13/07/2015 - Redação de Psiquiatria.com
- Revista de Neurologia - Barcelona - Espanha
A comorbidade entre transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH) e as epilepsias de controle difícil é frequente e afeta negativamente a
qualidade de vida. A opinião generalizada de que os estimulantes podem piorar o
controle das crises impediu as pesquisas de avaliação do impacto de tal
tratamento nessa população. Porém, uma pesquisa recente centrou seu objetivo no
efeito do metilfenidato na qualidade de vida de crianças e adolescentes com
epilepsias difíceis de se tratar e TDAH como comorbidade.
Em estudo aberto, um ensaio não controlado, com análise de intenção de
tratar, seguiu 30 pacientes durante seis meses. Os indivíduos receberam
metilfenidato durante três meses, período no qual se ajustou a dose do fármaco
e se avaliaram a epilepsia, as variáveis do TDAH e a qualidade de vida. A
análise de regressão multivariada identificou as principais variáveis
relacionadas ao resultado.
Somente um paciente se retirou, devido a uma piora das crises
convulsivas. Depois da introdução do metilfenidato, as doses foram calculadas
até 0,40 a 0,50 mg/kg/dia. Foi observada uma significativa melhora nas
pontuações de qualidade de vida e uma redução significativa da frequência e da
gravidade das crises. O sexo feminino, a redução dos sintomas nucleares do TDAH
e a tolerabilidade para adequar as doses de metilfenidato se associaram
significativamente com melhores pontuações da qualidade de vida.
Segundo os autores, esses dados preliminares sugerem que o tratamento
com metilfenidato é seguro e eficiente em pacientes com TDAH e epilepsias de
difícil tratamento, e impacta positivamente nos resultados da qualidade de
vida.
Epilepsy Behav 2015
Radziuk AL, Kieling RR, Santos K, Rotert R, Bastos F, Palmini AL
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