Para as
pessoas com o TDAH do tipo desatento, ter sucesso em um mundo cheio de ruídos e
distração pode parecer um sonho impossível. Mas, com determinação e apoio, pode
não ser impossível. Por Tess Messer.
Pessoas com
o TDAH desatento são geralmente ignoradas e esquecidas. Diferente dos invasores
de Wall Street, nenhum de nós quer criar nenhuma espécie de revolução. Nós, com
o tipo desatento, entendemos que nossos irmãos hiperativos dominam a atenção
dos pais, professores e psiquiatras – e da maioria dos dólares destinados à
pesquisa, por aí – mas não temos intenção de ocupar nada além do nosso mundo
interior de pensamentos.
A razão para
isso tem menos a ver com o fato de que não somos revolucionários do que com o
fato de que nós adoramos nossos colegas TDAH barulhentos e desordeiros. Somos
agradecidos a eles pela cobertura que eles nos proporcionam. Se não fossem
eles, alguém poderia notar que estamos geralmente “No Mundo da Lua”.
O Mundo da
Lua é o Lar
Na verdade,
os neurocientistas podem ter encontrado o “Mundo da Lua” do nosso cérebro. Os
pesquisadores são capazes de ver o cérebro sonhando, e eles estão denominando
este estado como o modo desligado do cérebro.
O modo
desligado faz com que o cérebro vagueie quando você está tentando prestar
atenção. É o modo desligado que pensa coisas como “Rapaz, aquela teia de aranha
na parede tem um padrão interessante”. É o modo desligado que faz com que você
rabisque um desenho no seu caderno quando se esperava que estivesse prestando
atenção em algo importante. Aparentemente, conforme o cérebro envelhece, a
habilidade dele para sair do modo desligado começa a falhar. O cérebro começa a
processar as coisas mais lentamente e se torna menos focalizado. Não preciso de
uma explicação sobre o modo desligado do cérebro. Eu o conheço bem.
Cresci em
uma grande família cubana. Como acontece com a maioria das crianças com TDAH
desatento, não fui uma criança feliz, sortuda e cheia de amigos. Eu era
introvertida, ansiosa, geniosa, descoordenada e distraída, mas o fato de que eu
era quieta foi uma benção em minha casa. Geralmente eu era a única pessoa em
nossa casa apinhada que não estava falando.
Na escola
era a mesma coisa. Meus professores ficavam ocupados com as crianças barulhentas
e bagunceiras, e, embora eu mal pudesse ler, eu era quieta. Os testes mostraram
que meu QI era bom. Minha mãe sabia que alguma coisa estava errada. Fui
testada, analisada e aconselhada, mas nada me ajudou até que eu chegasse à
adolescência.
No colegial,
eu fui colocada em um programa de profissionalização. Nessa época, eu era uma
adolescente apática, distraída, com uma atitude ruim e média 4. A escola
pensava que o trabalho pudesse ser a resposta, então trabalhei como auxiliar de
enfermagem.
As
enfermeiras sabiam que eu era uma péssima estudante e me adotaram em seu
projeto. Elas me ensinavam e me encorajavam, e eu aprendi minhas obrigações
rapidamente. Descobri que eu aprendia com a mão-na-massa, e comecei a me sentir
confiante. As enfermeiras com quem trabalhei bebiam litros de café, então eu
também comecei a beber. Meus sintomas de desatenção começaram a melhorar. Tornei-me menos introvertida e menos ansiosa,
mais focalizada e assertiva. Talvez fosse o café cubano que eu bebia pela manhã,
ou talvez fosse meu cérebro mais amadurecido, ou talvez eu tivesse encontrado
um modo de tirar meu cérebro do modo desligado. É difícil dizer, mas fiquei
capaz de me concentrar e trabalhar.
Decidi ir
para a faculdade e obter um diploma. Sabia que seria uma tremenda batalha; sai
do colegial com uma média 1,6. Mas o exercício, as listas do que fazer, timers
e o interesse verdadeiro no que eu estava estudando me ajudaram a atingir minha
meta.
Finalmente o
sucesso
Hoje, sou assistente de um médico em um movimentado departamento de medicina de
emergência. Nunca tomei medicamentos para o TDAH; sou uma testemunha dos benefícios
das intervenções comportamentais. Acho que se não tomasse meu café e fizesse os
exercícios meu caderno de apontamentos terminaria no freezer e os rabiscos
saltariam de dentro dele.
Algumas
pessoas com o tipo desatento do TDAH não têm tanta sorte. Nossa melhor aposta
para uma cura reside nas novas pesquisas sobre o envelhecimento do cérebro.
Descobertas podem levar a outras visões que levarão ao tratamento para a
desatenção. Muitos portadores de TDAH forma desatenta nunca conseguirão
acompanhar o mundo de maneira tão boa quanto os que têm a forma hiperativa, mas
alguns de nós vencemos os obstáculos.
Este artigo
foi publicado no número de verão de 2012 de ADDitude.
A que exercício ela se refere? "Mas o exercício, as listas do que fazer, timers", "se não tomasse meu café e fizesse os exercícios"
ResponderExcluir"I had graduated high school with a 1.6 average. But exercise, to-do lists, timers, and a keen interest in what I was learning helped me accomplish my goal."
ExcluirAcho que a tradução foi falha. Os sinônimos são: "workout, bodybuilding, isometrics, keep fit, implementation, use, application, employment".
Qual você escolhe?
"I find that if I do not get regular exercise and drink my coffee, my address book may end up in the freezer and doodles will pop up."
ExcluirNessa frase a tradução só pode ser exercícios mesmo, com o sentido de tarefas, obrigações, treinamento. O que você acha?