sexta-feira, 14 de outubro de 2022

 Emoções exageradas: Como e por que o TDAH desencadeia sentimentos intensos


“Os desafios com o processamento das emoções começa no cérebro. Algumas vezes, a dificuldade de memória de trabalho do TDAH permite que uma emoção momentânea se torne muito forte, inundando o cérebro com uma intensa emoção.” 

Thomas Brown, Ph.D., explica por que e como o TDAH desencadeia raiva, frustração e sofrimento tão intensos.

Por Thomas E. Brown, PH.D.

1- As Emoções Comandam
Poucos médicos levam em conta os desafios emocionais, quando fazem o diagnóstico de TDAH. De fato, os critérios de diagnóstico atuais para o TDAH não incluem nenhuma menção a “problemas com as emoções”. Entretanto, pesquisas recentes revelam que os que têm TDAH apresentam significativamente muito maior dificuldade que o grupo controle, para lidar com a tolerância às frustrações (muito baixa no TDAH), maior impaciência, temperamento “esquentado” e maior excitabilidade.

2- Processamento de Emoções: Uma coisa do cérebro
Os desafios com as emoções começam dentro do cérebro. Às vezes a dificuldade com a memória de trabalho do TDAH permite que emoções momentâneas se tornem muito fortes, inundando o cérebro com uma intensa emoção. Outras vezes, a pessoa com TDAH parece insensível ou não cientes das emoções dos outros. As redes de conexões cerebrais que carregam as informações ligadas às emoções parecem, de algum modo, mais limitadas nos indivíduos com TDAH.

3- Fixação Em Um Sentimento
Quando um adolescente com TDAH fica enraivecido quando o pai se recusa a lhe dar a chave do carro, por exemplo, sua resposta extrema pode ser causada pela inundação, uma emoção momentânea que pode tomar todo o espaço do seu cérebro, do mesmo modo que um vírus de computador pode tomar todo o espaço do disco rígido. Esse foco em uma emoção emperra outras informações importantes que poderiam ajudá-lo a controlar sua raiva e a regular seu comportamento.

4- Extrema Sensibilidade à Desaprovação
Pessoas com TDAH geralmente se tronam rapidamente imersas em uma emoção saliente e têm dificuldade para mudar a sua atenção para outros aspectos da situação. Ouvir uma pequena incerteza na reação de um colega de trabalho a uma sugestão, pode levar à interpretação de que isso é uma crítica e causar um surto de autodefesa imprópria, sem ter ouvido cuidadosamente a resposta do colega de trabalho.

5- Dominados Pelo Medo
Ansiedade social significativa é uma dificuldade crônica sentida por mais de um terço dos adolescentes e adultos com TDAH. Eles vivem em quase constante medo exagerado de estarem sendo vistos pelos outros como incompetentes, não atraentes ou “caretas”.

6- Dominados Pela Evasão e Negação
Algumas pessoas com TDAH não sofrem de falta de consciência de emoções importantes, mas de uma falta de habilidade em tolerar essas emoções o suficiente para lidar eficientemente com elas. Elas se tornam presas em padrões de comportamento para evitar as emoções dolorosas, que parecem devastadoras, por exemplo: véspera de prazos de entrega de trabalhos; encontrar-se com um grupo de pessoas estranhas.

7- Levados Pela Emoção
Para muitas pessoas com TDAH, o mecanismo de comporta do cérebro para controlar as emoções não distingue entre ameaças perigosas e problemas menores. Essas pessoas são frequentemente levadas ao pânico por pensamentos e percepções que não merecem tal reação. Como resultado disso, o cérebro TDAH não pode lidar mais racionalmente e realisticamente com eventos que sejam estressantes.

8- Tristeza e Baixa Autoestima
Pessoas com o TDAH não tratadas podem sofrer de distimia – um transtorno leve porém prolongado do humor – ou de tristeza. Geralmente são desencadeados por conviver com frustrações, fracassos, opiniões negativas e estresses da vida devido ao não tratamento, ou tratamento inadequado do TDAH. As pessoas distímicas sofrem quase todos os dias de falta de energia e de autoestima.

9- Emoções e Entrar em Ação
As emoções motivam a ação – ação para se engajar ou ação para evitar. Muitas pessoas com TDAH não tratado podem rapidamente mobilizar o interesse somente para atividades que oferecem gratificação imediatas. Elas tendem a ter severa dificuldade em ativar e sustentar o esforço para tarefas que oferecem recompensas a longo prazo.

