Resumo: O objetivo desta tese foi identificar fatores ambientais que afetam crianças com TDAH, autismo e síndrome de Down e sua capacidade de concentração e de aprendizagem no ambiente escolar.
Esta pesquisa não quis rejeitar nenhum dos recursos adicionais que essas crianças necessitam; em vez disso, quis sugerir como modificar os ambientes de aprendizagem da maneira mais eficaz possível, com base nas necessidades iniciais dessas crianças.
Esta é uma meta muito ambiciosa, levando em conta a política educacional da Suécia de organizar uma escola totalmente inclusiva, o que significa que as escolas deveriam ser capazes de atingir as necessidades de todas as crianças, não importando suas capacidades e condições. Entretanto, não há nenhum paradigma específico para o ambiente escolar, como ambiente de aprendizagem, que leve em conta as necessidades dessas crianças ou as necessidades daquelas com dificuldades de concentração.
O modelo Human Environment Interaction foi usado para estabelecer a estrutura de abordagem desta tese, especialmente para a revisão das pesquisas anteriores, para o desenvolvimento das perguntas necessárias, mas também como um modo holístico de preencher possíveis lacunas em abordagens anteriores.
A pesquisa foi dividida em quatro estudos empíricos.
Os primeiros dois estudos serviram de base para possíveis princípios de generalização, e específicos para cada deficiência, concernentes às influências encontradas no ambiente escolar.
No Estudo I, assistentes pessoais e professores que trabalhavam diariamente com crianças diagnosticadas com uma das deficiências foram contatados.
No Estudo II, os profissionais contatados trabalhavam no Child and Adolescent Habilitation Services (Serviços de Capacitação de Crianças e Adolescentes), que tinham, assim, uma relação com as crianças diferente da dos informantes do primeiro estudo. Em ambos os estudos foram utilizados questionários.
As respostas dos 125 assistentes pessoais e professores, e 137 profissionais do Child and Adolescent Habilitation Services, revelaram fatores ambientais relacionados à escola que influenciavam as crianças em questão e sua capacidade de concentração. Os resultados algumas vezes mostraram diferentes influências que dependiam da deficiência que as crianças tinham. Foi mostrado que a aparência, tal como as aberturas da fachada da escola e os corredores, a vista, a acústica, o mobiliário, o arranjo dos assentos, o tamanho da classe e da sala de aulas e a decoração poderiam influenciar a capacidade de concentração da criança, tanto positiva quanto negativamente.
No Estudo III foram feitas seis observações de grupos de trabalho, revelando a necessidade de ajustes individuais. Os resultados desse estudo também ressaltaram a dificuldade de alocar classes já constituídas para crianças com capacidades cognitivas diminuídas, com o propósito de apoiá-las em suas diferentes necessidades.
Finalmente, o Estudo IV demonstrou a aplicação dos princípios no processo de construção, e que a ligação dos participantes aos projetos, de acordo com o processo cíclico de construção, tem o potencial de construir novo conhecimento.
Pode-se concluir que a capacidade de concentração dessas crianças pode ser influenciada pelas características do ambiente de aprendizado, que precisam ser consideradas em sua matrícula nos prédios escolares. Concluiu-se, além disso, que esse conhecimento deveria ser aplicado no processo de construção.
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