domingo, 22 de maio de 2011

101- Estudos se voltam para os estudantes com TDAH mais quietos.

Por Sarah D. Sparks – Chicago   www.edweek.org
As pesquisas correntes sobre os transtornos de déficit de atenção estão indo além da criança hiperativa e encrenqueira típica, para encontrar meios de melhor identificação dos alunos que devaneiam silenciosamente, conforme as novas ferramentas de triagem e as terapias cognitivas procuram ajudar os dois tipos de estudantes.
As crianças com déficit de atenção são impulsivas e frequentemente apresentam atrasos de desenvolvimento do equilíbrio, do controle motor, do equilíbrio emocional e do comportamento. Frequentemente apresentam dificuldade de concentração, de ficar sentadas quietas na classe de agir de acordo com os padrões adequados para a idade.

Conhecida como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ou TDAH, a condição atinge de 5 a 8 por cento das crianças americanas de ambos os sexos, tornando-a um dos mais comuns transtornos da infância. Então, por que os meninos são diagnosticados três vezes mais do que as meninas? A resposta, em parte, é que os especialistas descobrem que as meninas com déficit de atenção são mais provavelmente desatentas do que hiperativas, levando a menos problemas de comportamento em sala de aula, que pudessem causar um encaminhamento pela professora.
Estudos mostram que alunos com desatenção, TDA, mas não necessariamente hiperativos, tendem a ser diagnosticados quando mais velhos, embora as meninas em particular possam desenvolver mais dificuldades cognitivas, posteriormente, mesmo em áreas de habilidades consideradas fortes para as meninas.

Um estudo de 2010, publicado na revista Pediatrics, descobriu que de 5.000 estudantes de Minnesota, com idade de até 19 anos, 51% de meninos e 46,7% de meninas com TDAH tinham dificuldade de leitura, comparados com somente 14,5% de meninos e 7,7% de meninas que estavam se desenvolvendo normalmente. Este achado foi particularmente preocupante porque as meninas geralmente tendem a ter menos ocorrência de problemas de leitura.
Além disso, outros estudos mostraram que as meninas com déficit de atenção têm maior risco de distúrbios da alimentação, de autoagressão, de abuso de substâncias e de suicídio do que as meninas que se desenvolvem de modo esperado ou até mesmo os meninos com TDAH.

Os problemas subjacentes
Parte do problema, de acordo com Sam Goldstein, professor assistente de psiquiatria no Neurology, Learning and Behavior Center da University of Utah, em Salt Lake City, especialista em TDAH, é que os educadores e terapeutas geralmente focalizam os problemas de atenção e de comportamento, em vez dos problemas subjacentes com as funções executivas do cérebro e com o controle do impulso.

“TDAH não é um problema de prestar atenção,” diz Dr. Godstein. “Fraco controle do impulso, desatenção com a tarefa e inquietação são os principais sintomas, mas o melhor previsor de problemas futuros é o controle do impulso... É a consequência de viver com uma dificuldade que o torna incapaz de atingir as expectativas dos que vivem à sua volta.”
Assim, um aluno que se sente calmamente, mas que não consegue evitar se distrair com o barulho da classe, ou que não consegue se concentrar o bastante para ler uma passagem completa do texto, pode ter um prejuízo mais significativo do que outro que não consegue ficar sentado quieto e que fala fora de hora em classe, mas que dá conta do trabalho de casa.

Na maior parte, o TDA ainda é diagnosticado pela observação acadêmica e do comportamento, e Dr Goldstein aconselha os educadores a ficar atentos aos alunos que não respondem às dicas do ambiente - saber quando fazer um trabalho ou interagir com outro aluno. Esta falta de resposta pode assinalar problemas cognitivos subjacentes.
Dr. Stewart Mostofsky, neurologista pediátrico e diretor do Laboratory for Neurocognitive and Imaging Research, no Kennedy Krieger Institute, em Baltimore, também está estudando testes neurológicos que possam identificar alunos com TDA de modo mais eficiente. Sua pesquisa, publicada na Neurology de fevereiro, descobriu que crianças com transtorno de déficit de atenção têm menor habilidade do que outras crianças para controlar os movimentos voluntários e involuntários das mãos.

“Mesmo o simples controle motor básico não é bom nas crianças com TDA como nas crianças com desenvolvimento típico”, disse Dr. Mostofsky. Com mais estudos, ele disse, “isso poderá nos ajudar a diagnosticar crianças que estão vivendo sem detecção, assim como a identificar, em idades mais precoces, quais as crianças que poderão responder a quais intervenções.”
http://www.edweek.org/ew/articles/2011/05/20/32add.h30.html?tkn=OSYF6qeCvt3Cuwov1eu0zU5llRQuj7Q3%2BOZO&cmp=ENL-EU-NEWS1   

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