10- Emoções e Entrar em Ação 2
As pesquisas de imagem cerebral demonstram que substâncias químicas que ativam circuitos que reconhecem a recompensa tendem a se ligar a menos locais receptores, nas pessoas com TDAH, comparadas às pessoas do grupo controle. Pessoas com TDAH são menos capazes de antecipar o prazer ou de registrar satisfação com tarefas cuja recompensa seja distante.

11- Emoções e Memória de Trabalho
A memória de trabalho faz entrar em jogo, consciente ou inconscientemente, a energia emocional necessária para nos ajudar na organização, manutenção do foco, para monitorar e se controlar. Muitas pessoas com TDAH, entretanto, têm memória de trabalho inadequada, o que pode explicar por que são geralmente desorganizadas, perdem o controle ou procrastinam.

12- Emoções e Memória de Trabalho 2
Algumas vezes, as deficiências de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte. Outras vezes, as deficiências de memória de trabalho deixam a pessoa com sensibilidade insuficiente para reconhecer a importância de uma emoção em particular, porque ela, pessoa, não manteve informação relevante na mente.

13- Tratamento dos Desafios Emocionais

Tratar os desafios emocionais do TDAH requer uma abordagem multimodal. Começa com uma avaliação cuidadosa e precisa do TDAH, que explique o TDAH e seus efeitos nas emoções. As medicações para o TDAH podem melhorar as redes emocionais do cérebro. A terapia pode ajudar a pessoa a controlar o medo e a baixa autoestima. Um treinador (coach) pode ajudar uma pessoa com TDAH a superar os problemas de completar tarefas aborrecidas.

ADDitude

 

TDAH e SEXO – Melissa Orlov (tradução do vídeo do Youtube)

Olá! Sou Melissa Orlov, colunista de relacionamento da revista ADDitude e autora do livro “Efeito do TDAH no Casamento”. Hoje, vou falar sobre: Socorro! Meu parceiro com TDAH não tem interesse em sexo!
Há várias razões para que isso esteja acontecendo, e eu vou esclarecer algumas delas.

Pouco Desejo Sexual
As pesquisas sugerem que as pessoas com TDAH podem ter com mais frequência pouco desejo sexual do que as pessoas sem TDAH.

Antidepressivos
A depressão geralmente caminha junto com o TDAH. Se o seu parceiro estiver tomando antidepressivos, isto pode ser responsável pelo baixo impulso sexual.

Distração #1
A distração é um dos sintomas principais do TDAH do adulto e pode seguir você até o quarto. Algumas pessoas com TDAH relatam que são tão distraídas que literalmente não conseguem terminar a relação sexual com seu parceiro. O cachorro late e isto é o fim para elas. Se o seu parceiro é muito distraído durante a relação sexual, uma das coisas que pode ajudar é tocar alguma música, isso acalma, às vezes, a mente TDAH. Outra pode ser encontrar locais para fazer sexo com poucos elementos de distração.

Distração #2
A distração pode atingi-lo de outro modo. Você pode se achar entre agendas sobrecarregadas e sintomas de distração e vocês nunca estarão no mesmo quarto ao mesmo tempo, ou um vai para a cama cedo e o outro tarde. Se esse é o seu problema, então agende o sexo juntos. Não parece ser sexy agendar o sexo, mas é melhor fazê-lo do que não o fazer.

A dinâmica pai-filho
Um dos problemas mais comuns do impacto do TDAH no relacionamento é a dinâmica pai-filho, onde o parceiro não TDAH faz o papel do “pai sempre responsável” e o parceiro TDAH faz o papel de “criança menos responsável”. Se você estiver com problemas com a dinâmica pai-filho, a primeira coisa a fazer é parar toda a cobrança e o comportamento agressivo. Você não pode controlar o seu parceiro com TDAH. Ao mesmo tempo seu parceiro TDAH precisa realmente comunicar os sintomas que estão promovendo algumas das dinâmicas pai-filho.

Menopausa
A menopausa também pode ser um problema real para o desejo sexual. Cerca de 80% das mulheres, com TDAH ou não, sentirão algum tipo de disfunção sexual após a menopausa. Além disso, mulheres com TDAH provavelmente sentirão aumento dos sintomas por causa do nível mais baixo de estrogênio, que impacta a produção de dopamina, de modo que as mulheres no pós-menopausa deveriam provavelmente ir ao seu médico para verificar tanto o tratamento para o TDAH quanto os problemas da sua vida sexual.

Tédio
Finalmente, mas não em último lugar, a hiperatividade pode ter algum papel quando um parceiro com TDAH simplesmente fica entediado. Se este é o seu problema, apimente as coisas! Arrume alguns brinquedos, entre em alguns sites da web, procure alguns livros, descubra novas posições, encontre novos locais e o que mais seja que você precise para tornar as coisas novas e interessantes.

