os prejuízos do TDAH não são devidos a um excesso global ou a falta de uma substância química específica dentro ou ao redor do cérebro. O problema principal está relacionado a substâncias químicas fabricadas, liberadas e recaptadas ao nível das sinapses, as junções entre certas redes de neurônios que modulam o sistema de controle do cérebro. Pessoas com TDAH tendem a não liberar a quantidade suficiente dessas substâncias químicas, ou a liberar e recaptá-las muito rapidamente. As medicações para o TDAH ajudam a suavizar esse processo.

9- O gene do TDAH – Não foi identificado nenhum gene único como a causa do TDAH. As pesquisas recentes identificaram dois agrupamentos diferentes de genes que, juntos, estão associados ao TDAH, embora não sejam definitivamente a causa dele. Atualmente, a complexidade do transtorno está provavelmente associada a múltiplos genes, cada um dos quais, por si mesmo, tem somente um pequeno efeito no desenvolvimento do TDAH.

10- TDAH e TDO – A incidência do Transtorno Desafiador de Oposição nas crianças com TDAH é de aproximadamente 40%. Crianças com o tipo combinado de TDAH têm maior probabilidade de apresentar sinais de TDO, o que é caracterizado por problemas crônicos com negativismo, desobediência, comportamento hostil e/ou desafiador em relação a figuras de autoridade. Tipicamente o TDO aparece em torno dos 12 anos de idade e persiste por cerca de 6 anos, gradualmente desaparecendo. Mais de 70% das crianças diagnosticadas com TDO nunca desenvolvem Transtorno de Conduta (TC).

11- TDAH e Autismo – As pesquisas demonstraram que muitos indivíduos com TDAH têm significativos traços relacionados ao Transtorno de Espectro Autista (TEA) e muitos diagnosticados com TEA também preenchem os critérios para TDAH. Os estudos também mostraram que os medicamentos para o TDAH podem ser úteis para aliviar os problemas de TDAH nos indivíduos com TEA. Os medicamentos para o TDAH também podem ajudar os que têm TEA+TDAH a melhorar alguns sintomas específicos do TEA.

12- Medicamentos e Mudanças Cerebrais - Pesquisas e testes clínicos mostraram que os medicamentos para TDAH dão os seguintes benefícios para algumas crianças e adultos:
a) melhoram a memória de trabalho, o comportamento na sala de aula, a motivação para fazer as tarefas e a persistência para resolver problemas.
b) minimizam o tédio, a distração quando fazem um trabalho, e as crises emocionais.
c) aumentam o desempenho nas provas, as taxas de graduação e outras conquistas que podem ter efeitos duradouros.
d) normalizam as anormalidades estruturais em regiões cerebrais específicas.

13- Medicamentos para Diferentes Idades – O ajuste fino da dosagem e do horário dos estimulantes é importante porque a dose mais eficaz depende do metabolismo, da genética, e do funcionamento dos neurotransmissores, isto é, quão sensível é o corpo do paciente àquela medicação específica. Geralmente os médicos começam com doses muito baixas e aumentam gradualmente, até que seja encontrada uma dose eficaz, ou que os efeitos colaterais apareçam de modo significativo, ou que seja atingida a dose máxima recomendada. Alguns adolescentes e adultos precisam de doses menores do que as tomadas por crianças; alguma crianças pequenas precisam de doses maiores do que a maioria dos seus colegas.

14- Pré-escolares e Medicamentos – As pesquisas mostraram que a maioria das crianças de 3 a 5 anos e meio, com TDAH moderado a grave, tem melhora significativa dos sintomas quando tratada com estimulantes. Os efeitos colaterais são ligeiramente mais comuns do que os vistos em crianças maiores, mas ainda são mínimos. A Associação Americana de Pediatria recomenda que crianças de 4 a 5 anos com prejuízo9s significativos do TDAH devem ser tratadas com terapia comportamental, Se não for eficiente após 3 meses, estará indicada a medicação estimulante.

15- Impulsivo para Sempre? - Muitos indivíduos com TDAH nunca manifestam níveis excessivos de hiperatividade ou de impulsividade na infância ou depois. Entre os que são mai “hiper” e impulsivos na infância, uma substancial porcentagem supera os sintomas no final da infância ou início da adolescência. Porém, os prejuízos em focalizar e manter a atenção, organizar as tarefas, controlar as emoções e usar a memória de trabalho podem persistir e se tornarem problemáticos, conforme a pessoa entra na adolescência e na idade adulta.
16- TDAH é Diferente – O TDAH difere de muitos outros transtornos porque ele coexiste com outros deles. Os prejuízos de funções executivas que constituem o TDAH também rondam outros transtornos. Muitos transtornos de aprendizagem e transtornos psiquiátricos podem ser comparados a problemas com um pacote de software pra computador, que, quando não funciona bem, interfere com poucas funções. O TDAH pode ser comparado a um problema no sistema operacional do computador (Windows, Linux, por exemplo), que vai interferir no funcionamento de muitos programas diferentes.


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