quinta-feira, 7 de julho de 2011

112- Aprenda sobre o TDAH: Foco no hiperfoco


Informação sobre o sintoma do TDAH chamado hiperfoco . Um sintoma comum, que explica por que muitas crianças e adultos com TDAH podem se concentrar tão intensamente, às vezes. Por Royce Flippin – ADDitude

Não é nenhum segredo que as crianças e adultos com TDAH geralmente têm dificuldade para prestar atenção em tarefas que eles acham sem interesse. Alta distração – em crianças com TDAH que são incapazes de permanecer focalizadas na aula, ou em adultos com TDAH que nunca dão conta de fazer seus trabalhos escritos – é um sintoma-chave no TDAH e um critério para o diagnóstico.
O que você pode não saber sobre o TDAH é que há um outro lado: a tendência das crianças e adultos com transtorno de déficit de atenção de focalizar muito intensamente em coisas do seu interesse. Às vezes, a focalização é tão intensa que eles podem se tornar desligados do mundo que os cerca.
Para crianças, o objeto do hiperfoco pode ser jogar um vídeo game ou ver TV. Para adultos, pode ser fazer compras ou surfar na internet. Mas seja o que for que prenda a atenção, o resultado é o mesmo: a não ser que alguma coisa ou alguém interrompa, horas de devaneio são perdidas enquanto atividades importantes e relacionamentos ficam de lado. “As pessoas que pensam que TDAH significa ter atenção curta não entendem o que seja o TDAH”, diz Kathleen Nadeau, Ph. D., psicóloga de Silver Spring, Maryland, e autora de ADD-Friendly Ways to Organize Your Life. ”Um jeito melhor de olhar para isso é entender que as pessoas com TDAH têm um sistema de atenção desregulado.”

Recompensas imediatas

Como a distração, o hiperfoco é tido como o resultado de níveis anormalmente baixos de dopamina, um neurotransmissor que é particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de dopamina torna difícil a “troca de marchas” para enfrentar as tarefas chatas, mas necessárias.
“Crianças e adultos com TDAH têm dificuldade de mudar a atenção de uma coisa para outra”, diz Russel Barkley, PH. D., um pesquisador e professor de psiquiatria na SUNY Upstate Medical University, em Siracusa, New York. “Se eles estão fazendo algo de que gostem ou achem psicologicamente recompensador, eles tendem a persistir neste comportamento por mais tempo do que outros, que  normalmente já teriam passado para outro assunto. O cérebro de pessoas com TDAH é ligado a atividades que dão recompensa imediata.”
Na visão de Larry Silver, M. D., um psiquiatra da Georgetown University Medical School em Washington D.C., tão intensa concentração é na verdade um mecanismo de compensação.
“É um modo de lidar com a distração,” diz Silver. “Alunos de faculdade com TDAH me contam que eles intencionalmente vão para um estado de intensa focalização para terminar suas tarefas. Crianças mais jovens fazem a mesma coisa de modo inconsciente quando estão fazendo algo prazeroso, como assistir um filme ou jogar no computador. Geralmente elas não estão conscientes de que estão focalizando tão intensamente.”

Oportunidades perdidas

Não há nada inerentemente perigoso com o hiperfoco. De fato, ele pode ser uma vantagem. Alguns portadores de TDAH, por exemplo, são capazes de canalizar seu foco em algo produtivo, tal como uma atividade ou trabalho escolar. Outros se permitem  hiperfocar em algo como uma recompensa para terminar uma tarefa importante, mas chata.
(continua)

5 comentários:

  1. sou portadora de TDAH e TAB, fui diagnosticada aos 49 anos. O maior prejuízo fui eu quem sofri. Discriminação, abandono e perdas. Hoje aos 55 e desempregada, não consegui ser afastada pela previdência de Belo Horizonte MG, contribuo com este órgão governamental federal há 27 anos, fui negada em 5 perícias consecutivas pela agencia do Bairro Padre Eustáquio, e na maioria sendo ridicularizada pela ironia dos peritos. Aliás um deles chegou a dizer que é ordem superior não afastar ninguém com esta síndrome. Acho isso desumano, pois a dor que sentimos é pior que a dor do câncer. E fora o Bulling e a ignorância sobre o assunto. Li a maioria dos livros sobre o assunto, indicados por meu psiquiatra e terapeuta, faço acompanhamento no CEMOL, um centro de pesquisa da UFMG junto com Hospital das Clínicas, assinei todo o termo de compromisso pois é pesquisa científica, porém tenho o tratamento adequado, e a medicação correta . O fato é que não consigo emprego. Conclui o curso mais difícil que acredito ser: Teologia. Amo ler, amo o conhecimento. Este é meu foco, aprender. Gosto de filosofia, Heigel e Heidegger, e tudo sobre o tema TDAH e TAB. meu hiperfoco: ler sobre isso e filosofia, Teologia. Uma trilogia perfeita. Meu nome é Lilian Rute Bergamo

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    1. Obrigado por seu depoimento. Dr Menegucci

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    2. Mas TDAH e TAB não são doenças incapacitantes. Dá para aprender a conviver com as mesmas, inclusive sem os medicamentos.

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  2. Meu psiquiatra acha que tenho tdah por causa do hiperfoco, mas me encaixo muito mais no transtorno autista, mais especificamente no asperger. Eu tenho uma timidez muito, muito grande e não faço contato visual. O autismo é muito difícil de diagnosticar em mulheres.

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  3. Minha experiência pessoal me mostrou que apesar das dificuldades o TDAH me trouxe mais vantagens do que problemas, em primeiro lugar devido à confiança que meus pais tinha na minha capacidade intelectual. Na infância sofri bastante na escola com professores que me chamavam de pateta e outras coisas do tipo. Eles davam mais importância para um caderno cheio de coisas escritas do que para as notas obtidas nas provas. Por sorte eu comecei a decorar poesias no primeiro ano da escola e isto me ajudar muito a memorizar as aulas como se fosse muito natural.

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