quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH

Tentando combater minha própria instabilidade provocada pelo TDAH, como posso encontrar um modo de ser útil para o meu excêntrico patrão ?
by Jane D.

Nos últimos dez dias estive viajando pela Ásia. Estou aqui em parte pelo destino e em parte porque eu sou uma louca. Sou, apesar de tudo, o tipo de pessoa que ainda acredita nas cartomantes e nos biscoitos da sorte. Também estou começando a ficar resignada com o fato de que sou destinada a ter uma vida cheia de aventuras. Uma mulher que eu conheci há alguns anos atrás tem um programa de jornalismo na Ásia e leu uma atualização de e-mail minha: Tenho 34 anos de idade, mais uma vez sem emprego, e eu adoro trabalhar. Ela respondeu com um convite de uma linha: Por que você não vem até aqui para conversarmos? Então, aqui estou, num café em Hong Kong. Tenho uma passagem de volta como plano B. Espero ficar aqui um par de meses e esquecer o drama que foi o ano passado. Vou ganhar mais experiência na Ásia e, talvez, a dor do passado vá embora lentamente.

Na véspera de fazer 35 anos, sinto-me um pouco deslocada por ser essa nômade. Vivo ao lado de uma mala, não tenho número de telefone permanente. Estou sempre deixando meus pertences para trás, fazendo mudanças e jogando coisas fora, dizendo adeus e sempre partindo. Minha forma de estabilidade é a mudança. A estrada é minha casa. O TDAH me segue até a Ásia e se manifesta imediatamente no meu novo emprego. Meu novo chefe é uma mulher baixinha, que tem pouco menos de 1 metro e 65 de altura. Ela tem o dobro da minha idade e fala e anda duas vezes mais rápido que eu, fazendo minha cabeça girar. Ela tem muita experiência acumulada, mas até agora, tem me deixado maluca com suas idéias e projetos mirabolantes, todos eles com muitas promessas e possibilidades, mas com falta de planos de execução sólidos. Aqui, como sua convidada, não tenho nem mesmo um trabalho determinado, conforme eu a sigo, tentando encontrar meu lugar.

Este é o tipo de oportunidade maluca que só eu para aceitar. Tenho vivido ao lado da minha maleta Samsonite vermelha e adquiri três telefones celulares usados com três números diferentes. A umidade e as multidões estão começando a me afetar. Depois de viajar por três diferentes cidades chinesas, fiquei esgotada e liguei para o meu pai e minha madrasta em lágrimas. "Por que eu sempre termino trabalhando para gente estranha que também tem TDAH?" Queixei-me. "Todas essas pessoas são criativas e bem sucedidas, mas o que elas não têm é a habilidade de controlar-se a si mesmas e ao seu tempo”.

Meu pai disse que 80 por cento da população têm os pés no chão e o que eu disse é sobre abelhas operárias. “Essas pessoas são chatas”, eu lamentei, mas comparando a confiabilidade delas com meu senso de aventura, posso ver que eu tenho sorte de estar aqui. Uma chefa como a minha não precisa de mais gente excêntrica e indisciplinada à sua volta. Mas, comigo, foi justamente o que ela ganhou.

“Não tenho certeza se posso ser útil aqui,” Disse antes de terminar a chamada internacional.

“Não focalize nas coisas pequenas,” disse o meu pai, me encorajando. “Se você focar em moedinhas, é isso que vai ter no final do dia.”

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48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação

Veja como iniciar aquele temido projeto que você tem adiado no trabalho ou em casa. por Sandy Maynard

Imagine isto. É manhã de sábado e você se senta em frente ao computador para fazer um relatório sobre o seu trabalho.

Com uma pilha de papéis e uma xícara de café ao lado, você começa a datilografar seus pensamentos sobre o sucesso em potencial do lançamento de um novo produto. Não é o que você queria fazer num sábado, mas você continua a fazer e termina em uma hora.

OK, agora você pode acordar. Adultos com TDAH gostariam de ser tão ligados a tarefas difíceis que não despertam seu interesse. Minha dificuldade é escrever.

Quando digo que vou entregar um trabalho para um editor na sexta-feira, ele sabe que isso significa segunda-feira. Não é que eu não tenha tempo de entregá-lo na sexta-feira, é que eu tenho muita dificuldade em iniciá-lo. Ligo meu computador, escrevo o título, salvo o documento num arquivo, e fico sentado olhando a página em branco. Estou entediado.

