domingo, 28 de abril de 2013

280- A Coragem de Perdoar Seu Esposo Com TDAH



Ter um esposo com TDAH não é fácil, mas perdoar – e planejar a prevenção de problemas – é um passo na direção certa. O especialista Ned Hallowell dá conselhos sobre o relacionamento.
Por Edward Hallowell, M.D.

Se você estiver casado com alguém com TDAH, provavelmente já se perguntou quantas vezes terá que perdoá-lo. TDAH não é fácil – para quem tem ou para os que vivem com eles! Por isso que os casamentos TDAH podem se beneficiar de alguns conselhos sobre o relacionamento.

Nós que temos o TDAH (eu mesmo, incluído) geralmente não aprendemos com nossos erros. Nós os repetimos sempre. Se a questão for, “Quantas vezes eu tenho de lhe dizer?”, a resposta pode ser “Centenas, no mínimo!” Isso significa que precisamos de um salvo-conduto? Claro que não. O TDAH não é uma desculpa para a irresponsabilidade. É uma explicação para o comportamento e um sinal de que a pessoa precisa aprender a ter responsabilidade de modo mais efetivo.

Mesmo os melhores tratamentos para o TDAH não produzem resultados perfeitos. Peça ao seu par para retirar o lixo. Ele concorda e passa ao lado da cesta enquanto novas ideias dominam sua mente.
Você pede ao seu par TDAH que ele lhe elogie de vez em quando, porque você acha difícil lembrar a ele que precisa de atenção. Embaraçado e envergonhado ele se desculpa e promete prestar mais atenção em você. Você sabe que ele está sendo sincero. Mas ele cumpre o prometido? Não. Você pede ao seu par TDAH para que pare de gastar muito no cartão de crédito com compras por impulso. Novamente, envergonhado e constrangido, ele concorda. Ele, tanto quanto você, não mais quer grandes dívidas. Mas no dia seguinte ele vê um aparelho e não consegue resistir, e bingo! um novo item foi acrescentado à conta.

O que você pode fazer? Esquecer? Divorciar-se? Bater na cabeça dele com um pedaço de pau?

Acabei de escrever um livro chamado “Dare to Forgive” (Ouse Perdoar). Um dos pontos que abordo é que o perdão não é uma licença para repetir os mesmos erros. Então, se você perdoar seu par – e eu espero que o faça – você deve também fazer um plano para que o mesmo problema não fique se repetindo. Se o plano não funcionar, revise-o e tente novamente. Refazer planos é o que a vida é.

Saiba que esses problemas não indicam um desrespeito consciente dirigido a você ou falta de responsabilidade, mas uma negligência intermitente e involuntária direcionada a tudo. Esta é a natureza diabólica do TDAH. Tenha isso em mente (e as boas qualidades dele) quando tiver vontade de estrangulá-lo. Enquanto ele desejar trabalhar com você, e possivelmente com um profissional também, progressos poderão ser feitos. Vitória total? Cura completa? Não. Mas progresso.

Conforme você o observa trabalhando com afinco para melhorar o comportamento, tenha paciência. Construa uma atitude positiva e faça com que ela cresça. Mantenha seu senso de humor. Fique em contato com outras pessoas que possam ajudar. E lembre-se que debaixo da casca do TDAH bate um coração e há uma alma cheia de calor, criatividade, jovialidade e imprevisibilidade. Quase sempre há muitas coisas boas que superam o lado ruim.

O bastante, mesmo, para deixar o casamento e a vida cheios de alegria.

ADDitude abril/maio 2004

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