Um novo
estudo sugere que doses mais altas das medicações estimulantes para o TDAH
podem de fato prejudicar a memória de trabalho. O que todos os pais precisam
saber sobre o equilíbrio entre a hiperatividade e a função executiva.
Se você é pai de uma criança com TDAH e não perde o sono ou
retorce as mãos por causa do fato de que ela está usando medicação para o TDAH,
um novo estudo sobre os remédios para o déficit de atenção não necessariamente
vai fazer com que você fique muito preocupado, mas vai fazê-lo pensar um pouco.
Pesquisadores na Universidade de Wisconsin-Madison fizeram
experiências com três macacos, os quais receberam doses diferentes de
metilfenidato. Os macacos foram ensinados a olhar para um alvo em forma de
ponto na tela de um computador, enquanto outro ponto piscava em volta.
Doses menores da medicação pareciam aumentar a capacidade de
aprender dos macacos, de acordo com o estudo, publicado no Journal of Cognitive
Neuroscience há duas semanas. Doses maiores afetaram negativamente o cociente
de aprendizagem e a memória dos macacos, mas reduziam sua hiperatividade. “Os
macacos com doses mais altas ficavam ligados à tarefa, mas continuavam a
cometer os mesmos erros”.
Quando os pesquisadores verificaram se a medicação melhorava
a memória de trabalho mesmo em doses mais baixas, eles descobriram, de modo
surpreendente, que não. “A memória não melhorava com doses mais baixas e era um
pouco pior com doses mais altas”, diz Luis Populin, Ph.D., que chefiou o
estudo.
“O metilfenidato afeta a função executiva do cérebro”, diz
Bradley Postle, Ph.D., um professor de psicologia e especialista em memória de
trabalho na Universidade de Wisconsin. “Ele pode criar um meio interno que,
dependendo da dose, é mais ou menos favorável à formação e retenção da memória.
Aparentemente, a dose mais baixa do metilfenidato ajuda a criar as condições de
sucesso sem de fato melhorar a memória em si mesma”.
Populin diz que o estudo mostra que encontrar a dose certa
da medicação para o TDAH é importante para as crianças e adultos. Os médicos
que estão tentando reduzir a hiperatividade de seus pacientes com altas doses
de metilfenidato podem estar comprometendo a habilidade cognitiva deles.
Embora o trabalho dos pais nunca termine, discutir a dose de
remédio do seu filho deve ser adicionada à sua lista do que fazer. Pode fazer
uma grande diferença na vida escolar do seu filho.
ADDitude. Março/2012
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