TDAH. Impulsividade: Quem fala demais morde a língua
Sandy Maynard
Se você tem o TDAH do Adulto, ou se vive com alguém que tem,
você sabe que ser espontâneo é parte do pacote. Na maior parte do tempo, isso é
uma coisa boa. É o que nos ajuda a pensar por nós mesmos e a inventar soluções
originais para os problemas difíceis.
Entretanto, em relação ao que falamos, a espontaneidade é um
precipício. Lembro-me de uma recente sessão de treinamento (coaching). Ao
entrar na minha sala, uma cliente viu meu novo corte e tonalidade de cabelo. “Que legal o seu cabelo”,
ela disse. “esconde bem os fios brancos”. Depois de um silêncio constrangido,
nós duas explodimos em gargalhadas. Eu disse a ela: “Você deveria dizer: `Que
cabelo legal. Você está linda´”.
Nem todo caso de fala impulsiva é engraçado. Você já
perguntou a alguma mulher para quando é o parto – para, em seguida, descobrir
que ela não está grávida? Nunca criticou um prato, em uma festa de amigo
secreto, para, em seguida, descobrir que foi a pessoa com quem você está
falando que fez aquele prato? Uma vez eu estraguei uma festa surpresa (nem
pergunte) ao mencioná-la, por acidente, ao convidado de honra! Você já sabe que
não se deve falar de política e de religião em encontros sociais. Aqui estão
outras maneiras de cuidar do que você fala:
Tenha certeza de que sabe do assunto antes de entrar numa
conversa. Quando você começa com “Sei o que você quer dizer” e, então, vai
dizendo o oposto do que acabou de ser dito, cria-se um momento de
constrangimento. Não fale, ou fale lentamente, até que saiba exatamente o que
você quer dizer.
Não tenha pressa de compartilhar informações íntimas. Como
dizia a minha avó, “Se você não quer ver o que vai dizer estampado na primeira
página do jornal, não diga nada”.
Se você estiver com raiva, espere até ter se acalmado, antes
de iniciar uma discussão. Para evitar gritos quando estiver nervoso, respire
fundo e tente falar bem baixinho, em vez de gritar.
Se você ofendeu alguém, peça logo desculpas. Lembre-se, um
bom pedido de desculpas não vem com uma explicação. Diga simplesmente: “Isto
foi mal. Por favor, me desculpe”. O modo errado seria: “Me desculpe ter falado
isso. É que estou sem dormir direito. Nem sei como ainda consigo pensar direito”.
Leve papel e lápis para reuniões importantes. Escreva seus
comentários e compartilhe com seus colaboradores depois. Se os seus e-mails o
estão metendo em apuros, guarde-os na pasta de arquivos por 24 horas, antes de manda-los.
Quando pedirem sua opinião, diga, “Me dê um instante para
pensar a respeito disso”. O tempo extra de um ou dois segundos lhe dará chance
de dizer a resposta correta.
Evite a fofoca. Uma amiga pregou na porta da sua sala um
cartaz que dizia “Novidades sobre netos, boas notícias e piadas engraçadas são
bem benvindas! Fofocas, queixas e piadas de mau gosto não!”
Finalmente, se você for a uma festa surpresa... boa sorte!
Ola, poderia fazer uma postagem sobre formulação de frases?
ResponderExcluirGeralmente nos "embolamos" quando estamos nervosos....(acontece comigo quando vou falar com o patrão ou com um cliente pelo telefone "quando estou na frente do patrão)
As vezes é meio dificultoso para um TDAH algo que é tão simples para pessoas comuns como contar algo que aconteceu, ou pedir a resolução de um problema.
Para escrever é fácil, pois, bastaria voltarmos atras e reescrevermos, mas isso não serviria na fala, pois seria desastroso o habito de voltar atras toda vez que quisermos redefinir as ordens dos fatores e elementos das frases que formamos...