O corpo foi feito para ser usado, e quando nós usamos nosso
corpo, usamos nosso cérebro também. Aprendizado e memória evoluíram junto com
as funções motoras que permitiram aos nosso ancestrais procurar comida. No que
diz respeito ao nosso cérebro, se não estivéssemos nos mexendo, não haveria
necessidade de aprendermos nada.
O exercício melhora a memória em três níveis: Ele aperfeiçoa
sua mente, melhorando a consciência, a atenção e a motivação. Ele prepara e
estimula as células nervosas a se ligarem umas às outras, o que é a base
celular para o aprendizado de informação nova. E desencadeia o desenvolvimento
de novas células nervosas derivadas das células tronco no hipocampo, uma área
do cérebro relacionada à memória e ao aprendizado.
Várias escolas progressistas experimentaram o exercício para
ver se ele, antes das aulas, aumentava a habilidade de leitura e o desempenho
das crianças em outros assuntos. Adivinhe? Aumentava.
Agora sabemos que o cérebro é flexível, ou plástico, no modo
de falar dos neurocientistas. É um órgão que se adapta e que pode ser moldado
pelas informações do mesmo modo que um músculo pode ser modelado pelo
levantamento de pesos. Quanto mais você o utilizar, mais forte e mais flexível
ele será.
Longe de ter os circuitos definitivos, como os cientistas
pensavam antes, o cérebro está constantemente renovando seus circuitos. Estou
aqui para ensiná-lo a ser seu próprio eletricista.
Exercício: Uma droga para o seu cérebro?
Tudo é questão de comunicação. O cérebro é formado por
centenas de bilhões de neurônios de vários tipos que conversam um com os outros
por meio de centenas de diferentes substâncias químicas, para governar nossos pensamentos e ações. Cada célula
cerebral precisa receber a informação de centenas de milhares de outras antes
de liberar o seu sinal. A junção entre as células é a sinapse, e é aí onde a
borracha encontra o asfalto. O jeito que isso funciona é assim: o sinal elétrico
sai pelo axônio, um filamento de saída, até que encontre a sinapse, onde um
neurotransmissor leva a mensagem através da fenda sináptica na forma química.
No outro lado, no dendrito, ou o filamento receptor, o neurotransmissor liga-se
ao receptor – como uma chave na fechadura – e isso abre canais iônicos na
membrana celular, que transformam o sinal novamente em eletricidade.
Cerca de 80% dos sinais do cérebro são transmitidos por dois
neurotransmissores que equilibram um o efeito do outro: Glutamato aumenta a
atividade para iniciar a cascata de sinais, e o ácido gama-aminobutírico (GABA)
interrompe a atividade. Quando o glutamato libera um sinal entre dois neurônios
que nunca se comunicaram antes, a atividade liga o motor. Quanto mais a conexão
é ativada, mais forte a ligação fica. Como se diz, neurônios que disparam
juntos forma redes juntos. Isso torna o glutamato um ingrediente crucial no
aprendizado.
A psiquiatria se dedica a um grupo de neurotransmissores que
agem como reguladores – do processo de sinalização e de tudo mais que o cérebro
faz. Esses são serotonina, norepinefrina e dopamina. E, embora os neurônios que
os produzem sejam apenas um por cento dos centenas de bilhões de neurônios do
cérebro, esses neurotransmissores desempenham influência poderosa. Eles podem
instruir um neurônio a fazer mais glutamato, ou ele pode fazer o neurônio mais
eficiente ou alterar a sensibilidade dos seus receptores. Eles podem diminuir o
“ruído” no cérebro, ou, inversamente, amplificar esses sinais.
Eu digo às pessoas que sair para correr é como tomar um
pouco de Prozac e um pouco de Ritalina porque, como as drogas, o exercício
aumenta esses neurotransmissores. A melhor explicação é que o exercício
equilibra os neurotransmissores – assim como o resto da neuroquímica do
cérebro.
ADDitude
ADDitude
Gostei muito de sua explicação, estou diagnosticada a pouco tempo mas sofro com isso por anos.
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