sábado, 18 de dezembro de 2010

46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento

• Entre 30 e 50% repetirão ao menos um ano na escola
• 35% não completarão a faculdade.
• Mais de 25% serão expulsos do colégio por má-conduta
• 4 vezes mais acidentes de carro e mais graves; 3 vezes mais multas por excesso de velocidade
• 20 a 60% dos adolescentes com TDAH se envolvem em comportamento antissocial com consequências judiciais, contra 3 a 4% da população normal
• 35% são suspensos da escola, contra 8 a 10% da população normal
• Na faculdade, 80% estão atrasados em ao menos uma disciplina básica
• 65% dos adolescentes com TDAH mostram sinais de Transtorno Desafiador de Oposição
• Têm maior incidência de uso de álcool e drogas
• Têm maior índice de desemprego
• Têm maior índice de divórcio
• Têm mais frequentemente baixa autoestima
• Têm menos habilidades sociais
• Têm mais isolamento social
• Têm maior incidência de tentativas de suicídio
• Têm maior incidência de vários problemas neuropsiquiátricos, em especial depressão e ansiedade.

Dá para acreditar que ainda tem gente que acha que TDAH não existe? Que é falta de limites impostos pelos pais? Que é invenção da indústria farmacêutica para vender remédio? Que pode ficar sem tratamento?
A ignorância dos pais deve ser perdoada. A dos médicos não. Mas, tanto os pais quanto os médicos ignorantes devem ser esclarecidos. As crianças, adolescentes e os adultos com TDAH merecem todos os esforços para que tenham um futuro feliz.
Dr. José Antonio Menegucci.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

45- Memória de Trabalho e Memória de Curto Prazo

A memória de trabalho (MT) é o sistema cognitivo responsável pelo armazenamento temporário e pela manipulação da informação e tem um papel importante no aprendizado e na focalização da atenção. Muitas pesquisas têm documentado que muitas crianças e adultos com TDAH têm déficits de memória de trabalho e que isso contribui para as dificuldades associadas ao transtorno. Para uma excelente introdução ao papel dos déficits da memória de trabalho no TDAH, visite o site:
http://research.aboutkidshealth.ca/teachadhd/abc/chapter3#SUBTITLE3

Um exemplo simples ilustra a importância da MT para determinadas tarefas acadêmicas. Tente somar 3 e 9 na sua mente. Provavelmente isto é fácil para você. Agora, tente somar 33 e 99. Provavelmente isto será mais difícil. Finalmente, tente somar 333 e 999. Isso será muito desafiador para muitos adultos, mesmo que cada cálculo requerido seja trivialmente fácil. A dificuldade ocorreu porque você precisou guardar a informação – a soma de 3+9 na coluna das unidades e, então, na coluna das dezenas – conforme você processava a parte restante do problema, isto é, 3+9 na coluna das centenas, e isso sobrecarregou sua MT. Se a sua capacidade de MT for excedida, você não poderá completar o problema com sucesso.

Este problema simples também ilustra a diferença entre memória de curto prazo (MCP) e MT. A memória de curto prazo simplesmente envolve a retenção da informação na mente por curto período de tempo, por exemplo, lembrar-se de que o problema que você precisa resolver é 333 + 999. A memória de trabalho, em contraste, envolve a manipulação mental – ou o trabalhar com - da informação retida e começa a funcionar numa série de atividades de aprendizagem. Por exemplo, para responder questões sobre um capítulo de ciências, uma criança não somente tem de reter corretamente a informação factual, mas precisa trabalhar mentalmente com aquela informação para responder perguntas sobre ela. Então, quando a capacidade de MT de uma criança é baixa em comparação com a dos seus colegas, o desempenho acadêmico provavelmente será comprometido em múltiplas áreas.

Como os déficits de MT têm um papel importante nas dificuldades sentidas por muitos indivíduos com TDAH, é importante considerar como as diferentes intervenções corrigem este aspecto do transtorno. Neste estudo, os autores estavam interessados em comparar o impacto do treinamento da MT e o tratamento com medicação estimulante no desempenho da MT de crianças com o diagnóstico de TDAH.

Os participantes eram 25 crianças de 8 a 11 anos de idade, com TDAH (21 meninos e 4 meninas) que estavam sendo tratados com medicação estimulante. O desempenho da memória das crianças foi avaliado em 4 ocasiões, usando o AWMA (Automated Working Memory Assessment – Avaliação Automatizada da Memória de Trabalho) que é um teste computadorizado que mede a memória verbal de curto prazo, a memória verbal de trabalho, a memória visuoespacial de curto prazo e a memória visuoespacial de trabalho.

