sábado, 25 de maio de 2013

283- TDAH e o Sistema Nervoso Motivado - Parte 2


 Por William Dodson M.D.

Não transforme os TDAH em Neurotípicos

As implicações desse novo entendimento são vastas. A primeira coisa a fazer é para os coaches (treinadores), médicos e profissionais pararem de tentar transformar as pessoas TDAH em pessoas normais (neurotípicas). A meta deve ser intervir o mais cedo possível, antes que os indivíduos TDAH sejam frustrados e desmoralizados pela disputa em um mundo neurotípicos, onde a cadeira é empunhada contra ele. Uma abordagem terapêutica que tem uma chance de funcionar, quando nada mais tenha funcionado, deve ter duas etapas:

Nivelar o campo de ação neurológico com medicação, de modo que o indivíduo TDAH tenha a capacidade de atenção, de controle do impulso e a habilidade de ficar calmo por dentro. Para muitas pessoas, isso requer duas medicações diferentes. Os estimulantes melhoram o desempenho no dia-a-dia, auxiliando na realização das tarefas. Eles não são eficazes para acalmar a agitação interior que muitos portadores de TDAH têm. Para esses sintomas, a maioria das pessoas se beneficiará pela adição de uma medicação alfa agonista (clonidina ou guanfacina) ao estimulante.

Entretanto, apenas a medicação não é o bastante. Uma pessoa pode tomar a medicação correta na dose certa, mas nada mudará se ela ainda abordar as tarefas com as estratégias neurotípicas.

A segunda etapa do controle dos sintomas do TDAH é fazer um indivíduo criar seu próprio manual do TDAH. Os manuais genéricos que já foram escritos desapontaram as pessoas com o transtorno. Igual a todo mundo, os que têm TDAH crescem e amadurecem ao longo do tempo. O que interessa e desafia alguém aos sete anos de idade não causará interesse e desafio aos vinte e sete anos.

Escreva Suas Próprias Regras

O manual TDAH do proprietário deve ser baseado nos sucessos correntes. Como você entra na zona normal? Sob quais circunstâncias você acerta e progride na sua vida atual? Em vez de focalizar no que você falha, você precisa identificar como você entra na zona normal e funciona em níveis notáveis.

Eu geralmente sugiro que meus pacientes portem um notepad ou um gravador por um mês para escreverem ou ditarem o que os faz entrar na zona normal.

Seria porque eles fiquem curiosos? Se for o caso, o que, especificamente na tarefa ou na situação os intriga? Seria porque se sintam competitivos? Se for o caso, o que no “oponente” ou na situação faz aparecer os humores competitivos?

No final do mês, muitas pessoas reuniram 50 ou 60 técnicas diferentes que sabem funcionar para elas. Quando chamadas a desempenhar e a se tornarem engajadas, agora entendem como seu sistema nervoso trabalha e quais técnicas são úteis.

Já observei que essas estratégias funcionam para muitos portadores de TDAH porque eles fizeram uma recapitulação e descobriram os gatilhos de que precisam para progredir. Essa abordagem não tenta mudar pessoas com um sistema nervoso TDAH em pessoas neurotípicas (como se isso fosse possível), mas proporciona ajuda duradoura porque se apoia em suas potencialidades.

ADDitude

4 comentários:

  1. Brilhante!
    Concordo plenamente com o texto e o sucesso do meu tratamento do tdah é exatamente porque meu psiquiatra tem este perfil de tentar demonstrar minhas qualidades para que eu as potencialize e porque eu faço de tudo para não tentar me modificar, mas sim aprimorar minhas facilidades para me auxiliarem nas minhas dificuldades.
    Compartilhei tal notícia (informando a fonte) no meu blog http://namentedealine.blogspot.com.br/ porque acho importante difundir essa informação.
    Espero que não haja problemas.
    Abraços.
    Aline.

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    1. Sem problemas, é claro. Meu blog é feito somente com traduções de artigos que eu considero importantes. Não há nenhuma propaganda ou ganho financeiro. Apenas o desejo de fazer a informação e o conhecimento se espalharem no meio TDAH. Sempre as fontes são citadas. Recomendo a assinatura da ADDitude. Enquanto os autores dos artigos não bronquearem...
      Depoimentos pessoais serão sempre bem vindos.
      Dr. Menegucci

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  2. Eu como portadora de TDAH, não quero me comportar como os demais, não quero ser como os outros, quero que seja respeitado a minha maneira de ser e de ver as coisas, pois esta maneira me ajudou muito, pois esta condição se bem aproveitada nos oferece uma condição diferente dos demais com ideias diferentes, atitudes. O TDAH pode ajudar e atrapalhar, o que eu gostaria e de saber lidar com essas emoções incontrolável, mais acima de tudo que a sociedade que as empresas e as pessoas saibam lidar com nossa diferença.

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  3. Olá, achei a idéia muito boa. Mas acho que seria difícil perceber a grande maioria das situações que temos uma atitude diferente. Se fossemos "filmados" pra depois analisarmos o nosso desempenho e estudar o que houve de diferente que motivou a mudança de atitude seria mais fácil.
    O relato de experiências de outros TDAH poderia auxiliar na identificação de caos semelhantes ou parecidos.
    Belo blog tenho acompanhado desde que fui diagnosticado com TDAH.
    Marcelo

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