Meu filho de oito anos, Edgar, nem sempre se comporta bem.
Seus irmãos também não, mas ele tem TDAH e eles não, assim, seus comportamentos
e ações estão sob observação mais rigorosa do que os dos seus irmãos. Embora eu
pudesse inicialmente gostar de bater o pé e dizer “Isso não é correto”, eu acho
que realmente seja. Com professora e mãe – como ser humano – tenho aderido à
noção de que o correto não é todos terem o mesmo tratamento, mas todos terem o
que precisam.
O comportamento dos irmãos de Edgar geralmente não está sob
o microscópio de ninguém porque eles não estão atravessando um processo de
desaprender e aprender. Antes do diagnóstico de TDAH do Edgar, e o subsequente
tratamento médico, suas transgressões não respondiam às correções. Você podia
dizer para ele na segunda-feira que ele não podia se comportar daquele modo em
certos locais. Na quarta-feira, ele já teria esquecido a conversa ou repetiria
impulsivamente o comportamento indesejável.
Depois que a medicação foi iniciada, repentinamente Edgar,
pela primeira vez, parecia entender seu comportamento e como ele atingia os
outros. Ele usava palavras tais como “reação exagerada” para explicar por que
ele atirava longe o lápis quando ficava sabendo que teríamos frango, em vez de
macarrão, no jantar. Ele, finalmente, parecia entender o propósito por trás das
consequências.
A despeito do sucesso do tratamento medicamentoso, sua
prescrição está longe de ser uma panaceia. É errado pensarmos, nós e Edgar, que
seja. A medicação é uma ferramenta que abre as portas para ele, mas isso não livra,
ele e seus pais, do trabalho que tem de ser feito.
Recentemente, um membro da família pediu a Edgar que parasse
de jogar um videogame que tomava sua atenção a ponto de fazê-lo ignorar a
existência de todos os outros. Foi solicitado que ele arrumasse a bagunça que
havia deixado em outro cômodo. Era um pedido simples, razoável, mas naquele
instante Edgar não entendeu assim. Ele explodiu verbalmente, e, em vez de
arrumar a bagunça, tornou-a pior.
Eu o tirei da situação, arrumei a bagunça eu mesma, e me
despedi. No carro, expliquei a Edgar as consequências do seu comportamento.
Enquanto eu fazia isso, seu irmão de quatro anos disse, em um momento de
solidariedade fraternal, “Mas, mãe, Edgar tem TDAH”. Minha resposta foi
simples: “O TDAH do Edgar é uma explicação, mas nunca uma desculpa”.
Edgar cumpriu sua consequência, e, por causa da medicação
que usa, foi capaz de entender por que seu comportamento não era aceitável.
Haverá transgressões no futuro – talvez outra amanhã? Claro que sim. Mas ele,
assim como todos nós, está aprendendo.
ADDitude.
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