No primeiro tempo, a avaliação foi conduzida enquanto as crianças estavam sem medicação por ao menos 24 horas. A segunda avaliação ocorreu em media 5 meses mais tarde,  quando as crianças estavam tomando a medicação. A terceira avaliação ocorreu após as crianças terem completado 5 semanas de Cogmed Working Memory Training (Treinamento Cogmed da Memória de Trabalho) usando o protocolo padrão de treinamento (veja a seguir). A avaliação final ocorreu aproximadamente 6 meses depois do término do treinamento. O planejamento permitiu aos pesquisadores as seguintes comparações:

- desempenho da MT sob medicação vs. sem medicação (T1 vs T2)

- desempenho da MT sob medicação vs. após treinamento (T2 vs. T3)

- desempenho da MT imediatamente após final do treinamento vs. 6 meses em seguida ao treinamento (T3 vs. T4)

Esta comparação final forneceu informação sobre a permanência de algum benefício que o treinamento tivesse proporcionado.

Além de medir a MCP e a MT a cada tempo, foram feitas medidas do QI nos tempos 1, 2 e 3.

- Treinamento da Memória de Trabalho -

O treinamento da MT foi conduzido utilizando-se o protocolo Cogmed padrão de treinamento, com cada criança completando 20-25 sessões de treinamento num período de 25 dias. O treinamento requer a armazenagem e manipulação de seqüências verbais, por exemplo, repetir de trás para frente uma seqüência de números e/ou informação visuoespacial, como lembrar a localização de objetos em diversas partes da tela do computador.

O nível de dificuldade foi calibrado com base em vários testes, de modo que a criança sempre trabalhasse em  nível que fosse o mais próximo do seu desempenho. Por exemplo, se uma criança lembrasse com sucesso de três números na ordem inversa, no próximo teste ela tinha de lembrar-se de quatro números. Quando um teste falhasse, o próximo era feito de modo mais fácil pela redução do número de itens que teriam de ser lembrados. Este método de treinamento adaptativo é tido como um elemento chave porque requer o espichamento da memória de trabalho da criança, para continuar a seguir no programa.

Resultados

- Impacto na Memória de Curto Prazo e na Memória de Trabalho

Medicação vs. nenhuma medicação – quando testadas sob medicação, as crianças mostraram melhor MT visuoespacial em relação a quando foram testadas sem nenhuma medicação. Entretanto, nenhuma melhora foi encontrada na MCP verbal, na MT verbal ou na MCP visuoespacial.

Desempenho sob medicação vs. desempenho após treinamento da MT – O treinamento Cogmed da MT levou a ganhos significativos em todos os quatro resultados das memórias. Assim, houve evidência de que o treinamento da MT levou a maiores ganhos na MT do que o tratamento isolado com medicação. Em todas as áreas de memória avaliadas, a pontuação media dos participantes aumentou de abaixo da média para dentro da faixa média.

Desempenho 6 meses depois do término do treinamento – Os ganhos do treinamento em 3 dos 4 componentes da memória – todos exceto a memória visuoespacial de curto prazo (MCP) – permaneceram significativos 6 meses após o fim do treinamento e houve poucos indícios de declínio no desempenho das crianças. Então, os benefícios evidentes imediatamente em seguida ao tratamento foram largamente persistentes.

- Impacto no QI -

Os resultados do QI com e sem medicação foram equivalentes. Do mesmo modo, não houve nenhuma indicação de que o treinamento da MT estava associado a algum aumento nos resultados de QI das crianças. Assim, os benefícios do treinamento foram restritos ao desempenho das crianças nas tarefas de memória.

- Resumo e Implicações -

Os resultados desse estudo indicam que o treinamento da MT promove maiores benefícios na MT para crianças com TDAH do que os promovidos pelo tratamento com medicação estimulante. Além disso, os ganhos de memória seguintes ao treinamento persistem por um período significativo. Como o funcionamento adequado da MT é criticamente importante para o sucesso acadêmico das crianças, esses achados são encorajadores porque eles sugerem que o treinamento intensivo pode melhorar os déficits nesta importante função executiva. A ausência de benefícios do treinamento no QI sugere que os benefícios do treinamento podem estar limitados especificamente à memória de trabalho (MT), embora deva ser notado que outros estudos de treinamento da MT relataram benefícios em aspectos particulares da inteligência. Então, o impacto do treinamento da MT no QI requer novos estudos.