Veja o vídeo em   http://www.youtube.com/watch?v=Jdk9pONHEEM

 

TDAH e Enxaquecas: A conexão esquecida com as dores de cabeça


Por Sarah Cheyette, M.D. - Atualizado em 23 de setembro de 2022.


Enxaquecas e TDAH são comorbidades – mas poucos médicos levam em conta a dor de cabeça (cefaleia) como uma conexão quando tratam os paciente com TDAH. Os estudos continuam a sondar a ligação subjacente entre as condições, mas os resultados mostram que os sintomas incapacitantes das enxaquecas podem agravar os sintomas do TDAH e que a evolução dos pacientes melhora quando os médicos evitam separar as duas entidades.


Embora poucos conectem as duas coisas, o transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e as enxaquecas podem estar ligados de modo importante. A pesquisa mostra que as pessoas com TDAH têm maior risco de sofrer de dores de cabeça (incluindo a migrânea, um tipo de dor de cabeça primária) quando comparadas às pessoas sem TDAH. Além disso, as dores de cabeça são mais comuns em outras manifestações psiquiátricas, muitas das quais ocorrem junto com o TDAH.


Embora as conexões subjacentes entre o TDAH e as dores de cabeça não estejam completamente entendidas, as dores de cabeça causam dor e estresse indevidos nos pacientes, conforme eles tentam lidar com os sintomas e desafios existentes no TDAH. Mais, a comunidade médica geralmente esquece ou ignora a associação, para a desgraça dos pacientes.

Quando os provedores de cuidados de saúde reconhecem que essas condições estão conectadas – e abordam o tratamento de modo holístico – a qualidade dos cuidados melhora e os pacientes se sentem melhor.


A conexão TDAH - Dor de Cabeça - Enxaqueca


Como o TDAH pode causar dores de cabeça


Crianças com TDAH pode sentir duas vezes mais dores de cabeça do que as crianças sem TDAH. Crianças com TDAH têm também maior risco de enxaqueca do que as crianças sem TDAH e a frequência das dores de cabeça da enxaqueca pode estar diretamente ligada ao risco de TDAH. O problema alcança a idade adulta, também.


Um estudo avalia que a enxaqueca ocorre junto com o TDAH em cerca de 35% em pacientes adultos. As dores de cabeça, incluindo as da enxaqueca, parecem ser desencadeadas pelo TDAH. Os pesquisadores pensam que as dores de cabeça podem estar biologicamente ligadas ao TDAH, e sua coocorrência se origina em parte dos mecanismos patofisiologicamente compartilhados, potencialmente relacionados à disfunção dopaminérgica.


O TDAH em si mesmo, especialmente se não tratado, afeta a qualidade de vida, o que pode criar ambientes e cenários estressantes que desencadeiam dores de cabeça. A seguir, alguns exemplos de como sintomas, desafios e outras características do TDAH podem levar a dores de cabeça:


. Dificuldades no gerenciamento do tempo e da autorregulação podem levar

a problemas para aderir ao ritmo vigília sono. Um padrão irregular de sono

é o maior fator por trás das dores de cabeça.


. A desorganização pode causar hábitos irregulares (má alimentação, pouca

hidratação etc.), que podem desencadear dores de cabeça e enxaquecas.


. O TDAH está ligado a maior risco de concussão e traumatismo de crânio,

que podem causar, também, dores de cabeça. Cefaleias pós-concussão

estão ligadas a problemas cognitivos e de concentração persistentes.


. Cefaleias (dores de cabeça) são efeito comum de medicamentos para o

TDAH. Perda de apetite e dificuldades de sono também são causas por trás

de cefaleias e são, também, comumente relatadas como efeitos colaterais

dos medicamentos.


. O TDAH frequentemente ocorre junto com ansiedade e transtornos do

humor, que são, também, ligados a cefaleias e enxaquecas. Além disso, as

cefaleias tendem a ser mais severas e mais demoradas quando coexistem

com a ansiedade.


. Problemas e transtornos do sono são altamente prevalentes no TDAH, e

também são ligados a cefaleias e migrâneas.


Migrâneas (enxaquecas) e Cefaleias podem agravar os sintomas de TDAH


Dores de cabeça criam obstáculos estressantes e adicionais aos pacientes com TDAH e, geralmente, pioram os sintomas e desafios existentes.


. As dores de cabeça da enxaqueca podem promover faltas à escola ou ao

trabalho, causando problemas com as dificuldades de gerenciamento do

tempo.


