Por Megan Brooks
Seatle, USA - Para os
"corujas" com privação de sono à noite, comer menos durante as horas
mais tarde da noite pode ajudar a diminuir os déficits de concentração e de
alerta que acompanham a privação de sono, segundo apontam novas pesquisas.
"Adultos consomem
aproximadamente 500 calorias a mais durante as horas mais avançadas da noite,
quando estão privados de sono", disse em uma declaração o investigador sênior
David F. Dinges, PhD., chefe da Divisão de Sono e Cronobiologia, da Escola de
Medicina Perelman, da Universidade da Pennsylvania (UPenn), na Philadelphia,
USA.
"Nossa pesquisa mostrou que
restringir as calorias tarde da noite ajuda a prevenir um pouco a queda no
desempenho neurocomportamental que os indivíduos podem sofrer durante a
privação de sono", disse o Dr. Dinges.
Andrea Spaeth, PhD, do Centro de
Sono e Neurobiologia Circadiana, da UPenn, que trabalhou na pesquisa com Namni
Goel, PhD, da Unidade de Psiquiatria Experimental da UPenn, apresentou os
resultados aqui em SLEEP 2015: Encontro Anual da Sociedades dos Profissionais
Associados do Sono.
Os pesquisadores recrutaram 44
adultos sadios, com idade de 21 a 50 anos, para participarem do seu estudo,
conduzido no Laboratório de Sono e Cronobiologia da UPenn. Os pesquisadores
permitiram acesso ilimitado a comida e
bebida aos participantes, durante o dia, seguido por somente 4 horas de sono
por noite, por 3 noites.
Na quarta noite, 20 participantes
receberam acesso contínuo a comida e bebidas, e 24 participantes tiveram
permissão a beber água das 22 horas até as 4 horas da madrugada, quando foram
dormir. Em cada noite, às 2 horas, todos os participantes completaram uma
variedade de testes para medir sua memória de trabalho, habilidades cognitivas,
sonolência, nível de estresse e humor.
Na quarta noite, os indivíduos
que ficaram sem comer, tiveram melhor desempenho nos testes de tempo de reação
e menos erros por falta de atenção que os seus colegas que tinham comido até
tarde da noite.
Além disso, os que comeram até
tarde, mostraram tempos de reação mais lentos e mais erros por falta de atenção,
na quarta noite de privação de sono, quando comparados com as suas 3 primeiras
noites, enquanto os que ficaram sem comer não mostraram essa queda de
desempenho.
Possíveis Medidas de Compensação
Essa pesquisa sugere que o jejum
tarde da noite, por curto prazo, "atenua a queda de desempenho na atenção
vigilante causada pela privação do sono", segundo Dra. Spaeth.
Embora esse seja um pequeno
estudo inicial, os dados sugerem a possibilidade de usar a ingestão de
alimentos (ou a sua proibição) como
"possível defesa" em certas situações.
Por exemplo, "para pessoas
em situações que requeiram atenção vigilante até tarde da noite, como os
motoristas de caminhão, uma estratégia possível pode ser programar quando e
quanto eles poderão comer. Precisamos de mais pesquisas, mas é uma
possibilidade interessante."
Ela acrescentou, "Essa
pesquisa também confirma que o sistema de sono-vigília e o sistema de
equilíbrio de energia interagem, de modo que há troca de informações entre os
dois".
Comentando sobre a pesquisa para
o Medscape Medical News, Saul Rothenberg, PhD, psicólogo especialista em sono e
comportamento, do North Shore-LIJ Centro de Doenças do Sono, em Great Neck,
Nova Iorque, disse "uma estória tem se desenvolvido há alguns anos sobre a
conexão entre os intestinos e o cérebro, e parece que um estado de necessidade
metabólica aumentada está associado ao alerta, e uma necessidade metabólica
diminuída, a um estado de sonolência".
"Esses achados estão na
direção geral que seria esperada: comer pouco leva ao aumento do estado de
alerta e pode compensar alguns dos efeitos da perda de sono", disse o Dr.
Rothenberg.
The study was supported by the National Institutes
of Health, the Penn Clinical and Translational Research Center, and the
Department of the Navy, Office of Naval Research. The authors and Dr Rothenberg
have disclosed no relevant financial relationships.
SLEEP 2015: Annual Meeting of the Associated Professional Sleep
Societies: Abstract 0317. Presented June 7, 2015.
Julho/2015
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