Entretanto, é importante não exagerar na interpretação dos resultados desse estudo. Embora seja tentador ver isso como uma comparação entre o tratamento medicamentoso e o treinamento da MT para o TDAH, e ver os resultados como indicativos da superioridade do último, isso seria interpretação errada. A constelação de dificuldades que compreende o TDAH para muitas crianças vai muito além dos déficits de MT, e esse estudo não examina vários outros importantes resultados.

Por exemplo, ele não fornece nenhuma informação sobre os benefícios relativos da medicação e do treinamento da MT na atenção, hiperatividade e outros problemas de comportamento, e no desempenho acadêmico das crianças. Embora outros estudos tenham encontrado benefícios em várias dessas áreas, o acréscimo de avaliação desses resultados importantes ao estudo corrente teria produzido um reforço dele. Essa crítica não tem a intenção de diminuir os importantes resultados obtidos, mas, em vez disso, propiciar um contexto apropriado para avaliar esses achados interessantes e não seria surpresa se o tratamento medicamentoso tivesse um maior impacto em outras áreas importantes.

Também é o caso de o estudo ter sido limitado pela restrição da avaliação da MT a medidas computadorizadas dessa capacidade, embora estejam disponíveis escalas validadas de avaliação da MT por pais e professores. Incorporar tais medidas ao estudo proporcionaria uma melhor compreensão do funcionamento da memória das crianças a cada ponto de avaliação.

Embora essas limitações sejam importantes, os resultados proporcionam evidência adicional de que o treinamento intensivo da MT pode acrescentar benefícios duradouros nessa importante função executiva. Como os benefícios proporcionados pelo treinamento aumentam os proporcionados pela medicação, também é sugerido que o treinamento da MT pode ser de utilidade como complemento às intervenções existentes baseadas em evidência para o TDAH, particularmente para crianças cujo funcionamento da MT seja difícil de começar.

ADDitude Magazine – Inverno 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

44- Reduza a Ansiedade Naturalmente

Seis dicas para tratar a ansiedade sem medicação. por Sandy Maynard

Para aqueles de nós com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), uma pequena preocupação pode rapidamente se transformar em uma crise de ansiedade intensa. Quando os níveis de estresse se elevam, nós deixamos as coisas para ser resolvidas depois (procrastinação), o que aumenta os sintomas do TDAH. Ficamos mais esquecidos, desorganizados e distraídos. Amy, que é mãe e trabalha fora de casa, é uma pessoa muito preocupada, e foi diagnosticada como portadora de TDAH. Como é uma organizadora de eventos autônoma, ela utiliza sua tendência a se preocupar para se antecipar aos problemas que possam arruinar um evento. Ela é bem sucedida, em parte, por isso. Em casa, Amy não consegue desligar o botão da preocupação.

Concordamos que a vida não é tão fácil como organizar um evento. A vida é imprevisível. Quando Amy descobriu que a preocupação desnecessária estava minando sua energia e motivação emocional, ela fez mudanças que lhe deram uma sensação de paz. Atualmente, quando Amy se preocupa com algo que ela pensa que não poderá mudar, ela escreve sua preocupação num pedaço de papel, dobra-o e pára de pensar no assunto. Ela também faz ioga três vezes por semana, o que reduz a ansiedade. Eis aqui outras sugestões que ajudam Amy a se preocupar menos e a aproveitar mais a vida:

1- Limite ou adie os pensamentos preocupantes.
Ajuste um timer e dê a si mesmo permissão para se preocupar por uma quantidade de tempo específica. Escrever as preocupações para lidar com elas mais tarde também ajuda a livrar-se delas. Ler, logo cedo, sobre algo que o deixou preocupado, faz com que o problema pareça sem fundamento.