. Sonolência é um efeito colateral comum das medicações para cefaleia e

enxaqueca, o que pode prejudicar as funções executivas.


. Enxaquecas aumentam o risco de ansiedade e de transtornos do humor.


. Enxaquecas estão ligadas a baixa qualidade de sono.


TDAH e Cefaleias: Desafios e Diretrizes do Tratamento


Embora mais pesquisas sejam necessárias, as evidências ligam claramente o TDAH e suas comorbidades às cefaleias, incluindo a enxaqueca. Ainda, os médicos frequentemente não foram treinados para considerar a conexão, quando vão tratar os pacientes. O resultado é um cuidado incompleto e inadequado do paciente.


Um paciente com TDAH não diagnosticado e dores de cabeça debilitantes, por exemplo, provavelmente será encaminhado a um neurologista, muitos dos quais não são especializados em TDAH e podem não levar em conta sua conexão com as cefaleias. De modo semelhante, um clínico que trate de TDAH pode não se sentir confortável para tratar de cefaleias, ou mesmo para identificar condições concomitantes, ou outros fatores de complicação.


Conclusão: O melhor cuidado para um paciente virá quando um clínico for capaz de considerar cuidadosamente e manejar todas as comorbidades entre o TDAH e as cefaleias e enxaquecas.


Alívio da Cefaleia e Migrânea com TDAH: Abordagens e Tratamentos Recomendados


. Comece com a condição que veio primeiro.

Se um paciente, com uma longa (mas possivelmente não reconhecida)

história de TDAH, se apresenta com cefaleias, considere tratar primeiro o

TDAH. Se o TDAH não foi tratado adequadamente, é possível que novas

circunstâncias de vida estejam agravando o estresse dele e, assim,

desencadeando as cefaleias. Se há uma longa história de cefaleias e/ou

enxaquecas, e uma repentina agravação ou início de sintomas de TDAH,

considere que o primeiro possa estar piorando o segundo. Em pacientes

com TDAH, pergunte sobre a história familiar de dores de cabeça e

enxaquecas. Em pacientes com dores de cabeça ou enxaquecas, pergunte

sobre TDAH. Isso pode lhe dar uma pista sobre qual o risco biológico do

paciente.


. Determine o que precede as dores de cabeça.

Pergunte aos pacientes sobre o que desencadeia e os padrões das dores

de cabeça, incluindo a frequência, duração e em qual grau interfere com o

desempenho normal. Rotinas e hábitos de vida inconsistentes, por exemplo,

podem desencadear dores de cabeça e enxaquecas. Pergunte aos que

vivem com o paciente, como eles sentem o problema. (O paciente nem

sempre pinta um quadro objetivo.) Alguns gatilhos para as cefaleias, tais

como falta de dormir, ansiedade ou depressão, podem, também,

potencialmente afetar o TDAH.


. Leve em conta os efeitos da medicação.

Tratar o TDAH e, assim, diminuir as complicações que levam a dores de

cabeça, pode ser uma maneira eficaz de reduzir as cefaleias em algumas

pessoas. Entretanto, as medicações podem causar efeitos colaterais (tais

como a sonolência de algumas medicações para cefaleia, ou a falta de

apetite de algumas medicações para TDAH) que podem piorar a outra

condição. Veja quais foram as outras medicações que o paciente já utilizou

e procure por efeitos colaterais. Trocar as formulações e as dosagens, por

exemplo, pode reduzir as cefaleias.


. Procure por outras condições que podem causar cefaleias ou desencadear

migrâneas, tais como transtornos do humor ou transtornos do sono.


. Aconselhe hábitos e estilos de vida saudáveis.

Informe ao paciente sobre a importância de um sono correto, da nutrição e

hidratação, e dos exercícios na redução das cefaleias e enxaquecas e na

melhora de todo o funcionamento do organismo. Faça uma abordagem

individualizada; certos alimentos podem desencadear enxaquecas e alguns

pacientes podem ser beneficiados por exercícios de baixo impacto. Peça

para o paciente fazer um diário de suas dores de cabeça, para ajudar a

entender o que as desencadeia.


. Estimule os pacientes a adotarem técnicas de gerenciamento do estresse e

outras abordagens cognitivo comportamentais. O estresse é um dos mais

comuns desencadeadores de muitos tipos de dor de cabeça. Aprender a

lidar com o estresse, por meio de meditação, relaxamento muscular

progressivo e outras estratégias, pode aliviar a dor e ajudar os pacientes a

lidar antecipadamente e durante as dores de

cabeça.



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