O problema: Crianças com transtorno de déficit de atenção (TDAH) geralmente são rotuladas como agressivas, praticantes de bullying, violentas ou desafiadoras por causa de suas interações físicas e sociais impulsivas. Embora essas crianças possam ser carinhosas e sensíveis, suas boas qualidades geralmente são ofuscadas por sua impulsividade.
A causa: Crianças com TDAH agem antes de pensar, geralmente incapazes de controlar sua resposta inicial a uma situação. A capacidade de “autorregulação” está comprometida; elas não conseguem modificar seu comportamento com as consequências futuras em mente. Alguns estudos mostram que as diferenças no cérebro dos que têm TDAH são parcialmente responsáveis por este sintoma.Os obstáculos: Muitas crianças com TDAH parecem gastar suas vidas em castigo, punidas, ou com problemas por causa do que dizem e fazem. A falta de controle do impulso é talvez o sintoma do TDAH mais difícil de modificar. Leva anos de paciência e de persistência para modificar isso com sucesso.
Soluções para a classe
Afixar regras e rotinas permite que as crianças saibam o que se espera delas, e é um lembrete visual para as que agem antes de pensar.
• Algumas crianças precisam de “cartões de comportamento” grudados em suas carteiras (“Levante a mão antes de falar”, etc.). Se a privacidade for um problema, grude os cartões numa folha de papel que fique na carteira durante a aula, mas que pode ser guardada dentro da gaveta da carteira.
• Escreva a programação do dia na lousa e apague os itens conforme sejam completados, para dar aos alunos com TDAH uma medida de controle sobre o seu dia. Alerte a classe antes de qualquer revisão da rotina diária.
• Para evitar crises de fúria devidas às transições (outro ponto de estresse), dê à classe um aviso de cinco minutos, então um aviso de dois minutos para a transição, para que as crianças com TDAH tenham tempo adequado para interromper uma atividade e começar outra.
• Tenha pronto um plano para o caso de que a falta de estrutura ou outras circunstâncias provoquem uma reação impulsiva. Talvez a criança com TDAH deva ter um trabalho especial, um monitor ou um treinador, para ajudá-la a ficar focalizada e a ter autocontrole.
• A disciplina pode e deve ser utilizada em certas situações. Embora o TDAH seja uma explicação para o mau comportamento, ele nunca é uma desculpa. O TDAH pode explicar por que João bateu no Pedro, mas o TDAH não fez com que ele o fizesse. Crianças com TDAH precisam compreender sua responsabilidade para controlarem-se a si mesmas.
• A disciplina deve ser imediata, curta e rápida. Consequências demoradas, como a detenção, não funcionam para os que têm dificuldade de antecipar os acontecimentos futuros. As consequências devem ser instantâneas: se ele empurra outra criança no recreio, o recreio deve ser suspenso por 10 minutos.
• Faça um comentário imediato, positivo e dê atenção quando as crianças com TDAH estiverem se comportando bem. Surpreenda-as fazendo algo bom. Diga especificamente o que elas estão fazendo bem, tal como esperar pela sua vez.
• Com crianças menores, estabeleça comportamentos que você espera e pregue-os na sala (“Respeite os outros”, “Fale educadamente”, “Use sua fala interior”) como lembretes visuais.
• Crianças menores geralmente respondem a um “sistema de notas”, no qual elas ganham moedas ou adesivos por causa de um comportamento positivo almejado. Elas podem trocar seus pontos no final da semana por um prêmio.
Soluções em casa
Crianças com TDAH têm dificuldade de fazer inferências sobre o que é certo e o que é errado, então os pais precisam sem específicos, falando claramente sobre expectativas consistentes e suas consequências. Dizer a seu filho para que ele “seja bom” é muito vago. Em vez disso, seja explícito: “Quando vamos ao supermercado, não toque em nada, apenas olhe com seus olhos”. “No playground, espere na fila do escorregador e não empurre”.
• Seja proativo em sua abordagem sobre disciplina. Reconheça e comente o comportamento positivo. Responda a ações positivas com elogios, atenção e recompensas.
• Manter seu filho responsável por suas ações é imperativo em torná-lo um adulto responsável. Entretanto, a punição demorada pode impedir que uma criança entenda sua relação com o mau comportamento. A punição deve vir logo em seguida ao mau comportamento.
• Faça com que a punição seja proporcional á falta. Agressões exigem um castigo imediato. Crises de fúria na hora do jantar podem significar a saída da mesa, sem a sobremesa. Mantenha as punições breves e restritas, mas deixe que elas façam seu filho entender que ele é o responsável por controlar seu comportamento.
• Deixe de punir leves falhas. Se o seu filho derrama o leite porque está agindo sem cuidado ou de modo muito apressado, fale a ele sobre a importância de se mover mais lentamente, ajude-o a limpar a sujeira, e siga em frente.
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