2- Tente ser perfeito; ajuste-se para o imperfeito.
Fazer o melhor de si no trabalho é sempre uma boa meta. Mas você não pode ser perfeito em todas as facetas do seu trabalho, ou de sua vida, sem que seu esforço promova a preocupação e o esgotamento. Uma cliente minha é uma excelente escritora técnica, que trabalha na área de comunicações em serviço de saúde. Quando ela começou a trabalhar, ela produziu e-mails e memorandos para os colegas de trabalho, certificando-se de que cada palavra fosse uma pérola, ás vezes á custa de atingir o prazo-limite. Isso resultou em 60 horas de trabalho por semana, esgotamento, e, eventualmente, atrasos. Decidimos que ela deveria deixar suas habilidades para escrever, e o seu perfeccionismo, para os documentos que realmente fossem importantes – os que eram escritos para os clientes externos.

3- Faça o que puder.
Pensar em tudo que possa dar errado não torna a vida mais previsível ou segura. A preocupação excessiva impede que você aproveite o presente. Quem tem TDAH se preocupa a respeito de coisas que podem não dar certo por causa das coisas que já não deram certo no passado. Fazer as coisas de modo diferente lhe dá a segurança de que você fez tudo que podia para mudar o resultado final. Então, você pode parar de se preocupar. Uma mãe portadora de TDAH, que voltou a trabalhar após ter dado à luz, vivia preocupada com a babá que havia contratado para cuidar de sua filha enquanto estivesse no trabalho. Ela instalou câmeras que lhe ajudaram a monitorar a babá. Isso aliviou os seus temores.

4- Reprograme os pensamentos negativos.
Muitos portadores de TDAH têm baixa autoestima, o que resulta em pensamentos negativos e em preocupação debilitante. Desafiar os pensamentos negativos com pensamentos positivos pode interromper o processo. Sam, um novo contratado de uma firma de advocacia de prestígio, sentiu-se inseguro quanto a ser capaz de fazer um bom trabalho. Decidimos que, quando tivesse dúvidas, deveria lembrar-se de que o mais brilhante da firma decidira contratá-lo em vez dos seus concorrentes.

5- Conte a sua preocupação para um amigo de confiança.
Tive muita dificuldade para escolher um vestido para o casamento de meu filho. Deveria ter sido a minha ida mais feliz de todas ao shopping, mas não foi. Eu me preocupei com tudo que experimentei: Está muito curto? É a cor errada? Muito espalhafatoso? Muito simples? Não consegui tomar uma decisão até que pedi a uma amiga para ir comigo numa segunda compra. Ela desfez minhas dúvidas, e eu saí com a roupa perfeita.

6- Aprenda exercícios de relaxamento.
Técnicas simples de respiração, meditação e relaxamento muscular progressivo podem ser feitas quase sempre, quando a preocupação aumenta e cria indecisão e imobilidade. Vários estudos mostram que a meditação aumenta a atenção ao mesmo tempo em que reduz o estresse.

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domingo, 5 de dezembro de 2010

43- Sete soluções para problemas de sono

Como agir quando os sintomas do TDAH perturbarem uma boa noite de sono
Por Nancy Ratey

Muitos adultos com transtorno de déficit de atenção (TDAH) se queixam de noites inquietas e de exaustão logo cedo. Às vezes, os medicamentos para o TDAH causam reações adversas, outras vezes um cérebro acelerado o mantém acordado. Do mesmo modo em que não há nenhuma razão para os distúrbios de sono relacionados ao TDAH, não há nenhuma solução que funcione para todos. Eis aqui um punhado de opções dos especialistas da ADDitude...

Ajuste seu medicamento para o TDAH

Os medicamentos para o TDAH podem desencadear problemas de sono em alguns adultos. Se você suspeita que este é o seu caso, fale com seu médico sobre o ajuste fino do seu tratamento.
Por outro lado, alguns especialistas em TDAH acreditam que tomar um estimulante 45 minutos antes de ir deitar-se pode desligar cérebros agitados. “Cerca de dois terços dos meus pacientes adultos tomam uma dose completa do seu medicamento para o TDAH, todas as noites, para dormir,” diz William Dodson, M.D., um psiquiatra de Denver (Colorado – USA)

Apague a luz

A luz ativa o cérebro TDAH e o mantém acordado por mais tempo. Prepare-se para o sono desligando ou diminuindo a intensidade das luzes em torno das 21 horas.
Você pode instalar um dimer para as lâmpadas do teto e gradualmente diminuir a intensidade da luz, e não fique em frente de uma TV ou de uma tela brilhante de computador  depois das 21 horas.

