terça-feira, 4 de janeiro de 2022

 

Somente uma em dez crianças com TDAH se livra dos sintomas ao crescer.


Aproximadamente 90% das crianças com TDAH não superam o transtorno quando se tornam adultas, de acordo com uma nova pesquisa. Ela também revelou que o TDAH aumenta e diminui para muitos indivíduos conforme eles envelhecem.


Por Nathaly Pezantez – Agosto/2021


A maioria das crianças com TDAH não se livra do transtorno, de acordo com uma nova pesquisa publicada neste mês no The American Journal of Psychiatry, o que muda a noção amplamente aceita de que os sintomas do TDAH geralmente não persistem na idade adulta..


Os achados do estudo, que seguiu 558 crianças com TDAH do Multimodal Treatment Study od ADHD (MTA) durante 16 anos, mostram que somente 9,1% dos indivíduos se “recuperaram” do TDAH ao final da pesquisa, quando a maioria dos participantes tinha cerca de 25 anos de idade.


A pesquisa também descobriu que os sintomas do TDAH melhoram e pioram ao longo do tempo para muitos indivíduos que continuam a sofrer do transtorno. “Os resultados sugerem que cerca de 90% dos indivíduos com TDAH na infância continuarão a sofrer com os sintomas e deficiências, embora algumas vezes flutuantes, ao menos até o início da vida adulta.”


Os achados, segundo os autores, se afastam da conclusão histórica de que o TDAH da infância persiste na idade adulta em cerca de 50% dos casos. “Esta conclusão é tipicamente baseada em pontos finais únicos, deixando de considerar os padrões longitudinais de expressão do TDAH”, escreveram os autores.


Para a pesquisa, os autores examinaram dados sobre os sintomas do TDAH, nível de deficiência, comorbidades existentes e o tratamento utilizado em oito avaliações a que os participantes se submeteram, como parte do MTA. (A avaliações de acompanhamento foram feitas de 2 a 16 anos após a linha e base.) Os autores identificaram os participantes com remissão completa, com remissão parcial e os com TDAH persistente em cada ponto do tempo. Recuperação completa foi definida como remissão mantida através de múltiplos pontos, até o final do estudo, na ausência de tratamento para o TDAH.


Cerca de 30% dos participantes tiveram remissão completa em algum ponto de estudo, porém, a maioria (60%) sofreu recorrência do TDAH depois da remissão inicial. Somente cerca de 10% dos participantes demonstraram persistência estável do TDAH ao longo dos pontos de avaliação. No geral, cerca de 63% dos participantes tiveram períodos de flutuação de remissão e recorrência, que devem ter sido impactados pelo estado do tratamento na ocasião.


Os autores dizem que os resultados apoiam uma perspectiva mais completa sobre o TDAH, especialmente sua tendência a flutuar na aparência. Os médicos, sugerem os autores, podem falar para as famílias que a maioria dos adolescentes e adultos jovens com TDAH sentirão ao menos algum alívio dos seus sintomas, que poderão ser modulados pelo tratamento e pelas circunstâncias pessoais ou de vida. Os achados também revelam a importância pacientes, mesmo após tratamento bem sucedido.


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