Então ligo para um amigo escritor e pergunto como vai indo o seu artigo, ou apanho um monte de roupa para lavar ou vou dar uma volta. Faço meu imposto de renda numa tarde em que tinha de estar trabalhando num outro projeto.

Se você tem vontade de fugir para uma ilha remota quando pensa que precisa começar um novo projeto, a seguinte lista de estratégias, muitas das quais fizeram meus clientes destravarem, poderá ajudar a terminar com a sua procrastinação.

1. Esteja preparado

É muito mais fácil parar na academia depois do trabalho se sua sacola de esportes estiver arrumada e no porta-malas do seu carro. Quando eu tenho dificuldade de voltar à rotina de corridas, vou para a cama vestindo meu uniforme de exercício. É uma forma de me lembrar, logo ao acordar, que a corrida é o primeiro item de minha agenda.

Se você pensa em iniciar um projeto pela manhã, junte toda a informação de que vai precisar – artigos, gráficos, ordens do chefe – e coloque tudo numa caixa ou numa pasta que você pode deixar na sua cadeira na noite anterior.

2. Comece do começo

Você já ouviu isso antes: Divida cada projeto em tarefas pequenas e defina o primeiro passo que precisa ser feito. Então, fique ligado até que a primeira tarefa seja terminada. Geralmente, isso é tudo que é preciso para ficar motivado para o resto do projeto.

Para mim, dar um título a um documento em branco não é o suficiente para o primeiro passo, mas escrever um parágrafo já é. Descubra qual é o seu primeiro passo, e complete o restante.

3. Relaxe

Meu cliente Stephen, um advogado, faz uma deliciosa xícara de chá de maçã vermelha e põe um CD de música havaiana antes de arquivar seus documentos ou de escrever suas cartas. Outros clientes fazem exercícios respiratórios ou curtos períodos de meditação antes de começar um projeto opressivo.

4. Torne as coisas engraçadas

Ponha os fones de ouvido e dance enquanto passa o aspirador pela casa. Cante enquanto lava as janelas, ou pule quando for levar o lixo para fora de casa. Em vez de passar o pano molhado no piso da cozinha, um dos meus clientes molha suas meias com um detergente e desliza pelo piso da cozinha, fingindo que é um esquiador olímpico. Quando os detritos ficam empilhados num canto, ele os destrói com um canhão de raios laser interplanetário – um aspirador de pó.

5. Elimine as distrações.

Muitos estudantes de faculdade com TDAH acham mais fácil começar seu trabalho de casa se forem diretamente à biblioteca após as aulas, em vez de irem para seus dormitórios movimentados. Se o barulho for um problema – e se você não tiver um lugar tranquilo para estudar – tente usar protetores de ouvido. Eles realmente funcionam – em qualquer lugar.

Se os seus pensamentos estiverem provocando distração, escreva-os numa caderneta para tirá-los de sua mente e passá-los para o papel. No trabalho, deixe os colegas saberem que, quando a porta da sua sala estiver fechada, você está trabalhando em algo muito importante. Se você não tem um escritório, pegue um laptop e vá para uma sala de reuniões.

6. Cuidado com as multitarefas

Minha regra é ter em minha mesa somente as coisas em que estou trabalhando. Fora da visão, for a da mente, é uma boa abordagem – mas tenha certeza de colocar o trabalho não terminado na sua lista de coisas a fazer.

Estudos têm mostrado que os que têm TDAH se dão bem trabalhando em duas coisas que sejam familiares e simples, mas são menos eficientes quando enfrentam projetos que são complexos não conhecidos. Para aliviar a transição de um projeto para outro, pare o primeiro projeto num ponto que seja fácil de ser retomado.

No meu desespero para terminar este trabalho, eu pulei outra estratégia: peça a um amigo para chamá-lo numa hora em que ele tenha certeza de que você esteja fazendo o trabalho. Quando meu editor me perguntou mais uma vez quando eu lhe enviaria uma cópia, eu lhe dei uma data e entrei em pânico. Chamei um amigo, que também tem TDAH, e disse, “Você me chama em duas horas para ter certeza de que eu ainda estou fazendo este artigo?”.

Quando ele ligou, eu orgulhosamente disse-lhe que tinha escrito os primeiros dois parágrafos. Tudo bem em pedir ajuda, e será meu prazer retornar o favor algum dia. Não é para isso que existem os amigos? Para ajudar a tocar nossas vidas de vez em quando?

Este artigo apareceu no número de outono de 2008 de ADDitude.

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