Alenteça o seu cérebro

Depois que você estiver deitado, com as luzes apagadas, use as ferramentas amigáveis do TDAH para ajudá-lo a relaxar, tal como um gerador de ruído branco, fones de ouvido, ou música suave para se contrapor aos seus pensamentos velozes. Relaxe um músculo de cada vez, começando pelos pés e subindo, respirando fundo cada vez que atingir um novo grupo muscular.

Crie uma rotina de desligar e de acordar

Acordar no horário depende de ir se deitar no horário e ter uma noite completa de repouso. Desenvolva rotinas para ajudá-lo a acordar mais feliz e mais depressa pela manhã e para se desligar à noite.
Estas rotinas de ir dormir e de acordar mais facilmente podem ser simples, por exemplo, tomar uma ducha e ver as notícias à noite, beber café e ler o jornal pela manhã.

Mantenha uma tabela de sono

Levante-se e deite-se no mesmo horário, todos os dias. Isto aumentará a qualidade do seu sono e deixará seu corpo num ritmo diário, algo que beneficia particularmente os adultos e crianças com TDAH. Nem todos precisam da mesma quantidade de sono, mas a chave é a consistência, então trabalhe junto com sua família para estabelecer uma rotina e ligue-se a ela.

Evite as armadilhas do sono

Conheça as suas armadilhas do sono e evite-as. Se falar ao telefone, ver TV, responder aos e-mails faz você ir dormir mais tarde, cole bilhetes lembrando que você deve manter seu esquema. Peça ajuda da família, para que eles saibam e não o desviem de sua meta.

Ajuste um despertador

Programe um relógio de pulso com alarme, ou um despertador, para tocar uma hora antes de ir deitar-se, assim terá tempo para se preparar para dormir. Se você frequentemente fica ligado em ver TV, coloque o despertador em outro quarto, assim será obrigado a levantar-se para desligá-lo.

Este artigo apareceu no número de primavera de 2009 de ADDitude.

sábado, 4 de dezembro de 2010

42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro

Com o TDAH adulto, tudo que você precisa para tornar um casamento ou uma parceria duradoura é amor, certo? Errado. Você também vai precisar destas ferramentas de relacionamento.
by Jonathan Halverstadt

Apaixonar-se é fácil, não obstante o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Uma onda de euforia bioquímica coincide com um “novo amor”. Aqueles de nós com TDA/TDAH geralmente hiperfocalizamos no romance, não apenas pelo romance, mas também para aumentar os neurotransmissores produtores de prazer (dopamina) que estão em falta em nossos cérebros. Emoções altamente carregadas não são parte do amor duradouro. São apenas sentimentos – fortes e maravilhosos – mas, você precisa de muito mais para fazer uma relação TDAH durar.

Relacionamentos são difíceis, e quando aceitamos esse fato, estamos lidando com a realidade, não com a fantasia de que “tudo que necessitamos é de amor” Tudo que necessitamos é de amor? Não penso assim. Precisamos aprender habilidades para compensar nossa fraqueza. Quais as ferramentas que devemos ter em nossa maleta?

1: Administre os sintomas

Você e o seu parceiro devem assumir sua condição. Tratar o TDAH de modo responsável pelo uso da terapia comportamental e dos medicamentos próprios para controlar os sintomas, aumentar a dopamina e ajudar o cérebro a trabalhar como deve. Quando você faz tudo isso, você observa uma diminuição dos sintomas do TDAH – como a incapacidade de prestar atenção quando seu parceiro está falando com você, ou completar suas obrigações ou tarefas, como pagar as contas a tempo.

Não ser ouvido é a maior queixa daqueles envolvidos em relação íntima com um parceiro TDAH. Para muitos TDAH, ouvir os outros é muito difícil. Para aumentar sua capacidade de escutar, pratique este exercício:

Sente-se com seu parceiro e deixe-o falar por cinco minutos – ou mais, se você puder suportar. Faça contato visual e incline-se para ele, mesmo que não esteja entendendo nenhuma palavra.

Depois de escutar por cinco minutos, resuma o que você ouviu. Você pode dizer “Uau, parece que você teve um dia muito movimentado. A internet horrível, a reunião chata. Depois, você teve de ir até a academia antes de vir para casa”.

Depois desta troca, faça algo que você quer fazer. Diga “Agora que você está em casa, você se importa de cuidar do bebê enquanto eu saio para caminhar?”.

Seu parceiro provavelmente estará chocado, e encantado, porque você o ouviu por cinco minutos.

