quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

323- Segredos do TDAH que minha professora deveria saber


Um estudante com déficit de atenção dá algumas dicas à sua professora para que ambos consigam o melhor em classe. Por Josh e Melinda Boring

Querida professora, 
enquanto nos preparamos para compartilhar mais um dia na escola, podemos fazer uma pequena pausa? Fizemos uma conferência na minha lista, abrangendo tudo o que eu vou precisar para os assuntos do dia. Mas, e a sua lista de conferência? Nós dois precisamos nos sentir bem sucedidos. Como você já me ajudou a entender como você quer que eu me prepare para a aula, eis aqui a minha lista para você.

Você tem a minha atenção?

É difícil dizer, olhando para mim algumas vezes, porque eu nem sempre faço contato visual ou me sento direito, mas geralmente estou escutando o que você está dizendo. Se você não tiver certeza, pergunte-me o que acabou de dizer, em vez de me pedir para prestar atenção. Se eu responder corretamente, eu estava prestando atenção. Se eu não conseguir repetir o que você falou, ganhe primeiro minha atenção antes de repetir o que falou.

Para mim é muito difícil aprender passivamente por longos períodos de tempo. Algumas vezes eu preciso de repetição para aprender, desde que você ganhe minha atenção. Quanto mais sentidos você envolver, mais eu ficarei engajado. Não me diga somente o que fazer, mostre-me como, e então me faça mostrar que eu entendi.

Sou distraído ou não muito distraído?

Às vezes eu não presto atenção porque estou distraído. Outras vezes, preciso de uma distração. Um ambiente completamente parado pode fazer meus ouvidos e os meus olhos procurarem descobrir de onde vêm as distrações. Se eu tiver algo sutil para me ocupar - dois pequenos objetos para esfregar um no outro ou um par de fones de ouvido para abafar os sons ou para ouvir música - eu não ficarei distraído nem procurando distrações. Estarei relaxado e alerta.

Tenho excesso de energia enquanto ainda estou sentado?

Minha capacidade de atenção está ligada aos meus níveis de energia. Sei que se espera que eu faça as tarefas escolares enquanto estou sentado à minha mesa. Mas como prosseguir se o meu cérebro está sempre em ponto morto? Se eu não puder me mover enquanto estou pensando, meu motor fica parado.

Se uma atividade chega ao fim, deixe que eu me levante, que ande, que troque as marchas antes de retomar o novo assunto. Às vezes uma pausa para movimentação, alguns pulos - podem ligar o meu motor. Isso funciona melhor, para mim, do que tentar me obrigar a ficar sentado e não ter permissão para andar um pouco pela sala antes de terminar a tarefa.

Você está me ensinando... ou me interrogando?

O que eu aprendi na escola nem sempre está aparente, mesmo para mim. Preciso de sua ajuda para mostrar o que aprendi. Quando tenho de fazer uma pergunta, faça com que a resposta seja uma meta que eu queira alcançar e que tenha orgulho quando for bem sucedido.

Mas se você me disser que eu não estou me esforçando o bastante ou que não estou cooperando, minha motivação e minha mente ficarão como as de um prisioneiro trancado em uma sala de interrogatório. Ser interrogado não me motiva, mas me desencoraja de querer tentar. Preciso sentir que você está me guiando para encontrar as respostas.

Dê-me a forma correta de atenção

Preciso de muito mais redirecionamento e de incentivos do que meus colegas. Às vezes eu atraio a atenção sem querer, quando estou mexendo com as mãos sem perceber, ou quando estou com o olhar perdido no espaço porque minha mente está vagando novamente. Preciso do seu encorajamento paciente, não de comentários que me envergonhem. 

Quero ter sucesso. Não estou agindo assim para lhe importunar ou para ser desrespeitoso. Meu cérebro funciona de modo diferente, mas ele funciona e posso perceber quando os adultos não gostam de mim. Se você estiver do meu lado, saberei disso e vou me esforçar muito mais do que se você estivesse contra mim.

Seu aluno com TDAH.

Josh e Melinda Boring são mãe e filho. Melinda é autora e especialista em patologia da fala e da linguagem. Josh é escritor de ficção científica e estudante com TDAH.


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