2: Ligue-se na relação

Os sintomas mais importantes do TDA/TDAH – impulsividade e a constante necessidade de estimulação – podem realçar, assim como ameaçar, relacionamentos. Como os adultos com TDAH são impacientes e facilmente se aborrecem, as aventuras sexuais são altamente estimulantes. A atração pelo novo e diferente pode tornar difícil a monogamia. Por isso é vital estar ligado na ideia de “ relacionamento” – até mesmo mais do que seu parceiro.

Encontrei uma velha senhora de 93 anos que tinha ficado casada com o mesmo homem por 70 anos. Ela me contou que eles tiveram bons tempos e maus tempos nos seus anos de vida juntos, e que ela nunca pensou, nem por uma vez, em divórcio, embora gracejasse que tivesse pensado em assassinato uma ou duas vezes. Ela sabia que tinha de ser mais ligada à instituição do casamento do que seu marido para fazer o relacionamento funcionar. Houve ocasiões em que o casal não se sentia ligado um ao outro, mas a sua dedicação ao marido fez com que seguissem juntos.
[Bons tempos aqueles... O mundo e os costumes, e as mulheres, mudaram muito, ultimamente...  (Comentário do tradutor)]

3: Terapia do riso

Aprenda a rir de você mesmo (não do seu parceiro) e enfrente seus problemas de modo mais suave. O TDAH nos induz, às vezes, a fazer e dizer raras coisas lindas.

Em vez de ficar magoado ou enraivecido pelas palavras e ações não entendidas, veja-as pelo que são: sintomas de uma condição que você está tentando administrar. Uma boa risada permite que você siga adiante na relação. Sei que isso pode ser muito difícil. É fácil ser defensivo porque você teve de explicar nosso comportamento por anos – quando agíamos impulsivamente ou sufocados pelos detalhes devido à nossa falta de atenção. Deixe cair suas defesas, então siga em frente.

4: Perdoe e esqueça

É tentador apontar o dedo para a outra pessoa e culpá-la por seus problemas no relacionamento. Mas é preciso de dois para o tango. Quando admitimos os problemas que podemos estar causando, em vez de apontar o que nosso parceiro fez de errado, crescemos espiritualmente. Quando eu reconheço minhas limitações – identifico-as, me esforço para mudá-las, e me perdoo a mim mesmo por não ser perfeito – fica mais fácil aceitar meu parceiro e perdoar suas limitações.

Uma frase que resume esse conceito de esqueça-e-perdoe é: “Fiz o melhor que podia naquela hora. Se pudesse fazer melhor, teria feito.” Isso tira a culpa de uma má experiência, e permite que você e seu esposo falem um com o outro civilizadamente. Não é mais sobre um de vocês “fazer de novo”, é sobre ser humano e cometer erros – algo que é possível esquecer.

5: Procure ajuda profissional: Terapia da relação

Muitas duplas casadas com um ou mais parceiros diagnosticados com TDAH pretendem permanecer casadas “até que a morte nos separe”. Mas, como as realidades do viver junto se instalam, pequenos problemas seguem não resolvidos e tornam-se maiores até parecerem insuperáveis.

Um dos erros mais comuns que os casais problemáticos cometem é esperar muito antes de procurar ajuda profissional para a sua relação. Quando chegam ao terapeuta, já jogaram a toalha e estão apenas procurando um modo de validar sua miséria e justificar sua decisão de separação. Não espere muito para procurar ajuda. Um terapeuta de família e do casamento pode ensinar técnicas de comunicação e de resolução de conflitos.

6: Mais ferramentas de relacionamento no TDAH

Lembre-se de manter-se fazendo as coisas engraçadas que faziam juntos quando se apaixonaram pela primeira vez.

Estabeleçam uma regra: Somente um maluco na casa, de cada vez. Se o seu parceiro estiver surtando, você deve ficar frio e reservado.

Saiam ao menos uma vez por semana (cinema, teatro, concerto, baile, restaurante, aniversário)
Tratem um ao outro com respeito. Aprendam a amar as esquisitices um do outro.

Não se preocupe com quem está certo. O objetivo é seguir em frente – não ficar grudado numa briga. É mais importante ter uma relação mutuamente satisfatória do que estar certo o tempo todo.

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação

Como os professores e os pais de crianças com TDAH podem ajudá-las a enfrentar a inquietação e a se concentrar melhor na escola e em casa.

O problema: Crianças com TDAH estão em constante movimentação. Para elas é difícil ficar sentadas paradas por longos períodos, por isso elas se remexem nos assentos, chutam os pés da carteira, ou ficam de pé ou andam enquanto fazem o trabalho. Geralmente, elas falam excessivamente ou fazem barulhos enquanto tentam ficar sentadas paradas.

A causa: Os corpos e as mentes das crianças com TDAH são como motores acelerados. Um estudo de meninos com TDAH mostrou que eles se movem pela sala oito vezes mais do que os outros meninos, fazendo o dobro de movimentos dos braços. Eles também são quatro vezes mais inquietos e se retorcem quatro vezes mais, enquanto sentados para os testes psicológicos.

Os obstáculos: Centros de controle motor defeituosos no cérebro são a causa suspeita da inquietação e do comportamento hiperativo.

Problemas de controle do impulso também têm um papel; crianças hiperativas são incapazes de inibir o impulso para se movimentar. Você pode ordenar que fiquem sentadas e paradas ou que parem de falar, mas os comportamentos se repetem em minutos.

Soluções para a sala de aula

A primeira coisa que os professores podem fazer, para ajudar os estudantes com TDAH a se retorcerem menos e a ficarem menos inquietos, é providenciar saídas físicas que lhes permitam liberar regularmente a energia acumulada e a melhorar a atenção.

Determine missões aos alunos com TDAH. Peça aos seus alunos com TDAH que levem uma mensagem para outra classe ou que peguem um papel na secretaria. Essas tarefas ajudam as crianças a construir um senso de auto-estima ao mesmo tempo em que propiciam uma oportunidade para esticar suas pernas e caminharem fora da sala.

Permita que os estudantes fiquem de pé e que caminhem um pouco entre as lições. Um professor, por exemplo, colocou um mini-trampolim em sua classe, para as crianças que ficam inquietas. No início do ano escolar, todos o usavam frequentemente, mas depois que a novidade desapareceu somente os alunos com TDAH, que tinham necessidade dele, continuaram a usá-lo. Outro professor deixou os estudantes usarem bolas de exercícios em vez de cadeiras, de maneira que os alunos com TDAH podiam se mexer um pouco mais, mas permanecerem sentados.

Permita objetos de manuseio. Esses objetos podem incluir pulseiras de bolinhas, pedaços de massinha e bolas de apertar – tudo o que puder ser manuseado e apertado silenciosamente. Não ter de permanecer focalizado em ficar absolutamente parado, conserva a energia do estudante para prestar atenção nas lições de classe.

Soluções para casa

Apóie a necessidade do seu filho de gastar energia encorajando-o a entrar no time de esportes ou a praticar atividade física regularmente.

Escolha o esporte cuidadosamente. Crianças com TDAH não são adequadas para todos os esportes coletivos. Futebol, por exemplo, é escolha melhor do que basebol, porque há menos espera parado.

As crianças podem também fazer exercícios sozinhas – um estudante andava de esqueite todas as manhãs ou somente corria em volta do quarteirão, para que pudesse ficar mais tempo quieto em classe. Muitas crianças com TDAH se dão bem no caratê ou em outras artes marciais que ensinam disciplina e concentração ao mesmo tempo em que permitem movimento.

Supervisione conforme necessário. Muitas crianças com TDAH precisam da constante supervisão dos adultos para se manterem na tarefa, mas conforme a situação melhora, e a criança amadurece, um pai pode checar frequentemente em vez de ficar sentado ao lado da criança todo o tempo do processo.

Não force sua criança a ficar sentada parada. Quando sua criança ultrapassa o ponto de controle de sua necessidade de se mover, deixe que ela tenha um rápido intervalo. Diga a ela que corra e pule lá for a e então a convide a se juntar novamente à família quando ela estiver bem. Você pode usar esta mesma estratégia na igreja ou na sinagoga, nos eventos esportivos, ou em qualquer outra situação que requeira a permanência sentada e parada das crianças por longos períodos.

Algumas crianças com TDAH são mais capazes de terminar o trabalho de casa quando têm a oportunidade de se movimentar m pouco enquanto trabalham, ou quando têm freqüentes intervalos. Não espere que uma criança com TDAH fique quieta por longos períodos de estudo. Algumas crianças lêem melhor quando caminham, ou podem precisar fazer seus problemas de matemática enquanto ficam de pé.

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